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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Ajuste na Argentina: Milei demite 7 mil funcionários públicos por decreto


A medida vale para funcionários admitidos em 2023



O presidente da Argentina, Javier Milei , publicou um decreto que proíbe a renovação de servidores públicos contratados em 2023.

A decisão faz parte do programa  de ajuste com o qual o presidente pretende reduzir drasticamente os gastos do Estado no país sul-americano.

Segundo dados do jornal La Nación , isso implicaria na demissão de 7 mil pessoas que começaram a trabalhar este ano no Estado.

O Decreto 84/2023, publicado no Diário Oficial , estabelece que não serão renovadas as contratações de pessoal para a prestação de serviços realizadas a partir de 1º de janeiro de 2023, além de que milhares de contratos anteriores a este serão também será revisado.


“As autoridades competentes de cada jurisdição (...) ficam instruídas a, no prazo estabelecido no artigo anterior, proceder a um levantamento exaustivo do pessoal contratado cuja data de entrada na Administração seja anterior a 1 de janeiro de 2023, a fim de para avaliar a renovação dos contratos acima mencionados", observou.

Se as autoridades decidirem renovar determinados contratos, acrescentou, devem justificar a decisão demonstrando a necessidade de manter esses empregos.


Exceções


O decreto isenta do corte as contratações derivadas de cotas regulamentadas por lei ou outros tipos de proteções especiais. Nesse caso, por exemplo,  seria incluída a cota de trabalho para pessoas trans prevista em lei.

Além disso, estão protegidos os trabalhadores que ingressaram no Estado antes de 1º de janeiro de 2023 e alteraram a forma de contratação , bem como aqueles que, a critério dos dirigentes de cada entidade, realizam trabalhos essenciais ao funcionamento de cada jurisdição, restritivos e fundamentada, sendo a sua continuidade necessária “por razões operacionais urgentes”.

Nas suas justificações, o documento oficial lembra que o corte é feito com base no Decreto de Necessidade e Urgência que modificou a estrutura nacional e reduziu  o número de ministérios de 18 para oito.


“Ele teria reclamado de qualquer coisa”: governo de

 Milei critica sindicato que convocou protestos


“Foi feita uma reestruturação orgânica com o propósito de optimização de recursos, o que exige a revisão de todos aqueles contratos (…) esta medida é coerente com aqueles objectivos e com os propósitos de alcançar um melhor funcionamento da Administração Pública ”, afirmou.

Eles revisam planos sociais em busca de “irregularidades”

Esta quarta-feira, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, anunciou que o Governo vai rever os programas sociais ‘Potenciar Trabajo’, para “detetar irregularidades ou planos atribuídos que não tenham justificação correta”.

Adorni detalhou que há quase um milhão de beneficiários destes planos, lançados em 2020 pelo governo de Alberto Fernández para “promover a inclusão socioprodutiva” com propostas de emprego para desempregados e famílias de baixa renda. 


 

 Em coletiva de imprensa na Casa Rosada (sede do Executivo), o porta-voz Adorni explicou que, segundo investigações judiciais abertas, como a liderada pelo procurador federal Guillermo Marijuan, haveria cerca de 160 mil casos em que irregularidades de natureza diversa.

“Saudamos a investigação do Ministério Público onde foi comprovada a identidade de 8 mil pessoas que, além de receberem o plano, possuem algum vínculo empregatício com um dos ministérios ou órgãos (do Estado). ilegitimamente porque tiveram consumos que não coincidiram com a condição de beneficiários", disse o responsável.

Adorni acrescentou que o objetivo da iniciativa é “tornar o sistema transparente” para que os argentinos não tenham que “se responsabilizar” por esses planos e que “deixem de ser um negócio de intermediários”.

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Via: RT en Español


“Certamente os liberais se arrependem de ter votado em Milei depois de tudo isso”

O liberal mais arrependido:

 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Argentina encontra novos documentos sobre contrabando de armas à Bolívia por Macri


Embaixador Argentino na Bolívia, Ariel Basteiro disse que o governo tem novas provas e que “continuam a aparecer documentos de embarque de armas” enviadas pelo ex-presidente para colaborar com o golpe contra Evo Morales


Argentina vem sendo investigada pelo envio de armamentos e munições para colaborar com o regime de Jeanine Añes


São Paulo – O embaixador argentino na Bolívia, Ariel Basteiro, afirmou nesta terça-feira (3) que o governo encontrou novos documentos que confirmam a denúncia de contrabando de armas realizado pelo ex-presidente Maurício Macri e seus ex-ministros, para colaborar com o golpe que forçou a destituição do ex-presidente da Bolívia Evo Morales em novembro de 2019. Sob a gestão Macri, a Argentina vem sendo investigada pelo envio de armamentos ao regime de Jeanine Añes. 

O material bélico teria sido posteriormente utilizado em massacres nas cidades de Sacaba e Senkata, promovidos pela então presidenta interina. Na Bolívia, o caso vem sendo tipificado como “tráfico de armas”. E, desde a descoberta do envio, “continuam a aparecer documentos de embarque de armas”, segundo o embaixador. Em entrevista à rádio argentina El Destape, reproduzida pelo site Opera Mundi, Basteiro declarou que o último registro encontrado aponta para materiais bélicos localizados em depósitos do Ministério da Defesa da Bolívia. 

“Este documento recém-descoberto significa uma confirmação de que o material enviado da Argentina pelo governo Macri foi fruto de contrabando. Resta saber o que foi recebido pela Força Aérea Boliviana, que poderia muito bem ter sido utilizado em atos repressivos”, informou o embaixador.


Abertura de processos

Até o momento, as autoridades bolivianas acusaram apenas o embaixador argentino à época, Normando Álvarez García. Mas o governo segue apurando outros nomes do governo Macri e se houve contribuição de outros países para o golpe. No caso da Argentina, além de armas, o ministro de governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, também denuncia o envio de 70 mil cartuchos de munição AT 12/70, em 2019, durante a gestão Macri. 

Em 12 de julho, o caso também passou a ser investigado pela justiça argentina após a abertura de denúncia por parte do atual governo de Alberto Fernández. As autoridades do Estado acusam o ex-presidente e seus ministros de terem realizado “uma manobra enganosa e premeditada” para ocultar o envio de material bélico aos golpistas bolivianos.

O texto da ação descreve a atuação do governo de Maurício Macri como “um ato criminoso”. “Consistindo no embarque irregular de armas e munições para a Bolívia, por meio de uma adulteração nas quantidades e destinos declarados nas diferentes instâncias de controle e, em particular, perante os serviços aduaneiros”, apontam. 


Os investigados

Nesta segunda (2), de acordo com o jornal Página 12, o juiz Javier López Biscayart, que comandava a investigação de contrabando, declarou-se incompetente e encaminhou o processo ao magistrado Alejandro Catania, que recebeu a primeira denúncia sobre o caso. A justiça argentina afirma já ter acumulado um volume expressivo de provas. O governo também estuda futuras ampliações da denúncia. 

Ao todo, oito pessoas são réus no processo. Além de Macri, seus ministros de Segurança e Defesa, Patricia Bullrich e Oscar Aguad, respectivamente. O então embaixador Normando Álvares Garcia e o ex-chefe de Gendarmeria Nacional – a principal força de segurança do país – Geraldo José Otero também foram denunciados. Outros três integrantes desse órgão também foram apontados pela promotoria argentina. Devem responder pelo caso o ex-diretor de Logística, Rubén Carlos Yavorski, o ex-diretor de Operações Carlos Miguel Recalde e o comandante Adolfo Caliba. Ele é suspeito de coordenar a entrega das munições. Caliba também teria sido enviado à Bolívia para receber as remessas com a polícia local em 13 de novembro de 2019.

O novo juiz responsável ainda deve decidir na próxima semana, quando volta de licença, se denunciará o chefe de gabinete do governo Macri, Marcos Peña. A pasta também é acusada de ter feito parte do procedimento de envio de armas e munições para apoiar o golpe contra Evo Morales

Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima

Fonte: RBA


teleSUR tv

Ministerio boliviano confirma apoyo de Mauricio Macri en golpe de estado de 2019 - 29 de jul. de 2021

El Ministerio de Defensa reveló nuevas pruebas que confirman la participación y ayuda del expresidente Mauricio Macri al golpe de estado del 2019. Entre los elementos enviados en el cargamento se encuentran medios para reprimir las protestas sociales. teleSUR

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segunda-feira, 24 de maio de 2021

Vacina Sputnik V da Rússia altamente eficaz contra a variante do vírus do Brasil


A vacina russa Sputnik V COVID-19 é altamente eficaz no combate e neutralização da variante agressiva do coronavírus descoberta pela primeira vez no Brasil, de acordo com o Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF) e um estudo conduzido por pesquisadores na Argentina.


Um médico especialista segura um frasco da vacina Sputnik V contra o coronavírus em uma loja de departamentos em Moscou, Rússia, 18 de janeiro de 2021 REUTERS / Shamil Zhumatov / Foto de arquivo / Foto de arquivo

A variante do coronavírus P1 do Brasil, por trás de um aumento mortal de COVID-19 no Brasil, se espalhou pela duramente atingida América Latina. Cientistas no Brasil descobriram que as mutações da variante podem torná-la mais resistente a anticorpos, aumentando a preocupação internacional sobre seu potencial de tornar as vacinas menos eficazes. consulte Mais informação

O estudo com base na Argentina, realizado pelo Instituto Dr. Vanella de Virologia da Universidade Nacional de Córdoba (UNC), no entanto, encontrou uma forte resposta imunológica contra a variante nos vacinados com Sputnik V.

"O estudo confirmou que a imunidade desenvolvida em pessoas vacinadas com o 'Sputnik V' neutraliza a cepa brasileira após terem recebido duas doses, e mesmo após a primeira", disse a RDIF em nota nesta segunda-feira.

De acordo com o estudo argentino, visto pela Reuters e citado pela RDIF, 85,5% dos indivíduos desenvolveram anticorpos contra a variante COVID-19 no dia 14 após a primeira dose da vacina. Essa taxa aumentou para quase 100% no dia 42, depois que um indivíduo recebeu ambas as doses.

Rogelio Pizzi, reitor da Faculdade de Ciências Médicas da UNC, disse à Reuters que o estudo do instituto mostrou que a vacina russa inibe com sucesso a variante.

"Os resultados são excelentes. A vacina funciona para essa cepa", disse Pizzi à Reuters, acrescentando que o Instituto de Virologia da UNC também está conduzindo estudos sobre a cepa detectada originalmente no Reino Unido.

Fonte: Reuters


RedeTV! Jornalismo

Brasil exporta 1º lote de vacina Sputnik V produzida em Guarulhos - 20 de mai. de 2021

Primeiro lote da vacina Sputnik V, produzida em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo, vai ser exportado para outros países da América Latina. O imunizante não pode ser aplicado nos brasileiros porque não foi aprovado pela Anvisa.

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Presidente da Argentina participará de evento do PT em defesa de Lula


O presidente da Argentina, Alberto Fernández, será a principal estrela internacional das comemorações dos 41 anos do PT, em evento on-line que acontecerá ainda no mês de fevereiro.





O presidente da Argentina participará no próximo dia 22 de um debate sobre o chamado "lawfare" contra Luiz Inácio Lula da Silva, escreve a Folha de São Paulo. O termo designa a suposta perseguição judicial sofrida pelo ex-presidente.

O evento acontece em meio ao fim da operação Lava Jato, cujas sentenças estão no Supremo Tribunal Federal. O STF analisa uma nova leva de mensagens apreendidas pela Operação Spoofing que sugerem que a força-tarefa em Curitiba fez solicitações clandestinas à Receita Federal.

A conferência "Lawfare: caso Lula e a luta pela recuperação de seus direitos políticos" é coordenada pelo ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, recentemente apontado pelo próprio Lula como candidato ao Palácio do Planalto em 2022.

No passado, a solidariedade de Fernández a Lula gerou críticas de Bolsonaro ao mandatário argentino. Nos últimos meses, os dois presidentes vinham ensaiando uma reaproximação.

Também estarão à mesa o ex-candidato à presidência da França Jean Luc Melenchon, do partido França Insubmissa, e o advogado Antônio de Almeida Castro, o Kakay, figura conhecida nos bastidores da Câmara dos Deputados em Brasília.


Encontro entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Cristina Kirchner (Argentina)

Fonte: Sputnik Brasil


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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Maradona morreu no mesmo dia que Fidel, principal influência política do jogador


  • Ex-jogador argentino Diego Maradona também lamentou a morte do líder cubano Fidel Castro; "Morreu o meu amigo, o meu confidente, o que me aconselhou, que me ligava a qualquer hora para falar de política, de futebol, de basebal, o que me disse que quando Clinton fosse embora o que viria era pior, que foi Bush", confessou (Foto: Aquiles Lins)

A relação entre a lenda do futebol argentino e o líder cubano foi uma das mais bonitas da história do futebol

Leonardo Sobreira, 247 - Maradona e Fidel Castro, coincidentemente, morreram na mesma data. Os dois cultivaram uma relação próxima ao longo dos anos, onde o argentino obteve grande parte de sua formação política.

Após a Copa de 86, quando Maradona carregou a Argentina ao título, ele visitou Cuba. Lá, conheceu Fidel e foi inspirado por sua história de luta política e social. Várias visitas ocorreram, e Maradona sempre presenteava o líder cubano com camisas da seleção argentina. 

Goal revelou que, 14 anos mais tarde, quando precisava de tratamento médico, Fidel o ofereceu para o argentino. A vida de Maradona, segundo familiares, foi salva pelo tratamento que recebeu em Cuba.

A relação entre dois é um evento raro no futebol, que hoje se vê tão consumido pelo dinheiro e vazio de valores. Certamente, os dois estão a acender um belo charuto cubano neste momento.


TV 247

Maradona morre aos 60 anos - 25.11.20

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Nacional Records

La Vida Tombola (feat. Diego Maradona) - Manu Chao

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sábado, 17 de outubro de 2020

Messi critica desigualdade e diz que se emociona ao ver imagens de Che Guevara



 247 - Considerado por muitos um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, o jogador Lionel Messi concedeu uma rara entrevista sobre temas políticos ao site La Garganta Poderosa e revelou seu lado progressista. "A desigualdade é um dos grandes problemas de nossa sociedade e devemos lutar para corrigi-la o mais rápido possível", afirmou Messi, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo. Na entrevista, o jogador também defendeu o papel do estado. "É fundamental, para quem mais precisa, preservar todos os serviços essenciais em situações como esta pandemia. Água, luz e até alimentos básicos".

O site La Garganta Poderosa já havia entrevistado Messi em outra oportunidade, quando ele também revelou seu apreço por Che Guevara. "Me emociono ao ver camisas e bandeiras do Che Guevara, Diego (Maradona), da Argentina em qualquer parte do mundo. É uma sensação linda. Sempre que eu vejo o azul e o branco, me aproximo para perguntar".


HISTÓRIA


Nathalie Cardone - Hasta Siempre



domingo, 28 de junho de 2020

Alberto Fernández e Lula conversaram sobre a América Latina e a pandemia




Por: Página12

"Nunca foi tão necessário sonhar e continuar lutando para construir um mundo melhor"

A conferência ocorreu durante uma reunião virtual organizada pela Faculdade de Ciências Sociais da UBA.


"A pandemia deixou claro que o capitalismo, como o conhecemos, deixa milhões de compatriotas à margem da sociedade. E como acreditamos que a política é uma ação ética, ninguém pode fingir estar distraído. Pensamos no valor da vida. outros produzem números e estatísticas ", disse o presidente Alberto Fernández durante uma conversa virtual com o ex-presidente do Brasil, Lula Da Silva, organizado pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires. "Nunca foi tão necessário sonhar e continuar lutando para construir um mundo melhor do que aquele em que vivemos. O que vai salvar a América Latina é uma palavra chamada democracia. Essa pandemia nos mostra que o mercado não resolve nada, aquele que cuida da o povo é o Estado ", garantiu Lula, por sua vez.



Poucas horas depois de anunciar as mudanças para a quarentena na Região Metropolitana de Buenos Aires, o presidente Alberto Fernández compartilhou com Lula Da Silva uma reunião virtual intitulada "Pensando a América Latina após a pandemia da covid-19". O ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, o ministro da Educação, Nicolás Trotta, o deputado nacional, Eduardo Valdés, o secretário geral do Suterh, Victor Santa María, a advogada brasileira Carol Proner, a advogada trabalhista Natalia Salvo, a A secretária executiva de Clacso, Karina Batthyany, e o reitor da faculdade de Ciências Sociais, Carolina Mera. Durante a conversa,




"Sinceramente, não sei como será o mundo depois da pandemia, ninguém sabe. Mas tenho certeza de que os países onde o governo pensou pela primeira vez na população, como o caso da Argentina, sairão da crise melhor do que aqueles que Não. É muito triste o que acontece no Brasil e por isso quero parabenizar Alberto Fernández pela alta responsabilidade com a qual está enfrentando a pandemia, pela coragem que caracteriza um verdadeiro líder ", disse Lula Da Silva, apoiando o maneira pela qual o governo argentino lidou com a pandemia e lamentou as mais de 55 mil pessoas que morreram do coronavírus no Brasil. "Nem as guerras em que o Brasil participou geraram tanta devastação", disse ele sem rodeios, enquanto assegurava que "

"Lula é um homem imenso para a América Latina. Você não sabe o quanto estou ansioso para vê-lo e abraçá-lo", começou Alberto Fernández, cumprimentando carinhosamente o ex-presidente brasileiro antes de iniciar a exposição. "Ninguém que abraçou a causa popular pode duvidar que o mais importante seja a vida e a saúde das pessoas. No entanto, existem outras almas que pensam que o mais importante são os negócios", disse Fernández, apontando aqueles que Eles o reivindicam pelo impacto da quarentena na economia do país. "Camus disse que as pragas têm um viés muito claro: tiram a vida das pessoas, mas expõem a miséria das almas. E essa pandemia mostrou coisas, doenças e como a miséria humana aparece. certos momentos.

"A pandemia mudou o mundo, colocou tudo em crise. O problema é que, há cem dias, todos estão contando a lista de mortos, mas se também começássemos a contar a queda da bolsa, veríamos também que a economia mundial estava em colapso. Porque a economia precisa de homens e mulheres que consomem e trabalham, e quando adoecem não há capitalismo operário ", afirmou Fernández. "No colapso econômico, observamos como esse capitalismo financeiro construiu um castelo de cartas que um pequeno vírus poderia facilmente desmoronar. Precisamos criar um novo capitalismo que seja integrado à sociedade, que não concentre a riqueza, mas a distribua", declarou. . Alberto Fernández, por sua vez, fez referência ao apoio financeiro que o Estado exibia desde o início da quarentena: "


Por sua vez, tanto o presidente argentino quanto o ex-presidente brasileiro recordaram tempos de maior integração regional, quando governos progressistas estavam na maioria da América Latina. "Deus me deu a chance de viver um dos melhores períodos da política na América Latina. Tive a sorte de viver com Néstor e Cristina, com Tabaré e Pepe, com Lagos e Bachelet, com Correa, com Evo, com Lugo, com Chávez. Construímos o momento mais importante do desenvolvimento ", lembrou Lula, que garantiu que" perdeu "seu relacionamento com eles:" Tínhamos o sonho de construir uma América Latina forte e soberana ", afirmou. "Não tenho Nestor, não tenho Pepe Mujica, não tenho Evo, Michele, Lagos, Tabaré. Quase dois de nós querem mudar o mundo, um está no México e o nome dele é Manuel López Obrador, e o outro sou eu. E nos custa muito ", lamentou Fernández.

O encontro virtual organizado pela Faculdade de Social da UBA foi organizado poucas semanas após a suspensão da exibição do juiz Sergio Moro - uma parte essencial da operação "Lava Jato" que levou à prisão de Lula. Da Silva - na Faculdade de Direito, devido à rejeição que o convite despertou. Como Carolina Mera indicou, a palestra "Pensando a América Latina após a pandemia dos 19-covid" foi guiada "pela democracia e pela convicção de que a sociedade do futuro pode ser melhor". "A pandemia pode ser uma oportunidade", disse Víctor Santa María. Nicolás Trotta, por outro lado, alertou: "Ninguém pode ignorar a profunda desigualdade da América Latina. Pensar no futuro pós-pandemia implicará repensar o papel do Estado,

Relatório María Cafferata.






Canción por la Unidad de Latino America

(Pablo Milanes e Chico Buarque de Hollanda)


El nascimiento de un mundo
Se aplazó por un momento
Fue un breve lapso del tiempo
Del universo un segundo

Sin embargo parecia
Que todo se iba a cabar
Con la distância mortal
Que separó nuestras vidas

Realizavan la labor
De desunir nossas mãos
E fazer com que os irmãos
Se mirassem con temor

Cuando passaron los años
Se acumularam rancores
Se olvidaram os amores
Pareciamos extraños

Que distância tão sofrida
Que mundo tão separado
Jamás se hubiera encontrado
Sin aportar nuevas vidas

E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue

É um trem riscando trilhos
Abrindo novos espaços
Acenando muitos braços
Balançando nossos filhos

Lo que brilla con luz propia
Nadie lo puede apagar
Su brillo puede alcanzar
La oscuridad de otras costas

Quem vai impedir que a chama
Saia iluminando o cenário
Saia incendiando o plenário
Saia inventando outra trama

Quem vai evitar que os ventos
Batam portas mal fechadas
Revirem terras mal socadas
E espalhem nossos lamentos

E enfim que paga o pesar
Do tempo que se gastou
De las vidas que costó
De las que puede costar

Já foi lançada uma estrela
Pra quem souber enxergar
Pra quem quiser alcançar
E andar abraçado nela

24 de Março - Dia da União dos Povos Latino-Americanos


HLVS

quarta-feira, 17 de junho de 2020

92 anos de Che Guevara: Hasta Siempre Comandante! H.L.V.S


“Guerrillero Heroico”, fotografia de Alberto Korda tirada em 5 de março de 1960

O médico argentino que se tornou um dos maiores símbolos do espírito revolucionário de esquerda e no ícone do regime em Cuba


Por: Pablo Neri, do Coletivo de Juventude do MST
Da Página do MST


Em 1959, nos anos de tensão e “Guerra Fria” entre as potências URSS e Estados Unidos, a América Latina e o mundo é balançado pela notícia da Revolução cubana. A importância desse momento inaugura um ciclo de tensão e contestação entre a superpotência ianque e os países da América, cria uma nova perspectiva para a atuação da esquerda nas guerras de descolonização africana, além da vantagem militar mais temida pelos EUA contra sua inimiga URSS e lança para o mundo o aroma de transformação que as revoluções trazem para a atmosfera.

E junto com isso o mundo passa a conhecer os homens e mulheres que derrubaram a Ditadura de Fulgencio Batista e uma dos rostos mais conhecidos e que passaria a ser uma das figuras mais conhecidas do mundo, figuras mais difundidas durante o século XX é a de Ernesto Che Guevara.

O triunfo revolucionário Cuba passou a ser o sopro de esperança que chegava a todos os cantos do mundo e tinha como um dos principais mensageiros o Comandante Che Guevara, que dali em diante faria parte do Horizonte da militância de esquerda e de admiradores em todo o mundo.

É quase impossível achar alguém em alguma parte do planeta que não reconheça a imagem do líder cubano que hoje, emoldurado ou fixo por meios precários na parede, povoa o imaginário político as paixões e os sonhos de toda uma geração de militantes Sem Terra. Essa proporção de Che não é apenas pelo seu desempenho na guerra e por ser um dos mais imponentes contestadores do poder colonial ianque, mas por ser um dos rivais mais fulgores do capitalismo por encarnar em si mesmo, ar dar carne e osso a dignidade humana que se liberta do capitalismo e constrói um legado de militante socialista para o século XXI.


O começo

Ernesto Rafael Guevara de la Serna nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, na Argentina. Primogênito de 5 irmãos, Che cresceu e tornou-se médico. Ainda na juventude jovem Ernesto viajou pela América do Sul na companhia do amigo Alberto Grando para conhecer as doenças que assolavam o continente e entendeu que não bastava combater as mazelas, era preciso destruir o sistema que as fazia existir.

Conheceu Fidel e Raul Castro, outros dois importantes líderes da Revolução Cubana, em julho de 1955, durante o exílio dos irmãos no México. Foi durante esse encontro que se juntou ao Movimento 26 de Julho e partiu para Cuba a bordo do iate Granma com o objetivo de derrubar o ditador Fulgencio Batista, autocrata que governava a ilha com o apoio dos Estados Unidos.

Médico, jornalista, escritor, diplomata, Che logo ganhou destaque no comando do exército revolucionário pelos valores que acreditava serem necessários para conquistar o apoio dos povos e o respeito da nação: Humildade, trabalho voluntário, o amor, dedicação na luta pela libertação. Como segundo General do exército Che ajudou a desenvolver a tática de guerrilha, deu significado para o foquismo que sairia vitorioso em janeiro de 1959.

Após o triunfo revolucionário, Che assumiu uma série de cargos no novo governo. Entre outras funções, foi ministro das Indústrias, embaixador e presidente do Banco Central de Cuba. Che também foi pai, casou-se duas vezes, mas abandonou tudo isso para se dedicar à tarefa de levar a Revolução para os demais continentes. Acompanhou as tropas de Cuba em campanhas militares em apoio às nações africanas na luta contra a dominação colonial, recrutou profissionais cubanos de vários setores, especialmente da saúde, trabalhando em muitas nações mergulhadas na pobreza, no analfabetismo e na insalubridade.


Legado

Seguiu convicto de seu papel na luta revolucionária até o dia do seu assassinato em outubro de 1967, na Bolívia. Por isso, o MST como organização política estimula que a base a militância, em especial os mais jovens, conheçam a história e o legado de Che organizando como processo de formação a Semana internacional de Trabalho Voluntário Ernesto Che Guevara. Ele está presente nas músicas, nas poesias, nas místicas, neste momento de desesperança e de desencantamento com as causas coletivas Che segue sendo o farol que guia aquelas e aqueles que buscam a luta por uma sociedade justa, livre e emancipada. Em 2017 construímos a Brigada de Jovens que foram até a Bolívia nós 50 anos do assassinato de seu assassinato prestar a homenagem ao Comandante Che e escutar dos camponeses daquelas imediações que guardaram seus restos mortais por mais de 30 anos.

Mesmo tendo tantas dimensões, a direita brasileira, seus “intelectuais” e seu mau jornalismo vem trabalhando para tentar reduzir Che a um “assassino frio”. Como exemplo a editora Abril, que lançou o Manual Politicamente Incorreto que “busca destruir o mito”, retirando o contexto da revolução e acusando Che de matar seus inimigos por regozijo.

Mas qual o interesse desses detratores em atacar a memória e o legado de Che Guevara? De certeza temos que do lado de lá não tem nenhum ídolo que sirva de modelo aos jovens a não ser torturadores, generais ditadores e exploradores da miséria do mundo.

E para quem quiser se aprofundar mais na história e no legado de Che Guevara e a Revolução cubana atualmente temos uma série de filmes disponíveis, como o lendário filme Diário de Motocicleta (2004) dirigido pelo brasileiro Walter Salles e baseado nos diários de Che e Grando de sua viagem de juventude. Também tem o filme Che: O Argentino (2009), já mais velho e em meio ao contexto da revolução.

Também a Editora Expressão Popular tem títulos importantes e de fácil acesso para todos como o livro de Michael Lowy, Pensamentos de Che Guevara (1969) e Che Guevara – Política de Eder Sader (org.) Esta antologia apresenta a parte mais significativa das suas contribuições teóricas para decifrar os caminhos da vida, da prática revolucionária e da ética.

Poucos lutadores terão influenciado os acontecimentos e as idéias políticas revolucionárias do século XXI como Ernesto “Che” Guevara. Seu legado e sua história permanecerão como o chamado para a luta para o enfrentamento. Como disse Eduardo Galeano, “Che é o mais renascedor de todos” e o MST seguirá prestando as homenagem que esse grande ser humano merece.

Feliz Aniversário Che!


No Twitter:




 UNESCO en español

Momentos históricos das Nações Unidas:

Discurso proferido por Ernesto Che Guevara, representante de Cuba, em 11 de dezembro de 1964, perante a Assembléia Geral das Nações Unidas (19ª sessão, 1299ª reunião).



Nathalie Cardone - Hasta Siempre


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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, visitou o Instituto Lula em São Paulo


Foto: Ricardo Stuckert

Via Instituto Lula

A ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, visitou o Instituto Lula em São Paulo, nesta sexta-feira (9), onde se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula e Cristina falaram sobre a atual situação da América Latina e dos dois países.

Lula disse que se reunir com Cristina é “reviver um bom momento da história política da América do Sul e das relações entre Brasil e Argentina” e lamentou que agora Brasil e Argentina tenham governantes que não entendem a importância da integração latino-americana: “são pessoas que tem uma visão muito subordinada à política americana”.



Cristina concordou e disse que estar com Lula é “estar com os melhores anos da nossa região” e que eles seguirão conversando pelo bem da América do Sul e América Latina.

Lula entregou à Cristina o livro "O caso Lula - a luta pela afirmação dos direitos fundamentais no Brasil", organizado pelo advogado Cristiano Zanin Martins, a advogada Valeska Teixeira Zanin Martins e Rafael Valim, professor da PUC-SP, que foi lançado nesta semana.

Cristina está no Brasil para participar de um ato com a ex-presidenta Dilma Rousseff na noite desta sexta-feira em São Paulo.

Delegação argentina


Além de Cristina, Lula recebeu também uma delegação de três prefeitos, quatro deputadas nacionais e secretários municipais argentinos. O ex-presidente questionou as deputadas sobre a composição no parlamento e se entusiasmou ao saber que 35% de mulheres o compõe. "Ainda somos poucas, queremos mais", disse a deputada nacional, Juliana Di Tullio.

Lula falou um pouco sobre a situação política no Brasil e comparou com a Argentina. "Estamos vivendo um processo político e não jurídico. E o que está acontecendo aqui, é o mesmo que está acontecendo na Argentina, querem destruir tudo que conquistamos nos nossos governos".

#LibertenAMilagro


Milagro Sala, líder Tupac Amaru, deputada do Parlamento do Mercosul e ex-deputada regional na Argentina foi presa no dia 16 de janeiro deste ano por participar de um acampamento em protesto contra o governador da província de Jujuy. Desde então, ela está presa. O juiz do primeiro caso determinou sua soltura em 29 de janeiro, mas no mesmo dia ela recebeu nova acusação e seguiu na prisão. Em 28 de outubro, o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que a prisão de Milagro Sala foi arbitrária e solicitou sua libertação. Em 2 de dezembro foi a vez da Comissão Interamericana de Direitos Humanos pedir que o governo argentino ratificasse a decisão anterior da ONU.

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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Entenda como Temer protege Maurício Macri na Panama Papers




  • Temer e Macri: identidade e pensamento muito em comum



O presidente argentino é investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de bens desde o estouro do escândalo internacional, em abril

Quando foi a Buenos Aires, em outubro, para a primeira visita oficial a um chefe de Estado, Michel Temer comentou ter mais razões para estar ali do que os “laços históricos” entre Brasil e Argentina. A “identidade”e “o pensamento muito em comum” com o presidente Mauricio Macri pesavam.

De fato, sobra afinidade à dupla e não se trata aqui apenas das opções políticas. Enquanto Temer vê seu governo constantemente importunado pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, Macri sofre com investigações sobre lavagem de dinheiro e ocultação de bens desde o estouro, em abril, do escândalo internacional chamado de Panama Papers. Um episódio, no caso do comandante da Casa Rosada, com uma conexão tupiniquim que o Brasil de Temer não parece interessado em desvendar.

Os Panama Papers reúnem milhões de documentos que expõem a clientela do Mossack Fonseca, escritório especializado em criar empresas em paraísos fiscais para quem está disposto a sonegar impostos ou esconder dinheiro de origem duvidosa. Herdeiro de uma grande fortuna, Macri aparece na lista como acionista de uma offshore aberta nas Bahamas em 1998. Seus sócios na Fleg Trading eram o pai, Francisco, e o irmão, Mariano. O presidente argentino defende-se desde o início com o argumento de nunca ter sido acionista da offshore, só “ocasionalmente” dirigente, e que a firma não movimentou dinheiro. Em suma, a empresa não operou, logo, não praticou ilícitos. Se por acaso tiver cometido, Macri não teria culpa.

A descoberta da conexão brasileira surgiu graças ao próprio presidente argentino. Segundo ele, a Fleg havia sido criada para tocar no Brasil um dos negócios da família, o Pague Fácil, de cobrança eletrônica. A família operou aqui o sistema de cobrança entre 2001 e 2002, por meio de outra empresa do grupo, a Global Collection. No processo em andamento na Argentina, surgiram pistas de que Macri e família teriam usado a companhia das Bahamas para injetar no Brasil quase 10 milhões de dólares de procedência desconhecida. O dinheiro chegou à Global, administradora do Pague Fácil, por meio de outra empresa do grupo, a Owners do Brasil Participações.

Diante das pistas, o juiz do processo, Sebastián Casanello, do 7º Juizado Criminal e Correcional Federal, localizado em Buenos Aires, resolveu pedir informações ao Brasil. A Causa 3899/2016, que apura se Macri lavou dinheiro e omitiu bens em suas declarações de renda, está sob segredo de Justiça, mas CartaCapital teve acesso ao pedido. É de 9 de maio. Dirige-se a “organismos governamentais” brasileiros e a três empresas, Fleg, Global e Owners, todas com filiais em território nacional. Requer dados societários das companhias (nome de sócios, dirigentes e representantes) e também bancários (números de contas de pessoas físicas e jurídicas vinculadas às três firmas, bem como os registros de saques, depósitos e transferências).

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O despacho judicial contém uma solicitação específica sobre o presidente argentino. Que seja informado se, em relação às três empresas, “Mauricio Macri figura ou figurou como acionista”. Em caso afirmativo, que sejam apontadas “pontualmente as faculdades expressas outorgadas ao citado”, isto é, os poderes que tinha e exercia.

Casanello considera as informações requeridas de “inestimável importância” para as apurações, mas seu pedido mereceu até agora uma resposta inútil, via e-mail. O Brasil quer entender melhor a curiosidade do magistrado, sobretudo em relação àqueles dados protegidos por sigilo, como o bancário. É o que relata um informe encaminhado no início de agosto ao juiz por Juan Gasparini, da Divisão de Assistência Jurídica Internacional em Matéria Penal do Ministério das Relações Exteriores argentino.

O informe diz repassar a posição da “Autoridade Central” brasileira. Refere-se, provavelmente, ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, uma repartição do Ministério da Justiça. O DRCI é a “Autoridade Central” nacional em todos os casos de cooperação externa decorrentes da Convenção Interamericana de Assistência Mútua em Matéria Penal, um tratado de 1992 da OEA invocado por Casanello para requerer as informações. Na Argentina, a autoridade em situações similares é o Ministério das Relações Exteriores, daí ter sido a chancelaria o canal do pedido destinado ao Brasil e da vaga resposta.

Procurado por CartaCapital, o DRCI não quis se pronunciar. Diz que, por força de sigilo, não pode sequer confirmar a existência de pedidos de colaboração, para não pôr em risco as investigações. O órgão é comandado, desde 2010, último ano do governo Lula, pelo delegado da Polícia Federal Ricardo Saadi. Seu atual superior é o ministro Alexandre de Moraes, tucano como o chanceler José Serra, razão para imaginar o tamanho da disposição do primeiro escalão em Brasília para levar adiante embaraços ao mandatário estrangeiro com quem Temer se “identifica”.

De acordo com o antecessor de Moraes no cargo, o subprocurador-geral da República Eugênio Aragão, é possível para os investigadores argentinos avançar nas apurações sem depender da boa vontade do governo brasileiro. Ex-coordenador da área do Ministério Público responsável por cooperação internacional, atualmente professor de Direito Internacional Público, Aragão explica que o MP argentino pode solicitar auxílio diretamente ao equivalente brasileiro por meio de uma rede colaborativa informal, os “pontos de contato”.

O promotor que denunciou Macri à Justiça, Federico Delgado, da 6ª Promotoria Criminal e Correcional Federal, não tem dúvidas de que o presidente argentino lavou no Brasil dinheiro de natureza incerta proveniente das Bahamas. Nem se surpreendeu com a anticlimática reação brasileira, como se vê em um documento enviado a Casanello em 24 de agosto. “As respostas dos Estados requeridos se inserem na lógica habitual desse tipo de trâmites. Afirmam como princípio que estão dispostos a colaborar e depois solicitam mais informação. Dados que em geral não existem no processo e que, se existissem, não haveria por que mandar requerimentos.”

No documento, Delgado afirma estar seguro a respeito da rota financeira Bahamas-Brasil utilizada por Macri e seus parentes para branquear capitais. “A relação entre Owners, Fleg e Socma Americana realizou-se no Brasil e cristalizou-se em um tempo relativamente curto. Durante o mês de setembro de 1998.” Segundo ele, o mandatário argentino e sua família injetaram, na ocasião, 9,3 milhões de dólares nas filiais, equivalente a 11,3 milhões de reais à época. O dinheiro teria saído das Bahamas (Fleg) e entrado nos cofres de uma segunda empresa do grupo, a Socma, sediada na Argentina. Pretexto da transferência monetária: a venda à Fleg pela Socma de suas cotas em uma terceira firma de propriedade dos Macri, a Owners do Brasil, de matriz paulista.

  • O promotor Federico Delgado não tem dúvidas de que o presidente argentino lavou no Brasil dinheiro de natureza incerta proveniente das Bahamas


Com o dinheiro recebido da Fleg pela transação, diz Delgado, a Socma fez aportes em três firmas brasileiras. Em 22 de setembro, repassou 1,892 milhões de reais à Partech Unnisa. Em 1º de outubro, 5,539 milhões à Partech Ltda. E, em 21 de outubro, 3,417 milhões à Itron Brasil. O valor somado é bem próximo daqueles 11,3 milhões pagos pela Fleg à Socma.


Conhecer a criação da Itron no Brasil talvez elucide o pouco empenho de Brasília no caso. São muitos os interesses empresariais e políticos a mesclar-se. Para instalar a empresa, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, os Macri procuraram sócios locais, narra o livro Uma História Exitosa – O Caso Itron, lançado em 2000 por um antigo executivo do grupo, Orlando Salvestrini. Um dos corações conquistados foi o de Otávio Azevedo, da empreiteira Andrade Gutierrez, recém-condenado à prisão pela Lava Jato por corrupção e lavagem. Na eleição de 2014, a construtora entregou 1 milhão de reais em dinheiro sujo para o PMDB repassar a Temer. Azevedo contou a história à Justiça Eleitoral em setembro, embora tivesse afirmado que os recursos eram para o PT. Há provas de que o repasse tinha Temer como destinatário, resta saber se Azevedo mudará a versão.

De volta à Argentina. As investigações judiciais tentam provar as ligações de Macri com a Fleg. Caso fique demonstrado que os 9,3 milhões de dólares saíram do Caribe para o Brasil, a missão será descobrir a origem da bolada. Criminosa? O vínculo do presidente com a Fleg parece evidente, embora Macri negue. Documentos mostram que o escritório Mossack Fonseca criou a companhia em 31 de março de 1998, com um capital inicial de 5 mil dólares. Mauricio Macri estava na lista dos sócios, na condição de vice-presidente. Seu pai, Francisco, era o presidente e seu irmão Mariano, o secretário.

  • Os investigadores desconfiam que a família Macri montou uma operação financeira no Brasil para lavar dinheiro

Essa composição societária inicial vigorava quando ocorreu a injeção suspeita de 9,3 milhões de dólares no Brasil. Só mudaria em 15 de outubro daquele ano. É o que mostra a cópia de uma papelada enviada à Justiça por um advogado do pai de Macri, Julio Cesar Rivera, para integrar outro processo nascido após os Panama Papers, a Causa 20358/2016, instaurada no Juizado Civil 104. O documento deveria servir para a família se desvincular da Fleg, mas conseguiu produzir um efeito oposto, ao reforçar o elo dos Macri com a “conexão brasileira” das investigações.

Para aprofundar as apurações sobre o presidente diante da falta de empenho do país vizinho, o promotor Delgado sugeriu ao juiz Casanello que acionasse os registros migratórios para descobrir se Macri, seu pai e seu irmão estiveram no Brasil à época dos acontecimentos. Em 6 de novembro, o jornal argentino Perfil, um dos raros interessados em apurar o enrosco do chefe da nação, noticiou que Mauricio e Francisco fizeram um bate-e-volta a São Paulo entre 11 e 12 de agosto de 1998, conforme informes migratórios. Um mês antes, portanto, da injeção dos 9,3 milhões de dólares via Fleg, que possui uma filial aqui desde 2002, com CNPJ ativo na Receita Federal. 

A Owners do Brasil, destino final do dinheiro de natureza ignorada mandado das Bahamas, também tem CNPJ ativo na Receita. A empresa foi aberta em São Paulo em 1995, com sede na Avenida Ipiranga, número 324, região central da cidade, e capital inicial de mil reais. Os sócios principais eram duas firmas da família Macri, a Socma Americana e a Grumafra, essa última posteriormente rebatizada de Socma SA. Registros atuais da Junta Comercial paulista alimentam a desconfiança a respeito da lavagem de dinheiro descrita pelo promotor Delgado. 

Em 10 de novembro de 1995, a Socma injetou na Owners o valor de 11,3 milhões de reais, mesma quantia recebida em 1998 por ter vendido sua fatia na empresa à Fleg. Esta surge como sócia da Owners em 3 de novembro de 1998, poucas semanas depois de selar o negócio com a Socma. Até 3 de março de 2007, a Socma mantinha Mariano Macri como seu representante na Owners.

O processo conduzido por Casanello mirava inicialmente a lavagem de dinheiro, mas ampliou o foco e incluiu “omissão maliciosa” de bens à Receita, outro exemplo de que, quando o presidente e seus defensores falam, pior fica. Graças a informações dadas pelo chefe de gabinete de Macri, Marcos Peña, a uma deputada, Elisa Carrió, soube-se que o patriarca Francisco declarou ao Fisco possuir, entre 1998 e 2005, ativos no valor de 1,950 mil dólares da Fleg. Dúvida óbvia: se a empresa tinha capital de 5 mil dólares, a quem pertenceria o restante (3,050 mil dólares)? Aos irmãos Mauricio e Mariano, apesar de uma nota oficial do governo argentino dizer que o presidente “nunca teve nem tem participação no capital dessa sociedade”?


  • Macri nega irregularidades, mas os papéis o contradizem

CartaCapital pediu esclarecimentos ao presidente Macri sobre o caso Fleg, via embaixada argentina, mas não obteve resposta até a conclusão desta reportagem, na noite da quinta-feira 17. Os adversários do mandatário reclamam da lentidão brasileira, entre eles o deputado Darío Martínez, um dos que se empenham em abastecer as apurações judiciais com munição. “A Justiça argentina espera, desde 9 de maio, que o governo do Brasil responda. Que o governo da Argentina tente ocultar é lamentável, mas tem sentido, porque está protegendo a si mesmo. Agora, por que faz isso o governo do Brasil eu não sei.” Seria uma questão de afinidade?

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