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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Papel de Marisa era central no PT e no governo, diz biógrafo da ex-primeira-dama


Livro será lançado na semana em que a morte de Marisa completa três anos



Nesta segunda-feira (3), completam-se três anos da morte de Marisa Letícia por AVC - Ricardo Stuckert

Marisa Letícia Lula da Silva desempenhou um papel central desde a criação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, até os anos em que ocupou o Palácio do Planalto ao lado do ex-presidente Lula nos anos de governo que duraram de 2003 até 2009. Essa é a visão de Camilo Vannuchi, jornalista e escritor, autor da biografia da ex-primeira-dama do Brasil, Marisa Letícia Lula da Silva, que será lançada nesta quarta-feira (5) pela editora Alameda, em evento na sede do PT em São Bernardo do Campo. 

Segundo Vannuchi, o livro não apenas funciona como uma biografia que percorre toda a trajetória de Marisa, desde sua infância até sua morte por um AVC em 3 de fevereiro de 2017, mas também busca ressaltar o protagonismo da ex-primeira-dama em decisões políticas tanto dentro do partido como no governo.

"A Marisa foi a principal conselheira do Lula nesses 40 anos de relacionamento. Há episódios em que o Lula saía de alguma reunião, fosse no PT, no Planalto ou no Instituto [Lula] com uma decisão tomada, mas que no dia seguinte, voltava tendo mudado de ideia por coisas que eles conversavam à noite", disse o autor.

Em entrevista ao Opera Mundi, o biógrafo de Marisa afirmou que a maior dificuldade ao escrever o livro foi manter Lula fora dos holofotes e permanecer fiel à ideia de escrever um livro sobre a ex-primeira-dama. "Em alguns momentos eu pensei em fazer um livro sobre a história do casal, da militância deles como casal. Mas a opção foi contar a história da Marisa junto com a história do Brasil, do sindicalismo e da redemocratização pelo olhar da Marisa. De como ela participou e enxergou esses processos", disse.

Vannuchi ainda destaca que Marisa passou por transformações após a vitória eleitoral de Lula em 2002, quando a circunstância política "exigiu dela uma postura pública". "Ela teve, em 2002, uma mudança marcante. Ela substituiu Lula muitas vezes durante a campanha. Pela primeira vez ela se tornou personagem, participou do programa eleitoral, mudou o cabelo, as roupas e, após a vitória, passou a ter assessoria de imprensa e cumprir uma agenda de eventos", afirmou o autor.


Últimos momentos


O livro de Vannuchi ainda traz os últimos momentos da vida da ex-primeira-dama, já envolvida no clima de perseguição que a Operação Lava Jato ajudou a fomentar contra o PT e contra Lula. Segundo o autor, esse cenário jurídico e midiático pode ter contribuído para a morte de Marisa. "Ela passou a fumar mais, comer mal, beber um pouco mais. Um mês antes de ela ter o AVC, ela estava bastante ansiosa, falando 'não deixem fazer o que eles estão fazendo com minha família'. Então a sensação que eu tenho como biógrafo é que [a Lava Jato] teve influência sim", disse.

Ainda segundo o autor, a reclusão que o casal se submeteu nos últimos meses antes da morte de Marisa, também pode ter contribuído para um quadro de saúde frágil. "A construção do ódio contra o PT, na imprensa e na sociedade, vem de muito antes. Isso junto com a Lava Jato ajudou para colocar Lula e Marisa numa vida reclusa", afirmou.

Assista ao VÍDEO


Fonte: Brasil de Fato


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sábado, 4 de maio de 2019

Lula é reconhecido como preso político por Associação Americana de Juristas



Instituto Lula - A Associação Americana de Juristas publicou uma declaração oficial na qual reconhece Luiz Inácio Lula da Silva como preso político. Organização Não-Governamental com estatuto consultivo no Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, a AAJ já havia denunciado a perseguição a Lula durante a Assembleia Geral da 39ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, no ano passado. Esta é a primeira vez, no entanto, em que a entidade declara Lula oficialmente como preso político.

A declaração destaca que Lula deixou seu governo com mais de 80% de popularidade e, no ano passado, foi não apenas impedido de concorrer à Presidência como também proibido de dar entrevistas ou de se manifestar publicamente. O documento condena ainda a violação do preceito constitucional da presunção de inocência até o julgamento final do processo.

Para a associação, está demonstrado que a prisão teve motivação política, sem relação com o delito a que Lula foi acusado e que cuja pena pretende "afastar a figura pública de Lula da Silva do processo político nacional".

E o documento é direto ao afirmar que: "Esses fatos enquadram o caso naquilo que o Conselho da Europa define juridicamente como uma prisão política, e a Anistia Internacional como uma prisão de consciência".

Leia aqui postagem original em espanhol da AssociaçãoAmericana de Juristas no Facebook.

Abaixo, a tradução livre do documento:

Declaração da Associação Americana de Juristas reconhecendo Luiz Inácio Lula da Silva como preso político

A Associação Americana de Juristas (AAJ), organização não-governamental com estatuto consultivo nas Nações Unidas, manifesta sua preocupação pelo prolongado encarceramento de Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, ainda que a pena tenha sido reduzida por uma corte superior. Esta condenação foi determinada como consequência de uma acusação produzida em violação do devido processo legal, com prejuízo ao direito da defesa, sem provas, e em um processo dirigido pelo juiz Sérgio Moro. Moro é o atual Ministro da Justiça e foi nomeado tão logo o novo governo entreguista e ultradireitista de Jair Bolsonaro tomou posse, beneficiado nas eleições pelo afastamento de Lula da Silva como candidato presidencial, que tinha ampla preferência nas pesquisas eleitorais.

Lula da Silva deixou seu governo com mais de 80% de aprovação. Em agosto de 2018, o Tribunal Superior Eleitoral invalidou sua candidatura e lhe proibiu de se manifestar politicamente da prisão, assim como proibiu seu partido de usar sua popular imagem na campanha eleitoral.

É importante assinalar que a Constituição Brasileira garante a presunção de inocência até o julgamento final do devido processo, o que nem sequer se alcançou até o momento.

É evidente que essas condições demonstram uma prisão feita com violação das garantias fundamentais e com motivações claramente políticas, sem guardar relação com um delito que se enquadre em um marco típico penal, com uma duração e penas acessórias que pretendem afastar a figura pública de Lula da Silva do processo político nacional, e assentar as bases para discriminar a outras pessoas de tendências ideológicas distintas por meio de procedimento irregular.

Esses fatos enquadram o caso naquilo que o Conselho da Europa define juridicamente como uma prisão política, e a Anistia Internacional como uma prisão de consciência.

Portanto, a Associação Americana de Juristas declara que Luiz Inácio Lula da Silva é um preso político e se soma à campanha internacional por sua libertação imediata, participando da campanha "LulaPresoPolítico" para que alcance repercussão internacional ampla. Exortamos as organizações de juristas no mundo a participar desta campanha e a se pronunciar no mesmo sentido.

30 de abril de 2019

Assinam:
Vanessa Ramos, presidenta da AAJ Continental
Luis Carlos Moro, secretário geral
Beinusz Szmukler, presidente do Conselho Consultivo da AAJ



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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, visitou o Instituto Lula em São Paulo


Foto: Ricardo Stuckert

Via Instituto Lula

A ex-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, visitou o Instituto Lula em São Paulo, nesta sexta-feira (9), onde se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula e Cristina falaram sobre a atual situação da América Latina e dos dois países.

Lula disse que se reunir com Cristina é “reviver um bom momento da história política da América do Sul e das relações entre Brasil e Argentina” e lamentou que agora Brasil e Argentina tenham governantes que não entendem a importância da integração latino-americana: “são pessoas que tem uma visão muito subordinada à política americana”.



Cristina concordou e disse que estar com Lula é “estar com os melhores anos da nossa região” e que eles seguirão conversando pelo bem da América do Sul e América Latina.

Lula entregou à Cristina o livro "O caso Lula - a luta pela afirmação dos direitos fundamentais no Brasil", organizado pelo advogado Cristiano Zanin Martins, a advogada Valeska Teixeira Zanin Martins e Rafael Valim, professor da PUC-SP, que foi lançado nesta semana.

Cristina está no Brasil para participar de um ato com a ex-presidenta Dilma Rousseff na noite desta sexta-feira em São Paulo.

Delegação argentina


Além de Cristina, Lula recebeu também uma delegação de três prefeitos, quatro deputadas nacionais e secretários municipais argentinos. O ex-presidente questionou as deputadas sobre a composição no parlamento e se entusiasmou ao saber que 35% de mulheres o compõe. "Ainda somos poucas, queremos mais", disse a deputada nacional, Juliana Di Tullio.

Lula falou um pouco sobre a situação política no Brasil e comparou com a Argentina. "Estamos vivendo um processo político e não jurídico. E o que está acontecendo aqui, é o mesmo que está acontecendo na Argentina, querem destruir tudo que conquistamos nos nossos governos".

#LibertenAMilagro


Milagro Sala, líder Tupac Amaru, deputada do Parlamento do Mercosul e ex-deputada regional na Argentina foi presa no dia 16 de janeiro deste ano por participar de um acampamento em protesto contra o governador da província de Jujuy. Desde então, ela está presa. O juiz do primeiro caso determinou sua soltura em 29 de janeiro, mas no mesmo dia ela recebeu nova acusação e seguiu na prisão. Em 28 de outubro, o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária do Conselho de Direitos Humanos da ONU considerou que a prisão de Milagro Sala foi arbitrária e solicitou sua libertação. Em 2 de dezembro foi a vez da Comissão Interamericana de Direitos Humanos pedir que o governo argentino ratificasse a decisão anterior da ONU.

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