Embaixador Argentino na Bolívia, Ariel Basteiro disse que o governo tem novas provas e que “continuam a aparecer documentos de embarque de armas” enviadas pelo ex-presidente para colaborar com o golpe contra Evo Morales
O material bélico teria sido posteriormente utilizado em
massacres nas cidades de Sacaba e Senkata, promovidos pela então presidenta
interina. Na Bolívia, o caso vem sendo tipificado como “tráfico de armas”. E,
desde a descoberta do envio, “continuam a aparecer documentos de embarque de
armas”, segundo o embaixador. Em entrevista à rádio argentina El
Destape, reproduzida pelo site Opera Mundi, Basteiro declarou que o
último registro encontrado aponta para materiais bélicos localizados em
depósitos do Ministério da Defesa da Bolívia.
“Este documento recém-descoberto significa uma confirmação
de que o material enviado da Argentina pelo governo Macri foi fruto de
contrabando. Resta saber o que foi recebido pela Força Aérea Boliviana, que
poderia muito bem ter sido utilizado em atos repressivos”, informou o
embaixador.
Abertura de processos
Até o momento, as autoridades bolivianas acusaram apenas o
embaixador argentino à época, Normando Álvarez García. Mas o governo segue
apurando outros nomes do governo Macri e se houve contribuição de outros países
para o golpe. No caso da Argentina, além de armas, o ministro de governo da
Bolívia, Eduardo del Castillo, também denuncia o envio de 70 mil cartuchos de
munição AT 12/70, em 2019, durante a gestão Macri.
Em 12 de julho, o caso também passou a ser investigado pela
justiça argentina após a abertura de denúncia por parte do atual governo de
Alberto Fernández. As autoridades do Estado acusam o ex-presidente e seus
ministros de terem realizado “uma manobra enganosa e premeditada” para ocultar
o envio de material bélico aos golpistas bolivianos.
O texto da ação descreve a atuação do governo de Maurício Macri como “um ato criminoso”.
“Consistindo no embarque irregular de armas e munições para a Bolívia, por meio
de uma adulteração nas quantidades e destinos declarados nas diferentes
instâncias de controle e, em particular, perante os serviços aduaneiros”,
apontam.
Os investigados
Nesta segunda (2), de acordo com o jornal Página 12, o juiz Javier López
Biscayart, que comandava a investigação de contrabando, declarou-se
incompetente e encaminhou o processo ao magistrado Alejandro Catania, que
recebeu a primeira denúncia sobre o caso. A justiça argentina afirma já ter
acumulado um volume expressivo de provas. O governo também estuda futuras
ampliações da denúncia.
Ao todo, oito pessoas são réus no processo. Além de Macri,
seus ministros de Segurança e Defesa, Patricia Bullrich e Oscar Aguad,
respectivamente. O então embaixador Normando Álvares Garcia e o ex-chefe de
Gendarmeria Nacional – a principal força de segurança do país – Geraldo José
Otero também foram denunciados. Outros três integrantes desse órgão também
foram apontados pela promotoria argentina. Devem responder pelo caso o
ex-diretor de Logística, Rubén Carlos Yavorski, o ex-diretor de Operações
Carlos Miguel Recalde e o comandante Adolfo Caliba. Ele é suspeito de coordenar
a entrega das munições. Caliba também teria sido enviado à Bolívia para receber
as remessas com a polícia local em 13 de novembro de 2019.
O novo juiz responsável ainda deve decidir na próxima
semana, quando volta de licença, se denunciará o chefe de gabinete do governo
Macri, Marcos Peña. A pasta também é acusada de ter feito parte do procedimento
de envio de armas e munições para apoiar
o golpe contra Evo Morales.
Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima
Fonte: RBA
teleSUR tv
Ministerio boliviano confirma apoyo de Mauricio Macri en golpe de estado de 2019 - 29 de jul. de 2021
El Ministerio de Defensa reveló nuevas pruebas que confirman
la participación y ayuda del expresidente Mauricio Macri al golpe de estado del
2019. Entre los elementos enviados en el cargamento se encuentran medios para
reprimir las protestas sociales. teleSUR
No Twitter
El presunto envío clandestino de material antidisturbios a Bolivia, por parte del Gobierno de Macri y apenas Jeanine Áñez asumió el poder, podría terminar en juicio. ¿Qué se sabe hasta ahora?
— RT en Español (@ActualidadRT) July 29, 2021
Con @inafinogenova pic.twitter.com/tJd95ItsFL