sexta-feira, 19 de abril de 2024

Duas empresas de moda estão ligadas à degradação ambiental na Amazônia


As confecções teriam adquirido algodão brasileiro produzido sob práticas éticas e ambientais questionáveis.


RT en Español

As conhecidas empresas Zara e H&M contribuem indiretamente para a degradação ambiental da savana do Cerrado, na Amazónia brasileira, segundo um relatório recente publicado pelo grupo ambientalista britânico Earthsight, intitulado 'Crimes de Moda'.

A ONG “passou mais de um ano analisando imagens de satélite, decisões judiciais, registros de remessas e se disfarçou em feiras comerciais globais para rastrear quase um milhão de toneladas de algodão contaminado de algumas das propriedades mais notórias do Brasil até fabricantes de roupas de algodão na Ásia”. são fornecedores dos dois maiores varejistas de moda do mundo ”, diz um comunicado referente ao estudo.

Em particular, o relatório sustenta que a H&M e a Zara obtiveram algodão de duas empresas líderes do agronegócio brasileiro: SLC Agrícola e Grupo Horita, que parecem estar ligadas a violações ambientais e éticas que incluem desmatamento massivo, apropriação de terras e corrupção.


Uma vista da savana El Cerrado no Parque Nacional das Emas, 15 de abril de 2015. Lena Trindade / Brasil Fotos / LightRocket / Gettyimages.ru

Apesar disso, o algodão recebeu certificação ética da iniciativa Better Cotton. Dessa forma, foram exportadas mais de 816 mil toneladas de algodão de fazendas brasileiras envolvidas em práticas ambiental e eticamente questionáveis, que foram entregues aos oito fabricantes asiáticos responsáveis ​​pela confecção das roupas dessas marcas.

À medida que as provas foram reveladas, a Better Cotton comprometeu-se a realizar uma auditoria independente às alegações e prometeu total transparência, enquanto a Inditex, cuja marca principal é a Zara, solicitou a divulgação completa de todos os resultados encontrados pela Earthsight, embora tenha reconhecido que se trata de acusações isso é sério. Por sua vez, a Associação Brasileira do Algodão defendeu as suas práticas, embora as suas explicações não tenham sido aceites pela maioria, nota o estudo.


Impacto no Cerrado

As investigações indicam que as práticas do agronegócio brasileiro têm favorecido a degradação do Cerrado, considerado por especialistas como a savana de maior biodiversidade do planeta.


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Assim, apesar das repetidas multas e penalidades impostas pelo Estado brasileiro contra poderosas empresas do agronegócio, cerca de 100.000 hectares de vegetação nativa na savana do El Cerrado foram derrubados  para estabelecer campos de algodão em seu lugar.

O exposto reflete problemas de governança no território brasileiro, que muitas vezes se traduzem na desapropriação sistemática de terras dos moradores locais, em prolongadas batalhas jurídicas e na ineficácia, pelo menos parcial, das políticas ambientais, uma vez que a balança acabou pendendo para a rentabilidade da exportação de itens como soja e algodão.



Fonte: RT en Español


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