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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Chuva no Sul, fogo no Norte: governo precisa agir no novo normal


Enquanto o Rio Grande do Sul ainda não conseguiu nem sequer contar seus mortos na pior tempestade já registrada no estado, no resto Brasil quem faz estragos é o fogo: o número de queimadas no país de janeiro a 1o de maio de 2024 – 17.421 focos – já é o maior da história desde o início das medições do Inpe, em 1998. Na Amazônia, a alta é de 148%; no Pantanal, bioma que ainda não se recuperou da devastação de 2020, a elevação é de quase 1.000%.



Observatório do Clima

As duas tragédias carregam a impressão digital da crise do clima e reforçam a urgência de falar sério sobre adaptação no país. Ao mesmo tempo, o governo federal precisa correr para tomar medidas que impeçam que a situação se agrave ainda mais – socorro aos gaúchos e o fim da greve do Ibama.

As chuvas extremas no sul da América do Sul, que inclui toda a bacia do Prata, são há décadas uma previsão recorrente dos modelos climáticos, informação ignorada por sucessivos governos estaduais. “Enquanto não se entender a relevância da adaptação, essas tragédias vão continuar acontecendo, cada vez piores e mais frequentes”, diz Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima.

Segundo ela, é preciso pensar em recursos vultosos a fundo perdido. “Municípios não vão sair pedindo dinheiro emprestado para ações de adaptação. Elas requerem um mecanismo específico, nos moldes do Fundo Amazônia.”


Fogo

A disparada das queimadas neste semestre preocupa, uma vez que a estação seca na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal está apenas começando. Ela sugere que os impactos da seca extraordinária de 2023 ainda perduram e que a estação chuvosa de 2023/2024 não foi suficiente para umedecer o solo e impedir o fogo.

“As queimadas estão batendo recordes mesmo com os alertas de desmatamento em queda no Cerrado e na Amazônia nos primeiros cinco meses do ano, o que sugere influência do clima. Se o governo não tomar medidas amplas de prevenção e controle, teremos uma catástrofe nos próximos meses”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do OC.

“Precisamos de uma  ampla mobilização da União e dos governos estaduais, além de resolver a greve hoje instalada em órgãos ambientais, como o Ibama. Mas, infelizmente, o quadro que se desenha é de uma prorrogação indefinida da greve, já que o atual governo preferiu dar aumento à corporação que tentou impedir sua eleição do que aos servidores que entregam um dos seus principais resultados.

Sobre o Observatório do Clima – Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com 107 integrantes, entre ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável, na luta contra a crise climática (oc.eco.br). Desde 2013 o OC publica o SEEG, a estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil (seeg.eco.br).


Estamos em uma crise climática mundial. Modelos previam aumento da precipitação na região Sul há uma década, mas falta de ações de adaptação e retrocesso na legislação ambiental deixaram o Rio Grande do Sul ainda mais vulnerável aos eventos extremos. #SOSRS #PacotedaDestruição



 Enquanto o Congresso ri do povo brasileiro, destruindo nossa legislação ambiental, nos deparamos com tragédias como a do Rio Grande do Sul, que estão diretamente ligadas às mudanças climáticas. @MarcioAstrini



 Informações para imprensa

Solange A. Barreira – Observatório do Clima

solange@pbcomunica.com.br

+ 55 11 9 8108-7272

Claudio Angelo – Observatório do Clima

claudio@oc.eco.br

+55 61 9 9825-4783

Fonte: Observatório do Clima


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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Duas empresas de moda estão ligadas à degradação ambiental na Amazônia


As confecções teriam adquirido algodão brasileiro produzido sob práticas éticas e ambientais questionáveis.


RT en Español

As conhecidas empresas Zara e H&M contribuem indiretamente para a degradação ambiental da savana do Cerrado, na Amazónia brasileira, segundo um relatório recente publicado pelo grupo ambientalista britânico Earthsight, intitulado 'Crimes de Moda'.

A ONG “passou mais de um ano analisando imagens de satélite, decisões judiciais, registros de remessas e se disfarçou em feiras comerciais globais para rastrear quase um milhão de toneladas de algodão contaminado de algumas das propriedades mais notórias do Brasil até fabricantes de roupas de algodão na Ásia”. são fornecedores dos dois maiores varejistas de moda do mundo ”, diz um comunicado referente ao estudo.

Em particular, o relatório sustenta que a H&M e a Zara obtiveram algodão de duas empresas líderes do agronegócio brasileiro: SLC Agrícola e Grupo Horita, que parecem estar ligadas a violações ambientais e éticas que incluem desmatamento massivo, apropriação de terras e corrupção.


Uma vista da savana El Cerrado no Parque Nacional das Emas, 15 de abril de 2015. Lena Trindade / Brasil Fotos / LightRocket / Gettyimages.ru

Apesar disso, o algodão recebeu certificação ética da iniciativa Better Cotton. Dessa forma, foram exportadas mais de 816 mil toneladas de algodão de fazendas brasileiras envolvidas em práticas ambiental e eticamente questionáveis, que foram entregues aos oito fabricantes asiáticos responsáveis ​​pela confecção das roupas dessas marcas.

À medida que as provas foram reveladas, a Better Cotton comprometeu-se a realizar uma auditoria independente às alegações e prometeu total transparência, enquanto a Inditex, cuja marca principal é a Zara, solicitou a divulgação completa de todos os resultados encontrados pela Earthsight, embora tenha reconhecido que se trata de acusações isso é sério. Por sua vez, a Associação Brasileira do Algodão defendeu as suas práticas, embora as suas explicações não tenham sido aceites pela maioria, nota o estudo.


Impacto no Cerrado

As investigações indicam que as práticas do agronegócio brasileiro têm favorecido a degradação do Cerrado, considerado por especialistas como a savana de maior biodiversidade do planeta.


Área em alerta de desmatamento na
 Amazônia brasileira cai pela metade

Assim, apesar das repetidas multas e penalidades impostas pelo Estado brasileiro contra poderosas empresas do agronegócio, cerca de 100.000 hectares de vegetação nativa na savana do El Cerrado foram derrubados  para estabelecer campos de algodão em seu lugar.

O exposto reflete problemas de governança no território brasileiro, que muitas vezes se traduzem na desapropriação sistemática de terras dos moradores locais, em prolongadas batalhas jurídicas e na ineficácia, pelo menos parcial, das políticas ambientais, uma vez que a balança acabou pendendo para a rentabilidade da exportação de itens como soja e algodão.



Fonte: RT en Español


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