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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Chuva no Sul, fogo no Norte: governo precisa agir no novo normal


Enquanto o Rio Grande do Sul ainda não conseguiu nem sequer contar seus mortos na pior tempestade já registrada no estado, no resto Brasil quem faz estragos é o fogo: o número de queimadas no país de janeiro a 1o de maio de 2024 – 17.421 focos – já é o maior da história desde o início das medições do Inpe, em 1998. Na Amazônia, a alta é de 148%; no Pantanal, bioma que ainda não se recuperou da devastação de 2020, a elevação é de quase 1.000%.



Observatório do Clima

As duas tragédias carregam a impressão digital da crise do clima e reforçam a urgência de falar sério sobre adaptação no país. Ao mesmo tempo, o governo federal precisa correr para tomar medidas que impeçam que a situação se agrave ainda mais – socorro aos gaúchos e o fim da greve do Ibama.

As chuvas extremas no sul da América do Sul, que inclui toda a bacia do Prata, são há décadas uma previsão recorrente dos modelos climáticos, informação ignorada por sucessivos governos estaduais. “Enquanto não se entender a relevância da adaptação, essas tragédias vão continuar acontecendo, cada vez piores e mais frequentes”, diz Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima.

Segundo ela, é preciso pensar em recursos vultosos a fundo perdido. “Municípios não vão sair pedindo dinheiro emprestado para ações de adaptação. Elas requerem um mecanismo específico, nos moldes do Fundo Amazônia.”


Fogo

A disparada das queimadas neste semestre preocupa, uma vez que a estação seca na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal está apenas começando. Ela sugere que os impactos da seca extraordinária de 2023 ainda perduram e que a estação chuvosa de 2023/2024 não foi suficiente para umedecer o solo e impedir o fogo.

“As queimadas estão batendo recordes mesmo com os alertas de desmatamento em queda no Cerrado e na Amazônia nos primeiros cinco meses do ano, o que sugere influência do clima. Se o governo não tomar medidas amplas de prevenção e controle, teremos uma catástrofe nos próximos meses”, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do OC.

“Precisamos de uma  ampla mobilização da União e dos governos estaduais, além de resolver a greve hoje instalada em órgãos ambientais, como o Ibama. Mas, infelizmente, o quadro que se desenha é de uma prorrogação indefinida da greve, já que o atual governo preferiu dar aumento à corporação que tentou impedir sua eleição do que aos servidores que entregam um dos seus principais resultados.

Sobre o Observatório do Clima – Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com 107 integrantes, entre ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável, na luta contra a crise climática (oc.eco.br). Desde 2013 o OC publica o SEEG, a estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil (seeg.eco.br).


Estamos em uma crise climática mundial. Modelos previam aumento da precipitação na região Sul há uma década, mas falta de ações de adaptação e retrocesso na legislação ambiental deixaram o Rio Grande do Sul ainda mais vulnerável aos eventos extremos. #SOSRS #PacotedaDestruição



 Enquanto o Congresso ri do povo brasileiro, destruindo nossa legislação ambiental, nos deparamos com tragédias como a do Rio Grande do Sul, que estão diretamente ligadas às mudanças climáticas. @MarcioAstrini



 Informações para imprensa

Solange A. Barreira – Observatório do Clima

solange@pbcomunica.com.br

+ 55 11 9 8108-7272

Claudio Angelo – Observatório do Clima

claudio@oc.eco.br

+55 61 9 9825-4783

Fonte: Observatório do Clima


Biodiversidade - em defesa do clima! 🌄


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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Observatório do Clima alerta para riscos de nova tragédia por incêndios no Pantanal


Especialista afirma que regime de seca começou sem preparo do governo e aponta recursos ainda não executados


Homens e mulheres brigadistas se arriscam suportando fumaça e calor altíssimos para impedir o avanço do fogo no Pantanal - PREVFOGO

Monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para os próximos dias indica aumento de risco de queimadas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados do Pantanal. Segundo o Observatório do Clima, coalizão que reúne organizações de defesa do meio ambiente, a tragédia do ano passado pode se repetir.

Nas análises dos satélites do Inpe, é possível observar que pelo menos metade do território dos dois estados está sob perigo alto ou crítico para incêndios. As previsões para o resto da semana mostram que o cenário deve piorar ainda mais.

Além das indicações do Instituto, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais apontou que a maior parte do Mato Grosso do Sul apresentou seca severa ou extrema em maio.

No Mato Grosso, havia mais pontos passando por seca fraca a moderada, mas locais em situação mais grave também foram identificados.

:: Se queimadas continuarem, Pantanal tende a virar um deserto, afirma biólogo ::

Suely Araújo, especialista sênior em Políticas Públicas do Observatório do Clima e ex-presidenta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), afirma que o poder público precisa se preparar.

Ela lembra que, em 2020, quando o Bioma perdeu 26% da biodiversidade por causa de incêndios, as condições climáticas foram historicamente desfavoráveis e, este ano, a situação é ainda pior.

"Ano passado a seca foi mais severa do que o normal. O período seco começou antes e as temperaturas foram bastante elevadas. Isso está se repetindo este ano. Na verdade, as chuvas pararam  até antes este ano, já em abril", ressalta.

Correndo contra o tempo

Para evitar a realidade dramática de 2020, a especialista afirma que seria essencial investir em prevenção com antecedência. Suely lembra os fortes indícios de que os incêndios de 2020 começaram a partir de ação humana, com objetivo de limpeza de espaços para atividades agropecuárias.

"Esse fogo se espalha para áreas protegidas e reservas indígenas, não tem limite. Você tem que chegar antes, não pode esperar os incêndios florestais", alerta a ex-presidenta do Ibama. "É preciso trabalhar com o que a gente chama de manejo integrado do fogo", explica.

Fogo no Pantanal tem origem na ação humana, mostra perícia

Uma das técnicas de prevenção detalhas por Suely é a delimitação de áreas com aceiros, faixas sem vegetação, que servem para evitar alastramento do fogo. A prática é usada inclusive para proteger cercas, estradas e propriedades vizinhas.

Os aceiros devem ser feitos no início dos períodos de estiagem. Em caso do uso do fogo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) recomenda que as fazendas contem com profissionais que tenham experiência no combate e no manejo de incêndios, mas ressalta que os donos de terra devem buscar tecnologias mais eficientes e seguras do que as queimadas. 

A resposta governamental 

Na terça-feira (29), o governo publicou um decreto proibindo as queimadas em todo o Brasil por 120 dias. Mas o texto traz diversas exceções. Queimas controladas, em áreas não localizadas nos biomas Amazônia e Pantanal, que sejam "imprescindíveis à realização de práticas agrícolas" e previamente autorizadas estão liberadas.

Também está permitido usar o fogo para práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas por instituições públicas, trabalhos agrícolas de subsistência de populações tradicionais e indígenas; e atividades de pesquisa que tenham autorização do poder público.

No Pantanal sul-mato-grossense, o governo do estado cancelou qualquer tipo de autorização de queima também por 120 dias. A suspensão vale para propriedades na Área de Uso Restrito do Pantanal.

No entanto, o Observatório do Clima relata que há dinheiro parado no Ministério do Meio Ambiente e que deveria ser aplicado no combate aos incêndios no Pantanal. 

O Congresso Nacional liberou recursos suplementares para a Ministério do Meio Ambiente que contemplam ações de prevenção a queimadas.

Pantanal: oposição entra com ação no STF para cobrar plano de contenção de queimadas

Frente ao risco de uma nova tragédia, partidos de oposição entraram com ação no STF para que os governos dos estados pantaneiros e o governo federal apresentem um plano de prevenção em até 30 dias. .

De autoria das legendas PSOL, Rede, PSB e PT, a arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental questiona o descumprimento de pontos primordiais da Constituição brasileira.

A reportagem do Brasil de Fato enviou questionamentos sobre o tema ao Ministério do Meio Ambiente, mas não recebeu resposta até o fechamento deste texto. 

Edição: Leandro Melito

Fonte: Brasil de Fato


WWF-Brasil

As queimadas de 2020 deixaram um cenário desolador no Pantanal. O bioma teve mais de 30% da sua área queimada, o equivalente a 4 milhões de campos de futebol arrasados. Muitos dos animais que escaparam do fogo, sobreviveram com auxílio de voluntários e instituições que concentraram esforços no resgate e recuperação. Pelo menos 30 deles foram levados ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande (MS), entre julho e setembro. Na lista, onças-pintadas, lobinhos, tamanduás, araras, anta, cotia e gavião-telha que habitam o Pantanal e também áreas de Cerrado. Para auxiliar na recuperação dos animais, o WWF-Brasil doou materiais e medicamentos. A ação faz parte do projeto “Respostas Emergenciais em Campo”, iniciado em 2019 na Amazônia e ampliado este ano para atender o Pantanal, por conta do aumento das queimadas, a partir de julho. Saiba mais: https://bit.ly/AnimaisFeridosPantanal

Assista ao VÍDEO


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Pátria Queimada Brasil: política incendiária do governo ameaça futuro do país



Após erguer estátua de “Bolsonero” em área devastada no Pantanal, ativistas do Greenpeace escrevem mensagem “Pátria Queimada Brasil” para revelar o absoluto descaso do governo federal com a proteção do patrimônio ambiental do país

Assista ao Vídeo


Ativistas do Greenpeace Brasil estiveram em uma enorme área devastada pelas queimadas no Pantanal para protestar contra uma das piores crises ambientais da história do país, resultado de uma mistura explosiva de secas severas e absoluto descaso do poder público com a proteção do patrimônio ambiental dos brasileiros. A mensagem, uma clara referência ao slogan do governo federal, complementa a estátua de “Bolsonero”, que “surgiu” no Pantanal e começou a circular nas redes sociais um dia antes.

“Com essas ações não queremos chamar atenção apenas para a destruição sem precedentes do patrimônio ambiental dos brasileiros, mas apontar as causas e seus responsáveis. O Brasil está literalmente em chamas graças à política incendiária do atual governo que, em vez de apresentar ações coordenadas e efetivas de proteção ao meio ambiente e à vida das pessoas, segue tocando a melodia desvairada do seu projeto de destruição, ameaçando e queimando a biodiversidade brasileira e fragilizando a já combalida economia do país”, afirma Tica Minami, diretora de programas do Greenpeace Brasil. 

“Ao desdenhar o meio ambiente, é como se o governo Bolsonaro queimasse uma marca extremamente valiosa chamada Brasil – investidores, empresários, banqueiros, chefes de Estado e entidades nacionais e estrangeiras já advertiram que devem retirar investimentos do país por não quererem estar associados a prática de crimes ambientais”.

Enquanto os incêndios avançam sobre os biomas brasileiros, o país queima também sua imagem e prejudica a economia. © Christian Braga / Greenpeace

No Pantanal, maior planície interior inundável do mundo, o fogo já atingiu 26% do bioma, uma área maior que o estado de Alagoas, sendo que 2020 foi ano em que o bioma mais queimou desde que os focos de calor começaram a ser monitorados, em 1998. No Cerrado, a savana mais biodiversa do mundo, até o momento já foram registrados mais de 54 mil focos de calor este ano e, na Amazônia, bioma que forma os rios voadores, o mês de setembro registrou um aumento de 60,6% nos focos de calor em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do negacionismo do governo, imagens de satélite comprovam que mais da metade dos focos de incêndio na Amazônia ocorrem em terrenos de desmate recente ou áreas de floresta, não em áreas que já eram usadas pela agropecuária.

A gravidade da situação é resultado, sobretudo, do projeto de terra arrasada conduzido pelo governo Bolsonaro em 21 meses de mandato. Trata-se do desmonte sistemático das estruturas e políticas públicas que promovem a proteção ambiental, somada a ausência premeditada de plano, meta ou orçamento capazes de proteger, de forma concreta, as riquezas naturais do Brasil – conforme diversos levantamentos realizados por servidores, Ministério Público Federal e sociedade civil.

A proteção das Unidades de Conservação, assim como investimentos em fiscalização e treinamento de brigadistas locais, deveriam ser prioridade neste momento de crise. No entanto, o governo federal cortou 58% da verba direcionada para a contratação de pessoal para prevenção e combate a incêndios florestais em 2020. Esse orçamento caiu de R$ 23,78 milhões em 2019 para apenas R$ 9,99 milhões neste ano. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) só gastou 0,4% dos recursos  para ações diretas e já prevê cortes no orçamento para 2021

O bom funcionamento da economia depende da conservação da natureza. Os ecossistemas naturais e sua biodiversidade prestam serviços ambientais à sociedade que tornam diversas atividades econômicas viáveis, como por exemplo a produção de alimentos, acesso à água e qualidade do ar.

Por outro lado, o fogo e as mudanças climáticas alteram os ecossistemas de maneira que a biodiversidade, muitas vezes, não consegue se adaptar. Em equilíbrio, a biodiversidade mantém a natureza saudável e funciona como um escudo para evitar a ocorrência de doenças e pandemias. Em vez disso, as fumaças das queimadas na Amazônia e no Pantanal já chegaram a diversas cidades como Cuiabá, Manaus e Rio Branco, e podem aumentar ainda mais o risco de doenças respiratórias em um momento em que o país ainda enfrenta a pandemia da Covid-19. 

Quem ama o Brasil, cuida

Como Presidente da República, Bolsonaro pode e deve agir para combater as graves crises ambientais e de saúde que assolam o país.

Como Presidente da República, Bolsonaro pode e deve agir para combater as graves crises ambientais e de saúde que assolam o país. Em vez de negar as evidências e ignorar sua responsabilidade, o governo federal deve comandar e coordenar esforços de combate às queimadas e à devastação ambiental, assim como deveria ter agido para proteger a população da pandemia da Covid-19, mas não o fez. O governo federal precisa reconhecer a gravidade da crise ambiental e climática em vez de fechar os olhos para os problemas e usar dados falsos para confundir a população.

O Poder Executivo deve reverter imediatamente o desmonte da governança e das estruturas responsáveis pela proteção ambiental no país, fortalecendo os órgãos de fiscalização e controle, fazendo bom uso do orçamento para fiscalização em campo, valorizando a ciência e os dados produzidos pela comunidade científica para informar políticas públicas que combatam o desmatamento e os crimes ambientais, e protejam a sociedade.

“Quem ama o Brasil, cuida. É por amor ao país que ONGs, indígenas, voluntários, banqueiros e empresários estão se organizando para proteger o maior patrimônio dos brasileiros: nossas riquezas naturais”, completa Tica. 

Há 28 anos, o Greenpeace Brasil defende a vida e o patrimônio ambiental dos brasileiros. Temos denunciado incansavelmente a política antiambiental atual, cujos resultados políticos não respeitam fronteiras e têm impacto direto na natureza. Na Amazônia, seguimos investigando, expondo e denunciando os crimes contra a floresta, bem como seus responsáveis. No Pantanal, estamos expondo os impactos no bioma e apoiando pontualmente as populações locais afetadas com doação de materiais anti-incêndio e cestas básicas, entre outras iniciativas. 

Não podemos e não vamos assistir calados ao nosso patrimônio natural virar cinzas. 

O que você pode fazer:

  1. Cobre ação imediata do governo federal;
  2. Compartilhe a situação do Pantanal e da Amazônia, para que mais pessoas saibam da gravidade dos incêndios;
  3. Faça parte do movimento Todos Pela Amazônia; e
  4. Apoie organizações voluntárias locais que trabalham incansavelmente para salvar vidas no Pantanal. Veja as várias formas de ajudar o bioma aqui.

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Governo Bolsonaro usa dados de gestão do PT de redução do desmatamento para se defender de críticas da França

Desmatamento na Amazônia (Foto: Mayke Toscano/Gcom-MT)

Nota ainda insinua que, sem acordo UE-Mercosul, problema ambiental na Amazônia pode piorar; para deputado, atitude mostra que narrativa contada internamente ignora “os fatos e a verdade”

Para se defender de uma acusação da França, o governo Bolsonaro precisou usar dados da redução do desmatamento na Amazônia obtida nas administrações do PT, de 2004 a 2012. O argumento foi utilizado em nota conjunta dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e das Relações Exteriores.

No documento, os ministérios escrevem: “De 2004 a 2012, o desmatamento da região chamada de Amazônia Legal caiu 83%, enquanto que a produção agrícola subiu 61%”. O intervalo de tempo compreende parte dos governos Lula (2004-2010) e Dilma (2011-2012).

“Nesse mesmo período, o rebanho bovino cresceu em mais de 8 milhões de cabeças, chegando a 212 milhões em 2012”, segue o governo brasileiro.

“Só revela a manipulação de um governo que constrói uma narrativa para seu público ignorando a ciência, os fatos e a verdade”, disse o deputado federal Paulo Pimenta (PT-MG). “Por isso não pode reconhecer aqui o que usam como argumento no exterior”, completou.

Acordo Mercosul-UE

O documento buscava responder a relatório do governo francês divulgado na semana passada. Este mostrava que a implementação do acordo Mercosul-UE poderia provocar aumento de desmatamento, para que fossem elevadas as produções agropecuárias no país.

Os dados de desmatamento sob a gestão Bolsonaro foram totalmente omitidos do documento. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que, entre 1º de agosto de 2018 e 31 de julho de 2019, a Amazônia teve o maior desmatamento para um período de dez anos na região. O registro foi de derrubada de 9.762 km² de vegetação nativa, alta de 29,5% sobre igual período de 2017 a 2018.

Por outro lado, o governo do militar reformado insinuou que, sem o acordo com a União Europeia, os problemas ambientais na Amazônia podem piorar. Com essa espécie de chantagem, os ministérios encerram a nota. Ali, escrevem que, se o acordo não entrar em vigor, seria “claro desincentivo aos esforços do país para fortalecer ainda mais sua legislação ambiental”. Prosseguem, enfatizando que a não aprovação do acordo traria consequências negativas do ponto de vista social e econômico, “que poderiam agravar ainda mais os problemas ambientais da região”.

*Com informações do UOL

Fonte: Revista Forum 


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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Fogo no Pantanal tem origem na ação humana, mostra perícia


Jacaré morto em área queimada do Pantanal - Mauro Pimentel/ AFP

Segundo governo de Mato Grosso, perícias indicam que queimadas não têm causas naturais; polícia busca responsáveis

O governo de Mato Grosso informou que cinco perícias realizadas no Pantanal apontam ação humana como causa das queimadas na região. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que os incêndios aumentam mais de 220% este ano. O total de focos registrados este ano é superior a 7 mil, resultado recorde para a área. 

Agora, a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) trabalha para chegar aos responsáveis pelos incêndios. A previsão inicial é de que o inquérito seja concluído em 30 dias, mas pode haver pedido de mais tempo. Segundo a delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, ainda não é possível concluir se as queimadas foram propositais. 

"Podemos ter outro crime conectado, como é o caso do possível desmatamento que antecedeu o incêndio, eventualmente provocado pelo homem. Pode ter sido intencional, ou pode ter sido causado por uma situação involuntária”, afirma Cozzolino. Ela ressalta que o trabalho de é altamente capacitado para atuar na emergência ambiental e na identificação das causas e origens do fogo.


A geógrafa Ane Alencar, diretora de ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) afirma que os incêndios que estão ocorrendo no Pantanal e no resto do Brasil são muito preocupantes. "A gente está vendo um aumento alarmante no número de de focos de fogo." 

Ela explica que as queimadas dependem de três elementos: material combustível, condições climáticas e fonte de ignição que dê início ao fogo. No Pantanal, ela considera que dois elementos estão contribuindo para a piora do cenário. Um deles é o clima seco, provavelmente ligado ao aquecimento das águas do Atlântico.

  • Um fogo iniciado em um campo do Pantanal, se você não acabar com ele em uma hora, ele vai se espalhar de uma forma muito voraz.

"Esse fenômeno acaba impactando a quantidade de água que passa pela Amazônia. Quanto menos água entra no sistema vindo do Atlântico, menos a região do sudoeste do Amazônia, indo também para o Pantanal, recebe água. Aconteceu em 2005 e, quando você olha os dados de 2005, foi o ano que mais queimou. Este ano estamos batendo esse recorde." 


A pesquisadora, no entanto, afirma que o efeito climático não explica sozinho o desastre atual. "É importante a gente entender que, mesmo o Pantanal sendo um bioma onde o fogo faz parte do bioma, ele não ocorre naturalmente nessa época do ano. O aumento das fontes de ignição, esse fogo sendo iniciado pelo ser humano, é uma coisa muito visível no Pantanal e em outras regiões do Brasil."

  • Fundamentalmente, as pessoas têm que parar de queimar.

Segundo ela, as características do bioma exigem combate imediato das queimadas. "Se não houver fonte de ignição, o fogo não acontece. É justamente neste ponto que é importante frisar o papel das autoridades em coibir o uso do fogo na região, principalmente em um ano muito seco (...) Um fogo iniciado em um campo do Pantanal, se você não acabar com ele em uma hora, ele vai se espalhar de uma forma muito voraz."


As consequências de queimadas extensas e frequentes na região podem ser irreversíveis. "O intervalo natural de fogo não é a cada ano e se a gente começar a ter queimadas no nível que a gente teve ano passado, que estão ampliando este ano, o Pantanal vai demorar mais se recuperar e isso vai deixando o bioma mais inflamável. Fundamentalmente, as pessoas têm que parar de queimar."

A pena para quem for condenado pelo crime varia de dois a 4 anos. Há possibilidade também de multas que variam  R$ 1 mil a R$ 7,5 mil por hectare, com teto de R$ 50 milhões. Podem ser responsabilizadas tanto pessoas físicas quanto jurídicas.

Segundo as perícias já realizadas no Pantanal, foram identificados focos a partir de queima intencional para criação de pastos, incêndios causados por acidentes na rodovia, problemas técnicos em máquinas agrícolas e fogueiras usadas para extração de mel silvestre.

Fonte: Nara Lacerda Brasil de Fato



Laudos das perícias realizadas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) apontam que os incêndios registrados na região do Pantanal mato-grossense foram provocados por ação humana. Os laudos foram encaminhados para a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) para que seja aberto inquérito e responsabilização dos infratores.



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sábado, 22 de agosto de 2020

O Pantanal queima e aumenta a pressão sobre a gestão ambiental no Brasil


Seca recorde e queimadas recorde no Pantanal em 2020 afetam animais e até o céu de Cuiabá.MARCIO PIMENTA / REDUX

Um cheiro de mato queimado entrou pela janela da casa de Zulmira Maria Lucia, de 67 anos, residente de Mata Cavalo, comunidade quilombola, situada no Pantanal, em Mato Grosso, no oeste do Brasil. “O fogo apareceu muito rápido e arriou todo o pasto. Perdemos tudo, a roça de banana e outras plantações”, conta Zulmira, sobre sua comunidade e as outras 28 vizinhas, onde vivem 40.000 quilombolas. Uma das casas mais atingidas é a da família de Maria da Paz, que perdeu todo o pasto e a cana-de-açúcar no incêndio e precisará comprar ração para alimentar o pequeno rebanho de dez animais. Da porta da varanda, Maria da Paz, segura o neto recém-nascido no colo. Tânia, a mãe do bebê, está internada com covid-19. Maria levanta os olhos cheios de água e faz um sinal de que não podemos nos aproximar por causa do bebê. Ela aponta para a área queimada e diz de forma lacônica: “Também perdemos tudo, o fogo chegou até aqui”, mostra, apontando para as marcas que os incêndios deixaram perto de casa.

O fogo chegou este ano com intensidade no Pantanal, um bioma de156.000 km² no extremo oeste do Brasil, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e as fronteiras da Bolívia, Argentina e Paraguai. Apesar de preservar 83% de suas matas, a região arde neste momento. Só no mês de julho foram mais de 1.601 focos de calor, os maiores da história do Pantanal desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento da região. No mês de agosto, o problema de aprofundou. São 2.170 focos de calor em apenas 10 dias. “Esse número já é 28% maior em relação ao contabilizado em todo mês de agosto de 2019”, explica Vincíus Silgueiro, pesquisador do Instituto Centro de Vida (ICV), que atua no bioma há vinte anos. “Mais de 55% dos focos de calor estão em propriedades rurais cadastradas. A origem dos focos vem dessas áreas com forte presença humana.”

O quadro de emergência levou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a se deslocar para Mato Grosso no início desta semana. Da janela do avião que o trasladou para lá, ele pôde testemunhar o que os alertas de fogo já apitavam. “Ao longo da viagem podemos ver centenas de focos de queimadas, mas agora conseguimos detectar a origem e vamos penalizar todos os responsáveis”, alertou o ministro na tarde de terça-feira após sobrevoar pontos de queimadas na região.

O Governo Bolsonaro está cada vez mais pressionado pela má gestão ambiental na Amazônia, e há consenso que faltou organização e competência também para lidar com o bioma. Nesta sexta, o Diário Oficial publicou a exoneração do coronel Homero Siqueira, que estava à frente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), um dos órgãos do sistema de vigilância e fiscalização das florestas. A decisão foi tomada por Salles em função do descontrole das queimadas no Pantanal, segundo os jornais O Globo e o O Estado de São Paulo. Siqueira seguiu a fórmula comum na gestão de Bolsonaro de trocar técnicos por militares em cargos do instituto que cuida das reservas nacionais, dizem seus críticos.

Quem conhece o Pantanal diz que faltou se antecipar aos fatos. “As ações precisam começar mais cedo. Só foram tomadas de forma tardia em 2020, quando os números [de queimadas] já estavam altos. Uma lentidão fatal para o bioma”, afirma Júlio Sampaio, que coordena o programa Cerrado Pantanal no grupo ambientalista WWF-Brasil. Ele cita o decreto federal que proibiu o uso do fogo no manejo das propriedades, publicado apenas este ano.

Fogo contra fogo: os bombeiros usam a tática de provocar um fogo que reduza a capacidade do incêndio de continuar se propagando no mato seco. MARCIO PIMENTA


Bombeiros rodeados pelo fogo

O combate ao fogo tem sido um desafio complexo pelas características do Pantanal, como admitiu Salles na entrevista de terça. “Estamos deslocando efetivos, mas o ambiente do Pantanal é muito seco, quente e tem muito vento”, disse. Um dia antes, na segunda-feira, 17, equipes locais enfrentaram momentos de terror. Seis homens do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso foram surpreendidos pela velocidade e intensidade das linhas do fogo em Poconé, área vizinha de Mata Cavalo, e acabaram rodeados pelas chamas. Foi necessário acionar o helicóptero Black Hawk H-60 da Força Aérea Brasileira para o resgate emergencial. Com sorte ninguém se feriu.

O fogo já atinge em cheio os animais da mata. Uma onça-pintada teve 70% do corpo queimado e precisou ser transportada no helicóptero do Exército na segunda-feira, 16, para Cuiabá. Foi internada no hospital veterinário da universidade federal do Estado. Em desespero com o fogo, o animal invadiu quintais na comunidade Poconé, gerando pânico na população. Quase 500 espécies de aves e 132 mamíferos vivem no Pantanal.

O quadro preocupa o Mato Grosso, que vive do turismo na região, e tem ali uma reserva natural importante para o equilíbrio climático mundial. “Os incêndios já consumiram 6% do Pantanal”, disse o governador, Mauro Mendes (DEM), ao lado do ministro Ricardo Salles, cada vez mais cobrado para atuar em prol da preservação das matas brasileiras.

As queimadas do Pantanal mudaram o cenário até da capital mato-grossense, a 200 quilômetros da reserva. O tradicional céu azul de Cuiabá foi tingido de cinza. A fumaça acumulada obriga os aviões aterrissarem com a ajuda de aparelhos por falta de visibilidade no aeroporto principal do Estado, o Marechal Rondon. Mato Grosso vive das glórias de ser o maior produtor de soja do mundo, ao mesmo tempo em que lidera os incêndios em 2020. Segundo Inpe, são 769 registros, um terço de tudo que queima no Brasil. Até quarta-feira (19) o fogo seguia sem controle, especialmente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Sesc Pantanal.

A Fazenda São Francisco do Perigara, vizinha à reserva, foi uma das mais atingidas pelas queimadas. Ali esta a maior concentração de ninhos naturais de arara-azul do mundo. O local é polo de pesquisa do Instituto Arara Azul. “Ali existem 700 animais e mais de 77 ninhos monitorados, só poderemos saber a dimensão do estrago causado pelo fogo quando o combate acabar. Mas, muitos ninhos já estavam com filhotes e os animais perderam o seu alimento para o fogo, as palmeiras do Bacuri”, explica Neiva Guedes, diretora do Instituto Arara Azul.

ROGÉRIO FLORENTINO / EFE


Amazônia e Pantanal

A reserva matogrossense tem uma relação umbilical com a Amazônia. Os dois biomas têm grande parte de suas nascentes localizadas na mesma serra, a Chapada dos Parecis, em Mato Grosso. É ali que estão 70% das águas que irão formar a planície do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. “A região depende dessa água que vem das florestas do norte de Mato Grosso, na região amazônica. Mas estamos registrando cada vez menos chuvas ali”, lamenta Felipe Dias, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, instituição que monitora o desmatamento na região. A projeção é que as secas serão cada vez mais severas daqui para a frente. “Temos que nos preparar para não perdermos o Pantanal”, explica Dias. “O cenário atual é propício para o tripé do fogo: inverno quente, baixa umidade e vento forte”, conclui.

Uma das causas para tanto fogo é a seca. A Régua de Ladário, em Mato Grosso do Sul, fixada pela Marinha Brasileira em 1900 para medir as cheias do rio Paraguai, há 47 anos não atingia índices tão baixos. “Esse regime de secas e chuvas é a natureza do Pantanal Os antigos sempre disseram que os períodos de alternância duram até dez anos. Isso significa que temos que nos preparar”, alerta Dias.

O fogo no Pantanal é um problema para o mundo. As queimadas e mudanças no uso da terra são responsáveis por 80% das emissões brasileiras de gases que aquecem o planeta e provocam as mudanças climáticas. O Brasil já esteve em quarto lugar no ranking mundial dos emissores de gases-estufa durante anos de descontrole nos incêndios e desmatamento, como em 2005.

O país saiu da lista dos dez maiores emissores em 2019, após controlar o desmatamento na Amazônia. Mas em 2016 ainda estava na sexta posição, e se a situação sair fora de controle em outros biomas, as emissões voltam a subir. As emissões também podem reduzir os recursos financeiros para controlar as queimadas. Hoje, são os compromissos estaduais e nacionais de redução do desmatamento na Amazônia que dão suporto financeiro às ações de combate às chamas.

O acordo assinado entre o Governo de Mato Grosso e países europeus durante a Conferência Mundial do Clima de Paris, a Cop-21, garantem repasses anuais ao Estado. O programa conhecido como Redd+ para Pioneiros concede aporte financeiro aos grandes desflorestadores que controlam a perda de florestas. Mato Grosso era o segundo em perdas de áreas naturais na Amazônia, mas hoje está em sétimo, segundo o Inpe. O controle garantiu um investimento 22 milhões de reais repassados por bancos alemães e britânicos para o combate às queimadas.

Segundo a Secretaria do estado de Meio Ambiente (Sema), esse recurso foi aplicado nas ações conjuntas do Comitê do Fogo, composto por entidades civis, públicas e organizações não governamentais. A Sema fornece equipamentos e diárias para realizar as operações. Desde março, foi repassado 680.000 reais em diárias para os Bombeiros Militares e demais profissionais que atuam diretamente no combate às queimadas.

O ano passado já havia sido crítico em termos de estiagem. “Tivemos picos de temperatura e baixas de umidade em todo o Pantanal”, diz Júlio Sampaio da Silva, da WWF-Brasil. “O fogo é algo que vemos desde o início de 2020. E as queimadas têm uma origem na ação humana. O fogo começa pela mão do homem, através da limpeza e áreas e renovação de pastagens”, explica. “É muita irresponsabilidade colocarem fogo em períodos críticos de seca. Mesmo na chuva, os incêndios aconteceram e marcaram que já teríamos um ano atípico.”

As queimadas deixarão marcas profundas. “Para os insetos é uma perda bastante acentuada nesse momento de incêndio, porque são animais que não têm mobilidade de longo alcance, muitos deles são polinizadores, fundamentais para o desenvolvimento das plantas”, explica Cristina Cuiabalia, bióloga e gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Polo Socioambiental Sesc Pantanal. Não são os únicos: répteis também acabam sendo consumidos pelo fogo. “As aves até conseguem migrar entre um ambiente e outro, mas perdem-se ninhais e dormitórios, o que representa a perda de uma geração, já que estamos bem na estação reprodutiva da arara-azul, do tuiuiú”, segue Cuiabalia.

Sizenando Carmo Santos, 62 anos, explica que os quilombolas tentaram chamar o Corpo de Bombeiros por horas. “Ligamos muitas vezes. Eles chegaram quando já não conseguiam fazer nada, o fogo tinha se alastrado por tudo. Ficaram só olhado. Fomos nós mesmos que evitamos que as casas se perdessem”MARCIO PIMENTA / MARCIO PIMENTA/REDUX


Covid-19 e fogo

As autoridades de Cuiabá e Várzea Grande, as maiores cidades de Mato Grosso, precisam conciliar os efeitos das queimadas na saúde em meio a pandemia do novo coronavírus. O Estado foi considerado em julho, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como um dos epicentros da covid-19 no Brasil. Com uma curva acentuada no número de casos e poucos leitos hospitalares, são quase 80.000 casos, para 450 leitos de Unidades de Terapias Intensiva públicas.

A Secretaria da Saúde afirma que a taxa de ocupação segue sob controle, com pouco mais de 20% de leitos disponíveis, porém o Ministério Público de Mato Grosso decretou quarentena restritiva emergencial duas vezes no Estado entre junho e julho por falta de leitos.

Na Comunidade de Mata Cavalo a população ainda debate o que fazer após a perda das hortas. “As pessoas dizem que estamos perto de cidades, mas para o quilombola sair de sua casa a dez quilômetros do asfalto e ir a um mercado precisa de cem reais de frete. Por conta da pandemia do coronavírus, o ônibus que fazia nossa linha parou em abril”, diz a presidente da Associação de Mata Cavalo de Baixo, Arlete Pereira, 54 anos.

Para o agente de saúde, Edson Batista, de 51 anos, os efeitos das queimadas podem agravar a pandemia. “Com essa seca, sem hortas e o auxílio da pandemia acabando (em setembro), as famílias ficarão sem comida. Já temos alguns casos aqui de coronavírus, e um óbito foi registrado. Os problemas respiratórios gerados pelas queimadas também vão induzir as famílias a procurarem tratamento nos hospitais da capital. Não sei como serão os próximos meses”, diz o agente de saúde Batista.


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 Greenpeace Brasil

O Pantanal já perdeu mais de 10% de sua cobertura vegetal devido aos incêndios que atingem a região desde julho. Um dos fatores para tamanho estrago foi a temporada de seca, que tem sido mais acentuada, além do inverno mais quente. Então o Pantanal já está sofrendo efeitos das mudanças climáticas?

Neste episódio, conversamos sobre o que está acontecendo nesse bioma, o que pode ou não ser efeito do aquecimento do planeta e filosofamos um pouco sobre nossa relação com a natureza. Os convidados são Felipe Dias, diretor-executivo da SOS Pantanal, e José Marengo, climatologista do Centro de Monitoramento e Alertas De Desastres Naturais (Cemaden).

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