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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Senna 30 anos: FAB homenageia Ayrton Senna


Há 30 anos, no dia 1º de maio de 1994, o Brasil despediu-se de um de seus maiores ídolos: Ayrton Senna da Silva. Mas, ainda hoje, seu legado está presente no cotidiano daqueles que trabalham com determinação e abnegação. A Força Aérea Brasileira (FAB) é repleta de integrantes que baseiam suas ações nesses aspectos


Força Aérea Brasileira (FAB)

A relação da Instituição com Senna, entretanto, foi ainda mais direta e rendeu importantes parcerias. Hoje, relembramos alguns momentos que ficaram na história.


Um herói em nossas asas

Era uma quarta-feira, 29 de março de 1989. Amanhecia dentro das instalações do Esquadrão Jaguar (1º GDA), localizado na Base Aérea de Anápolis (BAAN). Mas não era apenas um dia normal. Dois Mirage III do Esquadrão decolavam com o intuito de interceptar e conduzir a aeronave PT-ASN, matrícula que referenciava as iniciais de Ayrton Senna, até o pouso seguro na BAAN. A bordo, o então campeão mundial da Fórmula 1. Naquele dia, o piloto conheceu as instalações da unidade e embarcou a bordo do Mirage III, onde realizou um voo no supersônico, inspirando brasileiros em uma data lembrada com carinho até hoje.


Força Aérea Brasileira (FAB)

Ayrton Senna havia sido campeão mundial pela primeira vez em 1988. Ele estava no início da temporada de 1989 da Fórmula 1, protagonizada pelo seu duelo com Alain Prost dentro e fora das pistas.

Até o precoce fim de sua carreira na categoria, ainda conquistaria mais dois títulos mundiais (1990 e 1991) e obteria números impressionantes, que fazem com que muitos especialistas o considerem, até hoje, o melhor piloto que já passou pela categoria.

Naquela época, a cada vez que o piloto ostentava a bandeira verde-amarela no ponto mais alto do pódio, milhares de brasileiros se emocionavam junto ao ídolo e orgulhavam-se do país, assim como ele fazia questão de demonstrar.

O Coronel Alberto de Paiva Côrtes, hoje militar da reserva, lembra detalhes do voo que fez com Senna em 1989. “Eu quero sentir a velocidade”, contou o militar sobre o pedido do ídolo das corridas antes do voo.


Força Aérea Brasileira (FAB)

Em 1987, Ayrton Senna já havia voado nas asas da FAB. Daquela vez, em um caça F-5 do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), sobrevoou o hoje extinto Circuito de Jacarepaguá.


Homenagens

Em 1991, após a conquista do tricampeonato mundial de Fórmula 1 no GP de Suzuka, no Japão, a aeronave em que estava foi interceptada pela FAB e recebeu as boas-vindas.

No dia 3 de maio de 2019, a lembrança do herói brasileiro esteve presente na Base Aérea de Anápolis (BAAN) como 30 anos antes. O Esquadrão Jaguar, o mesmo que voou com Ayrton, recebeu a visita do irmão do tricampeão, Leonardo Senna, para rememorar o voo inesquecível nos céus de Anápolis (GO). Após a adrenalina do voo, outra emoção tomou conta da área operacional da BAAN. Em celebração ao voo do ídolo nacional e aos 40 anos do Esquadrão Jaguar, a aeronave Mirage FAB4940 recebeu uma pintura alusiva ao tradicional capacete do automobilista.


Força Aérea Brasileira (FAB)

Para aqueles que quiserem conhecer de perto a aeronave em que Ayrton Senna voou em 1989, o Mirage III matrícula FAB 4904 está exposto para visitação no Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro (RJ). Na fuselagem do supersônico, estão eternizados os nomes dos tripulantes e a data daquele voo, 29 de março de 1989.

Ayrton Senna também foi condecorado pela Força Aérea Brasileira com a Medalha Mérito Santos Dumont, em 1987, e com a Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico, Grau Cavaleiro, em 1993.


Força Aérea Brasileira (FAB)

A Medalha Mérito Santos Dumont é destinada a militares e civis, brasileiros ou estrangeiros, que hajam prestado ou prestarem destacados serviços à FAB, e para distinguir aqueles que, por suas qualidades ou valor em relação à Aeronáutica, forem julgados merecedores dessa condecoração.

A Ordem do Mérito Aeronáutico é destinada a premiar os militares da Aeronáutica Brasileira que tenham prestado notáveis serviços ao País ou se hajam distinguido no exercício de sua profissão, assim como para reconhecer assinalados serviços prestados à Aeronáutica por personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras e, ainda, por Organizações Militares e Instituições Civis, nacionais ou estrangeiras.


Força Aérea Brasileira (FAB)



 

 

 


 FONTE: FAB

 

Ayrton Senna 01

Ayrton Senna 02


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terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Avião com 48 brasileiros que estavam em Gaza decola do Egito. Vídeos


Aeronave KC-30 da FAB com grupo de 48 repatriados deve pousar em Brasília na madrugada desta segunda-feira (11/12)



O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou do Cairo, capital do Egito, na tarde deste domingo (10/12) com os 48 brasileiros repatriados que estavam na Faixa de Gaza. A aeronave KC-30 deve pousar na Base Aérea de Brasília na madrugada desta segunda-feira (11/12).

O grupo conta com 27 crianças e adolescentes, 17 mulheres e quatro homens.

Confira:



Leia também



Os repatriados cruzaram a fronteira entre Gaza e o Egito por meio de Rafah, nesse sábado (9/12), e foram deslocadas para o Cairo por meio de vans, a viagem durou cerca de seis horas. Ainda na capital do Egito, o grupo foi examinado por profissionais da área da saúde.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, da lista de 102 brasileiros e famílias apresentada aos governos envolvidos para autorização da saída da Faixa de Gaza, 24 não foram autorizadas a deixar a região de conflito.

Os repatriados cruzaram a fronteira entre Gaza e o Egito por meio de Rafah, nesse sábado (9/12), e foram deslocadas para o Cairo por meio de vans, a viagem durou cerca de seis horas. Ainda na capital do Egito, o grupo foi examinado por profissionais da área da saúde.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, da lista de 102 brasileiros e famílias apresentada aos governos envolvidos para autorização da saída da Faixa de Gaza, 24 não foram autorizadas a deixar a região de conflito.

Ainda de acordo com o Itamaraty, dos 78 dos brasileiros autorizados para deixar a Faixa de Gaza, apenas 47 cruzaram a fronteira. O governo informou que uma jovem de 22 anos havia deixado a Faixa de Gaza com o marido canadense dias antes e se juntou ao grupo.

Conflito na Faixa de Gaza

O conflito na Faixa de Gaza se intensificou depois que membros do grupo extremista Hamas invadiram Israel e deixaram centenas de mortos e feridos, em 7 de outubro. Desde então, as Forças Armadas israelense realizaram uma série de ataques aéreos contra a região.

Segundo o governo de Israel, o ataque do Hamas vitimou cerca de 1.200 pessoas.

O Ministério da Saúde de Gaza informou, nesse sábado, que ao menos 17 mil palestinos morreram e 48 mil ficaram feridas desde de 7 de outubro.

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Fonte: Metrópoles


Força Aérea Brasileira


#OperaçãoVoltandoEmPaz O Governo Federal, por meio da Força Aérea Brasileira, completou com sucesso mais uma etapa da Operação Voltando em Paz. A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB 2902) pousou hoje (11/12) na Base Aérea de Brasília, às 3h47, proveniente do Aeroporto Internacional do Cairo (Egito). Na capital federal, desembarcaram 48 repatriados da região da Faixa de Gaza, após mais de 15 horas de voo. GOV BR e FAB

@govbr @presidencia_BR @DefesaGovBr @ItamaratyGovBr @ABCgovBr

#FAB #ANossaForçaOndeOBrasilPrecisar


 

domingo, 22 de agosto de 2021

Aviões e soldados dos EUA chegam ao Mato Grosso do Sul para simular 'cenário de guerra'


De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), as simulações e os exercícios ocorrerão até o dia 3 de setembro, com o uso de 30 aeronaves e 16 Unidades Aéreas e de Infantaria


Avião da Força Aérea dos EUA aterrissa em Campo Grande (MS) (Foto: Silas Ismael/G1/Reprodução
 

247 Duas aeronaves da Força Aérea dos Estados Unidos aterrissaram em Campo Grande, neste sábado (21).  Segundo o G1, os aviões, do tipo C-17 Globemaster, transportaram dois helicópteros e soldados norte-americanos, que participarão do Exercício Conjunto Tápio 2021, que simulará cenário de guerra, em treinamentos.

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), as simulações e os exercícios ocorrerão até o dia 3 de setembro, com o uso de 30 aeronaves e 16 Unidades Aéreas e de Infantaria.

O principal objetivo da FAB com os exercícios é realizar treinamentos para uma possível participação em missões de paz da ONU, "contribuindo para a ordem e a paz mundial e compromissos internacionais; garantindo a soberania, integridade territorial e defesa patrimonial; e provendo ajuda humanitária".


NOCAUTE - Blog do Fernando Morais

Assange: o Brasil é o país mais espionado pelos EUA e na América Latina - 9 de jan. de 2017

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sexta-feira, 2 de julho de 2021

Grupo evangélico fez oferta paralela de vacinas ao Ministério da Saúde e prefeituras


Grupo comandado por pastor foi ao Ministério junto a Dominguetti e ofereceu doses de Astrazeneca e Johnson em parceria com Davati



Em março, uma organização evangélica que articulou a aquisição de vacinas com o Ministério da Saúde (MS) ofereceu imunizantes da AstraZeneca e da Johnson para prefeituras e governos estaduais junto à Davati Medical Supply, revela apuração exclusiva da Agência Pública. A reportagem teve acesso à carta encaminhada aos prefeitos e governadores pela Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) — presidida pelo reverendo Amilton Gomes de Paula — na qual a entidade oferece as doses no valor de US$ 11 a unidade, com prazo de entrega de até 25 dias. O valor seria 3 vezes maior que ofechado pelo Governo Federal para a mesma vacina da AstraZeneca com a Fiocruz, que foi de US$ 3,16, e o dobro do valor do Instituto Sérum, de US$ 5,25. 


Conforme a apuração, a carta da Senah teria sido enviada a diversas prefeituras da região Sul do país. Uma delas foi parar em Ijuí, município de pouco mais de 80 mil habitantes no noroeste do Rio Grande do Sul. A Agência Pública conversou com Luciana Bohrer (PT), vereadora do gabinete coletivo das Gurias, na cidade. Ela conta que tomou conhecimento da oferta por meio de uma pessoa ligada à Senah e que não teve contato com representantes da Davati. 

Na época, de acordo com a vereadora, a organização evangélica junto à Davati já haviam tentado “por mais de trinta dias” negociar diretamente em reuniões com o Ministério da Saúde em Brasília, mas não teria obtido sucesso. “Eram 400 milhões de doses, que eu me lembre, ainda seria fechado em quatro pacotes de 100 milhões”, diz Bohrer. A carta da entidade chegou à vereadora de Ijaí no dia 23 de março de 2021 e foi encaminhada ao prefeito Andrei Cossetin, do Progressistas (PP). Segundo Bohrer, a negociação não foi para frente. Procurada pela reportagem, a assessoria do prefeito afirmou que ele estava em viagem e não respondeu até a publicação da reportagem.

O reverendo Amilton Gomes, fundador e presidente da Senah, esteve no Ministério da Saúde, conforme fotos publicadas em suas redes sociais no dia 4 de março de 2021. Na postagem ele afirma que se reuniu com representantes da pasta “para articulação mundial em busca de vacinas”. Na visita, estava ao seu lado o policial militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti, que afirmou à Folha de S. Paulo que o diretor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria cobrado propina para compra de vacinas . Também esteve na visita o major da Força Aérea Brasileira (FAB) Hardaleson Araújo de Oliveira, antigo conhecido do pastor.

Na foto, o pastor Amilton Gomes, da Senah, em visita ao Ministério da Saúde junto a Dominguetti (o primeiro da foto à esquerda), o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Lauricio Monteiro Cruz (ao meio) e major da Força Aérea Hardaleson Araújo de Oliveira (segundo à direita)

Pastor Amilton Gomes foi à vigilância sanitária do Ministério da Saúde tentar articular vacinas, junto a major da Força Aérea Brasileira

A carta da Senah encaminhada aos gestores é assinada por Amilton Gomes e indica um e-mail da organização religiosa, da Davati e do empresário Renato Gabbi como contatos para “maiores esclarecimentos”. Gabbi é dono de um bar em Chapecó, em Santa Catarina. A reportagem procurou o empresário, que não respondeu até a publicação.

Roberto Dias, que foi indicado ao cargo pelo líder de governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR), foi exonerado nesta quarta-feira (30/06), após denúncia do jornal. 

Também teriam participado desse encontro, segundo Dominguetti, o tenente-coronel Marcelo Blanco, que era assessor do DLOG na gestão de Roberto Dias, e um empresário de Brasília. 

A reportagem procurou o Ministério da Saúde e questionou a pasta sobre a visita da Senah, tratativas de negociação de vacina e relações com Luiz Paulo Dominguetti. A assessoria não respondeu até a publicação.

Na foto, pastor Amilton Gomes ao lado do senador Flávio Bolsonaro

Líder da Senah criou frente parlamentar religiosa 


O reverendo Amilton Gomes parece ter bom trânsito no meio político de Brasília. Em suas redes sociais ele tem fotos com o filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota/RJ), como mostra a imagem acima,  publicada em junho de 2019. Em uma outra postagem de maio daquele ano, o religioso comemorou receber uma moção de louvor na Câmara dos Deputados. Recentemente, o pastor apareceu na divulgação da “Conferência Nacional de Liderazgo” ao lado da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL/SP).

Amilton Gomes participou ainda da criação da  Frente Parlamentar Mista Internacional Humanitária pela Paz Mundial (FremhPaz) junto ao pastor Laurindo Shalom, da Associação Internacional Cristã Amigos Brasil-Israel, e do deputado federal Fausto Pinato (PP/SP), em 17 de setembro de 2019

No estatuto da frente, a Senah aparece com a missão de dar apoio jurídico “para pessoas e comunidades em situações de guerras, calamidades, e aos refugiados, em ajudas humanitárias nacionais e internacionais”. No mesmo artigo do estatuto, que trata da cooperação interdisciplinar, diz que a frente irá “fomentar e financiar cursos de formação na temática da proteção à liberdade religiosa e aos refugiados, especialmente por meio da Senar [atual Senah], promovendo o intercâmbio de experiências nacionais e internacionais”. A entidade também integra o conselho consultivo da frente. 

A Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, que até o ano passado se chamava Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos, foi fundada por Amilton Gomes em 1999. “Hoje nosso DNA está na cultura pela paz mundial, na fomentação de apoio ao meio ambiente, sempre buscando meios sustentáveis para o desenvolvimento da sociedade harmonizando Homem e Meio Ambiente”, informa em sua página na internet a entidade que tem sede em Brasília.

Líder da Igreja Batista Ministério da Nova Vista, Amilton Gomes também foi cabo do Exército, na década de 1990. Ele publicou imagens do Movimento Cristão Conservador Brasileiro com sua assinatura e sua foto e se apresenta como reitor da Faculdade Batista do Brasil, além de participar da direção de entidades de psicologia, como, por exemplo, a Sociedade de Psicologia do Centro-Oeste. 

Procurado, Amilton Gomes confirmou as negociações e a visita ao Ministério da Saúde.

Líder religioso, Amilton Gomes foi homenageado no Congresso e participou de criação de Frente Parlamentar


Davati procurou Pazuello para vender vacinas

Também em março, um representante oficial da Davati Medical Supply procurou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello enquanto ele chefiava o ministério para negociar a venda de vacinas, revelam documentos que Pública acessou via consulta de Acesso à Informação do governo federal.

De acordo com a troca de emails, o advogado Julio Adriano de Oliveira Caron e Silva procurou Pazuello no seu email oficial da pasta no dia 9 de março deste ano. Na mensagem ele oferecia 300 milhões de doses da vacina AZD1222, da Astrazeneca, para compra imediata pelo Ministério da Saúde. O advogado informou que representava a empresa Davati Medical Supply LLC.

Em entrevista à reportagem, Adriano Caron confirmou representar a Davati. Documento da empresa também o confirma como representante no Brasil. Não há menção a outros representantes, como Luiz Paulo Dominguetti Pereira. 

O advogado disse não conhecer Dominguetti. “Como a empresa me deu uma autorização de apenas representá-la aqui e oferecer as vacinas, eu não sei se ela fez isso com outras pessoas. Talvez tenha feito, mas eu não conheço essa pessoa, não sei das relações dele com o governo”, disse. 

Caron também disse desconhecer qualquer operação da empresa e de que a Davatti estaria ofertando a vacina da Johson.  

O email enviado por Caron ao Ministério da Saúde foi respondido no dia seguinte, 10 de março, pelo chefe de Gabinete do Ministro de Estado da Saúde, o capitão Paulo César Ferreira Junior. O militar está à frente do gabinete desde maio de 2020, quando Pazuello se tornou ministro. Homem de confiança de Pazuello, ambos estiveram na intervenção federal em Roraima, em 2018, e receberam a Ordem do Mérito Forte São Joaquim.

Em resposta ao advogado, o capitão pediu uma carta de autorização da Astrazeneca que concordasse com a intermediação da Davati. Caron disse à Pública que as negociações não avançaram porque a empresa não o retornou com os documentos solicitados pelo Ministério da Saúde. 

“Dando seguimento com a Davati, pedindo maiores informações sobre as vacinas, eles não conseguiram me confirmar a disponibilidade do estoque e nem de que eles estavam autorizados pela empresa de vender vacinas aqui no Brasil, então o negócio não seguiu em frente”, justificou Caron. “Não marquei reunião nenhuma e a conversa não seguiu em frente”, acrescentou.  

Ainda segundo o advogado, “a Davati deixou bem claro que iria buscar junto à fabricante das vacinas toda a documentação necessária para vender”. “Se ela estava tentando negociar com a Astrazeneca a possibilidade de oferecer essas vacinas para o Brasil, ou qualquer outro país, e ela não conseguiu por algum motivo, talvez seja esse o motivo de que ela não me mandou a informação porque o negócio seria fechado com a Astrazeneca, a Astrazeneca que iria fornecer a vacina. Se ela não conseguiu autorização da Astrazeneca para vender, parou de me mandar informação e eu não poderia vender um produto que ela não tinha”.


Linha do tempo

  • 25 de fevereiro — segundo Dominguetti, diretor de logística do MS pediu propina para oferta de vacinas feita em nome da Davati
  • 4 de março —  pastor Amilton Gomes da Senah posta foto no MS e anuncia articulação para vacinas
  • 23 de março — carta da Senah assinada por Amilton Gomes chega a Ijaí oferecendo vacinas da Davati

Fonte: Agência Pública


 

sexta-feira, 19 de março de 2021

Militares do GSI estavam envolvidos em tráfico de drogas em avião da FAB, diz Justiça


O Ministério Público Militar revelou verdadeiro esquema de organização criminosa nas forças armadas para traficar drogas para o exterior. Dois de quatro militares presos eram membros do Gabinete de Segurança Institucional na época do tráfico de cocaína para a Espanha


Avião da FAB e o Segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues (Foto: Reprodução)

247 - Operação da Justiça Militar desta quinta-feira, 18, indicou participação direta de militares ligados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, chefiado pelo general Augusto Heleno, no esquema de tráfico de drogas para o exterior usando aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

Dentre quatro militares presos pela Justiça, dois estavam no GSI quando traficantes usarem aeronaves oficiais para transportar drogas, aproveitando-se de “brechas” no controle de bagagens e as permissões privilegiadas dos militares para transitar em aeroportos pelo mundo, segundo reportagem do G1.


Organização criminosa e enriquecimento ilícito

A prisão dos militares foi efetuado após pedido do promotor Enilson Pires, do Ministério Público Militar (MPM), que acusou o sargento Márcio Gonçalves da Silva, então funcionário da GSI, de ser “responsável pela escala dos comissários na ‘Presidência’” - o que era fundamental para colocar homens de confiança nos vôos para transportar entorpecentes.

Segundo a reportagem, a investigação mostrou que o sargento Manoel Silva Rodrigues, apoiador de Jair Bolsonaro que está preso na Espanha, “tinha uma preocupação constante em saber para quais datas e destinos estava escalado, supostamente como forma de organizar as viagens com os fornecedores e recebedores da droga”.

Pires afirmou que Gonçalves da Silva, o possível líder do esquema, “começou a apresentar uma situação financeira diferenciada”. O sargento tinha remuneração de R$ 4 mil, mas contra-cheques apreendidos na investigação mostraram que ele comprou dois carros de luxo. Em depoimentos ao promotor, colegas militares disseram que ele “chegou na lona, com carro velho, e hoje está com carrão”.

Outro preso foi o tenente-coronel Alexandre Piovesan, que ingressou, em 2013, no Grupo de Transporte Especial (GTE) da FAB, “unidade responsável pelo transporte aéreo do Presidente da República, Ministros de Estado, Secretários da Presidência da República, e autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário, bem como o Alto-Comando da Aeronáutica, sendo o segundo mais antigo da unidade”.

Piovesan e Gonçalves da Silva foram exonerados do GSI logo após o flagrante na Espanha.

Segundo reportagem do G1, após a prisão de Manoel na Espanha, Piovesan encontrou a ex-mulher do militar logo após a apreensão na Espanha e “era tido como amigo próximo do sargento preso e, de acordo com outros militares ouvidos, dava benefícios para o sargento durante o trabalho”. Ele ainda é acusado pelo MPM de dificultar investigação ao apagar conversas suspeitas em seu telefone.


Avião da FAB apreendido com cocaína na Espanha

Em junho de 2019, Manoel foi preso após ser encontrado mais de 30 kg de cocaína em sua bagagem num avião da Aeronáutica no aeroporto de Sevilha, na Espanha. 

No Brasil, o militar é réu por tráfico de drogas com valor estimado em R$ 6,3 milhões de acordo com o Ministério Público Militar. Na Espanha, ele aceitou cumprir uma pena de seis anos de prisão e pagar uma multa de dois milhões de euros.

Em agosto de 2020, um ano e dois meses após a prisão do militar, Manoel ainda não havia sido demitido, seguindo na ativa e recebendo salário em dia. Na época, constou no Portal da Transparência que, mesmo sem trabalhar desde junho de 2019, ele recebeu R$ 8,1 mil brutos mensais, incluindo até verbas indenizatórias. Em novembro, o valor bruto ultrapassou R$ 14,5 mil, devido à gratificação natalina.

Confira comentários de Alex Solnik sobre o tema, se inscreva na TV 247 e se torne membro:

Tráfico de cocaína no avião presidencial de Bolsonaro - 26 de jun. de 2019

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Plantão Brasil

INVESTIGAÇÃ0 DOS 39KG DE C0CAÍNA AVANÇA!! B0LSONARO E GENERAL HELEN0 QUEREM ABAFAR!!

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 Musique-se

 Bezerra da Silva Overdose de Cocada COCADA BOA

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Polícia Federal deflagra operação contra tráfico de drogas em aviões da FAB no DF


Polícia Federal cumpre 15 mandados de busca e apreensão. Em 2019, sargento brasileiro foi preso com cocaína em voo da Força Aérea Brasileira (FAB), na Espanha.




A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (2), a Operação Quinta Coluna, para aprofundar as investigações sobre uma associação criminosa que usou aeronaves da FAB enviar drogas para a Espanha. A operação também investiga lavagem de ativos obtidos em razão dos crimes, relata o jornal Estadão.

Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados que restringem a comunicação dos investigados, contra 10 investigados. Militares da FAB também participam do cumprimento das medidas.

Por determinação judicial, os alvos da operação foram impedidos de deixar o Distrito Federal. Os agentes da PF encontraram drogas na casa de um dos suspeitos. Os endereços não foram informados, nem a identidade dos envolvidos ou se houve prisões em flagrante.


Voo da FAB com cocaína

Em junho de 20149, o sargento da FAB Manoel Silva Rodrigues foi preso em Sevilha, na Espanha, com 39 quilos de cocaína quando viajava como parte da tripulação de apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a investigação, outras pessoas se associaram ao militar para a prática do crime de tráfico de drogas, tendo sido apresentado à Justiça elementos que indicam pelo menos mais uma remessa de entorpecentes para a Espanha.

Além de investigar os outros supostos integrantes da associação criminosa, a PF mira crimes de lavagem de dinheiro. A PF frisou que as investigações não se confundem com os processos por tráfico internacional de drogas que tramitam na Justiça Militar. Os crimes de associação para o tráfico e lavagem de dinheiro têm penas que vão de três a dez anos de prisão.

Fonte: Sputnik Brasil



RedeTV - 5 de jul. de 2019


A Polícia da Espanha divulgou novas fotos da mala com 39 quilos de cocaína, apreendida com um sargento da Força Aérea Brasileira, durante uma imagem oficial da comitiva de Bolsonaro ao Japão, onde o Brasil participou da cúpula do G-20. O militar está preso em Sevilha desde o início da semana passada

Assista ao VÍDEO


sábado, 22 de agosto de 2020

O Pantanal queima e aumenta a pressão sobre a gestão ambiental no Brasil


Seca recorde e queimadas recorde no Pantanal em 2020 afetam animais e até o céu de Cuiabá.MARCIO PIMENTA / REDUX

Um cheiro de mato queimado entrou pela janela da casa de Zulmira Maria Lucia, de 67 anos, residente de Mata Cavalo, comunidade quilombola, situada no Pantanal, em Mato Grosso, no oeste do Brasil. “O fogo apareceu muito rápido e arriou todo o pasto. Perdemos tudo, a roça de banana e outras plantações”, conta Zulmira, sobre sua comunidade e as outras 28 vizinhas, onde vivem 40.000 quilombolas. Uma das casas mais atingidas é a da família de Maria da Paz, que perdeu todo o pasto e a cana-de-açúcar no incêndio e precisará comprar ração para alimentar o pequeno rebanho de dez animais. Da porta da varanda, Maria da Paz, segura o neto recém-nascido no colo. Tânia, a mãe do bebê, está internada com covid-19. Maria levanta os olhos cheios de água e faz um sinal de que não podemos nos aproximar por causa do bebê. Ela aponta para a área queimada e diz de forma lacônica: “Também perdemos tudo, o fogo chegou até aqui”, mostra, apontando para as marcas que os incêndios deixaram perto de casa.

O fogo chegou este ano com intensidade no Pantanal, um bioma de156.000 km² no extremo oeste do Brasil, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e as fronteiras da Bolívia, Argentina e Paraguai. Apesar de preservar 83% de suas matas, a região arde neste momento. Só no mês de julho foram mais de 1.601 focos de calor, os maiores da história do Pantanal desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento da região. No mês de agosto, o problema de aprofundou. São 2.170 focos de calor em apenas 10 dias. “Esse número já é 28% maior em relação ao contabilizado em todo mês de agosto de 2019”, explica Vincíus Silgueiro, pesquisador do Instituto Centro de Vida (ICV), que atua no bioma há vinte anos. “Mais de 55% dos focos de calor estão em propriedades rurais cadastradas. A origem dos focos vem dessas áreas com forte presença humana.”

O quadro de emergência levou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a se deslocar para Mato Grosso no início desta semana. Da janela do avião que o trasladou para lá, ele pôde testemunhar o que os alertas de fogo já apitavam. “Ao longo da viagem podemos ver centenas de focos de queimadas, mas agora conseguimos detectar a origem e vamos penalizar todos os responsáveis”, alertou o ministro na tarde de terça-feira após sobrevoar pontos de queimadas na região.

O Governo Bolsonaro está cada vez mais pressionado pela má gestão ambiental na Amazônia, e há consenso que faltou organização e competência também para lidar com o bioma. Nesta sexta, o Diário Oficial publicou a exoneração do coronel Homero Siqueira, que estava à frente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), um dos órgãos do sistema de vigilância e fiscalização das florestas. A decisão foi tomada por Salles em função do descontrole das queimadas no Pantanal, segundo os jornais O Globo e o O Estado de São Paulo. Siqueira seguiu a fórmula comum na gestão de Bolsonaro de trocar técnicos por militares em cargos do instituto que cuida das reservas nacionais, dizem seus críticos.

Quem conhece o Pantanal diz que faltou se antecipar aos fatos. “As ações precisam começar mais cedo. Só foram tomadas de forma tardia em 2020, quando os números [de queimadas] já estavam altos. Uma lentidão fatal para o bioma”, afirma Júlio Sampaio, que coordena o programa Cerrado Pantanal no grupo ambientalista WWF-Brasil. Ele cita o decreto federal que proibiu o uso do fogo no manejo das propriedades, publicado apenas este ano.

Fogo contra fogo: os bombeiros usam a tática de provocar um fogo que reduza a capacidade do incêndio de continuar se propagando no mato seco. MARCIO PIMENTA


Bombeiros rodeados pelo fogo

O combate ao fogo tem sido um desafio complexo pelas características do Pantanal, como admitiu Salles na entrevista de terça. “Estamos deslocando efetivos, mas o ambiente do Pantanal é muito seco, quente e tem muito vento”, disse. Um dia antes, na segunda-feira, 17, equipes locais enfrentaram momentos de terror. Seis homens do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso foram surpreendidos pela velocidade e intensidade das linhas do fogo em Poconé, área vizinha de Mata Cavalo, e acabaram rodeados pelas chamas. Foi necessário acionar o helicóptero Black Hawk H-60 da Força Aérea Brasileira para o resgate emergencial. Com sorte ninguém se feriu.

O fogo já atinge em cheio os animais da mata. Uma onça-pintada teve 70% do corpo queimado e precisou ser transportada no helicóptero do Exército na segunda-feira, 16, para Cuiabá. Foi internada no hospital veterinário da universidade federal do Estado. Em desespero com o fogo, o animal invadiu quintais na comunidade Poconé, gerando pânico na população. Quase 500 espécies de aves e 132 mamíferos vivem no Pantanal.

O quadro preocupa o Mato Grosso, que vive do turismo na região, e tem ali uma reserva natural importante para o equilíbrio climático mundial. “Os incêndios já consumiram 6% do Pantanal”, disse o governador, Mauro Mendes (DEM), ao lado do ministro Ricardo Salles, cada vez mais cobrado para atuar em prol da preservação das matas brasileiras.

As queimadas do Pantanal mudaram o cenário até da capital mato-grossense, a 200 quilômetros da reserva. O tradicional céu azul de Cuiabá foi tingido de cinza. A fumaça acumulada obriga os aviões aterrissarem com a ajuda de aparelhos por falta de visibilidade no aeroporto principal do Estado, o Marechal Rondon. Mato Grosso vive das glórias de ser o maior produtor de soja do mundo, ao mesmo tempo em que lidera os incêndios em 2020. Segundo Inpe, são 769 registros, um terço de tudo que queima no Brasil. Até quarta-feira (19) o fogo seguia sem controle, especialmente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Sesc Pantanal.

A Fazenda São Francisco do Perigara, vizinha à reserva, foi uma das mais atingidas pelas queimadas. Ali esta a maior concentração de ninhos naturais de arara-azul do mundo. O local é polo de pesquisa do Instituto Arara Azul. “Ali existem 700 animais e mais de 77 ninhos monitorados, só poderemos saber a dimensão do estrago causado pelo fogo quando o combate acabar. Mas, muitos ninhos já estavam com filhotes e os animais perderam o seu alimento para o fogo, as palmeiras do Bacuri”, explica Neiva Guedes, diretora do Instituto Arara Azul.

ROGÉRIO FLORENTINO / EFE


Amazônia e Pantanal

A reserva matogrossense tem uma relação umbilical com a Amazônia. Os dois biomas têm grande parte de suas nascentes localizadas na mesma serra, a Chapada dos Parecis, em Mato Grosso. É ali que estão 70% das águas que irão formar a planície do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. “A região depende dessa água que vem das florestas do norte de Mato Grosso, na região amazônica. Mas estamos registrando cada vez menos chuvas ali”, lamenta Felipe Dias, diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, instituição que monitora o desmatamento na região. A projeção é que as secas serão cada vez mais severas daqui para a frente. “Temos que nos preparar para não perdermos o Pantanal”, explica Dias. “O cenário atual é propício para o tripé do fogo: inverno quente, baixa umidade e vento forte”, conclui.

Uma das causas para tanto fogo é a seca. A Régua de Ladário, em Mato Grosso do Sul, fixada pela Marinha Brasileira em 1900 para medir as cheias do rio Paraguai, há 47 anos não atingia índices tão baixos. “Esse regime de secas e chuvas é a natureza do Pantanal Os antigos sempre disseram que os períodos de alternância duram até dez anos. Isso significa que temos que nos preparar”, alerta Dias.

O fogo no Pantanal é um problema para o mundo. As queimadas e mudanças no uso da terra são responsáveis por 80% das emissões brasileiras de gases que aquecem o planeta e provocam as mudanças climáticas. O Brasil já esteve em quarto lugar no ranking mundial dos emissores de gases-estufa durante anos de descontrole nos incêndios e desmatamento, como em 2005.

O país saiu da lista dos dez maiores emissores em 2019, após controlar o desmatamento na Amazônia. Mas em 2016 ainda estava na sexta posição, e se a situação sair fora de controle em outros biomas, as emissões voltam a subir. As emissões também podem reduzir os recursos financeiros para controlar as queimadas. Hoje, são os compromissos estaduais e nacionais de redução do desmatamento na Amazônia que dão suporto financeiro às ações de combate às chamas.

O acordo assinado entre o Governo de Mato Grosso e países europeus durante a Conferência Mundial do Clima de Paris, a Cop-21, garantem repasses anuais ao Estado. O programa conhecido como Redd+ para Pioneiros concede aporte financeiro aos grandes desflorestadores que controlam a perda de florestas. Mato Grosso era o segundo em perdas de áreas naturais na Amazônia, mas hoje está em sétimo, segundo o Inpe. O controle garantiu um investimento 22 milhões de reais repassados por bancos alemães e britânicos para o combate às queimadas.

Segundo a Secretaria do estado de Meio Ambiente (Sema), esse recurso foi aplicado nas ações conjuntas do Comitê do Fogo, composto por entidades civis, públicas e organizações não governamentais. A Sema fornece equipamentos e diárias para realizar as operações. Desde março, foi repassado 680.000 reais em diárias para os Bombeiros Militares e demais profissionais que atuam diretamente no combate às queimadas.

O ano passado já havia sido crítico em termos de estiagem. “Tivemos picos de temperatura e baixas de umidade em todo o Pantanal”, diz Júlio Sampaio da Silva, da WWF-Brasil. “O fogo é algo que vemos desde o início de 2020. E as queimadas têm uma origem na ação humana. O fogo começa pela mão do homem, através da limpeza e áreas e renovação de pastagens”, explica. “É muita irresponsabilidade colocarem fogo em períodos críticos de seca. Mesmo na chuva, os incêndios aconteceram e marcaram que já teríamos um ano atípico.”

As queimadas deixarão marcas profundas. “Para os insetos é uma perda bastante acentuada nesse momento de incêndio, porque são animais que não têm mobilidade de longo alcance, muitos deles são polinizadores, fundamentais para o desenvolvimento das plantas”, explica Cristina Cuiabalia, bióloga e gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Polo Socioambiental Sesc Pantanal. Não são os únicos: répteis também acabam sendo consumidos pelo fogo. “As aves até conseguem migrar entre um ambiente e outro, mas perdem-se ninhais e dormitórios, o que representa a perda de uma geração, já que estamos bem na estação reprodutiva da arara-azul, do tuiuiú”, segue Cuiabalia.

Sizenando Carmo Santos, 62 anos, explica que os quilombolas tentaram chamar o Corpo de Bombeiros por horas. “Ligamos muitas vezes. Eles chegaram quando já não conseguiam fazer nada, o fogo tinha se alastrado por tudo. Ficaram só olhado. Fomos nós mesmos que evitamos que as casas se perdessem”MARCIO PIMENTA / MARCIO PIMENTA/REDUX


Covid-19 e fogo

As autoridades de Cuiabá e Várzea Grande, as maiores cidades de Mato Grosso, precisam conciliar os efeitos das queimadas na saúde em meio a pandemia do novo coronavírus. O Estado foi considerado em julho, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como um dos epicentros da covid-19 no Brasil. Com uma curva acentuada no número de casos e poucos leitos hospitalares, são quase 80.000 casos, para 450 leitos de Unidades de Terapias Intensiva públicas.

A Secretaria da Saúde afirma que a taxa de ocupação segue sob controle, com pouco mais de 20% de leitos disponíveis, porém o Ministério Público de Mato Grosso decretou quarentena restritiva emergencial duas vezes no Estado entre junho e julho por falta de leitos.

Na Comunidade de Mata Cavalo a população ainda debate o que fazer após a perda das hortas. “As pessoas dizem que estamos perto de cidades, mas para o quilombola sair de sua casa a dez quilômetros do asfalto e ir a um mercado precisa de cem reais de frete. Por conta da pandemia do coronavírus, o ônibus que fazia nossa linha parou em abril”, diz a presidente da Associação de Mata Cavalo de Baixo, Arlete Pereira, 54 anos.

Para o agente de saúde, Edson Batista, de 51 anos, os efeitos das queimadas podem agravar a pandemia. “Com essa seca, sem hortas e o auxílio da pandemia acabando (em setembro), as famílias ficarão sem comida. Já temos alguns casos aqui de coronavírus, e um óbito foi registrado. Os problemas respiratórios gerados pelas queimadas também vão induzir as famílias a procurarem tratamento nos hospitais da capital. Não sei como serão os próximos meses”, diz o agente de saúde Batista.


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 Greenpeace Brasil

O Pantanal já perdeu mais de 10% de sua cobertura vegetal devido aos incêndios que atingem a região desde julho. Um dos fatores para tamanho estrago foi a temporada de seca, que tem sido mais acentuada, além do inverno mais quente. Então o Pantanal já está sofrendo efeitos das mudanças climáticas?

Neste episódio, conversamos sobre o que está acontecendo nesse bioma, o que pode ou não ser efeito do aquecimento do planeta e filosofamos um pouco sobre nossa relação com a natureza. Os convidados são Felipe Dias, diretor-executivo da SOS Pantanal, e José Marengo, climatologista do Centro de Monitoramento e Alertas De Desastres Naturais (Cemaden).

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