Gestão de Castello Branco vende plataformas por meio de
negócio considerado “absurdo” e um “acinte” pela FUP e pelo Sindipetro-NF
Depois de vender plataformas a preço de “doação”, gestão de
Roberto Castello Branco pretende se desfazer da refinaria Landulpho Alves
São Paulo – Na última sexta-feira (31), o presidente da
Petrobras, Roberto Castello Branco, informou que tem expectativa de assinar o
contrato de venda da importante refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, em
um ou dois meses. Uma semana antes, a companhia leiloou, por R$ 7,5 milhões
(US$ 1,45 milhão), a um comprador identificado como Marboteni – em um leilão
online –, as plataformas P-7 (com capacidade de produção de 15 mil barris por
dia), P-12 (7 mil barris/dia) e P-15 (3 mil), na Bacia de Campos. Foi um
negócio considerado absurdo e um “acinte” por representantes da Federação Única
dos Petroleiros (FUP) e
do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF).
“Cadê o Ministério Público Federal para investigar tudo
isso? Quem está levando vantagem nessas privatizações? Quem está ganhando? O
Brasil, a Petrobras ou quem está comprando? Ou é quem participa desses
negócios, já que ninguém sabe quem são os lobistas?”, questiona o
coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a respeito do negócio com as plataformas
fechado pela atual gestão de Castelo Branco à frente da Petrobras.
“Só não doaram as plataformas porque é ilegal. É um absurdo
e que demonstra bem a que veio o governo de Jair Bolsonaro e Castello Branco, e
a que interesses respondem, os do mercado financeiro. Os interesses são muito
escusos”, diz o presidente do Sindipetro-NF, Teseu Bezerra. “Esse negócio faz
parte do projeto em defesa do mercado financeiro que Paulo Guedes (ministro da
Economia) e Bolsonaro defendem. Na prática, na ponta do lápis, foi um leilão de
fachada para legitimar a doação.”
Pelo cálculo dos petroleiros, somando a produção das três
plataformas, 25 barris/dia, com o preço do barril, atualmente, em R$ 227, a
receita é de R$ 5,7 milhões por dia. O comprador levará, portanto, dois dias
para recuperar o investimento de R$ 7,5 milhões.
“Cortada aos pedaços”
“Com isso, o governo demonstrou literalmente o que quer
fazer com a Petrobras, assim como vem fazendo com outros ativos do sistema. A
gente ouve Salim Mattar (secretário especial de Desestatização,
Desinvestimento e Mercado do Ministério da Economia) dizer que a
Petrobras não será privatizada. Na realidade, a empresa está sendo dilapidada
literalmente, cortada aos pedaços e sendo vendida a passos largos”, acrescenta
Deyvid.
“Estão privatizando a Petrobras com a venda dos ativos a
preço de banana, seja transformando em subsidiárias, seja vendendo esses ativos
‘na bacia das almas’. É escandaloso.”
O coordenador da FUP observa ainda que, além do absurdo dos
valores do negócio, o leilão foi realizado no pior momento possível, em meio à pandemia de covid-19 e à maior crise do
capitalismo mundial, que também envolve o setor de petróleo e gás, cujos ativos
estão desvalorizados. “Como se vende essas plataformas agora? Ninguém faz isso,
nem um cidadão comum que quer vender um carro. Os preços estão no chão.”
Além da refinaria Landulpho Alves, a gestão Castello Branco
quer se desfazer das refinarias Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do
Sul, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Gabriel Passos (Regap), em
Minas Gerais.
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Gestão Castello Branco vende três plataformas pelo preço de três apartamentos— Federação Única dos Petroleiros (@FUP_Brasil) August 3, 2020
As plataformas P-07, P-12 e P-15, na Bacia de Campos, foram leiloadas em um site especializado em venda de carros batidos e sucatas de seguradoras. https://t.co/nF3yFuopW5
Além de um péssimo negócio, a privatização da PBIO é ilegal. Castello Branco transferiu o controle das usinas de biocombustível da BA, MG e CE para a subsidiária, numa manobra jurídica para vender os ativos sem licitação e sem autorização do legislativo. https://t.co/NFwjLcP7Lg— Federação Única dos Petroleiros (@FUP_Brasil) August 3, 2020
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