O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e parlamentares do centrão pressionaram o partido a endossar a proposta
Por Raphael Di Cunto
(Folhapress) – O PT discursou contra a PEC (Proposta de
Emenda à Constituição) da Blindagem, mas 12 parlamentares votaram a favor do
texto no primeiro turno. O texto proíbe
processos criminais contra deputados e senadores sem aval do Congresso,
determina que as prisões de congressistas serão decididas em votações secretas
e amplia o foro privilegiado.
Entre os que votaram a favor estão Odair Cunha (PT-MG) — que
esta semana atua como líder do governo na Câmara e é candidato a vaga no TCU
(Tribunal de Contas da União), num acordo com o centrão –, o presidente do PT
em São Paulo, Kiko Celeguim, e os quatro representantes do partido no Piauí:
Dr. Francisco, Flávio Nogueira, Florentino Neto e Merlong Solano.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB),
e parlamentares do centrão pressionaram o partido a endossar a proposta, com o
argumento de que uma posição contrária seria prejudicial ao governo e aos
projetos prioritários para o presidente Lula (PT) -como a MP (medida
provisória) que amplia a tarifa social de energia elétrica.
Além disso, Motta trabalha num texto alternativo à anistia
ampla e irrestrita para os condenados por tentativa de golpe de Estado, como o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A intenção é reduzir penas, mas sem perdoar
os crimes. Aliados do presidente da Câmara avisaram o PT de que se opor à PEC
criaria um clima ruim na discussão da anistia.
Eles também reclamaram da campanha dos petistas nas redes
sociais contra a votação pela Câmara da blindagem aos deputados. Tão logo Motta
anunciou que essa seria a pauta da terça-feira (16), integrantes do partido
começaram a disparar vídeos e memes com críticas ao texto e defender que
serviria para ajudar Bolsonaro a escapar da prisão.
12 deputados do PT votaram a favor da PEC
O partido do presidente Lula, porém, foi um dos mais ativos
no plenário contra a PEC, ao lado do PSOL e Novo. O deputado Bohn Gass (PT-RS)
defendeu que a imunidade parlamentar não pode ser confundida com impunidade.
“Não há nenhuma justificativa para que, frente a um crime cometido por um
parlamentar, diferentemente do cidadão, ele tenha que ter autorização do
Congresso para ter a investigação e a punição. Isso não é razoável”, criticou.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o partido
votaria contra “a PEC da Bandidagem” e alertou sobre a infiltração do crime
organizado, como o PCC (Primeiro Comando da Capital), na política. “Não que
quem vai votar seja bandido, mas aquele que for bandido poderá se esconder aqui
na Câmara, porque os deputados, em voto secreto, poderão mantê-lo”, disse.
Parte do PT, no entanto, avisou Motta no fim da tarde que
haveria dissidências, e que o partido iria dar votos a favor. A prioridade,
disseram dois petistas após reunião com o presidente da Câmara, é derrotar a
anistia ampla, e a PEC “seria um tema secundário”. Dos 67 deputados do PT, 12
foram a favor, 51 votaram contra e quatro se abstiveram.
O autor da proposta é o hoje ministro do Turismo do governo
Lula, Celso Sabino, que é deputado federal licenciado pelo Pará. Ele é cobrado
por seu partido, o União Brasil, a deixar o cargo até o fim do mês, e
apresentou a PEC em 2021, quando a Câmara era comandada por seu aliado, o
ex-presidente Arthur Lira (PP-AL).
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— ICL Notícias (@ICLNoticias) September 17, 2025
Fonte: ICL Notícias
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