Levantamento revela estrutura do grupo que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia
Ex-assessor da presidência da República, o advogado Arthur
Weintraub deu indicações em discurso no Palácio do Planalto e em lives nas
redes sociais que coordenou um grupo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.
Segundo Weintraub, esse grupo teria defendido a eficácia da cloroquina para
tratar a Covid-19 — o medicamento não tem comprovação científica para esse fim.
Em 14 de agosto de 2020, Weintraub discursou em um evento no
Palácio do Planalto e disse: “Eu, a partir de fevereiro [de 2020], como
assessor do presidente, então é uma oportunidade que me foi dada pelo
presidente, eu comecei a entrar em contato com os médicos. Os médicos que tenho
referência, como o doutor Luciano Azevedo, a doutora Nise [Yamagushi], o Paulo
Zanotto”. Os três nomes citados se notabilizaram pela defesa do tratamento
precoce contra a Covid-19.
No mesmo evento, o anestesiologista Luciano Dias Azevedo
agradeceu: “Gostaria de agradecer ao Arthur Weintraub porque desde o início de
fevereiro ele nos procurou, começou unir os grupos de médicos para estudar a
doença e pesquisar soluções. Senhor Arthur abriu portas”.
Em live veiculada em 12 de abril de 2020, Weintraub também
falou sobre o assunto com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): “Seu
pai virou pra mim e disse: ô magrelo, você que é porra louca, vai lá e estuda
isso daí. Ai comecei a ler artigo científico, artigo que o pessoal começa a
soltar. Esses caras me mandando, o Luciano Dias Azevedo, Paulo Zanotto, e falei
pra ele [Bolsonaro]: cloroquina tá funcionando, já tem resultado. Passei pra
ele os estudos, ele lê. Eu passo no zap e depois ta impresso na mesa dele”.
Exclusivo 🚨 Vídeos levantam suspeita de que Arthur Weintraub, ex-assessor presidencial, teria - sob orientação de Jair Bolsonaro - coordenado o “ministério paralelo” da saúde em 2020. À época, Arthur defendeu a mudança na bula da Cloroquina citada na #CPIdaCovid
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Em abril do mesmo ano, respondendo às críticas por seu
envolvimento em assuntos médicos, Arthur disse considerar que poderia “dirigir
a OMS”. Arthur é o irmão mais novo do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub
e hoje atua como um dos representantes do Brasil na Organização dos Estados
Americanos (OEA).
Fonte: Metrópoles