- Passageira de ônibus, em São Paulo, utiliza máscara de proteção contra o coronavírus. Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass)
divulgou neste sábado (6) nota crítica ao governo federal de Jair Bolsonaro. Os
secretários criticam declaração dada pelo empresário Carlos Wizard,
secretário do Ministério da Saúde, de que os estados manipulam dados sobre a
covid-19.
"Wizard menospreza a inteligência de todos os
brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes
queridos mortos tratados como 'mercadoria'. Sua declaração grosseira,
falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito,
merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco", diz trecho.
A nota é assinada pelo presidente do Conselho, Alberto
Beltrame, secretário de Saúde do Pará. Leia a íntegra no final do texto.
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Wizard assumiu nesta semana a Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. Em entrevista ao
jornal O Globo, ele disse que o governo vai recontar os mortos
pela doença. De acordo com ele, os dados divulgados pelos estados são
"inflados, fantasiosos ou manipulados".
Os secretários acusam o governo de esconder e
"tentar dar invisibilidade" aos mortos por coronavírus. "A
tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade
aos mortos pela Covid-19, não prosperará".
O Ministério da Saúde mudou
nesta semana a forma como faz a divulgação diária de números de casos e mortes
confirmadas pela doença. O horário de divulgação dos dados consolidados
passou a ser às 22h em vez de 19h como era anteriormente.
O atraso na divulgação de boletins epidemiológicos impede
que os dados estejam disponíveis no horário dos telejornais noturnos, período
em que as televisões têm maior audiência.
"Acabou matéria no Jornal Nacional", disse o
presidente nessa sexta-feira (5), na saída do Palácio da Alvorada.
Além do horário, a
forma de comunicação sobre o avanço da covid também sofreu ajustes
na atual gestão do general Eduardo
Pazuello. As redes sociais oficiais do Ministério da Saúde e da Secretaria
de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) adotaram um novo tom,
ocultando os balanços negativos.
A Secom passou a divulgar um “Placar da vida”, que traz o
número de infectados pelo coronavírus no país, pacientes curados e em recuperação,
omitindo o número de mortes. O painel com os números gerais e por estado
divulgado pela Saúde também foi reajustado. Na nova forma de divulgação, o
número de mortos ficou em segundo plano.
Leia a íntegra da nota das secretarias estaduais de
saúde:
O CONASS repudia com veemência e indignação as levianas
afirmações do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do
Ministério da Saúde, Carlos Wizard.
Ao afirmar que Secretários de Saúde falseiam dados sobre
óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais “orçamento”, o secretário, além
de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas
aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias.
A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética
de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará.
Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e
tampouco a tragédia que se abate sobre a nação.
Ofende Secretários, médicos e todos os profissionais da
saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas.
Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros,
que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos
tratados como “mercadoria”.
Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de
qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo
desprezo, repúdio e asco.
Não somos mercadores da morte.
A vida é nosso valor maior, com ela não se negocia, relativiza
ou transige.
O povo brasileiro é forte e resiliente, seguiremos a seu
lado e juntos para preservar sua saúde e salvar vidas.
Henry Bugalho
O rapper Emicida e Ciro Gomes jogam a real sobre o
verdadeiro projeto de Bolsonaro, enquanto isto o presidente leva um chute na
bunda de Trump, que o humilha internacionalmente, e também leva uma invertida
no Plantão da Globo. Entenda!
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