O presidente Cyril Ramaphosa, o emir xeque Tamim bin Hamad Al Thani e o presidente Gustavo Petro pedem um cessar-fogo em Gaza enquanto criticam a inação das potências mundiais
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, recebeu apoio
internacional para o caso de genocídio contra Israel que seu país abriu em
dezembro passado no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ).
"Acolhemos com satisfação o apoio que vários países
deram ao caso que lançamos no CIJ. As ordens do CIJ deixam claro que há um caso
plausível de genocídio contra o povo de Gaza", disse o presidente
sul-africano ao discursar na AGNU na terça-feira.
Discursando na Assembleia Geral da ONU em Nova York,
Ramaphosa disse: "Não ficaremos em silêncio assistindo ao apartheid ser perpetrado
contra outros", evocando a luta de décadas da África do Sul contra o
apartheid, que finalmente terminou com sucesso na década de 1990.
"A única solução duradoura é o estabelecimento do
Estado palestino, um Estado que existirá lado a lado com Israel, com Jerusalém
Oriental como sua capital", acrescentou.
Em seus comentários, Ramaphosa também pediu reformas
abrangentes no Conselho de Segurança da ONU, criticando sua estrutura atual
como ultrapassada e exclusiva.
"Não podemos continuar sendo um clube exclusivo de
cinco nações", disse ele, pedindo a inclusão da África e de outras regiões
no processo de tomada de decisões do conselho.
Cresce apoio global ao caso de genocídio da África do Sul contra Israel no TIJ |
Catar
O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, disse que a
guerra de Israel em Gaza foi um "genocídio" ao se dirigir aos líderes
mundiais na Assembleia Geral das Nações Unidas.
"A agressão flagrante que recai sobre o povo palestino
na Faixa de Gaza hoje é a agressão mais bárbara, hedionda e extensa",
disse ele, chamando o conflito de "um crime de genocídio".
O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, enfatizou
que o Catar continuará com seus esforços de mediação em Gaza, apesar de todas
as adversidades.
"A mediação em Gaza é nossa escolha estratégica,
continuaremos os esforços apesar das dúvidas e acusações até que um cessar-fogo
permanente seja alcançado", disse Al Thani.
Al Thani disse que não há parceiro para a paz no atual
governo israelense.
Ele também disse que o fim da ocupação nos territórios
palestinos e o direito à autodeterminação não são um favor nem um presente.
O emir do Catar também criticou o Conselho de Segurança da
ONU por não implementar a resolução de cessar-fogo em Gaza.
"A adesão palestina à ONU não acabará com suas misérias
nem com a ocupação, mas pelo menos enviaria uma mensagem ao governo de extrema
direita em Israel, envolvido no desafio à legitimidade internacional, de que a
força não elimina direitos", acrescentou.
Ao responsabilizar Israel pelo assassinato de Ismail
Haniyeh, ele disse
"O Catar está mediando uma situação em que uma parte
não hesita em assassinar seus colegas com quem está envolvida em negociações,
como o assassinato de Ismail Haniyeh, que não foi apenas o líder político do
Hamas, mas também o primeiro primeiro-ministro palestino eleito."
Ao defender o fim dos ataques de Israel ao Líbano, ele
acrescentou: "Israel está travando uma guerra no Líbano e ninguém sabe o
quanto essa guerra vai se agravar".
'ONU, o que você está esperando para parar o genocídio em Gaza?' — Erdogan |
Colômbia
O presidente colombiano Gustavo Petro também criticou o
primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pelos ataques a Gaza durante
seu discurso na Assembleia Geral da ONU.
"É nessa desigualdade que encontramos a lógica da
destruição em massa desencadeada pela crise climática e a lógica das bombas
lançadas por um criminoso como Netanyahu em Gaza", disse Petro.
“Quando Gaza morrer, toda a humanidade morrerá”, disse o
presidente.
“Hoje temos 20.000 crianças mortas. Presidentes riem dessa
situação na Assembleia Geral da ONU.”
O chefe de Estado colombiano disse que apenas as vozes das
potências mundiais são ouvidas no cenário internacional.
“O poder de um país no mundo não é mais exercido pelo poder
político e econômico, mas pela destruição da humanidade. Aqueles de nós que têm
o poder de sustentar a vida falam sem serem ouvidos. É por isso que eles não
nos ouvem quando votamos para impedir o genocídio em Gaza. Os presidentes que
podem destruir a humanidade não nos ouvem”, disse ele.
LIVE: Qatar’s Emir Tamim bin Hamad al Thani addresses the 79th #UNGA in New Yorkhttps://t.co/i4KvgOHsAg
— PresserWatch (@PresserWatch) September 24, 2024
Ao discursar na AGNU, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, apelam a um cessar-fogo em Gaza, ao mesmo tempo que criticam a inacção e o silêncio criminoso das potências mundiais.
While addressing the UNGA, South Africa's President Cyril Ramaphosa, Qatar's Emir Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani and Colombia's President Gustavo Petro call for a ceasefire in Gaza while criticising the inaction and criminal silence of world powers
— TRT World (@trtworld) September 24, 2024
🔗 https://t.co/gGSvAtjtpl pic.twitter.com/E7j4DvGDAR
FONTE: TRTWorld e agências
ECSaharaui
Petro na ONU: um discurso que é história
“Quando #Gaza morrer, toda a
humanidade morrerá”
O presidente da Colômbia, @petrogustavo, alerta na ONU sobre o fim
da humanidade devido à ganância, às guerras e às mudanças climáticas. “Ou
levantamos a bandeira da vida ou nossas cidades ficarão cheias de cemitérios” #UNGA79
🟠 Petro en la ONU: un discurso que es historia
— ECSaharaui (@ECSaharaui__) September 24, 2024
"Cuando muera #Gaza, morirá la humanidad toda"
El presidente de Colombia, @petrogustavo , alerta en la ONU del fin de la humanidad por la codicia, las guerras y el cambio climático.
"O levantamos la bandera de la vida, o… pic.twitter.com/ULErELhGqT
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