Bogotá apela ao Tribunal Mundial para que garanta “a segurança” e “a própria existência do povo palestiniano”
A Colômbia pediu ao Tribunal Internacional de Justiça (CIJ)
que permita que o país se junte ao caso da África do Sul que acusa Israel de
genocídio na Faixa de Gaza.
No seu requerimento apresentado ao tribunal na sexta-feira,
a Colômbia apelou ao TIJ para garantir “a segurança e, de facto, a própria
existência do povo palestiniano”.
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“A Colômbia está a desenvolver esforços destinados a
combater o flagelo do genocídio e, como resultado, a garantir que os
palestinianos desfrutem do seu direito de existir como povo”, afirma o
documento.
“O objetivo final da Colômbia neste esforço é garantir a
proteção urgente e mais completa possível aos palestinianos em Gaza, em
particular às populações vulneráveis como mulheres, crianças, pessoas com
deficiência e idosos”, acrescentou a declaração colombiana.
PRESS RELEASE: #Colombia files a declaration of intervention under Article 63 of the #ICJ Statute in the case concerning Application of the Convention on the Prevention and Punishment of the Crime of Genocide in the Gaza Strip (#SouthAfrica v. #Israel) https://t.co/rLVf9mjah6 pic.twitter.com/ov1i62FDuW
— CIJ_ICJ (@CIJ_ICJ) April 5, 2024
A CIJ, o mais alto tribunal das Nações Unidas, pode permitir que os Estados intervenham nos casos e dêem os seus pontos de vista.
Vários estados, como a
Irlanda , afirmaram que também procurariam intervir no caso, mas até
agora, apenas a Colômbia e a Nicarágua apresentaram um pedido público.
“A Colômbia procura intervir ativamente no processo,
apoiando a África do Sul. Espera oferecer apoio tangível à causa palestina e,
ao mesmo tempo, enviar uma mensagem a Israel de que não pode continuar com as
suas ações em Gaza”, disse Alessandro Rametti da Al Jazeera, reportando de
Bogotá na sexta-feira.
“Esta não é uma postura surpreendente dado o
que ouvimos do presidente da Colômbia, Gustavo Petro… Desde o início
da guerra, ele denunciou Israel; ele foi o primeiro presidente sul-americano a falar
sobre genocídio, denunciando as ações de Israel em Gaza.”
Chamadas da CIJ ignoradas
Na semana passada, os juízes do TIJ ordenaram a Israel que
tomasse todas as medidas necessárias e eficazes para garantir que os alimentos
básicos chegassem sem demora aos palestinianos em Gaza.
Em Janeiro, o TIJ com sede em Haia, também conhecido como
Tribunal Mundial, ordenou a Israel que se abstivesse de quaisquer atos que
pudessem ser abrangidos pela Convenção do Genocídio e garantisse que as suas
tropas não cometessem atos genocidas contra os palestinianos em Gaza.
A ofensiva de Israel em Gaza matou pelo menos 33.091
pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Centenas de milhares de palestinos também foram deslocados e
organizações de ajuda alertam que a faixa está à beira da fome .
A campanha militar de Israel em Gaza trouxe “morte e
destruição implacáveis” aos palestinos, disse o
secretário-geral da ONU, António Guterres , na sexta-feira, num discurso que
marcou seis meses desde o início da guerra em Gaza.
Israel nega ter como alvo civis palestinos, dizendo que o
seu único interesse é aniquilar o grupo Hamas.
A
África do Sul apresentou o seu caso acusando Israel de genocídio
liderado pelo Estado em Gaza em Dezembro. Os advogados de Israel
consideraram-no um abuso da Convenção do Genocídio.
FONTE : AL JAZEERA E AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
"[O Norte Global] está fazendo uma demonstração para toda a humanidade. O que acontece na Palestina pode acontecer com qualquer um se ousarem fazer mudanças sem a permissão deles"pic.twitter.com/lFheakIul8 https://t.co/r0jfsQ3sLU
— Marcos Feres 🇵🇸 (@marcosvmf_) April 5, 2024
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