Segundo projeção da Universidade de Washington, já são 6,9 milhões de óbitos pela doença em todo o planeta, mais do que o dobro dos dados oficiais
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de 2004 e podem parar em julho
Pelas contas do instituto, no Brasil o número da tragédia
supera em 187.223 óbitos os dados oficiais. Já os EUA teriam de fato 905.289
mortos e não 574.043. A Índia 654.395 e não 221.181.
— Por pior que a pandemia de Covid-19 pareça, nossa análise
mostra que ela é significativamente ainda mais trágica. Conhecer o verdadeiro
número de mortos não somente ajuda a entender a magnitude dessa crise global
como fornece informação valiosa para que autoridades possam planejar ações e
planos de recuperação — afirmou, em comunicado, o diretor do instituto,
Christopher Murray.
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Em sua análise, os pesquisadores enfatizam que a maioria dos
países subnotifica os números de mortos e muitos casos não foram registrados
como Covid-19. Muitas vezes a subnotificação é consequência de sistemas de
saúde sobrecarregados e da falta de testagem em massa para a detecção do
coronavírus, caso do Brasil.
Mas os cientistas salientam que não se trata apenas disso.
Dizem que “algo mais” pode estar por trás da gritante diferença de escala entre
as mortes registradas oficialmente como Covid-19 e o excesso de mortalidade
ocorrido durante a pandemia. A Rússia é o exemplo mais gritante, com um total
de óbitos estimados em 170 mil, ou seja, assustadores 13 vezes maior que o
número oficial do governo russo, de 13.529.
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Brasil é destaque no estudo
Noo estudo da Universidade de Washington o Brasil é citado
como exemplo de país onde há “anomalia de informação” nas causas reportadas de
todos os tipos de mortes.
Segundo os cientistas americanos, há um “claro e
significativo” registro tardio de mortes a partir de junho de 2020 no sistema
de saúde do país. E, por isso, eles coletaram dados do registro civil. “Nós
sistematicamente revisamos a entrada dos dados”, informaram os pesquisadores.
Christopher Murray disse que o número de mortos em todo o
paneta pela pandemia deverá alcançar 9,4 milhões em setembro. A Índia, onde há
uma explosão de casos desde março, deve passar os EUA como o país que mais perdeu
vidas devido ao coronavírus, com 1,4 milhão de vítimas. Os EUA devem chegar a
949 mil. Ele não fez projeções para o Brasil.
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Os pesquisadores estimaram o excesso de mortalidade causado
diretamente pela Covid-19, semana a semana no mundo, comparando os números de
óbitos com aqueles que seriam esperados.
Método para se alcancar os números
Murray explica que o excesso de mortalidade é influenciado
por seis fatores. O primeiro são todas as mortes diretamente causadas pela
infecção Covid-19. O segundo, o aumento de mortalidade por outras doenças
devido à dificuldade de acesso a serviços de saúde causado pela pandemia.
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O terceiro fator é o aumento de mortalidade associado a
complicações causadas por distúrbios mentais, como depressão e alcoolismo. O
quarto item é a redução da mortalidade, devido ao menor número de acidentes de
trânsito e outras formas de morte violenta propiciadas pela diminuição da
mobilidade.
O quinto indicador analisado foi a redução da mortalidade
devido à menor transmissão de outros vírus respiratórios. E, por fim, o sexto,
a diminuição de mortes por doenças crônicas como as cardiovasculares que
poderiam ter acometido idosos que acabaram por morrer antes, de Covid-19.
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mais longa da Nasa
De posse de todas essas variáveis, os cientistas fizeram uma
análise em quatro etapas. A primeira foi estimar em cada país, semana a semana
desde o início da pandemia, o aumento da mortalidade comparado à taxa
projetada, baseada nos anos anteriores.
A segunda etapa foi estimar a fração de excesso de
mortalidade direta por Covid-19 em oposição aos cinco outros fatores
considerados.
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Numa terceira etapa, os pesquisadores desenvolveram um
modelo estatístico para predizer a taxa total de mortes por Covid-19 em lugares
sem informações completas. Por fim, numa quarta etapa, projetaram uma
estimativa global.
— Não temos ainda a mortalidade nem a letalidade da Gripe
Espanhola, que superou os 50 milhões de óbitos. Mas, dado o que acontece na
Índia, a Covid-19 poderá matar muito mais gente do que já vimos até agora —
afirmou Murray.
Fonte: O Globo