Teerã apresentou uma "notificação vermelha" à Interpol que solicita a prisão do presidente Donald Trump e outros 47 funcionários norte-americanos pelo assassinato do major-general iraniano Qassem Soleimani.
"A República Islâmica do Irã está seguindo seriamente a
perseguição e o castigo daqueles que ordenaram e executaram este crime",
declarou o porta-voz do Judiciário do Irã, Gholamhossein Esmaili, durante
coletiva de imprensa.
Na lista também figuram 47 funcionários, entre eles altos comandos
militares do Pentágono e do Comando Central dos EUA, identificados como
envolvidos no bombardeio que assassinou o comandante iraniano.
Em junho, o Irã emitiu um alerta vermelho contra o líder
norte-americano e outros funcionários pelo "envolvimento no assassinato e
terrorismo". Na ocasião, a Interpol negou a solicitação e assegurou que
sua Constituição proíbe realizar qualquer "intervenção ou atividade de
caráter político, militar, religioso ou racial".
Agora, as autoridades iranianas esperam que uma
vez que Trump deixe o cargo, no dia 20 de janeiro, seja mais fácil
obrigá-lo a enfrentar as consequências do assassinato de Soleimani.
Em uma cerimônia solene realizada pelo primeiro aniversário
de morte do comandante, o chefe do poder judiciário do Irã, Ebrahim Raisi,
expressou que Trump não deve ser imune devido a seu status político.
- "Felizmente, a presidência de Trump terminou. Porém, mesmo que não tivesse terminado, seria inaceitável dizer que alguém não deveria ser responsável perante a lei devido a seu cargo administrativo", ressaltou.
A própria Interpol informa que uma notificação vermelha contra uma pessoa não pode ser
comparada a uma ordem de prisão e deve passar por um processo de aprovação no
país que a emitiu.
"É uma solicitação às forças da ordem de todo o mundo
para localizar e deter provisoriamente uma pessoa à espera de extradição,
entrega ou ação judicial similar", explica a instituição.
Atualmente, há aproximadamente 62.000 notificações vermelhas
em vigor, das quais aproximadamente 7.000 são de acesso
público.
Soleimani foi morto em um ataque de drones ordenado pelo próprio presidente Donald Trump em 3 de janeiro de 2020, com base em supostas evidências de que o major-general planejava ataques contra as embaixadas americanas na região, apesar de nada ter sido divulgado publicamente. Poucos dias depois, o Irã retaliou com ataques contra duas bases militares iraquianas que hospedavam tropas americanas.
Fonte: Sputnik Brasil