Novas conversas comprometedoras apreendidas na Operação Spoofing revelam o desespero do procurador em encontrar provas contra o ex-presidente
Os diálogos apreendidos na Operação Spoofing, obtidos pela
defesa de Lula, comprometem cada vez mais o ex-procurador da força-tarefa da
Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol. Em conversas de 2016, o procurador chega
a afirmar que sentiria “tesão” em escrever denúncia contra o ex-presidente.
Em 16 de fevereiro de 2016, Dallagnol mostrava desespero com
a falta de provas contra Lula: “Estou pensando aqui. É possível que [José
Carlos] Bumlai saiba de origens de $ para Lula que não seja da nossa
investigação”, disse ele, em troca de mensagens com colegas.
O procurador se referia ao pecuarista, amigo de Lula. Em
delação, ele disse que teria emprestado um engenheiro e um arquiteto para a
reforma do sítio de Atibaia (SP) atribuído a Lula.
“Quem pode arrancar a cabeça do nosso alvo e queimar é a
OAS”, escreveu, ainda, Dallagnol sobre o ex-presidente. “Nossa pressão teria
que ser forte na OAS”, acrescentou, demonstrando nítida preocupação em basear a
acusação contra Lula somente na delação de Léo Pinheiro, executivo da OAS, já
que o procurador não tinha provas.
Em outro trecho dos diálogos, Dallagnol afirmou: “Conte
comigo para contribuir com a reflexão sobre a redação, será um tesão escrever
isso. Dá para usar doutrina sobre prova legal também”. Ele se referia à
denúncia contra Lula.
Palestras
Inconformados com a falta de provas para condenar o
ex-presidente, os procuradores da Lava Jato tentaram investir nas “falsas”
palestras de Lula.
Paulo Dalmazzo, da Andrade Gutierrez, testemunha ouvida
informalmente, declarou que tinha visto uma palestra de Lula e afirmou que “foi
muito boa e o cara saiu ovacionado”. Mesmo assim, os procuradores ignoraram a
informação que beneficiaria o ex-presidente.
Batalhas abertas
Em outras mensagens, divulgadas anteriormente pela defesa do
petista, a obsessão em prender o ex-presidente ficou, mais uma vez, evidente.
A procuradora
Carolina Rezende chegou a dizer: “Precisamos atingir Lula na cabeça na
cabeça” para “vencermos as batalhas já abertas” pela Operação Lava Jato.
Fonte: Revista Fórum
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— Brasil 247 (@brasil247) February 14, 2021