Em mais uma grande ato de nível nacional contra as políticas
do governo Bolsonaro, a Greve geral paralisou as vias de inúmeras cidades
brasileiras nesta sexta-feira (14). A Sputnik Brasil acompanhou a manifestação
no Rio de Janeiro e conversou com participantes da manifestação.
Convocada por centrais sindicais e partidos de oposição ao
governo, a greve geral mobilizou trabalhadores e manifestantes de ao menos nove
estados no país. Segundo os organizadores, a reivindicação do ato é por mais
empregos, defesa da educação e contra a reforma da Previdência.
Para o professor de direito público da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Alexandre Mendes, que conversou com a Sputnik
Brasil durante o protesto no Centro do Rio de Janeiro, os protestos deste 14 de
junho representam uma continuidade de mobilizações contra as medidas do governo
de Jair Bolsonaro - e contra o governo em si -, que não deve parar.
"O ato de hoje foi na verdade foi uma culminação de uma
série de atos locais, que aconteceram em vários lugares do Brasil, piquetes,
interdições de vias. O dia de hoje foi um dia de greve geral contra a reforma
da Previdência, por isso a manifestação de rua era um dos elementos desse
quadro, não é o único. Nesse sentido, pelas informações que chegam, foram
bastante exitosos os processos em todo o país contra a reforma da
Previdência", avalia Mendes.
De acordo com ele, os protestos contra a reforma da
Previdência se somam às reivindicações de diversos setores que vêm se
mobilizando contra as políticas de Bolsonaro.
- "É claro que é o começo de um processo de mobilização, porque na verdade há uma desteridade das centrais sindicais, do sindicalismo de uma maneira geral, já não é de hoje.
E se a gente somar essas mobilizações com as mobilizações
pela educação e as mobilizações dos movimentos de mulheres, a gente tem vários
setores da sociedade que já estão se mobilizando contra as medidas do governo
Bolsonaro. Na verdade, contra o governo Bolsonaro, pelo que ele representa,
pelo que tem tentado implementar no Brasil", completa o professor de
Direito público.
Manifestação contra Reforma da Previdência termina em tumulto no Rio de Janeiro |
Outra pauta que teve bastante destaque nas ruas foi o
"Lula Livre", que, no impulso dos vazamentos das conversas entre o
ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, encheu as ruas com
cartazes e palavras de ordem pedindo a liberdade do ex-presidente e críticas ao
Sérgio Moro e a Operação Lava Jato.
É o caso da técnica de enfermagem Ana Cláudia, que
participava do ato com um cartaz com a foto de Lula e disse à Sputnik Brasil
que foi empregada doméstica durante boa parte da vida e virou técnica em
enfermagem graças às políticas do governo Lula.
"Meu ato é contra a reforma da Previdência, sobre o
direito do pobre, que tá sendo tirado, sobre o pobre que está sendo sacrificado
em função do privilégio dos milionários. Eu sou pobre, empregada, fiz curso
técnico de enfermagem, e eu não quero que os meus direitos sejam tirados. Nem o
meu, nem o de ninguém", afirmou Ana Cláudia.
"Contra o Moro também. E contra o ministro. Contra esse
governo inteiro. Tá tudo errado, é uma bandidagem só. Muita mentirada, as
pessoas estão vivendo iludidas em prol deste governo", acrescentou.
Ao ser questionada se as manifestações são capazes de
alterar algo nas política do país, a técnica de enfermagem completa:
"A gente está tentando, não posso garantir nada, porque
eles estão no poder. Mas a gente tem que fazer alguma coisa. Se eu estou
insatisfeita eu tenho que fazer alguma coisa", afirmou.
A voz das ruas pedem punição imediata para Moro e Dallagnol! Ainda há justiça nesse país?— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) 15 de junho de 2019
Foto: Lia Castanho / @MidiaNINJA #DesMoronando pic.twitter.com/QFhuNAjA17
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