Por: Carta Campinas
Um gerente do WhatsApp admitiu pela primeira vez que a
eleição brasileira de 2018 teve o uso em massa de mensagens contratada por
empresas privadas em favor de um dos candidatos, o que significa dizer que a
eleição foi fraudada por contratação de serviço ilegal.
“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de
empresas fornecedoras de envios massivos de mensagens, que violaram nossos
termos de uso para atingir um grande número de pessoas”, afirmou Ben Supple,
gerente de políticas públicas e eleições globais do aplicativo WhatsApp.
A declaração aconteceu, em palestra no Festival Gabo, como
informa reportagem do jornal Folha de S.Paulo. O
Festival Gabo é um evento que acontece em Medelim na Colômbia para jornalistas
e qualquer cidadão. Criado em homenagem ao escritor Gabriel García
Márquez , o festival tem uma série de debates, principalmente relacionados
à imprensa.
As fraudes do Whatsapp na eleição de 2018 não são novidades.
Em junho, o espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps, confirmou que
empresários brasileiros contrataram programa de sua agência para fazer disparos
de mensagens em massa, pelo Whatsapp, em favor do então candidato Jair
Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral de 2018. Em gravação obtida pelo
jornal Folha de S.Paulo, Novoa afirma que só foi descobrir
do uso político quando algumas linhas telefônicas utilizadas passaram a ser
cortadas pelo aplicativo de mensagens.
Segundo a reportagem, “empresas, açougues, lavadoras de
carros e fábricas” brasileiras contrataram os serviços de Novoa. Até então, ele
disse achar normal, pois muitas empresas utilizam os disparos pelo Whatsapp
para fazer marketing comercial.
A legislação veta que empresas façam campanha para
candidatos, inclusive desde 2016 é proibido o financiamento de empresas, além
disso o TSE veta o uso de ferramentas de automatização, como os softwares de
disparo em massa.
RedeTVT
O WhatsApp admitiu pela primeira vez que a eleição
brasileira de 2018 teve uso de envios maciços de mensagens, com sistemas
automatizados contratados de empresas. Entre as suspeitas estão a de que
empresários teriam contratos os serviços para impulsionar a campanha do então
candidato Jair Bolsonaro contra o candidato do PT, Fernando Haddad. Flavia
Lefévre, integrante do Intervozes, e José Carlos Portela, advogado
criminalista, comentam o caso.
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