Chanceler brasileiro criticou ofensiva israelense e a comunidade internacional pela carência de ajuda humanitária
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira,
desembarcou neste domingo (17/03) em Ramallah, na Cisjordânia. A convite das
autoridades palestinas, ele participou da cerimônia que concedeu ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva o título de Membro Honorário do Conselho de Curadores
da Fundação Yasser Arafat.
A honraria foi entregue ao chanceler pelo premiê Mohammad
Shtayyeh, que louvou a “coragem de Lula na defesa da Palestina”, segundo o
Itamaraty.
Vieira discursou criticando a reação de Israel à ofensiva do
grupo palestino Hamas e a comunidade internacional pela carência de ajuda
humanitária. Ele definiu como “ilegal e imoral” negar comida, água e
medicamentos a civis, e fez um balanço dos apoios oferecidos pelo Brasil.
Vieira ainda se reuniu com o presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, sobre o conflito e a crise
humanitária.
A visita ocorre em meio a uma crise diplomática entre Brasil
e Israel, após declarações do presidente Lula comparando a crise humanitária
palestina com o Holocausto.
Campanha para um Estado palestino
O Brasil vai se juntar a outros Estados na campanha para
conseguir que a Palestina seja admitida como membro pleno das Nações Unidas.
A criação e reconhecimento de um Estado palestino fará com
que a Palestina tenha voz, uma vez que desde 2012 os palestinos têm status de
observador — o que permite que seus diplomatas participem dos debates, mas sem
direito a voto.
O maior obstáculo, no entanto, ainda é o poder de veto dos
EUA no Conselho de Segurança da ONU (CSNU).
Expectativa é que um pedido formal para a adesão completa às
Nações Unidas seja realizado ainda em 2024, principalmente diante do risco de
que a guerra em Gaza abra caminho para novas invasões de terras por parte de
israelenses, segundo a apuração do UOL
Para o Itamaraty, a adesão da Palestina como membro pleno é
um passo importante na direção da garantia de que um acordo de paz seja
estabelecido de forma explícita junto à criação de dois Estados — palestino e
israelense —, com suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
(*) Com Ansa e Sputnik Brasil.
"Eu estou com tanto medo, juro por Deus. Não aguento mais isso. Por favor, nos ajude!"
— FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) March 18, 2024
O desespero de uma criança palestina em fuga do hospital Al-Shifa em meio a invasão israelense ao hospital e aos bombardeios hoje na Cidade de Gaza. pic.twitter.com/U0rTnxsoZx