Movimentos têm se preocupado com as
condições de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo em meio à onda
de frio
Ao menos três pessoas morreram na
região da Praça da Sé, segundo informações do Movimento Estadual da População
em Situação de Rua. Outra morte ocorreu na zona norte da capital paulista
São Paulo – Quatro pessoas em situação de rua morreram entre sexta-feira (21) e a
madrugada de hoje na cidade de São Paulo. As informações são do Movimento
Estadual da População em Situação de Rua do Estado de São Paulo.
Pela manhã, a Secretaria de Segurança
Urbana da Prefeitura de São Paulo informou que uma mulher foi encontrada morta,
por volta das 8h30, em um barraco improvisado na Praça da Sé. O movimento
relata que foram registradas outras duas mortes de pessoas que também viviam na
região da Praça da Sé, centro da capital paulista, uma delas um deficiente
físico. Outro morador de rua também morreu na região do Tietê, zona norte da
cidade.
Robson Mendonça, do Movimento Estadual
da População em Situação de Rua, cobra ações do poder público, em especial da
administração municipal, para que se evitem mortes decorrentes do frio em meio
à população de rua. “Pedimos que a prefeitura organizasse campings, pedimos
para que a zeladoria parasse de retirar pertences da população de rua, parasse
de desmanchar as barracas, mas nada foi feito. Os campings não devem ser ação
de governo, mas poderiam ser uma medida emergencial para o inverno, ali no
parque Dom Pedro, por exemplo, para que houvesse alguma organização e a
zeladoria não tomasse nossos pertences.”
Ele conta que o Conselho Municipal de
Assistência Social (Comas) chegou a aprovar a proposta que previa o erguimento
de campings, mas a iniciativa não foi efetivada. “Camping é em espaço aberto,
isso é feito em vários países, como ação emergencial”, pontua. “Tememos mais
mortes nos próximos dias, porque não está tendo vaga para todo mundo na região
central, a demanda está muito alta. As kombis só podem levar cinco pessoas por
vez – por causa da pandemia – e estão indo pra longe, Guaianases, zona sul. Aí
demora demais e muita gente não consegue atendimento.”
Na quinta-feira (20), a prefeitura de
São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento
Social (SMADS), afirmou que iria intensificar
abordagens à população de rua para realizar encaminhamentos a abrigos
em dias com temperatura abaixo de 13°C. Em caso de recusa, a administração se
comprometeu a fornecer um kit lanche e cobertor.
De acordo com o Centro de Gerenciamento
de Emergências (CGE), as temperaturas mais baixas na cidade de São Paulo foram
registradas por volta da meia-noite desta sexta-feira, média de 8,1°C no
município.
As temperaturas baixas surpreenderam os
paulistanos nesta sexta-feira (21), mas quem sofre mesmo são os moradores de
rua, muitas vezes com pouca ou nenhuma proteção.
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Madrugada mais fria do ano mata dois moradores de rua em São Paulo https://t.co/stwcmqnv1m— DCM ONLINE (@DCM_online) August 22, 2020
La desgracia se incrementa en #Brasil, no solo de la mano del Covid 19, Bolsonaro juega su papel y mientras los ricos obtienen más riquezas en medio de la crisis, miles de personas en ciudades como Sao Paulo quedan sin hogar y viven en casas de campaña en parques.#Cuba #Venezuela pic.twitter.com/YW5AZjraBM— Guerrero Cubano (@GuerreroCuba) August 20, 2020
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