Todd Chapman, Donald Trump e Jair Bolsonaro (Foto: Embassy
Brasília | Reuters)
Todd Chapman diz que o Brasil não pode encarar a compra de
equipamentos de internet apenas como uma questão comercial, levando em conta
preços e aspectos técnicos. Diz que o 5G é tema de "segurança
nacional" para os Estados Unidos
247 – No momento em que o Brasil se encontra praticamente
ocupado pelos Estados Unidos, com um governo totalmente submisso a seus
interesses, o embaixador estadunidense em Brasília, fez questão de deixar claro
que o País não tem autonomia para selecionar seus fornecedores para rede de 5G
– a internet de altíssima velocidade – na banda larga.
"É uma tema bastante importante para o mundo. É a
próxima geração de telecomunicações que será a base da revolução tecnológica
que vai beneficiar a todos. Nosso interesse é que essa tecnologia seja usada
para promoção de atividades econômicas, avanço da sociedade e para o bem de
nossos princípios, como a democracia. E que essa tecnologia não seja usada para
reprimir a sociedade, como estamos vendo em vários regimes autoritários no
mundo. A tecnologia deve liberar e não reprimir as pessoas. É importante que os
fornecedores de um produto tão sensível tenham os mesmos princípios que você.
Por isso, a posição dos EUA e nosso alerta para nossos amigos e aliados, como o
Brasil, é saber com quem se está trabalhando. Nós já sabemos que Huawei e
outras empresas da China, como a ZTE, têm a obrigação, por lei, de entregar
toda a informação que passa por elas. Trata-se da segurança nacional dos
Estados", disse ele, em entrevista aos jornalistas Bruno Rosa e Claudia
Antunes, publicada no Globo.
"A seleção de fornecedores do 5G não é para nós uma
questão comercial. Nós não temos uma empresa puramente americana que esteja
competindo. Isso não é para ganhar US$ 1 bilhão. É um assunto de segurança
nacional. Muitos países já decidiram excluir a Huawei por questão de segurança,
como Austrália, Japão e Inglaterra, por exemplo. E esse número é crescente
porque mais pessoas estão fazendo a mesma análise, vendo o comportamento da
Huawei de roubar propriedade intelectual. A Inglaterra disse que vai tirar tudo
da Huawei de seu sistema nos próximos anos. E isso vai custar um pouco de
dinheiro, mas não tanto como as pessoas estão falando. Na Europa, para
substituir todo o equipamento da Huawei em 5G serão US$ 3,5 bilhões. São US$ 7
por usuário", apontou ainda Chapman.
Por fim, ele deixou claro que haverá consequências. "Eu
diria que represálias não, consequências sim. Cada país é responsável por suas
decisões. As consequências que estamos vendo no mundo é que há um receio de
empresas que estão baseadas na propriedade intelectual de fazer investimentos
em países onde essa propriedade intelectual não seja protegida."
No Twitter
Em qualquer governo que preza pela soberania, um embaixador que falasse o que falou o embaixador dos EUA sobre a disputa do 5G no Brasil seria convidado a se calar e pedir desculpas. No caso do Brasil atual parece que o Bolsonaro não se faz respeitar pelo embaixador americano.— Lula (@LulaOficial) July 29, 2020
Embaixador dos EUA: empresas poderiam rejeitar investimento no Brasil com Huawei no 5Ghttps://t.co/42eQDbcrST— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) July 29, 2020
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