No Dia Mundial da Alimentação, ex-presidente critica o
desmonte das políticas de segurança alimentar no país
Em pronunciamento na manhã desta sexta-feira (16), Dia Mundial da Alimentação, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a volta da fome no país e
denunciou o desmonte das políticas de segurança alimentar pelo governo
Bolsonaro.
Lula afirmou que, neste dia, o Brasil não tem motivos para
festejar. Isso porque, diante da crise socioeconômica que assola o país,
parcela mais vulnerável da população sofre diante da alta dos preços de alimentos de
primeira necessidade como arroz, feijão e leite.
“Tudo indica que os preços continuarão subindo nos próximos
meses. É a face mais cruel do terrível fantasma da fome rondando, de novo, os
lares de milhões de brasileiros. O agro pode ser pop, como dizem os caríssimos
anúncios na televisão, mas não resolve o problema da fome”, declarou o
ex-presidente em transmissão feita em seu canal
oficial do Youtube.
Lula citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgados em setembro, que mostraram que a insegurança alimentar grave atinge 10,3 milhões de
brasileiro, incluindo crianças.
Ele relembrou que, há seis anos, após o desenvolvimento de
políticas públicas de combate à fome e transferência de renda como o Bolsa
Família, o Brasil conquistou a erradicação da mazela social no país.
Em 2010, o Programa Mundial de Alimentos da ONU, que recentemente ganhou o Nobel da Paz, entregou
ao Brasil o prêmio de "Campeão Mundial na Luta contra a Fome", como
um reconhecimento pelo papel que o país desempenhava.
:: Entenda por que a fome aumentou no Brasil ::
A política neoliberal adotada pelos últimos governos,
segundo Lula, comprometeu os avanços sociais conquistados na última década.
“Em apenas quatro anos, destruíram tudo que fizemos. É
importante lembrar que os números do IBGE são de 2017 e 2018. É mentira
dizer que o coronavírus seja o responsável pelo absurdo crescimento da fome
nesse período. A tragédia alimentar que vivemos hoje foi provocada pelo
desmonte do Estado e pelo esvaziamento das políticas publicas de inclusão
social após o golpe”, criticou.
Como exemplo, o petista criticou o desmonte dos estoques
públicos de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que
protege agricultores e cidadãos dos riscos provocados pelos imprevistos da
atividade agrícola, regula o mercado e garante alimento para população em
situação mais vulnerável.
Em 2010, de acordo com o ex-presidente, a Conab tinha um
estoque de arroz de um 1 milhão de toneladas. Em 2020, apenas 21 mil toneladas
do grão.
O corte de verbas para políticas de incentivo à agricultura
familiar, responsável por grande parte da alimentação que chega na mesa dos
brasileiros, também foi mencionado. Com destaque para a redução orçamentária
do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
:: Fome atinge 10,3 milhões e 44% das famílias rurais
sofrem com insegurança alimentar ::
Lula também relembrou que um dos primeiros atos do governo
Bolsonaro quando eleito foi o fechamento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea).
“A fome é o resultado da irresponsabilidade e
insensibilidade dos governantes que não têm interesse em enfrentar e curar essa
chaga. Não me canso de repetir: a fome é a arma de destruição em massa mais
poderosa e perigosa que o homem inventou. A fome é um problema político e
acabar com ela só será possível com a justa distribuição da riqueza produzida
por todos”, defendeu.
:: "Se nada for feito, voltamos ao Mapa da
Fome", diz diretor da ONU sobre Brasil ::
A redução no valor do auxílio emergencial, com parcelas
adicionais de R$300, também foi duramente criticada pelo ex-presidente, que
defendeu a manutenção do benefício no valor de R$ 600.
Lula destacou a resistência do povo mesmo em meio às
adversidades da pandemia e políticas perversas do governo. “O povo que já
derrubou uma ditadura de generais, não treme diante de capitães autoritários”,
disse.
Fonte: Brasil de Fato
Lula
LULA FALA AO BRASIL: A FOME VOLTOU:
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Lula fala ao Brasil: a fome voltou | Assista ao vivo Vídeo: Ricardo Stuckert https://t.co/XTZeR2Up26
— Lula (@LulaOficial) October 16, 2020
Na manhã desta sexta-feira (16), o MST do Distrito Federal e Entorno doou 200 cestas de alimentos saudáveis para a população de Planaltina e região, DF.
— MST Oficial (@MST_Oficial) October 16, 2020
As cestas foram produzidos no assentamento Oziel Alves, acampamentos Roseli Nunes e 8 de Março. pic.twitter.com/mx4PdloaVh
🚩🥗 Na manhã de hoje (16) famílias do Acampamento Hugo Chávez, em Marabá (PA), realizaram uma ação de doação de alimentos para o Hospital de Campanha de Marabá que atende pacientes diagnosticados com COVID-19 e para o Lar São Vicente de Paulo. pic.twitter.com/rBjDuaeU2Q
— MST Oficial (@MST_Oficial) October 16, 2020
🚩🌻🥬 NO DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO MST DOA 4,8 TONELADAS DE ALIMENTOS NO NORTE DO PARANÁ
— MST Oficial (@MST_Oficial) October 16, 2020
👩🏼🌾👨🏽🌾 Sete assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária da região norte do Paraná preparam a doação de 4,8 toneladas de alimentos e 320 litros de leite integral
📸 Elaine Machado pic.twitter.com/NZNDdy9T2P
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