- "O noticiário distrai a população com os desvios criminosos dos gestores da saúde, pseudo-licitações e superfaturamentos, que não passam de migalha inexpressiva, se comparados ao gigantesco escândalo que é o fim da Petrobras", escreve a jornalista Hildegard Angel
Por Hildegard Angel, do Jornalistas pela Democracia - O
Governo quer e vai enfim privatizar a Petrobras. É uma ação contínua,
desestabilizadora e demolidora contra a maior estatal do país, orgulho
brasileiro em todos os aspectos – do econômico ao científico. Uma conquista de
há 70 anos, desde a campanha “O Petróleo é nosso”. E há 70 anos hienas vorazes
tentam privatizá-la, desmembrá-la, despedaçá-la. Uma delas, o senador José
Serra, perseguiu obstinadamente esse objetivo de destroçar nosso maior orgulho nacional.
Os governos do PSDB não conseguiram embutir tal meta no balaio de sua
questionável “Privataria tucana”. Fracassado nas eleições e com essa ideia fixa
em mente, o tucanato participou do conluio golpista de 2016 contra o Brasil.
E um fato histórico: o maior plano de Privatização da
Petrobras foi o de US$ 57 bilhões de Aldemir Bendine, presidente no governo de
Dilma, que foi salva pelo tempo, dada a sorte de sua derrocada, que a impediu
de implementar esse projeto, preservando sua biografia de tal calamidade. O
Governo Temer colaborou com esse processo, escalando Pedro Parente para fazer o
serviço sujo, no que ele se esmerou.
A Lava Jato entrou feito um trator para cumprir o projeto
destrutivo, lesa-pátria. A mídia corporativa apoiou, mentindo deslavadamente
sobre uma suposta “Petrobras quebrada”. Pura ficção, com os jornalistas
“economistas” de aluguel distorcendo resultados, inventando prejuízos, mentiras
e mentiras e mentiras descaradas. Quanto essa mídia e esses mercenários da pena
não botaram nos bolsos em prejuízo do nosso país?
O Ministério da Economia uiva de contentamento, estoura
champagne, esfrega as mãos de cobiça, prenunciando o momento de passar o rodo
geral. O que restou da empresa será 35% reduzido. Equipes técnicas, compostas
por engenheiros, geólogos, cientistas, pesquisadores, formadas ao longo de
décadas, serão desmontadas com um peteleco. Nunca mais teremos outras iguais.
Essa redução de pessoal fará a empresa, que no Governo Lula chegou a empregar
80 mil, voltar aos 35 mil funcionários do tempo de FHC.
Contudo, o que esses grandes vilões do capitalismo pretendem
mesmo é zerar a Petrobras. Terra arrasada. O objetivo é acabar com tudo, vender
todos os ativos rentáveis, e deixar uma casca vazia. Restará um belo prédio
ocioso, bonito por fora, oco por dentro. O popular “bambu florido”.
A Petrobras não pode ser toda vendida no balcão porque, do
tamanho que ela é hoje, não há empresa no mundo nem consórcio com capacidade de
compra. Por isso, esse seu fatiamento, como se faz com o filet mignon do
açougue. E o povo brasileiro nem
informado é a respeito. O noticiário distrai a população com os desvios
criminosos dos gestores da saúde, pseudo-licitações e superfaturamentos, que
não passam de migalha inexpressiva, se comparados ao gigantesco escândalo que é
o fim da Petrobrás.
Não vamos, porém, ser injustos. Todos os nomes aqui citados
são meros peões de um grande xadrez em que o rei não usa coroa, usa uma cartola
listrada de vermelho e branco, com estrelinhas no fundo azul.
Com as manifestações populares inviabilizadas pela pandemia,
passa tranquila a revoada da águia e dos urubus. As aves de rapina de sempre.
Ficará a carniça.
Conheça o plano de negócios até 2019 que expõe
desinvestimentos, fatiamento da empresa e venda de ativos. Um plano macabro
para privatização lenta da nossa Petrobras.
O artigo é de Lena Azevedo, na revista Caros Amigos Nª223/2015
( artigo na íntegra)
Adaptação, vídeo/edição e narração: Cibele Laura
Vamos Lutar Pela Nossa Petrobras!
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