Funcionário de carreira da estatal, Carlos Victor Nagem
trabalhava na área de segurança da empresa em Curitiba
Reprovado em fevereiro na avaliação para assumir uma
gerência executiva da Petrobras, o "amigo particular" do presidente
Jair Bolsonaro, Carlos Victor Guerra Nagem foi nomeado no início do mês assessor
da presidência da estatal.
O cargo tem salário em torno de R$ 55 mil. Ao contrário da
gerência executiva, não tem como pré-requisito a experiência em cargos de
chefia.
Funcionário de carreira da Petrobras, Nagem trabalhava na
área de segurança da empresa em Curitiba e nunca assumiu função comissionada na
empresa.
Sua indicação para a gerência em janeiro foi defendida
publicamente por Bolsonaro, mas barrada pelo comitê interno que analisa as
nomeações por não cumprimento dos pré-requisitos mínimos para a função.
Gerências executivas são o segundo cargo na hierarquia da
estatal, abaixo apenas da diretoria executiva. A nomeação causou polêmica e
chegou a ser questionada por sindicatos, que alertaram sobre descumprimento do
plano de cargos da companhia.
Na época, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco
negou motivação política e disse que o escolhido tinha currículo adequado para
o cargo.
Nesta terça (4), a empresa disse em nota que ele atuará em
projetos especiais da área de Inteligência e Segurança Corporativa, entre os
quais programa de proteção de dutos.
No texto, a estatal afirma que Nagem é mestre em
administração pela Coppead/UFRJ e leciona há dez anos no ensino superior. Ele é
capitão tenente reserva da Marinha.
Nagem já se candidatou pelo PSC duas vezes sob a alcunha
Capitão Victor, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger. Em 2002,
disputou vaga de deputado federal pelo Paraná e, em 2016, se candidatou a
vereador em Curitiba.
Nessa última campanha, recebeu o apoio do atual presidente
da República, que aparece em vídeo pedindo votos para aquele que chamou de
"amigo particular".
"É um homem, um cidadão que conheço há quase 30 anos.
Um homem de respeito, que vai estar à disposição de vocês na Câmara lutando
pelos valores familiares. E quem sabe no futuro tendo mais uma opção para nos
acompanhar até Brasília", disse Bolsonaro no vídeo, à época.
Em meio à polêmica por sua indicação, em janeiro, Bolsonaro
foi ao Twitter defender o amigo. "A era do indicado sem capacitação
técnica acabou, mesmo que muitos não gostem. Estamos no caminho certo!",
escreveu o presidente em um primeiro momento.
Depois, ele apagou o tuíte e publicou apenas o currículo do
amigo: "A seguir o currículo do novo gerente-executivo de Inteligência e
Segurança Corporativa da Petrobras, mesmo que muitos não gostem, estamos no
caminho certo".
Essa gerência foi um dos primeiros alvos de Castello Branco
que, ainda durante a transição, determinou a demissão da gerente anterior,
Regina de Luca, que é ligada ao PT e havia sido nomeada por Pedro Parente no
governo Michel Temer.
O cargo é hoje ocupado pelo coronel Ricardo Silva Marques,
que era responsável pela área de segurança da empresa que administra o bondinho
do Pão de Açúcar.
Fonte: Folha de S. Paulo
Amigo de Bolsonaro vira assessor da pr da Petrobras com salário de R$ 55 mil. Em fevereiro, ele foi reprovado na avaliação para assumir uma gerência executiva da empresa.https://t.co/KUsz9soE45— Mônica Bergamo (@monicabergamo) 5 de junho de 2019
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