Comentário jocoso do procurador aparece em um dos diálogos obtidos pela defesa do ex-presidente Lula nos arquivos da Operação Spoofing
Novos diálogos entre procuradores da Força-Tarefa da
Operação Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) revelados nesta
sexta-feira (12) reforçam o tratamento jocoso pelo qual os membros da Lava Jato
se referiam à ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Em conversa obtida pela defesa do ex-presidente Lula que foi
periciada e enviada
ao Supremo Tribunal Federal em petição apresentada nesta sexta, os
procuradores aparecem debochando de Marisa em razão de uma reportagem do jornal
Estado de S. Paulo sobre o Sítio de Atibaia.
Na matéria, o veículo afirma que Marisa teria montado uma
horta no imóvel, que é de propriedade de Fernando Bittar, parente do
ex-presidente. Segundo a Lava Jato, o sítio seria de Lula.
Sobre a matéria, Deltan Dallagnol faz o seguinte comentário:
“Como ela já sabe fazer horta, a Dona Marisa vai poder escolher uma Colônia
Penal Agrícola para passar a velhice dela”. Dallagnol dá a entender que teria extraído
o comentário de algum lugar, mas compartilha sem o menor pudor no grupo de
procuradores.
Em
conversas divulgada anteriormente, os procuradores já debochavam da
primeira-dama.
“Sem dúvida, o sítio é do Lula, porque a roupa de mulher era
muito brega. Decoração horrorosa. Muitos tipos de aguardente. Vinhos de boa
qualidade, mas mal conservados. Achei o sítio deprimente. Local para pouso de
helicóptero confirmado à esquerda da entrada em campo de futebol, para
helicóptero pequeno”, afirmou Januário Paludo no grupo de procuradores da
força-tarefa no Telegram.
Fonte: Revista Fórum
UOL - 27 de ago. de 2019
Integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba
ironizaram a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia e o luto do ex-presidente
da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme revelam mensagens de
chats privados no aplicativo Telegram enviados por fonte anônima ao site The
Intercept Brasil analisadas em parceria com o UOL. Os diálogos mostram que
procuradores divergiram sobre pedido de Lula para ir ao enterro do irmão
Genival Inácio da Silva, o Vavá, em janeiro passado --quando o ex-presidente já
se encontrava preso. As conversas revelam que integrantes da Lava Jato temiam
manifestações políticas em favor de Lula. O ex-presidente também foi alvo de
crítica na despedida do neto Arthur Araújo Lula da Silva, morto aos 7 anos em
março passado.