Os gastos milionários e com indícios claros de superfaturamento dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica sucedem-se uns aos outros. Lombo de bacalhau, picanha, uísque 12 anos, conhaque são apenas alguns dos itens
247 - As Forças Armadas não se limitaram a
consumir milhares de quilos de picanha e garrafas de cerveja ao longo de
2020. Agora aparecem mais de 140 mil quilos de bacalhau com preços que
chegam até a R$ 150 o quilo e garrafas de uísque 12 anos e de conhaque - todas
compradas a preços muito acima do mercado.
A denúncia é do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que
divulgou as compras identificadas no Painel de Preços do Ministério da
Economia. Só de bacalhau foram 9.748 quilos de filé e 139.468 quilos de lombo
para os militares. “O lombo é o corte mais nobre do bacalhau, usado para pratos
requintados e caros em restaurantes sofisticados, algo muito distante do
cardápio da maioria dos brasileiros”, diz o parlamentar.
Em uma das compras registradas pelos militares, consta um pedido homologado pelo Comando da Aeronáutica, para aquisição de 500 quilos de lombo de bacalhau, em que o preço de referência usado pelo órgão público foi de nada menos que R$ 150 o quilo. Uma busca na internet indica que o quilo do lombo de bacalhau, comprado no varejo (não no atacado, como as Forças Armadas o fazem), no Extra, custa bem menos da metade do preço, R$ 69,90. No site atacadista Cota Best, o preço equivale a do valor comprado pelo Comando da Aeronáutica: R$ 37,70.Os preços também chamam a atenção em outros casos. O valor informado por quilo de picanha foi de R$ 84,14 (num processo para compra de 13.670 quilos), obtido por meio do Pregão Eletrônico n° 37/2019, concluído em 29 de janeiro de 2020 e conduzido pela Diretoria de Abastecimento da Marinha - no supermercado Extra, a picanha comprada no varejo tem preço de R$ 53,89 o quilo. Já em outro processo, de 62.370 quilos de miolo de alcatra, o quilo custa R$82,37 -no Extra, o preço é R$ 38,99 o quilo, no varejo.
O valor da Bohemia Puro Malte que consta no processo já
homologado é R$4,33 e o preço para o consumidor comum, em uma busca rápida por
supermercados, é R$2,59, diferença de 67%. A lata de Skol Puro Malte tem valor
no processo de R$4 e no varejo a R$2,49, indicando superfaturamento de 48,6%. O
governo também está comprando Stella Artois de 550 ml por R$9,05, mais caro que
os R$6,99 do supermercado.
“É um poço sem fundo. Quanto mais investigamos, mais
absurdos e irregularidades encontramos. Se não bastasse o governo comprar
picanha e cerveja, ainda tem o corte mais caro do bacalhau, uísque e conhaque e
com indícios de superfaturamento”, diz o deputado, que assina, com a bancada do
PSB a representação enviada ao procurador-geral da República, Augusto Aras,
para que investigue os gastos militares. “Além da PGR, eu e mais nove deputados
do PSB vamos levar essas informações ao Tribunal de Contas da União. Também
estamos discutindo propor a instalação da CPI das compras do governo na Câmara
Federal.”
Filósofo Paulo Ghiraldelli
Governo Bolsonaro. As Forças Armadas consumiram com nosso
dinheiro picanha e cerveja. Agora, em quantidades astronômicas, bacalhau e
uísque doze anos. O leite condensado abriu as portas para a imprensa investigar.
Os que me processam são os que não falam desse assunto. Reparem!
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Picanha, Cerveja, Leite Condensado e Chicletehttps://t.co/yrIxqxcWGm pic.twitter.com/PAEX97yeEL
— Humor Político (@HumorPoliticobr) February 15, 2021