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domingo, 17 de março de 2024

Comandante do Exército poderia prender Bolsonaro por minuta do golpe citada em depoimentos? Entenda


Voz de prisão pode ser dada por qualquer cidadão, incluindo militares, contra crimes cometidos em flagrante; tentativa de apresentar minuta do golpe de Jair Bolsonaro ao general provocou a reação, segundo ex-comandante da Aeronáutica


Bolsonaro apresentou hipóteses de GLO, Estado de Defesa e de sítio, diz ex-comandante do ExércitoFoto: Reprodução/Reuters


Ex-comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior relatou em depoimento à Polícia Federal (PF) que o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-chefe do Exército, falou em prender Jair Bolsonaro (PL) caso o então presidente tentasse um golpe de Estado.

Segundo o artigo 301 do Código Penal brasileiro, a voz de prisão poderia ter sido dada pelo militar, uma vez que há a previsão legal de que qualquer cidadão - incluindo militares - tem o poder de anunciar a prisão de uma pessoa que cometa flagrante delito.

Segundo afirmou Baptista Júnior em depoimento, a declaração ameaçando a prisão foi feita no encontro convocado pelo general Paulo Sérgio de Oliveira, então ministro da Defesa, que ocorreu em 14 de dezembro de 2022. Na reunião, em seu gabinete, quando a hipótese do golpe de Estado - por meio de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa ou estado de sítio - foi aventada, Freire Gomes afirmou que "caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República".

Na época, Bolsonaro já tinha perdido a eleição para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas permanecia no cargo, uma vez que a posse presidencial ocorre no dia 1º de janeiro seguinte ao pleito.

A Constituição Federal prevê a responsabilização do presidente tanto em crimes de responsabilidade quanto em crimes comuns. Como a suposta ameaça de golpe de Estado dada por Bolsonaro não entra na categoria de infrações político-administrativas, mas sim em crime contra o Estado de Direito, cometido em flagrante, ela não esbarraria no artigo 86, que versa sobre como os julgamentos de um presidente devem ocorrer.

Nos casos de crimes de responsabilidade, é o Senado Federal que julga a denúncia, enquanto infrações penais comuns eventualmente cometidas pelo chefe do Executivo devem ser submetidas ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, enquanto não houver sentença condenatória nas infrações comuns sem flagrante, o presidente não poderá ser preso.

Miguel Reale Júnior, ex-professor titular de direito penal da Universidade de São Paulo (USP) e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, explica que a voz de prisão, por se tratar de flagrante, poderia ter sido dada pelo general. "Qualquer ato como editar o estado de defesa seria tentativa de golpe e poderia o presidente ser preso por crime contra o Estado de Direito", explicou.

Para o advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, não há dúvida de que o que fez o comandante foi o correto, ao comunicar que se a trama golpista continuasse, a voz de prisão seria dada, sob pena de prevaricação. "A dificuldade prática de dar uma voz de prisão no presidente da República é enorme, você tem que cumprir essa voz de prisão. Evidentemente, Bolsonaro ia dizer que não aceitava prisão e ia chamar oficiais fiéis a ele. A dificuldade prática é absolutamente gigantesca", observou o advogado.

 

Procurado pelo Estadão para comentar sobre o caso, Jair Bolsonaro não respondeu.

 

Na manhã desta sexta-feira, 15, o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo do depoimento de 27 investigados na Operação Tempus Veritatis, por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022. Mais da metade dos suspeitos, 14 deles, preferiu ficar em silêncio. Estão incluídos os registros dos depoimentos à PF de Bolsonaro e de ex-ministros, como Anderson Torres e os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

Conforme o depoimento prestado por Baptista Júnior à PF, no bojo das investigações que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado tramada pela cúpula do governo Jair Bolsonaro, o então ministro da Defesa teria declarado a intenção de apresentar a minuta golpista, para "conhecimento e revisão". Nesse momento, Baptista disse ter questionado: "Esse documento prevê a não assunção do cargo pelo novo presidente eleito?". Oliveira se calou e, em seguida, o brigadeiro disse que não admitira receber o papel.

Baptista Júnior e Freire Gomes contaram aos investigadores que se colocaram contra a investida antidemocrática de Bolsonaro. Já o almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, mais alinhado ao ex-presidente, colocou tropas à disposição do ex-chefe do Executivo. Em seu depoimento à PF, o almirante escolheu ficar em silêncio. Veja a íntegra da minuta de golpe que Bolsonaro apresentou às Forças Armadas, segundo ex-comandante.


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Fonte: Terra


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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Forças Armadas compraram 140 mil quilos de bacalhau por até R$ 150 o quilo, quatro vezes mais que nos atacadistas


Os gastos milionários e com indícios claros de superfaturamento dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica sucedem-se uns aos outros. Lombo de bacalhau, picanha, uísque 12 anos, conhaque são apenas alguns dos itens



247As Forças Armadas não se limitaram a consumir milhares de quilos de picanha e garrafas de cerveja ao longo de 2020. Agora aparecem mais de 140 mil quilos de bacalhau com preços que chegam até a R$ 150 o quilo e garrafas de uísque 12 anos e de conhaque - todas compradas a preços muito acima do mercado.

A denúncia é do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que  divulgou as compras identificadas no Painel de Preços do Ministério da Economia. Só de bacalhau foram 9.748 quilos de filé e 139.468 quilos de lombo para os militares. “O lombo é o corte mais nobre do bacalhau, usado para pratos requintados e caros em restaurantes sofisticados, algo muito distante do cardápio da maioria dos brasileiros”, diz o parlamentar.

Em uma das compras registradas pelos militares, consta um pedido homologado pelo Comando da Aeronáutica, para aquisição de 500 quilos de lombo de bacalhau, em que o preço de referência usado pelo órgão público foi de nada menos que R$ 150 o quilo. Uma busca na internet indica que o quilo do lombo de bacalhau, comprado no varejo (não no atacado, como as Forças Armadas o fazem), no Extra, custa bem menos da metade do preço, R$ 69,90.  No site atacadista Cota Best, o preço equivale a    do valor comprado pelo Comando da Aeronáutica: R$ 37,70.Os preços também chamam a atenção em outros casos. O valor informado por quilo de picanha foi de R$ 84,14 (num processo para compra de 13.670 quilos), obtido por meio do Pregão Eletrônico n° 37/2019, concluído em 29 de janeiro de 2020 e conduzido pela Diretoria de Abastecimento da Marinha - no supermercado Extra, a picanha comprada no varejo tem preço de R$ 53,89 o quilo. Já em outro processo, de 62.370 quilos de miolo de alcatra, o quilo custa R$82,37 -no Extra, o preço é R$ 38,99 o quilo, no varejo.

O valor da Bohemia Puro Malte que consta no processo já homologado é R$4,33 e o preço para o consumidor comum, em uma busca rápida por supermercados, é R$2,59, diferença de 67%. A lata de Skol Puro Malte tem valor no processo de R$4 e no varejo a R$2,49, indicando superfaturamento de 48,6%. O governo também está comprando Stella Artois de 550 ml por R$9,05, mais caro que os R$6,99 do supermercado. 

“É um poço sem fundo. Quanto mais investigamos, mais absurdos e irregularidades encontramos. Se não bastasse o governo comprar picanha e cerveja, ainda tem o corte mais caro do bacalhau, uísque e conhaque e com indícios de superfaturamento”, diz o deputado, que assina, com a bancada do PSB a representação enviada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que investigue os gastos militares. “Além da PGR, eu e mais nove deputados do PSB vamos levar essas informações ao Tribunal de Contas da União. Também estamos discutindo propor a instalação da CPI das compras do governo na Câmara Federal.”


Filósofo Paulo Ghiraldelli

Governo Bolsonaro. As Forças Armadas consumiram com nosso dinheiro picanha e cerveja. Agora, em quantidades astronômicas, bacalhau e uísque doze anos. O leite condensado abriu as portas para a imprensa investigar. Os que me processam são os que não falam desse assunto. Reparem!

Assista ao VÍDEO



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