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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente e sobre esse assunto que quero falar com você





Olá Henrique, espero que você esteja bem. Agradeço por seu constante apoio e comprometimento com o Greenpeace e com a vida. Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente e sobre esse assunto que quero falar com você.

Jovens que tomaram as ruas para exigir um futuro seguro frente à crise do clima, o fogo na Amazônia, que queima com o desmonte dos órgãos de fiscalização pelo governo, uma doença que impede que o mundo respire, vidas vulneráveis ceifadas diariamente, brasileiros que não puderam parar por fome e a ameaça da escalada autoritária, que faz com que tenhamos que urrar por mudanças: cenas de um país do “e daí?”.

Falar de meio ambiente e de crise climática é discutir igualdade e justiça. São os mais vulneráveis que sofrem as piores consequências de um sistema econômico e político criado por uma minoria privilegiada que custa dividir de maneira justa a riqueza. Se não houver mudança de sistema, baseada no tratamento justo e igualitário, e respeito democrático, com proteção da liberdade e dos direitos individuais e coletivos, não haverá equilíbrio no meio ambiente que garanta nossa saúde e nossas vidas.


A quem interessa o sangue derramado e as árvores derrubadas?

Em meio à pandemia, o menino João Pedro foi assassinado pela polícia no Brasil enquanto brincava em sua casa. A comoção com as vidas negras perdidas todos os dias no país somou-se à cena do assassinato de George Floyd nos Estados Unidos, que trouxe a população de volta à ruas para dizer o mínimo e básico em nossa sociedade: vidas negras importam e o estado tem o dever de protegê-las, ao invés de ser mais uma ameaça. A matemática traz a triste realidade de vidas transformadas em número: No Brasil, pessoas negras são as vítimas em 75% dos homicídios.
Na região da floresta Amazônica, sabemos que junto à ilegalidade e o roubo de terras públicas vêm os diversos crimes e assassinatos. O Brasil é o país onde mais ativistas e lideranças comunitárias e indígenas são mortas por defender a floresta e sua biodiversidade. Em novembro do ano passado, Paulino Guajajara foi uma jovem alma entre muitas, que tombou junto com as árvores que protegia.
Perante todas as injustiças diárias, uma reunião interministerial feita durante a pandemia, na qual se deveria discutir planos de ajuda aos mais vulneráveis e como assegurar a vida de milhares de brasileiros, foi uma conversa vazia de tudo que o país necessita. Em especial, a fala do ministro Ricardo Salles chamou a atenção de ambientalistas: ele sugeriu que se aproveitasse a situação para “passar a boiada” em regulamentações e mudanças de normas. O que ele disse foi uma alusão para permitir o desmatamento ilegal. Mais uma vez enfatizamos: o estado e, neste caso, o Ministério do Meio Ambiente devem garantir a segurança da população onde quer que ela esteja, nas cidades ou nas florestas.
Portanto, falar de meio ambiente no dia de hoje é lembrar que quando defendemos um ecossistema, defendemos nossos direitos, a natureza e todas as vidas que a habitam. E que não há como discutir o fim da crise climática sem antes garantir justiça para todas e todos. Perante todas as injustiças e em meio a perdas de vidas ocasionadas pela pandemia, a sociedade se levanta e luta para demandar um mundo melhor, em que a homenagem à vida seja justa, diária, e um direito de todos.

Agradecemos mais uma vez a você por acreditar em nosso trabalho. Neste Dia do Meio Ambiente, honramos os mortos do Brasil e do mundo. Pedimos e declaramos que iremos lutar pela vida todos os dias, hoje e cada dia, mais do que nunca.

Um grande abraço,


Fabiana Alves
Greenpeace Brasil
Se puder, #FiqueEmCasa













ONU Brasil


Para o Dia Mundial do Meio Ambiente 2020, todos e todas estão convidados a compartilhar porque é hora da natureza. O meio ambiente está à beira de um colapso. Um milhão de espécies animais e vegetais devem desaparecer – e logo! Faça parte da solução e junte-se a nós nesse apelo global #PelaNatureza.


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sexta-feira, 29 de maio de 2020

SOS Mata Atlântica: desmatamento cresce 27,2%



Via: Sputnik Brasil

Foi registrado um aumento de 27,2% no desmatamento da Mata Atlântica entre 2018 e 2019, comparando com o período entre 2017 e 2018.
A informação foi publicada no relatório do Atlas da Mata Atlântica, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A cifra de 27,2% corresponde a um total de 14.502 hectares e o estado de Minas Gerais lidera a lista do desmatamento desse bioma, registrando uma perda de quase 5.000 hectares de floresta nativa. Bahia ocupa o segundo lugar, com 3.532 hectares, seguida pelo Paraná, com 2.767 hectares.
Os três líderes do ranking registraram aumento de desflorestamento de 47%, 78% e 35%, na comparação com o período anterior. Segundo o estudo, Piauí somou 1.558 hectares desmatados (26% a mais) e Santa Catarina 710 hectares, 22% a mais, comparando com o período anterior.
"O fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% da Mata Atlântica, o bioma que mais perdeu floresta no país até hoje", disse o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, citado pela Agência Brasil.
"Observamos vários desmatamentos em áreas interioranas e nos limites da Mata Atlântica, como no Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e no Piauí, além de regiões com araucárias no Paraná. Como são áreas já mapeadas anteriormente, os desmatamentos poderiam ter sido evitados com maior ação do poder público. É lamentável que sigam destruindo nossas florestas naturais, ano após ano", acrescentou a diretora executiva da SOS Mata Atlântica e coordenadora geral do Atlas, Marcia Hirota.
Por outro lado, o Atlas mostra que estados como Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro não desmataram e dois estados conseguiram zerar os desmatamentos acima de três hectares (Alagoas e Rio Grande do Norte).

canal MPF


MPF alerta para risco de destruição da Mata Atlântica sob novo entendimento do Ministério do Meio Ambiente que permite ocupações ilegais e desmatamento em áreas de preservação permanente.


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