Agentes pedem por recomposição salarial em ato marcado por
críticas contundentes ao governador Zema
Protesto das Forças de Segurança contra o governardor Romeu
Zema
Agentes das forças de Segurança Pública de Minas Gerais
fazem protesto pela recomposição salarial no Centro de Belo Horizonte na tarde
desta quinta-feira (22/2). Com o governador Romeu Zema (Novo) como alvo,
membros das polícias Penal, Civil e Militar, além de bombeiros e agentes socioeducativos,
cobram 41% de reajuste. O número é calculado a partir das perdas inflacionárias
desde 2015 subtraindo os dois únicos aumentos nos vencimentos concedidos pelo
estado desde a data.
Os manifestantes se concentraram na Praça Sete, hipercentro
da capital, por volta das 12h. Às 13h40, iniciaram a dispersão pela Avenida
Afonso Pena. Por cerca de 25 minutos, o trânsito no cruzamento com a Avenida
Amazonas foi fechado. O fluxo de veículos foi sendo interditado até a rua da
Bahia e assim seguiu pela via até a sede do Banco de Desenvolvimento de Minas
Gerais (BDMG), onde o ato parou por volta das 14h30, debaixo de chuva
torrencial.
A principal reivindicação tem como objeto a promessa de Zema
às forças de segurança no fim de 2019. Na ocasião, o governador concordou em
conceder duas parcelas de 12% e uma de 13% de reajuste salarial nos anos
subsequentes. No entanto, apenas uma das parcelas foi paga.
Em 2022 foram feitas as primeiras manifestações dos agentes. Com grande adesão, os protestos terminaram com o pagamento de 10% de reajuste relativo à inflação do ano anterior.
Os protestos devem seguir pelos próximos dias, ainda sem data definida. Nesta quinta, o grupo de manifestantes não chegou a formar número para lotar o cruzamento da Praça Sete. Lideranças sindicais e políticos como o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) reclamaram por mais adesão da categoria em ocasiões futuras.
Policiais fazem nesta quinta-feira (22/2) um ato na Praça
Sete, no Centro de Belo Horizonte, para pressionar o Governo do Estado a
recompor as perdas da inflação da categoria, calculadas em 41,6%.
O governador Romeu Zema (Novo) não impediu que a Polícia
Militar de Minas Gerais aterrorizasse por mais de três dias as cerca de 450
famílias de agricultores assentadas no Quilombo Campo Grande
Os apelos vieram de todos os lados, de pessoas e autoridades
das mais diversas tendências políticas, mas contrariando suas promessas feitas
no início da semana, o governador Romeu Zema (Novo) não impediu que a Polícia
Militar de Minas Gerais aterrorizasse por mais de três dias as cerca de 450
famílias de agricultores assentadas no Quilombo Campo Grande, no município de
Campo do Meio, no sul de Minas Gerais. São famílias ali instaladas há 22 anos
que transformaram a área de uma usina de açúcar falida em campo de produção de
alimentos orgânicos. A violência contra
elas aumentou na tarde de sexta-feira (14/08). A repercussão negativa foi
tamanha que no final do dia o Batalhão de Choque se retirou do local dando por
encerrada a operação. Os ânimos serenaram.
Ao final da operação policial seis famílias foram
desalojadas, a Escola Popular Eduardo Galeano, que oferecia educação popular
aos jovens, crianças e adultos, foi totalmente destruída e um galpão que
atendia aos agricultores foi esvaziado. A mobilização dos agricultores e o
apoio que receberam de diversos setores da sociedade, porém, impediram que a
ameaça maior – o desalojamento de todos – fosse concretizada. Apenas um pedaço
da área – ainda que superior ao previsto – foi oficialmente reintegrada.
Em uma atitude inédita de espetacularização da operação, a
ação da polícia militar mineira contou até com transmissão on line (veja
aqui). Nela, os oficiais alegavam que apenas cumpriam uma ordem judicial.
Ordem que não se preocupou com a pandemia. Por isso, o despejo foi considerado
“como um grave desrespeito e uma ameaça à vida em meio ao caos estabelecido
pela pandemia, e torna-se um verdadeiro crime contra estas famílias” pelos
bispos da Regional Leste 2 da CNBB. Como afirmaram em nota assinada por dom
José Carlos de Souza Campos (da diocese de Divinópolis/MG) e dom Otacílio
Ferreira Lacerda (da diocese de Guanhães/MG), respectivamente, presidente e bispo
referencial da Comissão para Ação Social Transformadora da Regional Leste 2 da
CNBB.
O tamanho da operação montada – mais de 250 policiais,
incluindo o batalhão de choque com caminhão blindado (tipo brucutu), caminhões
do corpo de bombeiro e até helicóptero, cujos voos visavam atemorizar as
pessoas – transformou-se também em um sinal claro que o objetivo não era
cumprir apenas a ordem judicial.
A determinação, inicialmente, falava em reintegração de 26
hectares. Depois, o próprio juízo aumentou para 52 hectares. Segundo nota do
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a operação policial foi além do
que ordenava a liminar. Ainda destruíram casas e lavouras. Mas, na realidade, o
aparato policial faz supor que a pretensão do governo Zema seria de exterminar
o quilombo. Foi impedido pela resistência dos agricultores.
Isto explica, inclusive, o fato de terem isolado a área de
tal forma que até deputados tiveram o acesso impedido, como denunciou a
deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT): “fomos impedidos pelo Comando Militar
da operação na área de entrar pela via pública de acesso para nos encontrarmos
com as pessoas. Questionado, afirmou que a operação de reintegração de posse
não tinha terminado e que ele tinha protocolos a seguir. Informei que, como
deputada estadual, tinha a prerrogativa de entrar, que os protocolos da Polícia
Militar não são superiores a Constituição do Estado. Obtive como resposta de um
Major voz de prisão se insistisse. Depois da ameaça do Comandante, dois
sargentos começaram a filmar”.
A avaliação da deputada, que esteve no quilombo na
sexta-feira em companhia dos deputados federais Rogério Correia e Odair Cunha e
seus colegas na assembléia de Minas André Quintão e Ulysses Gomes, é de que o
governo pretendia ir além do que mandou o juízo:
“Após analisar toda a operação montada, não resta dúvidas:
Zema aparelhou o governo, gastou dinheiro público para fazer uma disputa
ideológica e política, além de autorizar a prática de violência contra a
população. Nada teve a ver com cumprimento de decisão judicial (…) três dias de
operações, fora o tempo de deslocamento, diárias, hospedagens, alimentação.
Tudo pago com dinheiro público para retirarem e destruírem a casa de 6
famílias, além da escola. O plano do governo era maior”.
Os policiais militares – “agindo dentro da lei e em
cumprimento às ordens”, como definiu o oficial no vídeo – na quarta-feira, 12
de agosto, não impediram a destruição da escola feita, segundo dizem os
policiais, por familiares do dono do terreno. O ato foi recriminado pelo
bispo-auxiliar de Belo Horizonte, dom Vicente Ferreira: “De lamentar que a
escola já está destruída. Infelizmente, em um tempo em que a gente precisa de
mais educação”, protestou, na quinta-feira.
Nota do Tribunal de Justiça abria espaço para
um adiamento
da reintegração a partir da
avaliação da Polícia Militar.
Desde o início da semana o governador Zema prometia
suspender o despejo. Também o prefeito de Campo do Meio, Robson Machado de Sá
(PSDB), dizia que apenas uma pequena área seria reintegrada. As promessas do
governador, feitas pela rede social, falavam em deixar tudo para o
pós-pandemia. Isso não parecia impossível. Afinal, o próprio Tribunal de
Justiça, em nota (leia na ilustração ao lado), esclareceu que a ordem de
despejo, datada do ano passado, teria que ser cumprida,“entretanto, a avaliação a respeito da
segurança do despejo está sendo feita pela Polícia Militar.”
Ou seja, havia margem para o governo do estado adiar o
despejo. Inclusive atenderia às recomendações de infectologistas que se
posicionaram contrários ao desabrigo de pessoas em plena pandemia. Mas Zema não
apenas desrespeitou o prometido como deixou a polícia militar fazer uma
verdadeira guerra psicológica contra os moradores por três dias seguidos – de
quarta-feira (12/08) até sexta-feira no final da tarde.
“Despejar não é atividade essencial”, diz o bispo.
A promessa do prefeito foi feita ao bispo da diocese de
Campanha (que engloba a região do acampamento), dom Pedro Cunha Cruz. Em
pronunciamento por áudio aos demais bispos do país, dom Pedro, da ala
conservadora da igreja, relatou sua conversa com o prefeito, na manhã de
quinta-feira, quando ouviu que a operação já tinha ocorrido. O que não
correspondeu à verdade:
“Em conversa com o prefeito Robson, de Campo do Meio, o
mesmo assegurou que o despejo foi realizado ontem (12/08) somente nas
residências de seis famílias que ocupavam uma área de propriedade privada, mas
que não têm nenhuma relação com as 450 famílias que ocupam a área da antiga
usina. A prefeitura de Campo do Meio já acolheu as três famílias despejadas
deste terreno. Portanto, as 450 famílias da área da usina ainda permanecem no
local e provavelmente sofrerão alguma ação judicial no pós pandemia”.
Dom Pedro terminou sua mensagem aos irmãos do episcopado
prometendo genericamente seguir “rezando por estas famílias dentro do espírito
do Pacto pela Vida e da ética do cuidado, como pede o nosso querido Papa
Francisco”.
A reintegração aconteceu. Famílias perderam suas casas,
lavouras e a escola Eduardo Galeano foi destruída. No entanto, foram três dias
de resistência. Da força do povo, da produção, da solidariedade contra as
armas. Isso não é pouca coisa. Isso é dignidade. O que ninguém tira da gente, como
disse nosso camarada Enio lembrando a fala de outro dirigente, o MST não formou
uma geração de covardes.
As famílias e militância que estiveram entrincheirados
nesses três dias nos ensinaram que só a luta faz valer. Que a luta é o caminho.
E cada companheiro e companheira que esteve junto com a gente nesses dias,
compartilhando as informações, contribuindo desde suas casas e suas vozes, nos
deram força e reforçaram a certeza que a resistência além de ativa deve ser
popular. Deve ser com o povo. A solidariedade foi essencial pra sairmos desse
despejo de cabeça erguida e impondo derrotas a força policial e ao governo.
Nesse momento em que a dor e a indignação sufoca queria
encontrar formas de reconhecer quem esteve ao nosso lado nesses dias.
A sociedade exige que Romeu Zema suspenda imediatamente este despejo desumano e criminoso! Neste momento a Polícia Militar ataca com extrema violência os moradores de Quilombo Campo Grande. #ZemaCriminoso#SalveQuilombopic.twitter.com/Jos75d3A82
A história da fazenda falida recriada como Quilombo Campo Grande pelosfuncionários que sofreram calote. Uma metáfora do Brasil. pic.twitter.com/MIXaC9EcPS
O objetivo, de acordo com MST, é tentar retirar as famílias.
Veja o vídeo aqui
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra)
denunciou no início da tarde desta quinta-feira (13) que a Polícia Militar, sob
o comando do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ateou fogo no Acampamento
Quilombo Campo Grande para tentar retirar as famílias.
🚨URGENTE | Sob comando do covarde governador de Minas Gerais, @RomeuZema, a Polícia Militar ateia fogo no Acampamento Quilombo Campo Grande para tentar retirar as famílias. A vida das famílias Sem Terra estão em suas mãos governador! Retire a polícia do acampamento!#ZemaCovardepic.twitter.com/g9U0k96bnr
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) entrou
nesta quinta-feira (13) com um pedido
no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a ordem de despejo
de um acampamento do movimento em Campo do Meio, município do Sul de Minas
Gerais.
A ordem foi dada em meio à pandemia do novo coronavírus, o
que deixaria desabrigadas as cerca de 450 famílias que vivem no Quilombo Campo
Grande.
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), havia usado a PM
para retirar os acampados em uma ação que começou na madrugada da quarta-feira
(12). A truculência chamou a atenção de vários deputados estaduais e movimentos
sociais e pegou mal para o governador.
Quilombo Campo Grande
O acampamento Quilombo Campo Grande foi erguido há mais de
20 anos nas terras da antiga Usina Ariadnópolis, que pertencia à Companhia
Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia) e faliu no final da década de 1990. Parte
dos antigos trabalhadores da usina, que ficaram sem indenização após a falência
da empresa, hoje integram o acampamento. A área de aproximadamente 4 mil
hectares ficou degradada depois da falência da usina, por causa do monocultivo
de cana-de-açúcar. Com a ocupação do MST, o local ganhou plantações de café,
milho e hortaliças, além da criação de galinhas.
‼ ALERTA! Incêndio criminoso no Acampamento Quilombo Campo Grande! As famílias estão sendo cercadas pelas chamas! A polícia do governador de Minas Gerais, @RomeuZema, segue na ofensiva para avançar com o despejo criminoso!#ZemaCovardepic.twitter.com/D0wSB5h0ki
A tentativa de despejo de 450 famílias de um acampamento do MST em Minas é mais um retrato do desprezo dos neoliberais pela vida. A ordem de despejo ignorou acordo pra aguardar o fim do isolamento, e, assim, preservar a vida de quem mora e trabalha naquela terra há + de 20 anos pic.twitter.com/lfLr1Z7Zro
Em 18 de jun. de 2016 na cidade de Campo Grande o corrupto Bolsonaro disse que caso fosse eleito em 2018 iria apoiar o extermínio dos sem terra pelos fazendeiros