No dia em que o Brasil divulgou o maior número de mortes pela covid-19, registradas em 24 horas, em 2021 (1.452 óbitos), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as políticas de isolamento social e defendeu a volta ao trabalho.
UOL
Bolsonaro em dia com recorde de mortes por covid-19:
"Não adianta ficar em casa chorando"
"A vida continua, temos que enfrentar as adversidades.
Não adianta ficar em casa chorando, não vai chegar a lugar nenhum. Vamos
respeitar o vírus, voltar a trabalhar, porque sem a economia não tem
Brasil", disse o presidente durante sua live semanal.
Com os novos óbitos computados entre ontem e hoje, o país
chegou a 236.397 mortes causadas pelo coronavírus desde
o início da pandemia, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa
do qual o UOL faz parte. Até então, o maior número de óbitos
diários em 2021 havia sido registrado em 28 de janeiro (1.439).
A média móvel de óbitos dos últimos sete dias — 1.073 —
também é a maior registrada neste ano. Este é o segundo maior período em que o
Brasil apresenta média de mortes acima de mil em toda a pandemia. Ao todo, já
são 22 dias. A sequência mais longa ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31
dias).
Importação de medicamento experimental
Durante a live, Bolsonaro ainda anunciou que deve conversar
amanhã com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a
possibilidade de importar um medicamento experimental contra o câncer que pode
ajudar na recuperação de pacientes de covid-19 hospitalizados.
"Em Israel é um spray [que estão testando], estamos em
contato, já está acertado o encontro virtual [com Netanyahu] para falarmos
sobre esse novo spray que está servindo, pelo menos experimentalmente, para
pessoas em estado grave. Está em estado grave? Toma, poxa, vai esperar ser
intubado?", questionou o presidente.
Lá [em Israel] está sendo desenvolvido, em fase final, um
remédio para curar [sic] a covid-19. Quando falei remédio lá atrás, levei
pancada, entraram na pilha da vacina. O cara que entra na pilha só da vacina é
um idiota útil, porque devemos ter varias opções. Para quem está contaminado,
não adianta vacina.Jair Bolsonaro, ao explicar interesse em medicamento
experimental
Ele também fez uma falsa equivalência ao comparar a ausência
de evidências mais robustas sobre a eficácia do medicamento com o fato de as
vacinas contra a covid-19 não terem registro definitivo na Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Ao contrário do spray testado em Israel, os
imunizantes hoje utilizados no Brasil e no mundo têm eficácia, qualidade e
segurança atestados por estudos clínicos.
Fonte: UOL
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"A vida continua, temos que enfrentar as adversidades. Não adianta ficar em casa chorando, não vai chegar a lugar nenhum. Vamos limitar o vírus, voltar a trabalhar, porque sem economia não tem Brasil". (Bolsonaro, quando o país se aproxima da marca de 240 mil mortos pelo vírus) pic.twitter.com/VOFyzSDCaI
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) February 12, 2021