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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A nação brasileira deve desculpas a Dilma pelo que deixaram que fizessem a ela


Sozinha na luta


Reli certas coisas que escrevi na época do impeachment. Uma delas me chamou particularmente a atenção.

Era um pedido de desculpas nacionais a Dilma. Como pudemos deixar uma mulher honesta — e competente — ser derrubada por um bando de corruptos cujo pretexto era exatamente a corrupção?

Os últimos dias me levam a reforçar as desculpas. Desculpas, agora, de joelhos.

Temer, Calero, Geddel — eis o tipo de gente que sabotava Dilma sob apoio massivo da Globo e do restante da mídia, e sob o olhar bovinamente cúmplice dos eminentes ministros do STF.

Convém não esquecer também Eduardo Cunha, um parlamentar mafioso que só foi afastado do Congresso depois de liquidar Dilma.

O PSDB deu também sua contribuição milionária ao golpe. Primeiro de todos, Aécio, já eternizado como “o candidato que não soube perder”.

Depois, os demais chefes tucanos, como FHC e Alckmin, agora conhecido nas planilhas da Odebrecht como o “Santo”. Com uma mão o Santo rezava e com a outra recolhia propinas de Caixa 2.

Era muito homem corrupto contra uma honestidadade ilhada e solitária, como a de Dilma.

Aécio é o melhor caso tucano. Seu crime antidemocracia não compensou. Ele saiu das eleições de 2014 com muitos trunfos, a começar pelos 50 milhões de votos que obteve. Mais quatro anos e seria um forte candidato presidencial.

Hoje ele está reduzido a cinzas. É um dos nomes mais citados por delatores em esquemas de propinas. Nem a mídia amiga conseguiu esconder isso, ela que sempre protegeu Aécio de notícias desagradáveis, sobretudo as ligadas a corrupção.

Aécio agora está em todas.

Se você pegar sua campanha de 2014 verá que toda ela foi baseada no, aspas, “combate à corrupção”.

É até engraçada: um corrupto contumaz, como provam as delações, fazendo sermões sobre os males da corrupção.

À luz do sol, Aécio fazia uma pregação veementemente moralista. Na calada da noite, fechava acordos tenebrosos.

E em meio a tudo isso Dilma, virtualmente sozinha.

Tem um alto poder simbólico vê-la morando numa casa simples em Porto Alegre enquando um apartamento milionário em Salvador domina o noticiário. (Isso para não falar nos pedalinhos de tantas manchetes,)

E deixamos Dilma sozinha. Não a defendemos, nas ruas, de uma conhecida máfia da roubalheira. Permitimos, mansamente, que a tirassem e, com ela, destruíssem 54 milhões de votos e uma democracia ainda tão jovem.

De novo: devemos desculpas a ela. Contritos. De joelhos no chão.

Ela vai passar para a história como o caso mais brutal de injustiça cometido pela plutocracia.

E quem age como agimos merece Temer, Gedel, Cunha, Aécio etc etc.

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