Quanto mais o governo corta na carne do povo para pagar a
chamada dívida pública, mais o Banco Central aumenta a Selic. Esse movimento
eleva a própria dívida, drenando recursos públicos em um ciclo sem fim.
O mercado faz o que quer, chantageia o governo que, em vez
de auditar a dívida pública, segue na mesma trilha de cortes sociais aberta
pelos governos anteriores. O arcabouço fiscal e os novos programas de cortes
são prova disso.
A cada 1% de aumento na Selic, o gasto com a dívida pública
cresce R$ 55 bilhões (Fonte: Banco Central – Dezembro/2024).
O mais grave é que em sua última ata o Banco Central
anunciou que pode aumentar os juros em 2 pontos percentuais em janeiro e
março/2025, o que triplicaria o rombo, adicionando mais R$ 110 bilhões à dívida
pública além dos R$ 55 bilhões, considerando apenas esses poucos meses de
dezembro a março! Isso anula qualquer “economia” prometida com cortes sociais,
como questiona Maria Lucia Fattorelli:
“O que adianta aprovar um pacote de cortes que economiza
cerca R$ 30 bilhões em 2025, se a cada 1% de aumento na Selic o gasto com a
dívida pública sobe R$ 55 bilhões?”
Exigimos a auditoria da dívida pública para interromper essa
sangria e reverter o escândalo que penaliza a sociedade brasileira.
Subir juros não controla o tipo de inflação existente no
Brasil
O escândalo da política econômica brasileira. Quanto mais o governo corta na carne do povo para pagar a chamada dívida pública, mais o Banco Central aumenta a Selic. Esse movimento eleva a própria dívida, drenando recursos públicos em um ciclo sem fim.https://t.co/LFyEvCxSwJpic.twitter.com/187zFEaOyZ
— Auditoria Cidadã da Dívida (@AuditoriaCidada) January 13, 2025
Na ação, o PDT defende que a definição da Selic precisa
seguir os preceitos constitucionais, considerando:
Auditoria Cidadã da Dívida
O Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolou uma ação
no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o processo de definição da taxa
Selic pelo Banco Central (BC), destacando os impactos negativos de sua
elevação. Para o partido, a política de juros altos compromete o mercado de
trabalho, a qualidade de vida dos cidadãos e a sustentabilidade da dívida
pública.
Na ação, o PDT defende que a definição da Selic precisa
seguir os preceitos constitucionais, considerando:
O
impacto sobre o orçamento fiscal e a dívida pública;
Os
efeitos sobre o crescimento econômico e o mercado de trabalho;
O
papel na redução da pobreza e das desigualdades sociais.
Além disso, o partido critica a exclusividade de
perspectivas no Boletim Focus e solicita a inclusão de outros atores
institucionais, além do mercado financeiro, na formulação das expectativas
econômicas.
Acompanhe
nossas redes e participe dessa luta por uma política econômica mais justa e
transparente!
A constante elevação dos juros com pretextos frágeis
evidencia uma política econômica que favorece o mercado financeiro à custa da
população
Click Verdade - Jornal Missão
O Comitê de Política Monetária (Copom) freou o ritmo de
queda da taxa Selic, reduzindo-a em meros 0,25 pontos percentuais. Segundo os
mais esdrúxulos argumentos, a decisão foi tomada devido à calamidade no Rio
Grande do Sul e a uma série de explicações que nem mesmo os membros do Copom
parecem entender ou acreditar. Essa foi a primeira vez em cinco reuniões que
houve divergências nos votos dos diretores, sendo que quatro deles, indicados
pelo presidente Lula, defendiam um corte maior de 0,5 pontos percentuais. (Leia
notícia relacionada aqui).
A ata do Copom mencionou que as expectativas de inflação
aumentaram e que o mercado de trabalho está mais dinâmico do que o previsto.
Além disso, justificaram que o cenário externo adverso exige maior cautela na
condução da política monetária. No entanto, esses argumentos soam como
desculpas esfarrapadas.
A verdade é que, mesmo que a redução tivesse sido de 0,5
pontos percentuais, a Selic ainda estaria em um patamar abusivo. A constante
elevação dos juros com pretextos frágeis evidencia uma política econômica que
favorece o mercado financeiro à custa da população. A discrepância nos
argumentos usados pelo Copom só reforça a percepção de que as decisões são
baseadas em interesses que nem os próprios formuladores de políticas conseguem
justificar de maneira convincente.
É por isso que a Auditoria Cidadã da Dívida intensifica a
Campanha “É hora de virar o Jogo”, defendendo que a política monetária tenha
uma função social, não se restringindo a beneficiar apenas o mercado
financeiro. A população brasileira merece uma gestão econômica que priorize o
bem-estar social e o desenvolvimento sustentável, não os lucros exorbitantes de
poucos.
disparada dos preços dos alimentos impulsionou a inflação
oficial no País a 0,64% em setembro, maior resultado para o mês desde 2003,
segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
divulgados ontem pelo IBGE.
Carnes, arroz e óleo de soja pesaram no bolso das famílias,
assim como a gasolina, que pode voltar a pressionar em outubro, devido ao novo
reajuste divulgado pela Petrobrás nas refinarias. Também esboçam reação alguns
itens ligados ao turismo, como passagens aéreas, locação de veículos e pacotes
turísticos.
O IPCA veio acima do previsto até pelos economistas mais
pessimistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam um
avanço mediano de 0,54%. O resultado motivou uma série de revisões para cima
nas estimativas do mercado financeiro para a inflação no encerramento de 2020.
No entanto, as apostas permanecem abaixo da meta de 4% perseguida pelo Banco
Central. Em setembro, a taxa do IPCA acumulada em 12 meses alcançou 3,14%.
"É uma inflação (de setembro) preocupante, mas não tem
nenhum risco para este ano, quando é provável que o IPCA fique em 2,5%. A
questão mesmo está em 2021, quando devemos ter câmbio pressionado, commodities
pressionadas e a China com um crescimento forte", previu o
economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale.
O economista João Fernandes, da Quantitas, não acredita que
a inflação mais elevada de setembro ameace a condução da política monetária
pelo Banco Central. Ele argumenta que o IPCA foi impulsionado por fatores
pontuais, enquanto que o risco para o quadro de juros baixos no País permanece
sendo fiscal.
"Não tem comparação da importância desse IPCA com a incerteza
fiscal de curto prazo. A inflação mais alta reduz a chance de um novo corte da
Selic (taxa básica de juros), mas é um efeito limitado. O que poderia suscitar
uma alta de juros agora seria o governo romper o compromisso com o teto, não
uma reação a essa inflação", opinou Fernandes.
Ajuste fiscal
O cenário atual de incertezas sobre o ajuste fiscal tem
ajudado a desvalorizar o real ante o dólar, o que encarece commodities e
insumos no atacado e acaba chegando também ao varejo, lembra André Braz,
coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
"Nossas coletas preliminares (do Índice de Preços ao
Consumidor da FGV) indicam que outubro já está bem salgado, inflação mais alta
que setembro. Eu diria que ficará perto de 0,8%. A inflação de serviços vem um
pouco maior, puxada por passagem aérea, que está subindo mais de 40% em
outubro, um choque. Essa alta pode ser confirmada pelo IPCA-15", relatou
Braz.
Em setembro, as famílias gastaram 2,28% a mais com
alimentação. Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de
Preços do IBGE, houve uma disseminação maior de produtos alimentícios com aumentos
de preços, o que levou a uma inflação de alimentos também mais elevada que o
habitual para meses de setembro.
"Tem dois componentes influenciando preços. Tem a
questão do auxílio emergencial, uma vez que os recursos são direcionados pelas
famílias mais pobres para a compra de alimentos, e tem a questão do câmbio, que
torna mais atraente a exportação e acaba restringindo a oferta desses produtos
no mercado doméstico", justificou Kislanov.
O óleo de soja aumentou 27,54%, enquanto o arroz ficou
17,98% mais caro. No ano, o óleo de soja já acumula uma alta de 51,30%, e o
arroz subiu 40,69%. As famílias também pagaram mais em setembro pelo tomate,
leite longa vida e carnes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por causa dos alimentos e da gasolina, inflação teve grande
alta nas contas do IBGE. A maior variação e o maior impacto, mais uma vez, veio
do grupo alimentação e bebidas. O campeão foi o óleo de soja, com aumento de
27,5% no mês e 51,3% no ano. O arroz também subiu muito, com alta de 17,9% em
setembro e 40,7% em 2020. Assista ao Vídeo