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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Acre: alagamento deixa ao menos 37 mil famílias sem casa, e rios seguem enchendo


Além das enchentes, estado enfrenta aumento no número de casos de covid-19 e surto de dengue


O Rio Juruá registrou a maior cheia já vivenciada pelo município desde 2017 - Foto: Jefferson Peixoto/Secom


No Acre, mais de 37 mil famílias estão desalojadas ou desabrigadas em 10 municípios impactados pelas enchentes, segundo a Defesa Civil do estado. Desde terça-feira (16) o estado está sob estado de calamidade, decretado pelo governador Gladson Cameli (PP). A decisão ocorreu após a cheia dos rios Acre, Juruá, Envira, Iaco, Purus e outros mananciais, além do transbordamento de alguns igarapés.

Ao mesmo tempo, o estado está enfrentando um surto de dengue e um aumento nos casos de covid-19.

Estima-se que são 130 mil pessoas impactadas diretamente pela cheia dos rios. Os municípios atingidos são: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Tarauacá, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Porto Walter, Feijó, Jordão e Rodrigues Alves. 

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A moradora de Sena Madureira, Joana Siqueira, afirma que seu município é o mais atingido e teme que a situação piore. "São muitas famílias desabrigadas, é muita chuva. No sábado diminuiu, mas voltou a chover na madrugada e seguiu pela manhã e tarde de domingo. Então o rio continua subindo" afirma a moradora. 

O rio Iaco, que cruza a cidade, está 2,7 metros acima do nível de alagamento e 3,94 do nível de alerta. Segundo a Defesa Civil do estado, são 3.950 famílias sem abrigo. No total, mais de 17 mil pessoas foram impactadas diretamente com as cheias. 

Segundo a Defesa Civil, além de Sena Madureira outras cidades seguem em alerta máximo pela continuidade do aumento do nível dos rios do estado.

Joana Siqueira vive em uma parte da cidade que as enchentes não atingiram diretamente. A moradora relata que nos bairros mais próximos ao rio Iaco "a água tomou conta de tudo, lá tá tudo sem água e energia elétrica ", explica Siqueira. 

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No sábado (20) foi comunicado que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ira visitar o Acre na próxima quarta-feira (24), após pedido do senador Márcio Bittar (MDB).

Dengue

Desde o início de 2021, os números de infecção preocupam as autoridades. nas três primeiras semanas epidemiológicas do ano, de 3 a 21 de janeiro, foram registrados 1.494 casos notificados de dengue. O que representa um aumento de 481% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram registrados 257 casos suspeitos.

Covid

Em relação à pandemia, o Estado também está em nível de emergência (cuja classificação local é a cor vermelha) desde 1º de fevereiro, com reavaliação prevista para esta segunda-feira, 22. O governo Gladson Cameli comunicou que teme um possível colapso do sistema de saúde. 

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), registrou 181 casos de infecção por coronavírus no sábado. Até o momento, o Acre registra 150.886 notificações de contaminação pela doença. Mais 6 óbitos foram registradas, fazendo com que o número oficial de mortes por covid totalizar 957 em todo o estado.

Doações 

Por conta da situação dramática, a campanha #SOSAcre foi lançada nas redes sociais para que pessoas de todo o país possam ajudar os acreanos. Artistas e outras personalidades têm divulgado os problemas do estado para conseguirem doações


 


Fonte:  Brasil de Fato


Oeste Mania Itapiranga

ENCHENTE E ALAGAMENTOS NO ACRE DEIXA MILHARES DE FAMÍLIAS DESABRIGADAS

Assista ao VÍDEO



#SOSAcre

 

 

 

 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Fusão entre Ibama e ICMBio pode paralisar as atividades de ambas entidades, denunciam especialistas da área ambiental


Na última sexta-feira (8), o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles ampliou o prazo para que os militares que ocupam cargos na área ambiental apresentem estudos sobre a extinção do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).


Iniciativa de militares e Ministério do Meio Ambiente enfraquecerão a proteção de unidades de conservação e de comunidades tradicionais, segundo especialistas - Sílvio de Andrade
 

Agora, o grupo de trabalho que discute a extinção do órgão tem até o mês de junho para dar resposta à pasta comandada por Salles. A proposta do governo federal é fundir o ICMBio com o Ibama, o que na prática significa acabar com a autarquia.

Especialistas da área ambiental são críticos da proposta e apontam que a fusão pode paralisar as atividades de ambas as entidades, além de enfraquecer a proteção de unidades de conservação e de comunidades tradicionais.

Suely Araújo, especialista em políticas públicas do Observatório do Clima e ex-presidente do IBAMA, reforçou que o ICMBio é responsável por quase 10% do território nacional e realiza um trabalho complexo, diferente do que é feito no Ibama. Por isso, a fusão pode atrapalhar as atividades de ambas as autarquias.

Ainda segundo ela, a extinção do ICMBio é uma forma de desmonte do Ministério do Meio Ambiente, iniciado logo após a posse de Jair Bolsonaro.

O ICMBio foi criado em 2007 a partir de atribuições que estavam designadas ao Ibama. A autarquia também é responsável por implementar políticas de preservação da fauna, da flora, dos recursos hídricos em harmonia com as populações tradicionais que vivem nos territórios sobrepostos a essas unidades.

Para Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, a extinção do órgão representa mais um retrocesso na política de proteção ambiental brasileira. 

Após a criação do ICMBio, o Brasil alcançou a marca de 170 milhões de hectares de área protegida, sendo 88 milhões de hectares no ambiente terrestre e 92 milhões em ambiente marinho.

Além disso, o Ibama passou a se concentrar apenas no licenciamento e na fiscalização. Isso possibilitou os menores índices de desmatamento da série histórica medidos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Entre 2004 e 2012, houve redução de 80% nas áreas desmatadas.

Confira todos os destaques e o jornal completo desta segunda-feira (8) no áudio acima.

*Com informações de Danilo Reenlsober.

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos

Fonte: Brasil de Fato


No Twitter


 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Pátria Queimada Brasil: política incendiária do governo ameaça futuro do país



Após erguer estátua de “Bolsonero” em área devastada no Pantanal, ativistas do Greenpeace escrevem mensagem “Pátria Queimada Brasil” para revelar o absoluto descaso do governo federal com a proteção do patrimônio ambiental do país

Assista ao Vídeo


Ativistas do Greenpeace Brasil estiveram em uma enorme área devastada pelas queimadas no Pantanal para protestar contra uma das piores crises ambientais da história do país, resultado de uma mistura explosiva de secas severas e absoluto descaso do poder público com a proteção do patrimônio ambiental dos brasileiros. A mensagem, uma clara referência ao slogan do governo federal, complementa a estátua de “Bolsonero”, que “surgiu” no Pantanal e começou a circular nas redes sociais um dia antes.

“Com essas ações não queremos chamar atenção apenas para a destruição sem precedentes do patrimônio ambiental dos brasileiros, mas apontar as causas e seus responsáveis. O Brasil está literalmente em chamas graças à política incendiária do atual governo que, em vez de apresentar ações coordenadas e efetivas de proteção ao meio ambiente e à vida das pessoas, segue tocando a melodia desvairada do seu projeto de destruição, ameaçando e queimando a biodiversidade brasileira e fragilizando a já combalida economia do país”, afirma Tica Minami, diretora de programas do Greenpeace Brasil. 

“Ao desdenhar o meio ambiente, é como se o governo Bolsonaro queimasse uma marca extremamente valiosa chamada Brasil – investidores, empresários, banqueiros, chefes de Estado e entidades nacionais e estrangeiras já advertiram que devem retirar investimentos do país por não quererem estar associados a prática de crimes ambientais”.

Enquanto os incêndios avançam sobre os biomas brasileiros, o país queima também sua imagem e prejudica a economia. © Christian Braga / Greenpeace

No Pantanal, maior planície interior inundável do mundo, o fogo já atingiu 26% do bioma, uma área maior que o estado de Alagoas, sendo que 2020 foi ano em que o bioma mais queimou desde que os focos de calor começaram a ser monitorados, em 1998. No Cerrado, a savana mais biodiversa do mundo, até o momento já foram registrados mais de 54 mil focos de calor este ano e, na Amazônia, bioma que forma os rios voadores, o mês de setembro registrou um aumento de 60,6% nos focos de calor em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do negacionismo do governo, imagens de satélite comprovam que mais da metade dos focos de incêndio na Amazônia ocorrem em terrenos de desmate recente ou áreas de floresta, não em áreas que já eram usadas pela agropecuária.

A gravidade da situação é resultado, sobretudo, do projeto de terra arrasada conduzido pelo governo Bolsonaro em 21 meses de mandato. Trata-se do desmonte sistemático das estruturas e políticas públicas que promovem a proteção ambiental, somada a ausência premeditada de plano, meta ou orçamento capazes de proteger, de forma concreta, as riquezas naturais do Brasil – conforme diversos levantamentos realizados por servidores, Ministério Público Federal e sociedade civil.

A proteção das Unidades de Conservação, assim como investimentos em fiscalização e treinamento de brigadistas locais, deveriam ser prioridade neste momento de crise. No entanto, o governo federal cortou 58% da verba direcionada para a contratação de pessoal para prevenção e combate a incêndios florestais em 2020. Esse orçamento caiu de R$ 23,78 milhões em 2019 para apenas R$ 9,99 milhões neste ano. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) só gastou 0,4% dos recursos  para ações diretas e já prevê cortes no orçamento para 2021

O bom funcionamento da economia depende da conservação da natureza. Os ecossistemas naturais e sua biodiversidade prestam serviços ambientais à sociedade que tornam diversas atividades econômicas viáveis, como por exemplo a produção de alimentos, acesso à água e qualidade do ar.

Por outro lado, o fogo e as mudanças climáticas alteram os ecossistemas de maneira que a biodiversidade, muitas vezes, não consegue se adaptar. Em equilíbrio, a biodiversidade mantém a natureza saudável e funciona como um escudo para evitar a ocorrência de doenças e pandemias. Em vez disso, as fumaças das queimadas na Amazônia e no Pantanal já chegaram a diversas cidades como Cuiabá, Manaus e Rio Branco, e podem aumentar ainda mais o risco de doenças respiratórias em um momento em que o país ainda enfrenta a pandemia da Covid-19. 

Quem ama o Brasil, cuida

Como Presidente da República, Bolsonaro pode e deve agir para combater as graves crises ambientais e de saúde que assolam o país.

Como Presidente da República, Bolsonaro pode e deve agir para combater as graves crises ambientais e de saúde que assolam o país. Em vez de negar as evidências e ignorar sua responsabilidade, o governo federal deve comandar e coordenar esforços de combate às queimadas e à devastação ambiental, assim como deveria ter agido para proteger a população da pandemia da Covid-19, mas não o fez. O governo federal precisa reconhecer a gravidade da crise ambiental e climática em vez de fechar os olhos para os problemas e usar dados falsos para confundir a população.

O Poder Executivo deve reverter imediatamente o desmonte da governança e das estruturas responsáveis pela proteção ambiental no país, fortalecendo os órgãos de fiscalização e controle, fazendo bom uso do orçamento para fiscalização em campo, valorizando a ciência e os dados produzidos pela comunidade científica para informar políticas públicas que combatam o desmatamento e os crimes ambientais, e protejam a sociedade.

“Quem ama o Brasil, cuida. É por amor ao país que ONGs, indígenas, voluntários, banqueiros e empresários estão se organizando para proteger o maior patrimônio dos brasileiros: nossas riquezas naturais”, completa Tica. 

Há 28 anos, o Greenpeace Brasil defende a vida e o patrimônio ambiental dos brasileiros. Temos denunciado incansavelmente a política antiambiental atual, cujos resultados políticos não respeitam fronteiras e têm impacto direto na natureza. Na Amazônia, seguimos investigando, expondo e denunciando os crimes contra a floresta, bem como seus responsáveis. No Pantanal, estamos expondo os impactos no bioma e apoiando pontualmente as populações locais afetadas com doação de materiais anti-incêndio e cestas básicas, entre outras iniciativas. 

Não podemos e não vamos assistir calados ao nosso patrimônio natural virar cinzas. 

O que você pode fazer:

  1. Cobre ação imediata do governo federal;
  2. Compartilhe a situação do Pantanal e da Amazônia, para que mais pessoas saibam da gravidade dos incêndios;
  3. Faça parte do movimento Todos Pela Amazônia; e
  4. Apoie organizações voluntárias locais que trabalham incansavelmente para salvar vidas no Pantanal. Veja as várias formas de ajudar o bioma aqui.

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