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terça-feira, 15 de junho de 2021

Brasil lidera mortes por covid-19 em 2021. Total de vítimas se aproxima de 490 mil


Média de mortes no país é 4,4 vezes maior à mundial. “3 de cada 4 óbitos no Brasil eram evitáveis", diz epidemiologista


No próximo dia 19, o país terá mais uma série de protestos contra a condução do combate à pandemia encampada pelo governo federal - Eduardo Miranda

A um dia de atingir a marca de 490 mil mortos por covid-19, o Brasil registrou mais 827 mortes nesta segunda-feira (14). Com o acréscimo, o número oficial de vítimas é de 488.228 desde o início da pandemia, em março de 2020. O número de novos casos segue em patamar elevado, especialmente para uma segunda-feira. Foram 39.846 registros de infectados, totalizando 17.452.612 desde o ano passado. Dados apontam que mortalidade por covid-19 no Brasil é 4,4 vezes superior à média global.

Às segundas-feiras, os dados ficam abaixo dos demais dias da semana, já que um menor número de profissionais está em atividade aos domingos, especialmente em medicina diagnóstica. A distorção tende a ser corrigida nos dias seguintes. Além disso, a subnotificação de casos e mortes por covid-19 no Brasil se mantém desde o início da pandemia, já que o país testa pouco e mal sua população. 

::Bolsonaro nega mortes na mesma semana em que surgem novas provas de sua negligência::

O Brasil é o segundo país com maior número total de vítimas da covid-19 e, em 2021, lidera o ranking mundial. Com cerca de 293 mil mortes apenas na primeira metade do ano até aqui, o país segue tendência inversa de países que trabalharam pelo monitoramento e controle do coronavírus. Contribuem para o cenário brasileiro a lentidão da vacinação da população e a influência negativa do governo de Jair Bolsonaro, que promove eventos sem máscara e dificultou a aquisição de imunizantes pelo país.



 Morte e vida

Além de prejudicar o controle da disseminação do vírus, Bolsonaro segue apostando e promovendo medicamentos comprovadamente ineficazes conta o vírus; como a cloroquina e a ivermectina. Além de não funcionarem, trazem riscos de efeitos colaterais graves. “Fica claro quem aprendeu a lição e quem ainda insiste em cloroquina e em não adotar distanciamento”, destaca o biólogo e divulgador científico Atila Iamarino.

O epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) Pedro Hallal analisa a média global de mortes por habitantes da covid-19 e conclui que o cenário é de calamidade do Brasil. “Três de cada quatro mortes ocorridas até hoje no Brasil teriam sido evitadas se estivéssemos na média mundial. Poderíamos também estar melhor do que a média, e ter poupado ainda mais vidas.”

Ele explica o cálculo adotado para a definição. “Em um ano e meio, a covid-19 ceifou 3,8 milhões de vidas no mundo (uma morte a cada 2.000 pessoas). Já no Brasil, em menos de 1,5 ano, a covid-19 ceifou 480 mil vidas (uma morte a cada 454 pessoas). Logo, nossa mortalidade cumulativa é 4,4 vezes maior que a mundial.”


Números da pandemia de covid-19 no país em 14 de junho de 2021 / Conass


Copa América

Em outra manobra “aliada do vírus”, Bolsonaro decidiu trazer a Copa América de futebol para o Brasil. O torneio foi aberto no último domingo (13), com baixa audiência televisiva e envolto em incertezas e críticas. O resultado já aparece: Venezuela, Bolívia, Colômbia e Peru registraram contágio entre atletas. As seleções desses países têm jogadores que atuam em 23 nações diferentes, de todos os continentes.

::O "clima" da Copa América: delegação infectada, vacinação realocada e protestos::

A possibilidade de uma “mistura” de diferentes cepas virais preocupa autoridades e cientistas, já que podem levar o coronavírus a desenvolver variantes mais letais e com mais facilidade de transmissão. Por sua vez, a eficácia das vacinas atualmente disponíveis pode ser perdida.

No Peru, por exemplo, que recentemente revisou os dados que apontavam grande subnotificação de mortes, circulam atualmente pelo menos quatro variantes do vírus Sars-Cov-2. Tratam-se de mutações classificadas como “de preocupação” pelas autoridades sanitárias por trazerem riscos maiores à população.

A secretaria de Saúde do Distrito Federal, uma das unidades da federação que recebe jogos da Copa América, divulgou um comunicado para demonstrar preocupação com as cepas. “A mobilização de pessoas aumenta o risco de entrada de novas variantes do SARS-CoV-2, bem como o risco de introdução e propagação de outros agentes infecciosos causadores de doenças de importância para a saúde pública”, informou.

Gabriel Valery - Rede Brasil Atual


Rede TVT

“500 mil mortes por covid é inaceitável”

Gulnar Azevedo, professora do Instituto de Medicina da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e presidente da Abrasco nos atualiza sobre a pandemia e a vacinação no Brasil.

Assista ao VÍDEO


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Após críticas, prefeitura de São Paulo retira pedras ‘anti-moradores de rua’


Com a repercussão da ação simbólica do padre Júlio Lancellotti, gestão Bruno Covas enviou nesta terça retroescavadeiras e uma equipe para destruir obra sob viaduto da zona leste de São Paulo


Padre Júlio Lancellotti convocou a população à protestar neste sábado (6), às 15h, deixando flores para uma "cidade mais humana"

 

São Paulo – A calçada embaixo do viaduto Dom Luciano Mendes de Almeida, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, amanheceu nesta quarta-feira (3) sem as pedras instaladas pela prefeitura de São Paulo para impedir que a população de rua se abrigasse no local. A estrutura, que impedia qualquer pessoa de deitar ali, foi entregue pela gestão Bruno Covas (PSDB) dias antes, sob os dois lados das pistas do viaduto. Mas só foi de fato retirada após uma ampla repercussão negativa diante das pedras que ficaram conhecidas como “anti-moradores de rua”. 

padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, que já havia denunciado a obra como uma “arquitetura higienista”, foi até o local nesta terça-feira. E, num ato simbólico, marretou as pedras colocadas ali para evitar os moradores de rua.

À Folha de S. Paulo, o pároco questionou a dimensão do custo da obra aos cofres públicos, citando o crime de “improbidade administrativa”. “Fazer um buraco e aí depois tapar o que fez. Qual foi o custo para mobilizar essas pedras, esse concreto? E agora todo o custo que está sendo para mobilizar pessoas e recursos para desfazer isso?”, observou. 

A gestão Covas não divulgou um balanço sobre os gastos. Mas garantiu que uma sindicância foi aberta para investigar como foi feita a ordem para esse serviço. O município alega que o ato foi feito de forma isolada por um funcionário da Secretaria de Subprefeituras. E que esse tipo de medida não faz parte da zeladoria da atual gestão.


Políticas de danos

No entanto, o prefeito Covas já era criticado por obra semelhante realizada em Guaianazes, extremo leste da capital. Em entrevista à repórter Larissa Bohrer, da Rádio Brasil Atual, o coordenador nacional do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Anderson Lopes Miranda, acusou a administração municipal de querer “expulsar os sem-teto”, promovendo “ações de higienização”. “Botar pedra é higienizar a cidade”, destacou. 

A advogada e pesquisadora Kelseny Medeiros Pinho, da Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama, da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou também à reportagem que é preciso abrir um procedimento administrativo para avaliar a responsabilidade pela construção da obra. De acordo com ela, cabe ao Ministério Público de São Paulo pedir esclarecimentos. Assim como a Defensoria Pública pode reivindicar uma indenização coletiva à população em situação de rua. 

“A gente não tem exatamente os indivíduos que foram afetados ali. Mas a Defensoria pode propor uma ação contra a prefeitura para que esse dinheiro seja revertido para políticas públicas a essa população. Porque esse é o caso efetivo de uma política que causou danos”. 


Protesto

Pelo Twitter, o padre Júlio Lancellotti convocou a população à protestar neste sábado (6), às 15h. A ideia, segundo ele, é que, evitando aglomeração, as pessoas depositem flores no local para mostrar a luta por uma “cidade mais humana”.




 Confira a reportagem:


Rádio Brasil Atual

Jornal Brasil Atual desta quarta-feira está no ar com a análise das principais notícias do dia.

Acompanhe! Assista ao VÍDEO


Fonte: Rede Brasil Atual


sexta-feira, 12 de junho de 2020

Lula dá entrevista a canais da mídia alternativa no YouTube


Lula e a imprensa alternativa: discussão sobre os problemas do país sem o viés ideológico da mídia conservadora


Por: Rede Brasil Atual

Ex-presidente realiza segunda conversa com veículos independentes desde que teve início a quarentena do coronavírus


São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista coletiva às 15h desta quinta-feira (11) para canais da mídia alternativa. A entrevista é transmitida pelo canal de Lula no Youtube e nos canais dos entrevistadores.

É a segunda conversa com a mídia alternativa do ex-presidente desde o início do período de quarentena. Lula está cumprindo isolamento desde o retorno, em 12 de março, de viagem para a Europa -– Genebra, Berlim e Paris, onde recebeu título de cidadão honorário.

Participam Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, Leonardo Stoppa. Samuel Borelli, Cynara Menezes, do Socialista Morena, Thiago dos Reis, do Plantão Brasil, João Antonio, do Click Política, Ronny Telles, Ana Roxo, Rogério Anitablian e Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

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