Sputnik Brasil: A guerra sobre energia elétrica declarada pelos Estados Unidos não será bem-sucedida, disse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro de um blecaute que afetou a maior parte dos estados venezuelanos na quinta-feira (7).
Maduro também afirmou que a blecaute foi causado por uma "sabotagem" na principal usina hidrelétrica do país.
"A guerra sobre a energia elétrica declarada e dirigida pelos imperialistas dos Estados Unidos contra nosso povo será destruída. Nada e ninguém vai conquistar o povo de [Hugo] Chávez", escreveu Maduro no Twitter na quinta-feira (7).
La guerra eléctrica anunciada y dirigida por el imperialismo estadounidense en contra de nuestro pueblo será derrotada. Nada ni nadie podrá vencer al pueblo de Bolívar y Chávez. ¡Máxima unidad de los patriotas!
Como líder da Assembleia Nacional, Guaidó considera Maduro um usurpador do poder na Venezuela, e tem buscado apoio em viagens internacionais. No entanto, o autoproclamado presidente interino o faz em desafio às proibições impostas a si pelo Judiciário venezuelano.
Estados Unidos, Colômbia e Argentina, estão entre os países que reconhecem Guaidó como líder da Venezuela e pedem a instauração de novas eleições presidenciais imediatamente no país.
Já Rússia, China, Bolívia e Cuba, mantiveram apoio ao presidente Nicolás Maduro.
Maduro já deu mais de uma declaração afirmando que as ações de Guaidó são uma tentativa de golpe orquestrada pelos Estados Unidos.
El ministro Motta Domínguez informó del sabotaje eléctrico que ha dejado sin luz a varios estados de #Venezuela. Las autoridades trabajan en la restitución del servicio pic.twitter.com/QQabrd8igC
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (21/2) que o país vai fechar a fronteira com Brasil esta noite, por tempo indeterminado. A informação foi divulgada pela agência Reuters e a emissora Telesur, do regime bolivariano.
A manifestação acontece em meio à pressão para que ele permita a entrada de ajuda humanitária oferecida pelos Estados Unidos (EUA) e por países vizinhos após o pedido do autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro entende a oferta como uma interferência externa na política do país venezuelano.
Na televisão estatal, Maduro disse ainda que avalia o fechamento da fronteira com a Colômbia. Autoridades locais fecharam nesta semana por tempo indeterminado as divisas marítima e aérea com as ilhas caribenhas de Aruba, Curaçau e Bonaire.
O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, começou a mobilizar tropas e tanques de guerra para a fronteira entre seu país e o Brasil na tarde desta quarta. É uma reação ao inesperado anúncio da participação do governo brasileira na entrega da ‘ajuda internacional’ urdida pelos Estados Unidos, a partir de um pedido feito pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino. O início das operações dos EUA, Brasil e Colômbia está previsto para o próximo sábado (23).
O envolvimento do Brasil na primeira fase da operação foi uma surpresa até mesmo para a oposição venezuelana e levou funcionários brasileiros a mergulharem num ritmo vertiginoso de trabalho em Brasília para organizar em menos de três dias o envio de medicamentos e alimentos à cidade de Boa Vista, em Roraima, doados pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo informação de O Globo.
Os Estados Unidos estão preparando uma provocação na Venezuela sob o pretexto de entregar ajuda humanitária, que deve ocorrer em 23 de fevereiro. Quem afirma é o vice-representante russo na ONU, Dmitry Polyansky, em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira.
"Aparentemente, estando em um frenesi provocativo, nossos colegas americanos, que agora estão preparando uma provocação flagrante na fronteira colombiana-venezuelana, marcada para 23 de fevereiro, estavam entusiasmados demais e decidiram se envolver em insinuações e notícias falsas no Conselho de Segurança", disse Polyansky.
A declaração apareceu momentos depois que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que irá fechar a fronteira com o Brasil. De acordo com o líder venezuelano, o anúncio sobre a entrega de ajuda humanitária dos EUA e do Brasil é um pretexto para interferir na política interna da Venezuela.
A Rússia, por sua vez, realizou nesta semana um envio autorizado pelo governo venezuelano de 300 toneladas de ajuda humanitária para a Venezuela.
Os Estados Unidos utilizam os territórios de alguns países caribenhos para planejar suas operações militares contra o governo da Venezuela, denunciou a chancelaria venezuelana.
"A República Bolivariana da Venezuela manifesta a sua inquietude frente a sinais sólidos que indicam a utilização por parte dos Estados Unidos dos territórios de alguns países caribenhos como plataformas para o planejamento e organização de operações de caráter ilegal e terrorista", diz o comunicado.
A nota indica que essas operações fazem parte da estratégia dos EUA destinada a "provocar a derrubada do governo legítimo e a imposição de um governo marionete através de um esquema de intervenção direta na Venezuela".
Ya están en Venezuela 7,5 toneladas de medicamentos e insumos médicos que pagamos con el dinero de la República para el beneficio del pueblo. Gracias a la cooperación internacional de la @opsoms y de la Federación Rusa. ¡Victoria contra el Bloqueo Imperial! pic.twitter.com/Z5Lc8IvHNx
#EnVivo 📹 | Videoconferencia con el Estado Mayor Superior de la #FANB y los Comandantes de las REDI, para verificar el apresto operacional de todas las unidades militares de la Patria. https://t.co/G99O2RgENh
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, passou alguns dias dessa semana em Washington e Nova York para acertar os detalhes da viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos que deve acontecer em meados de março, ainda sem data definida.
A agenda de Bolsonaro deve reunir temas econômicos e comerciais, segundo o chanceler. Araújo quer também que parlamentares norte-americanos visitem o Brasil para conhecer a realidade nacional e discutir temas de interesse mútuo.
A Sputnik Brasil conversou com dois especialistas, um cientista político e uma internacionalista, para tentar entender quais serão os principais pontos que serão discutidos em um eventual encontro entre Bolsonaro e Donald Trump.
Augusto Cattoni, cientista político e pesquisador do Instituto Atlântico, acredita que o assunto principal do encontro será a crise pela qual passa a Venezuela.
"Certamente a Venezuela terá uma certa prioridade devido a velocidade que um desfecho da crise Venezuela se aproxima de nós, que todo mundo já sabe qual será esse desfecho, mas não sabe como vai ocorrer e certamente uma coordenação do brasil com os estados unidos seria muito bem-vinda nesse momento", disse.
Durante a passagem por Washington, Araújo conversou com o ministro do Exterior da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, sobre a definição da possível transferência da Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.
Cattoni acredita que esse será um tema discutido em um encontro, mas não é uma prioridade para o governo Bolsonaro neste momento.
"A possível mudança da embaixada terá uma movimentação mais devagar, mais cautelosa, do que indicada pelo próprio presidente no passado recente, o vice-presidente Mourão acendeu uma luz amarela quanto a isso também", comentou.
Já para Raquel Rocha, doutora em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP), a questão da mudança da embaixada não será tão relevante no encontro. Para ela, o que deverá ter maior peso é uma possível cooperação bélica e técnica entre os dois países.
"Para Trump a questão da mudança da embaixada não é tão relevante assim. Acredito que deva ser colocado em pauta a cooperação técnica, compra e venda de armamento bélico, que é uma pauta que sempre volta a ser de interesse, mas principalmente a intenção é expandir a cooperação entre os dois estados, seja na pauta comercial ou seja em cima de cooperação técnica com transferência de conhecimento", afirmou.
Rocha disse que uma aproximação forte com os Estados Unidos neste momento pode estremecer as relações entre Brasil e China.
"A gente já tem questões que estão ficando um pouco delicadas em termos de funcionamento do estado brasileiro, onde a gente não pode ignorar a participação do estado chinês dentro da nossa economia, e esse alinhamento com os EUA faça com que essa relação fique cada vez mais tensa", disse.
Em Nova York, Araújo teve reuniões com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, empresários e formadores de opinião, além de especialistas em geopolítica mundial.
Jorge Arreaza, ministro das Relações Exteriores da Venezuela, classificou a diplomacia brasileira de medíocre, pois, segundo ele, está subordinada aos interesses do presidente dos EUA, Donald Trump.
"A diplomacia brasileira sempre foi um modelo para o mundo. Mas em que mãos caiu o Itamaraty Brasil: intolerância ideológica, neomcartismo, ajoelhada diante de Donald Trump, fobia à integração latino-americana, pró-imperialista e notavelmente amadora, muito medíocre", escreveu o chanceler em sua conta do Twitter.
La Diplomacia brasileña siempre fue modélica para el mundo. Pero vaya en qué manos ha caído @ItamaratyGovBr: intolerancia ideológica, neoMcarthysmo, arrodillada ante @realDonaldTrump, fobia hacia la integración latinoamericana, proimperialista y notablemente amateur, muy mediocre https://t.co/S9ll76Yllw
A declaração do ministro venezuelano veio logo após o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, ter escrito que a "esquerda mundial continua agarrada ao plano de manter Maduro no poder para espalhar as trevas da opressão na América Latina".
O chanceler brasileiro juntamente com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, realizaram no dia 7 de fevereiro uma reunião bilateral na qual discutiram mecanismos regionais para restaurar a democracia e resolver a crise na Venezuela.
Além disso, Araújo também afirmou que a reunião do Grupo de Contato Internacional para Venezuela, realizada em Montevidéu, não é uma iniciativa válida ou útil, além de destacar que a maneira de expulsar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve ser diplomática, rejeitando uma eventual intervenção militar.
O Brasil é um dos países que não reconhece Maduro e apoia o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, que se autoproclamou no dia 23 de janeiro durante uma manifestação da oposição nas ruas de Caracas. A Rússia, China, México e Turquia estão entre as diversas nações que manifestam seu apoio a Maduro como chefe de Estado legitimamente eleito do país.
O atual presidente venezuelano acusou Washington de estar orquestrando um golpe no país latino-americano, tendo chamado Guaidó de "marionete dos EUA".
En el escenario que nos toque batallar, asumiremos nuestra lucha con la unión Cívico-Militar, por nuestro derecho irrenunciable a la paz y a la independencia de la Patria. ¡Juntos Venceremos! pic.twitter.com/H9Tq0wxJ7h