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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Fecha cerco ao PSL e Crise de candidatos laranja se agrava e complica Bolsonaro




Fonte: EL PAÍS 

Novas denúncias aumentam suspeita de uso irregular de verba pública na campanha. Notícia de que funcionário de Flavio repassava dois terços do salário a Queiroz eleva pressão sobre senador

A crise gerada pelas denúncias de que aliados de Jair Bolsonaro teriam utilizado recursos públicos na campanha de candidatos de fachada, somada às suspeitas de cobrança de "pedágio" a funcionários no gabinete do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro ganharam mais força nos últimos dias com a divulgação de novos depoimentos e mensagens de envolvidos nos casos. Um assessor de Flávio admitiu em depoimento ao Ministério Público que transferia dois terços do salário a Queiroz todos os meses. Também foram divulgadas mensagens nas quais um assessor do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, cobrava a devolução de verbas a uma candidata que recebeu fundos partidários às vésperas da eleição. Além disso, duas candidatas do PSL teriam recebido expressivos repasses para produzir milhões de panfletos pouco antes do pleito. As novas descobertas, que começam a fechar o cerco ao PSL na crise das candidaturas laranjas, trazem mais complicações ao presidente, que nas últimas semanas vem tentando se descolar de uma série de escândalos envolvendo seus correligionários.


No centro da crise, estão as fortes suspeitas de um esquema de desvio de recursos públicos destinados ao PSL, partido de Bolsonaro. Parte dessa verba teria sido destinada a candidaturas de fachada por dirigentes da sigla. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), foi apontado no início deste mês pela Folha de São Paulo como patrocinador do esquema em Minas Gerais, onde foi reeleito deputado federal. Segundo o jornal, o agora ministro (que dirigia o diretório estadual do PSL) teria autorizado o repasse da verba partidária a quatro candidatas laranjas durante a campanha eleitoral, e a verba teria ido parar na conta de empresas ligadas aos seus assessores na Câmara.

O ministro nega as acusações, mas na última quarta-feira a ex-candidata a deputada estadual Cleuzenir Barbosa (PSL-MG) apresentou ao Ministério Público uma mensagem de Whatsapp na qual um assessor de Álvaro Antônio, Haissander de Paula, cobra a devolução de verba pública de campanha para destiná-la a uma empresa ligada a outro assessor do político. Em depoimento, Barbosa contou que foi pressionada a transferir a metade dos 60.000 reais que havia recebido do partido para a conta da gráfica de um irmão de Roberto Soares, também assessor do ministro.

Jair Bolsonaro não fez comentários públicos sobre as suspeitas envolvendo o titular do Turismo, mas o caso das candidaturas laranjaschegou a ser tema de conversa entre ele e o ex secretário-geral da presidência, Gustavo Bebianno. A pedido de Bolsonaro, Bebianno assumiu a presidência do PSL durante a campanha eleitoral do ano passado e foi peça fundamental para a eleição do presidente. Responsável por autorizar transferências feitas pelo diretório nacional a candidatos, ele nega que estivesse envolvido em qualquer esquema. Bolsonaro, porém, ofereceu tratamentos diferenciados aos dois ministros supostamente envolvidos nos escândalos. Na última segunda-feira, Bebianno foi demitido em meio à crise do Planalto, impulsionado por uma quedade braço travada publicamente pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro.


Verbas para milhões de panfletos a dois dias da eleição


O fato de duas candidatas do PSL haverem destinado recursos públicos para a confecção de mais de 10 milhões de panfletos a apenas dois dias antes da eleição inflamou ainda mais as suspeitas do desvio de verbas por meio de candidaturas laranjas. Nesta sexta-feira, O Globo publicou que o partido transferiu 268.000 reais nas vésperas do pleito para as campanhas das candidatas a deputada Gislani Maia (Ceará) e Mariana Nunes (Pernambuco), que gastaram praticamente todo o valor recebido da executiva nacional da sigla em gráficas entre os dias 5 e 6 de outubro.

Gislani foi a única a receber verba do partido no Ceará, embora houvesse outras 18 candidatas pelo partido no Estado. Ela disse ao O Globo que o material impresso continha imagens de outros candidatos, mas sempre a seu lado. A maior parte da despesa da candidata (103,2 mil reais) foi concentrada em uma única gráfica, a M C de Holanda Carvalho, cujo nome fantasia é EH 8 Comunicação Visual. Apesar do investimento, Gislani só conseguiu 3.501 votos. Em Pernambuco, o centro da polêmica envolve a candidatura de Mariana Nunes, que obteve apenas 1.741 votos mesmo tendo usado 127.800 reais na campanha, segundo a prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. A maior parte dos recursos (118.000 reais) foi transferida pelo partido poucos dias antes da eleição e quase tudo (113.900 reais) foi gasto em uma única gráfica para a confecção de cinco milhões de santinhos e um milhão de adesivos.


Novas suspeitas sobre Flávio


Nos últimos dias, as suspeitas que pairam sobre o senadorFlávio Bolsonaro também ganharam novos capítulos. O filho mais velho do presidente já enfrentava há meses denúncias de cobrança de "pedágio" aos funcionários de seu gabinete no período em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. Agora, também surgiram indícios de que uma funcionária de sua campanha pode ter sido remunerada com os recursos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A revista Crusoé publicou nesta sexta-feira que teve acesso ao contrato de trabalho da promotora de eventos Valdenice Meliga como funcionária da liderança do PSL na Casa. O contrato teria sido firmado um dia depois de Meliga fechar acordo com o então líder do partido, Flávio, para gerir as contas eleitorais da sigla. Não há menção de remuneração por este trabalho na prestação de contas feita à Justiça Eleitoral. Os acordos, conforme a revista, determinam que Valdenice Meliga trabalharia de graça na campanha de Flávio ao Senado e acumularia um cargo na Alerj. O valor do salário dela na Casa, porém, coincide com os cerca de 5.000 reais que a própria funcionária teria estimado para os serviços prestados à campanha de Flávio.

Além disso, nesta semana o Estadão divulgou o primeiro depoimento colhido pelo Ministério Público do Rio sobre as movimentações bancárias atípicas entre funcionários do gabinete do senador, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O ex-assessor Agostinho Moraes da Silva admitiu que depositava mensalmente cerca de dois terços do salário que recebia na Casa — o equivalente a 4.000 reais — na conta de Fabrício Queiroz, ex-motorista do agora senador. Segundo Silva, as transferências eram um investimento na compra e venda de veículos exercidas por Queiroz. No depoimento, ele também afirmou que Queiroz lhe devolvia de 4.500 reais a 4.700 reais em espécie todos os meses, como retorno do negócio, e que não tinha conhecimento da existência de funcionários fantasmas no gabinete. Silva, porém, não apresentou documentos que comprovassem suas declarações nem explicou porquê Queiroz lhe devolvia o dinheiro em espécie e não por transferência bancária, por exemplo.

A principal suspeita das autoridades que investigam o caso é que o valor movimentado pelo motorista seja uma espécie de pedágio cobrado por parlamentares de seus funcionários: os depósitos na conta de Queiroz eram feitos por pelo menos 20 integrantes do gabinete de Flávio, e coincidiam com as datas de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio. O confisco de salários é ilegal, mas bastante difundido em assembleias, câmaras e prefeituras do país. Na TV, Queiroz negou ser "laranja" dos Bolsonaro e afirmou que o dinheiro na sua conta, que o Coaf considerou incompatível com seus rendimentos, é proveniente de negócios realizados por ele com carros usados.

Flávio Bolsonaro também é investigado no caso, além de responder por evolução patrimonial irregular com a venda de imóveis tanto na esfera criminal quanto na eleitoral, em razão da declaração de patrimônio que concedeu à Justiça Eleitoral no ano passado. Na última quinta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, definiu que as investigações criminais devem correr em primeira instância, sem foro privilegiado. Em entrevistas que concedeu à televisão nos últimos meses, o filho do presidente tem negado seu envolvimento nas irregularidades. Queiroz e Flávio faltaram osdepoimentos ao Ministério Público.


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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Bolsonaro é criticado por ex-apoiadores na web; página coleta comentários






Desde que Jair Messias Bolsonaro tornou-se o 38º Presidente da República, vencendo com 55,13% dos votos o petista Fernando Haddad no 2º turno das eleições, parte do eleitorado bolsonarista mudou a tônica do “apoio incondicional” ao presidente e passou a criticá-lo abertamente em suas redes sociais.

No Brasil, o fenômeno não é inédito: figurou em parcela de partidários do PT que, decepcionados pelo escândalo do Mensalão e discordantes do rumo do Partido dos Trabalhadores à época, aderiram ao então recém-fundado Psol em 2005 e fortaleceram uma crítica interna na esquerda que, para todos os efeitos, atingiu o 2º mandato do presidente Lula e os 2 de Dilma Rousseff.

Catorze anos depois, munidos de novas ferramentas –como o Facebook, o Twitter e diversos aplicativos de mensagens instantâneas–, a política entrou de vez na boca do povo –e, mais precisamente, em seus dedos.

Dessa forma, com a emergência de acusações apontando para o círculo próximo do filho mais velho do presidente, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), os primeiros sinais de 1 “racha” no sentimento eleitoral bolsonarista apareceram peles redes.

Decisões controversas relacionadas a Bolsonaro –como a promessa de levar a embaixada brasileira em Israel para a cidade de Jerusalémou o cancelamento de uma declaração conjunta com os ministros de governo durante o Fórum Econômico Mundial– não foram perdoadas por simpatizantes do presidente.

Questionamentos, cobranças e até manifestações de arrependimento foram publicadas nos perfis do círculo próximo de Bolsonaro e mesmo nas contas oficiais do presidente.

O Poder360 vasculhou algumas páginas do Facebook e perfis do Twitter em busca de comentários (ou tweets) do eleitorado bolsonarista com críticas relacionadas ao recém-empossado governo.

A principal delas, chamada “Bolsominions Arrependidos” –1 apelido pejorativo referente aos “seguidores” do presidente–, compilou comentários de bolsonaristas decepcionados com medidas tomadas pelo novo governo.

De teor assumidamente oposicionista ao governo de Bolsonaro, o perfil está presente tanto no Twitter quanto no Facebook. Contatada pelo Poder360, a administração da página não respondeu.

Eis algumas das postagens:

























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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Antes da divulgação do relatório da CPI da Merenda Ex-assessor de Capez disse conhece-lo

Presidente da Assembleia Legislativa de SP, Fernando Capez (PSDB-SP) / Alesp/ 1º de setembro de 2016



Por telefone à RBA, Jeter Rodrigues se mostrou despreocupado com o documento final da comissão


Jeter Rodrigues, ex-assessor do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB), já mostrava confiança e convicção de que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da merenda escolar (CPI da merenda) lhe seria o mais favorável possível, apesar das suspeitas contra si levantadas pelas investigações. Doze dias antes da divulgação do relatório, ocorrida na quarta-feira (7), Jeter antecipou à RBA, no dia 25 de novembro, de que tinha certeza de que não seria incriminado, informado que fora por seu advogado – "ele está acompanhando direto lá (na Assembleia), ele tá junto" – ao lhe comunicar que já conhecia o resultado da comissão: "o relatório, inclusive, já está pronto". Porém, em coletiva de imprensa no dia 30, quase uma semana depois da ligação, o relator da comissão, deputado Estevam Galvão (DEM), declarou que o documento ainda não havia sido concluído.

A RBA procurou Jeter (áudio abaixo) para ouvi-lo sobre as declarações de membros da comissão de que o relatório recomendaria que ele fosse indiciado pelo Ministério Público, por sua participação no esquema de pagamento de propina em contratos da merenda escolar no governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Questionado, o ex-assessor de Capez demonstrou tranquilidade quanto ao conteúdo do relatório final da CPI. "A gente está no aguardo. Eu tenho certeza que não vão me acusar. Eles, no mínimo que deve acontecer (sic), é eles me acusarem de improbidade, mais ou menos isso", afirmou. Posteriormente, Jeter negou o pedido de entrevista e disse que seu advogado teria visto um esboço documento.

Segundo as investigações do Ministério Público, Jeter estabeleceu um contrato com a Cooperativa Orgânica da Agricultura Familiar (Coaf), no valor de R$ 200 mil, para interceder em favor da empresa na Secretaria Estadual da Educação.

Além disso, segundo a delação do lobista da Coaf Marcel Ferreira Júlio, foi Jeter que pediu dinheiro para ajudar a campanha à reeleição de Capez. Segundo Marcel, R$ 450 mil foram repassados com esse fim. A Justiça encontrou movimentação bancária suspeita de R$ 122 mil nas contas de Jeter. Com José Merivaldo, outro ex-assessor de Capez, foram encontrados outros R$ 500 mil em movimentações que estavam acima da capacidade financeira dele.

Para o deputado Alencar Santana (PT), único membro da oposição na comissão, ao antecipar o resultado das investigações as declarações de Jeter põem em xeque todo o trabalho da CPI. "Demonstra que, como sempre nos preocupamos, o trabalho da CPI foi feito para blindar o governo do estado e defender algumas pessoas. Isso é uma afronta à população e aos estudantes que se mobilizaram reivindicando uma investigação sobre a máfia da merenda", afirmou.

Santana já havia dito que apresentaria um relatório paralelo na comissão, devido às divergências com o trabalho de Galvão. Para ele, essa revelação bate com o conteúdo do relatório, que não traz medidas efetivas contra Jeter. "Realmente, observando o conteúdo do relatório, não há nada contra ele. Somente um relato das coisas que já estão tramitando. Nós vamos denunciar isso na reunião. Não é possível que um dos principais investigados tivesse conhecimento do andamento dos trabalhos", afirmou. Nenhuma referência à movimentação dos R$ 122 mil da conta pessoal de Jeter foi incluída no relatório da comissão.

A fala do ex-assessor provocou reações entre parlamentares da base de Alckmin, que, nas últimas sessões trabalhou intensamente para evitar novas convocações à CPI. O relatório livras todos os políticos citados no esquema de pagamento de propina para garantir a contratação com o governo estadual.

Por meio de nota, Estevam Galvão, relator da CPI, considerou descabidas as afirmações de Jeter. "O deputado não teve nenhum contato com o advogado do senhor Jeter. Ele nunca esteve no gabinete, nem com o deputado em nenhum lugar. A única reunião que houve foi entre membros da comissão para definir o roteiro final. Além disso, há duas semanas o relatório não estava pronto. O documento foi finalizado no fim de semana passado e protocolado na segunda-feira (5)", informou a assessoria do parlamentar.

O presidente da comissão, deputado Marcos Zerbini (PSDB), rebateu a afirmação de Jeter, a quem chamou de "um mentiroso". "Ele já deu outras declarações, inclusive a(o jornal) Folha (de S. Paulo) que depois se revelaram falsas. Depois que o Jeter veio aqui prestar depoimento, eu não vi mais o advogado dele. Eu mesmo só soube do relatório na segunda. Conhecia algumas linhas, porque a gente conversa, mas não acredito que ele ou o advogado tenham tido acesso a qualquer documento", afirmou.

O relatório final da CPI – que deve ser votado amanhã (13) – não altera em nada a situação atual do ex-assessor de Capez. Contra ele foram encaminhadas denúncias na esfera penal e administrativa, porque "na condição de servidor público estadual, recebeu diretamente dinheiro decorrente de celebração de contrato com ao Coaf". A primeira será encaminhada ao MP e a segunda, à Comissão Sindicante da Assembleia Legislativa.

Jeter passou a ser investigado pelo Ministério Público pouco depois da deflagração da Operação Alba Branca – que desbaratou o esquema –, quando o lobista Marcel declarou ter repassado propina a ele. E tramita na Comissão Sindicante da Assembleia um processo por improbidade administrativa, por ter se utilizado do cargo para obter benefícios financeiros, que pode levar à perda da aposentadoria dele.

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