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sábado, 23 de março de 2019

Senador chileno que recusou almoço com Bolsonaro diz que, "admiradores de Pinochet" não são bem-vindos em seu país




Laís Alegretti: Enviada da BBC News Brasil a Santiago


O presidente do Senado chileno, Jaime Quintana Leal, ganhou destaque da mídia brasileira nos últimos dias por ter recusado um convite do governo chileno para participar de um almoço com o presidente Jair Bolsonaro, que está visitando o Chile.

Em entrevista à BBC News Brasil, o parlamentar chileno disse que "os admiradores de Pinochet não são bem vindos no Chile". Bolsonaro declarou, no passado, ser admirador do ditador Augusto Pinochet, que, segundo ele, "fez o que tinha ser feito" no período em que comandou o país, desde o golpe militar - que o levou ao poder, - em 1973, até 1990, quando teve de entregar a presidência a um civil eleito após um plebiscito.

Durante os anos Pinochet, o Chile se modernizou, a economia cresceu - mas milhares de pessoas foram presas, mortas ou torturadas pelo Estado.






Em sua conta nas redes sociais, Quintana Leal, do Partido pela Democracia, que se define como sendo de centro-esquerda, já havia justificado que não participaria do almoço por causa de posicionamentos de Bolsonaro contra minorias sexuais, mulheres e indígenas. Quinta Leal é do grupo de oposição ao governo do anfitrião de Bolsonaro, o presidente Sebastián Piñera.

Em entrevista à BBC News Brasil em seu gabinete, Quintana Leal deixou claro que não questiona a legitimidade de Bolsonaro, que sua decisão "não tem a ver com o cargo da Presidência, mas com a pessoa de Jair Bolsonaro e suas declarações homofóbicas, misóginas e em relação à tortura. Participar de uma atividade de homenagem a ele (Bolsonaro), atingiria muitas pessoas de nosso país que se sentem prejudicadas por suas declarações".

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Quintana Leal diz que declarações recentes do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, elogiando Augusto Pinochet, jogaram sal em uma ferida profunda ainda aberta na sociedade chilena. Lorenzoni disse que Pinochet "teve de dar um banho de sangue" para ajeitar a economia do país.

"Esse é um tema muito doloroso para o Chile, não só para quem foi vítima direta da violação de direitos humanos cometida pela ditadura."

Segundo dados oficiais, mais de 3 mil pessoas foram assassinadas e mais de 30 mil foram torturadas nos anos Pinochet.

"Quando ele (Bolsonaro) se declara um admirador de Pinochet, isso é muito forte. Os admiradores de Pinochet não são bem vindos ao Chile", afirma Quinta Leal, manifestando preocupação com o que Bolsonaro "representa".

"Porque à medida que sigamos endossando lideranças que começam com discursos populistas, mas terminam consolidando regimes totalitários, a ameaça não é só para um país. Termina sendo uma ameaça para a humanidade. Isso aconteceu na Europa dos anos 1930."

O presidente do Senado chileno ressaltou, entretanto, que "se amanhã Bolsonaro ou o governo nos mandam um projeto que melhora as relações de cooperação, isso tem prioridade e urgência".

"Reitero que o Brasil é um país com o qual nós queremos ter o melhor entendimento, temos profundo respeito pelo povo brasileiro e temos uma relação comercial muito boa. O Brasil é muito importante para o Chile, e acredito que o contrário também."


Ao chegar ao Chile na quinta-feira, Bolsonaro foi questionado sobre a recusa de Quintera Leal mas evitou aprofundar a discussão. "Os convidados para o almoço, isso não foi feito pela minha assessoria. Quem convidou aqui do Chile sabia quem estava convidando", respondeu a jornalistas.


Prosul e Venezuela


Para realçar que sua diferença com Bolsonaro se dá em um plano mais estreito do que o do espectro político, Quintana Leal relatou que aceitou almoçar com outro presidente de direita, Iván Duque, da Colômbia, que é um presidente de direita, com quem tem "posições bastante antagônicas".

"Dividimos a mesa, em um clima muito civilizado. Mas nunca escutei de Duque expressões que atacam os pilares centrais da democracia, os valores essenciais de direitos humanos."

Duque está no Chile para participar do encontro de chefes de Estado da América do Sul que discutirá a criação de um novo organismo internacional na América Latina, para substituir a Unasul, União de Nações Sul-Americanas, entidade considerada de esquerda. A nova iniciativa tem sido chamada informalmente de Prosul.

A exemplo de Piñera e Bolsonaro, Quintana Leal vê essa iniciativa com bons olhos. "Nós concordamos com o presidente Piñera de que é importante ter uma referência regional e a Unasul já não estava cumprindo esse objetivo de se reunir, com cooperação, interação", diz, acrescentando ser necessário o cuidado de "não se trocar um organismo internacional ideológico por outro tão ideológico quanto o anterior".

Os líderes que participam do encontro são identificados com a nova onda de direita que tingiu o mapa latino-americano de azul, desde a primeira eleição de Piñera, em 2010. Ela sucede uma voga de governos de esquerda e centro-esquerda, na América Latina, iniciada no começo dos anos 2000.

Quinta Leal diz acreditar que essas alternâncias na região são cíclicas. "Como Duque, Piñera... São países que têm alternância no poder. Pode ganhar um setor ou outro. E, na região, regimes como o de Maduro, com o qual não concordamos, não ajudam precisamente a força de centro-esquerda."

O presidente do Senado chileno diz ser necessário "buscar uma saída pacífica, diplomática e democrática para a crise humanitária na Venezuela", mas que a melhor saída para isso não é "lógica militar, como defende (o presidente americano Donald) Trump".

"Se depositamos nas Nações Unidas a confiança para resolver temas complexos, que afetam a democracia, a liberdade, temos que ser coerentes com isso. E não buscar soluções bilaterais ou com visões particulares para tentar resolver essa crise."

PROTESTOS NO CHILE CONTRA O FASCISTA BOLSONARO




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sábado, 2 de março de 2019

O fascista Eduardo Bolsonaro e seus bolsominions agridem Lula por ir ao velório do seu neto Arthur




APostagem


Filho de um presidente que só foi eleito porque Lula foi preso sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) revelou sua face monstruosa e desprovida de humanidade no dia de hoje ao agredir Lula no dia da morte de seu neto.

Em meio a mais um drama vivido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez a morte do neto Arthur Lula da Silva, ocorrida nesta segunda-feira (1), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), se mostrou indignado com o pedido da defesa de Lula para que ele compareça ao velório do neto, e disparou: “Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado”. Continue lendo aqui. 



Revista Forum 


Blogueira comemora a morte do neto de Lula


Alessandra Strutzel, que se diz blogueira e youtuber, classificou a morte do neto de Lula, de apenas 7 anos, como uma "boa notícia"; dezenas de pessoas têm feito o mesmo. Saiba como denunciar


O ódio contra Lula e o PT de tempos e tempos se manifesta nas redes sociais. Assim foi com a morte da ex-primeira dama Dona Marisa Letícia, assim foi quando o petista Fernando Haddad foi para o segundo turno das eleições do ano passado, quando centenas de mensagens de ódio começaram a se espalhar nas redes contra os nordestinos, e assim está sendo com a morte doneto do ex-presidente Lula, falecido na manhã desta sexta-feira (1) aos 7 anos de idade.

Alessandra Strutzel, por exemplo, comemorou. “Pelo menos uma notícia boa”, postou em seu Facebook com um emoji de coração e um rosto feliz. Strutzel se diz “blogueira” e “youtuber”. Como muitos dos seus seguidores questionaram a publicação, ela removeu a postagem, não antes de prints de espalharem pelas redes.

Alessandra Strutzel classificou a morte do neto de Lula comouma “boa notícia”




Dezenas de outras pessoas fizeram comentários maldosos com a notícia. Boa parte deles ironiza o fato de o ex-presidente Lula querer “se aproveitar” da morte do neto para sair da prisão.

Fórum reuniu prints de algumas dessas postagens. É possível denunciar cada uma delas através da plataforma em que foram postadas, como Facebook e Twitter, e também através do site SaferNet, que recebe denúncias anônimas e dá assessoria jurídica para os mais diferentes tipos de violações nas redes. Confira aqui


Filósofo Paulo Ghiraldelli


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

TV Record ignora critérios jornalísticos ao atacar crianças sem-terra




Por: Leonardo Fernandes Brasil de Fato


Reportagem divulgada neste domingo (10) é parcial, não ouve o outro lado e apresenta falhas na apuração



Causou revolta Bolsonaro ensinar criança de 3 anos a fazergesto de armas para "defender os cidadãos de bem''. Quem doutrina mesmo?




Uma reportagem veiculada no programa "DomingoEspetacular" da TV Record, emissora de propriedade do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, no último domingo (10), mostrou um alinhamento com o novo governo de Jair Bolsonaro (PSL) em sua batalha ideológica contra os movimentos populares, especialmente o Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Ignorando critérios éticos fundamentais para o exercício do jornalismo — como escutar o outro lado, a reportagem intitulada “A Polêmica dos Sem Terrinha” arremete contra as crianças do MST, filhos e filhas detrabalhadores rurais sem-terra. A matéria apresenta “especialistas” em direitos da criança, mas não entrevista qualquer representante de entidades oficiais de defesa da infância e juventude, menos ainda de integrantes do MST, como destaca Erivan Hilário, membro do setor de educação do movimento.

“O Brasil é referência de entidades promotoras e de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, no entanto, nenhuma dessas entidades com reconhecimento internacional foi ouvida”.

Nesta segunda-feira (11), o MST divulgou nota na qual repudia o que chama de “ataque” da TV Record às crianças do sem-terrinha. No texto, o movimento afirma que “a Rede Record, ao disseminar mentiras, não leva em consideração critérios mínimos de apuração e imparcialidade, faltando, entre outras questões, com a ética jornalística”.

“Na nossa concepção, a reportagem se insere em um contexto maior, que é de criminalização do MST, sobretudo nesse momento em que vemos o avanço cada vez maior de práticas de exceção no nosso país e percebemos o alinhamento político-ideológico da emissora com o governo eleito. Trata-se, na verdade, de mais um capítulo no processo de criminalização dos movimentos sociais”, denuncia Hilário.

A reportagem especial, com quase 20 minutos de duração, utiliza imagens públicas do MST, e de veículos de informação que deram ampla cobertura ao 1º Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha, ocorrido entre os dias 23 e 26 de julho, em Brasília. Na narrativa montada pelo jornal, os “especialistas” questionam o suposto descumprimento do Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA). Uma leitura que, segundo Hilário, é superficial e tendenciosa, tendo em visto que o MST é um dos principais garantidores do ECA nos territórios de reforma agrária, muitas vezes negligenciados pelo Estado.

“O ECA é de responsabilidade do conjunto da sociedade: do Estado, da família, dos movimentos sociais, ou seja, a reportagem pegou um aspecto da legislação e mesmo assim não aprofundou. Por exemplo, no ECA, diz que as crianças têm direito a políticas públicas sociais. No entanto, o que a gente vê em curso no país é exatamente o contrário. É a negação do direito das crianças à educação. Exemplo disso é fechamento de mais de 27 mil escolas no último período. Outro exemplo é que negam o artigo 53 do próprio ECA que trata do direito à educação, e que diz que o acesso à escola pública deve ser próximo à residência. No entanto, o que acontece é exatamente o contrário, é o fechamento de escolas no campo, em uma sistemática de negar o direito das crianças à educação”.

Segundo Hilário, não fosse a capacidade de organização das famílias camponesas, o que inclui as próprias crianças, muitas delas viveriam à margem de direitos, “sob o silêncio sepulcral” da mídia tradicional brasileira.

“O que nós fazemos é exatamente assegurar o direito das crianças o direito à terra, o direito à escola. Se existem hoje escolas públicas, gratuitas, municipais e estaduais, em territórios rurais, em assentamentos, se deve graças à organização dos trabalhadores e das próprias crianças, porque o protagonismo infantil é um dos direitos que está assegurado pelo ECA. Então, se não fossem as próprias crianças e suas famílias colocando a educação como direito, elas jamais teriam acesso à escola. E volto a afirmar, as escolas que estão em assentamentos são escolas públicas, gratuitas, sob responsabilidade dos estados ou municípios, com reconhecimento do MEC”.

Fonte ouvida pela matéria da TV Record acusa o MST de “estimular a violência” das crianças e praticar “lavagem cerebral”. “As crianças brasileiras estão submetidas sim à violência. À violência praticada por essa sociedade que lhes nega o direito à educação. À violência por essa sociedade que lhes nega a proteção. A gente entende que a criança é de responsabilidade da família e da coletividade, do assentamento e do acampamento. Violência é a fome que muitas crianças desse país estão submetidas. Essa é a principal violência. As crianças dos nossos assentamentos e acampamentos frequentam escola, tem seus espaços de lazer”, explica Hilário.


Erro de apuração


A reportagem questiona ainda a observação de critérios fundamentais para a realização do Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinhano ano passado, o que, segundo Hilário, foi mais um erro grave de apuração do telejornal.

“Todo o encontro esteve baseado nas leis que regem a organização de encontros dessa natureza com crianças. Foi observada desde a autorização dos pais com reconhecimento em cartório, as crianças foram levadas na companhia de educadores, o encontro foi realizado com 1200 crianças e mais de 400 adultos com a tarefa de cuidá-las. Tínhamos UTI, posto médico no local, ou seja, nada do que fizemos foi contra a legislação em vigor, ao contrário, não fizemos isso somente para responder a uma questão legal, mas porque nós acreditamos que as crianças precisam ter seus direitos preservados, entre eles, a questão da proteção em sua integralidade. Tudo foi feito como manda a lei.”


O MST é um movimento social fundado na década de 1980, por trabalhadores rurais despossuídos de terra para o trabalho agrícola, e como uma forma de reivindicar do Estado a realização da reforma agrária. Muitas daquelas crianças sem-terrinha que passaram pelos espaços infantis do movimento, hoje são profissionais que contribuem no desenvolvimento dos territórios, lembra Hilário.

“Eu gostaria que eles pudessem falar com os advogados do MST que foram sem-terrinha, com os médicos que foram sem-terrinha. Que falassem com pessoas que hoje, formadas em universidades públicas, que eram sem-terrinha, e que hoje contribuem para o processo de desenvolvimento do assentamento”.


Reincidente


Não é a primeira vez que, por razões meramente ideológicas, a TV Record abre mão de critérios éticos fundamentais ao exercício do jornalismo para atacar o diferente. Em janeiro deste ano, a emissora foi condenada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), por realizar ataques a religiões de matriz africana em sua programação. O Ministério Público Federal demonstrou no processo que o conteúdo veiculado pela empresa se tratava de “intolerância religiosa em pleno espaço público televisivo contra as religiões afro-brasileiras”.

Por conta da condenação, a Record terá que dar direito de resposta em quatro programas de televisão com duração de 20 minutos cada, além de pagar uma indenização de R$ 300 mil para cada uma das entidades que ajuizaram a ação: o Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Itecab) e oCentro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (Ceert).

Uma das fontes consultadas pela reportagem é o promotor Munir Cury, do Ministério Público de São Paulo, que, supostamente, teria ajudado a construir o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em sua rede social, Cury fez chamados a manifestações pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Também em sua rede social, a chefe de reportagem que assina a matéria contra as crianças sem-terrinha, Renata Garofano, aparece fazendo campanha eleitoral para Jair Bolsonaro.

Reprodução/Facebook/Renata Garofano


Cuidado com as crianças


A TV Record editou o material audiovisual do MST e de veículos alternativos de imprensa, incluindo efeitos sonoros e visuais, que buscavam dar dramaticidade à narrativa e promover uma suposta compaixão pelas crianças. Mesmo tratamento não foi dado à notícia amplamente divulgada pela mídia brasileira e portuguesa no final de 2017, sobre uma investigação aberta pelo Ministério Público de Portugal para apurar uma suposta rede de tráficointernacional de crianças, que seria articulada pela Igreja Universal do Reinode Deus.

A TV portuguesa divulgou uma série de reportagens nas quais acusava o líder da igreja e dono da TV Record, Edir Macedo, de tráfico internacional de crianças. A defesa de Macedo negou as acusações e classificou o conteúdo jornalístico de “campanha difamatória, mentirosa”.

A reportagem do Brasil de Fato entrou em contato a Rede Record para comentar a divulgação da reportagem, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.






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domingo, 10 de fevereiro de 2019

Planalto vê Igreja Católica como potencial opositora



Abin e comandos militares relataram articulação de cardeais para o Sínodo sobre Amazônia, reunião no Vaticano que governo trata como parte da ‘agenda da esquerda



BRASÍLIA - O Palácio do Planalto quer conter o que considera um avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao governo JairBolsonaro, no vácuo da derrota e perda de protagonismo dos partidos de esquerda. Na avaliação da equipe do presidente, a Igreja é uma tradicional aliada do PT e está se articulando para influenciar debates antes protagonizados pelo partido no interior do País e nas periferias.




Durante 23 dias, o Vaticano vai discutir a situação da Amazônia e tratar de temas considerados pelo governo brasileiro como uma “agenda da esquerda”.

O debate irá abordar a situação de povos indígenas, mudanças climáticas provocadas por desmatamento e quilombolas. “Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí”, disse o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que comanda a contraofensiva.


Com base em documentos que circularam no Planalto, militares do GSI avaliaram que os setores da Igreja aliados a movimentos sociais e partidos de esquerda, integrantes do chamado “clero progressista”, pretenderiam aproveitar o Sínodo para criticar o governo Bolsonaro e obter impacto internacional. “Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil”, disse Heleno.

Escritórios da Abin em Manaus, Belém, Marabá, no sudoeste paraense (epicentro de conflitos agrários), e Boa Vista (que monitoram a presença de estrangeiros nas terras indígenas ianomâmi e Raposa Serra do Sol) estão sendo mobilizados para acompanhar reuniões preparatórias para o Sínodo em paróquias e dioceses.

O GSI também obteve informações do Comando Militar da Amazônia, com sede em Manaus, e do Comando Militar do Norte, em Belém. Com base nos relatórios de inteligência, o governo federal vai procurar governadores, prefeitos e até autoridades eclesiásticas que mantêm boas relações com os quartéis, especialmente nas regiões de fronteira, para reforçar sua tentativa de neutralizar o Sínodo.

O Estado apurou que o GSI planeja envolver ainda o Itamaraty, para monitorar discussões no exterior, e o Ministério do MeioAmbiente, para detectar a eventual participação de ONGs e ambientalistas. Com pedido de reserva, outro militar da equipe de Bolsonaro afirmou que o Sínodo é contra “toda” a política do governo para a Amazônia – que prega a defesa da “soberania” da região. “O encontro vai servir para recrudescer o discurso ideológico da esquerda”, avaliou ele.

Conexão. Assim que os primeiros comunicados da Abin chegaram ao Planalto, os generais logo fizeram uma conexão com as críticas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Órgãos ligados à CNBB, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), não economizaram ataques, que continuaram após a eleição e a posse de Bolsonaro na Presidência. Todos eles são aliados históricos do PT. A Pastoral Carcerária, por exemplo, distribuiu nota na semana passada em que critica o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, como juiz, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato.

Na campanha, a Pastoral da Terra divulgou relato do bispo André de Witte, da Bahia, que apontou Bolsonaro como um “perigo real”. As redes de apoio a Bolsonaro contra-atacaram espalhando na internet que o papa Francisco era “comunista”. Como resultado, Bolsonaro desistiu de vez da CNBB e investiu incessantemente no apoio dos evangélicos. A princípio, ele queria que o ex-senador e cantor gospel Magno Malta (PR-ES) fosse seu candidato a vice. Eleito, nomeou a pastora Damares Alves, assessora de Malta, para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Histórico. A relação tensa entre militares e Igreja Católica começou ainda em 1964 e se manteve mesmo nos governos de “distensão” dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo, último presidente do ciclo da ditadura. A CNBB manteve relações amistosas com governos democráticos, mas foi classificada pela gestão Fernando Henrique Cardoso como um braço do PT. A entidade criticou a política agrária do governo FHC e a decisão dos tucanos de acabar com o ensino religioso nas escolas públicas.

O governo do ex-presidente Lula, que era próximo de d. Cláudio Hummes, ex-cardeal de São Paulo, foi surpreendido, em 2005, pela greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio. O religioso se opôs à transposição do Rio São Francisco.

Com a chegada de Dilma Rousseff, a relação entre a CNBB e o PT sofreu abalos. A entidade fez uma série de eventos para criticar a presidente, especialmente por questões como aborto e reforma agrária. A CNBB, porém, se opôs ao processo de impeachment, alegando que “enfraqueceria” as instituições.

'Vamos entrar a fundo nisso', afirma Heleno


O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, afirmou que há uma “preocupação” do Planalto com as reuniões e os encontros preparatórios do Sínodo sobre a Amazônia, que ocorrem nos Estados. “Há muito tempo existe influência da Igreja e ONGs na floresta”, disse.

Mais próximo conselheiro do presidente Jair Bolsonaro, Heleno criticou a atuação da Igreja, mas relativizou sua capacidade de causar problemas para o governo. “Não vai trazer problema. O trabalho do governo de neutralizar impactos do encontro vai apenas fortalecer a soberania brasileira e impedir que interesses estranhos acabem prevalecendo na Amazônia”, afirmou. “A questão vai ser objeto de estudo cuidadoso pelo GSI. Vamos entrar a fundo nisso.”

Tanto o ministro Augusto Heleno quanto o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, hoje na assessoria do GSI e no comando do monitoramento do Sínodo, foram comandantes militares em Manaus. O vice-presidente Hamilton Mourão também atuou na região, à frente da 2.ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira.

SÍNODO

O que é?

É o encontro global de bispos no Vaticano para discutir a realidade de índios, ribeirinhos e demais povos da Amazônia, políticas de desenvolvimento dos governos da região, mudanças climáticas e conflitos de terra.

Participantes

Participam 250 bispos.

Cronograma do Sínodo

19 de janeiro de 2019: início simbólico com a visita do papa Francisco a Puerto Maldonado, na selva peruana;

7 a 9 de março: seminário preparatório na Arquidiocese de Manaus;

6 a 29 de outubro: fase final no Vaticano, com missas na Basílica de São Pedro celebradas por Francisco.

Tema do encontro

Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.

As três diretrizes do evento

“Ver” o clamor dos povos amazônicos;

“Discernir” o Evangelho na floresta. O grito dos índios é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito;


“Agir” para a defesa de uma Igreja com “rosto amazônico”



"MANIPULAÇÃO DAS OVELHAS" 




PASTORES MAÇONS REVELADOS




Illuminati - THE ETERNAL OATH 👁




Roger Waters - "Pigs (Three Different Ones)"



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