247 - Corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ministro Og Fernandes, deu três dias para que Jair Bolsonaro, general Hamilton
Mourão e empresários ligados ao possível impulsionamento de fake news duranteas eleições de 2018 prestem informações sobre o caso. A ação foi feita com base
em pedido do PT, que denuncia uma máquina de mentiras nas redes sociais e em
aplicativos para eleger Bolsonaro.
Depois do prazo, "com ou sem resposta", o
corregedor determinou que o Ministério Público Eleitoral seja ouvido também em
três dias.
No tribunal, já circulam oito ações que investigam a
campanha de Bolsonaro e Mourão em 2018. O PT pediu ao relator dos processos o
compartilhamento das provas do Supremo Tribunal Federal (STF) com o TSE.
O STF, através do ministro Alexandre de Moraes, apura
divulgação de fake news bolsonaristas para atacar os integrantes da corte. A
Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã da quarta-feira (27), mandados de buscae apreensão no inquérito sobre fake news. Agentes da corporação cumpriram 29
mandados de busca e apreensão, atingindo 17 pessoas do bolsonarismo.
Conversamos com o advogado Marco Aurélio de Carvalho sobre
como o inquérito das fake news pode se relacionar com os pedidos de cassação de
chapa Bolsonaro/Mourão que serão pautados no TSE.
Ministério pede que mensagem de ministro seja reproduzida e que "professores, alunos e funcionários da escola fiquem perfilados diante da bandeira do Brasil e que seja executado o Hino Nacional"
O Ministério da Educação (MEC), comandando por Ricardo Vélez Rodríguez, enviou para todas as escolas públicas e privadas do país um e-mail pedindo para que, no primeiro dia de aula, "professores, alunos e demais funcionários da escola fiquem perfilados diante da bandeira do Brasil, se houver na unidade de ensino, e que seja executado o Hino Nacional". Além disso, o texto pedia para que fosse lida uma carta de Vélez que dizia o seguinte: "Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de você, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!". A palavra de ordem no final da carta foi utilizada ao longo da campanha do presidente Jair Bolsonaro — já seu Governo adotou como slogan "Pátria Amada Brasil".
O e-mail e a carta foram primeiramente divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, mas o MEC confirmou seu conteúdo ao EL PAÍS. Disse ainda que se tratava "um pedido de cumprimento voluntário" que faz parte "da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais". A mensagem ainda solicitava "que um representante da escola filme (pode ser com celular) trechos curtos da leitura da carta e da execução do Hino Nacional. E que, em seguida, envie o arquivo de vídeo (em tamanho menor do que 25 MB) com os dados da escola". As imagens deveriam ser enviadas para os correios eletrônicos da assessoria de imprensa do próprio MEC e da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.
Para Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da FGV e ex-secretária de Educação da cidade do Rio de Janeiro (2009-2014), o problema maior não é pedir que se cante o Hino Nacional. "Acho até positivo, faz parte da educação de um jovem a educação cívica — não como matéria. Quando eu fui secretária no Rio, a gente determinou que toda segunda-feira se cantaria o hino. Em vários municípios se canta o hino. Canta-se menos em escolas privadas que em públicas, não foi uma tradição que se perdeu", explica. Além disso, o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou em 2009 uma lei que obriga a execução do Hino uma vez porsemana nos centros públicos e privados do ensino fundamental. "O que eu vejo de errado é associar cantar o Hino com um slogan de campanha", acrescenta Costin.
Outro problema que Costin enxerga é a solicitação para que alunos sejam filmados. "Todo educador sabe que para tirar fotos você precisa de autorização dos pais, porque são menores de idade. Isso demandaria uma logística um pouco complexa", argumenta. Já o MEC esclareceu que, "após o recebimento das gravações, será feita uma seleção das imagens com trechos da leitura da carta por um representante da escola. Antes de qualquer divulgação, será solicitada autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável".
Vélez é um dos ministros indicados por Olavo de Carvalho, guru da extrema direita brasileira. Ambos defendem acabar com uma suposta "doutrinação ideológica marxista" sobre os 48,6 milhões de estudantes matriculados nas escolas da educação básica e os 8,3 milhões de alunos do ensino superior (dados do último Censo Escolar, de 2017). Desde que foi empossado, Vélez já defendeu a volta da disciplina de moral e cívica no curriculum do ensino fundamental, para que os estudantes aprendam a ser brasileiros, retomem "valores fundamentais" e saibam quais são "nossos heróis". Ele chegou a dizer em entrevista à revista Veja que o brasileiro, quando viaja, "rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola".
O ministro também já argumentou que a universidade "não é para todos", uma afirmação que causou alvoroço em um país que assistiu, nos últimos anos, políticas de inclusão social e racial nos centros de Ensino Superior públicos. "A Educação tem uma série de desafios. O que eu sinto é que estamos discutindo questões menos relevantes ao invés de fazer aquilo que é necessário para dar um salto de qualidade na Educação", opina Costin. "Isso demanda, por exemplo, melhorar a carreira do professor e trabalhar com as universidades para melhorar a formação do professor, e não de atos visíveis que não representam de verdade o que deveria ser feito", acrescenta.
Parlamentares de oposição vem argumentando que Vélez cometeu improbidade administrativa, um crime de responsabilidade. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) anunciou que vai apresentar uma denúncia contra o ministro.
Não aceitaremos transformar nossas escolas em espaço de doutrinação, lavagem cerebral e do pensamento único. Conclamamos todos os professores e professoras a desobedecer pq quando a ordem é injusta é preciso desobedecer. 📢 pic.twitter.com/MJ75Iz8Hyt
Riam Dalati, produtor da rede de comunicações britânica BBC, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o vídeo apresentando vítimas do suposto ataque químico na cidade síria de Douma, em abril de 2018, foi encenado.
Em declarações no seu Twitter, o jornalista explicou que realmente houve um ataque na região, mas que nenhum composto sarin teria sido usado e seria preciso esperar a conclusão de investigações levadas a cabo pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) para saber se o cloro ou outra substância estaria presente. Segundo ele, todo o restante em torno desse evento teria sido "fabricado" para obter um "máximo efeito" de propaganda.
Truth is @James__Harkin got the basics right in terms of #Douma's "propaganda" value. The ATTACK DID HAPPEN, Sarin wasn't used, but we'll have to wait for @OPCW to prove Chlorine or otherwise. However, everything else around the attack was manufactured for maximum effect. https://t.co/abRvSIMV1L
"Depois de quase 6 meses de investigações, eu posso provar sem qualquer dúvida que a cena do Hospital de Douma foi encenada. Nenhuma fatalidade ocorreu no hospital", disse ele. "Todos dos Capacetes Brancos, ativistas e pessoas com as quais eu falei estão ou em áreas de Idlib ou do Escudo de Eufrates. Apenas uma pessoa estava em Damasco."
O polêmico vídeo em questão foi publicado pelo grupo conhecido como Capacetes Brancos, fundado pelo mercenário britânico James Le Mesurier, pouco depois do ataque em Douma, nos arredores de Damasco. A filmagem mostra adultos e crianças, supostos moradores da região, sendo tratados em um hospital local. Segundo Dalati, um dos responsáveis pela gravação seria o médico Abu Bakr Hanan, filiado ao grupo rebelde Jaysh Al-Islam.
"A narrativa era de que 'não havia médicos suficientes', mas havia um filmando e não participando dos esforços de resgate."
#Russia and at least one #NATO country knew about what happened in the hospital. Documents were sent. However, no 1 knew what really happened at the flats apart from activists manipulating the scene there. This is why #Russia focused solely on discrediting the hospital scene
"A Rússia e pelo menos um país da OTAN sabiam o que tinha acontecido no hospital. Documentos foram enviados. No entanto, ninguém sabia o que realmente acontecia nos apartamentos além dos ativistas que manipulavam a cena. Por isso, a Rússia se focou apenas em desacreditar a cena do hospital."
Os relatos sobre o ataque e a publicação das filmagens pelos Capacetes Brancos foram seguidos de ataques com mísseis realizados por França, Reino Unido e Estados Unidos, contra supostas instalações de produção de armas químicas em Damasco, embora o governo sírio tenha negado inúmeras vezes qualquer participação no incidente em Douma.
Para o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, as alegações sobre o suposto uso de produtos químicos tóxicos pelo governo sírio teriam como objetivo justificar a ação militar externa contra Damasco. Além disso, antes do incidente em Douma, as Forças Armadas russas já haviam alertado sobre uma provocação que estaria sendo preparada na cidade síria por militantes extremistas.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu confirmou que Israel lançou um ataque contra a Síria em 11 de fevereiro.
"Operamos todos os dias, inclusive ontem [11 de fevereiro] contra o Irã e seus intentos de se entrincheirar na região", afirmou Netanyahu.
O Irã "está lançando ameaças contra nós. No 40º aniversário de sua revolução ameaçou destruir Tel Aviv e Haifa. Disse que não conseguiriam e que, se o tentarem, será o último aniversário que celebram", afirmou o primeiro-ministro israelense.
A mídia estatal síria informou na segunda-feira (11) de que os mísseis lançados por tanques israelenses alcançaram um hospital demolido e um posto de observação na província de Quneitra, no sul da Síria, perto da fronteira com Israel.
"Estamos operando constantemente de acordo com as nossas avaliações e precisamos de evitar que o Irã e seus satélites posicionem bases perto da nossa fronteira norte ou na nossa zona. Fazemos o que é necessário", assinalou Netanyahu na base naval em Haifa.
O ataque de segunda-feira foi dirigido, segundo a mídia israelense, contra as forças do Hezbollah, movimento libanês considerado terrorista por Israel, para o afastar da fronteira israelense.
Se referindo ao Irã, Netanyahu declarou que Israel está "operando através de muitos meios e elementos diferentes contra seus intentos de obter armas nucleares e mísseis balísticos" e de "se entrincheirar na Síria".
Segundo ele, as relações de Israel com outros países do Oriente Médio "são muito boas", exceto com a Síria.
Israel ataca periodicamente a Síria. A última vez foi em janeiro do ano corrente, quando a parte israelense comunicou ter lançado ataques contra armazéns iranianos na Síria e vários sistemas de defesa antiaérea, que abriram fogo contra os aviões que participaram do bombardeio. A ação, a mais devastadora desde maio do ano passado, foi considerada pelos militares israelenses como resposta a uma tentativa registrada na véspera de lançar foguetes contra as colinas de Golã.
As Forças Armadas brasileiras vão indicar até o fim deste ano um general para assumir um posto no Comando Sul (SouthCom) das Forças Armadas norte-americanas, informou o almirante Craig Faller, que comanda divisão voltada à segurança americana na América Central, Caribe e a América do Sul.
A informação foi prestada pelo militar estadunidense no último dia 7 de fevereiro, em uma audiência na Comissão de Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos. Se confirmada, será a primeira vez que o representante militar do Brasil ocupará o posto, integrado ao Exército daquele país.
"Até o fim do ano o Brasil enviará um general para servir como vice-comandante de interoperabilidade do Comando Sul", declarou Faller durante a audiência, mencionando ainda que o Brasil foi o primeiro signatário da América Latina do acordo para uso pacífico do espaço ("Space Situational Awareness Agreement").
A audiência gerou um documento de 20 páginas, nas quais Faller relata o incremento das parcerias no Cone Sul com a Colômbia (primeiro país latino-americano na OTAN) e com o Chile (do maior exército de guerra marítima do mundo – "Rim of the Pacific"). A meta é incrementar a segurança dos EUA.
"Queremos inimigos que nos temam e amigos que façam parceria conosco", declarou o almirante aos senadores norte-americanos. No total, Faller listou seis países como ameaças aos interesses dos EUA: Rússia, China, Irã e os seus "aliados autoritários" Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Segundo o almirante, tanto Rússia quanto a China "estão expandindo sua influência no Hemisfério Ocidental, muitas vezes à custa dos interesses dos EUA".
"[A] Rússia continua a usar a América Latina e o Caribe para espalhar desinformação, coletar informações sobre os Estados Unidos e projetar poder", declarou, acrescentando que o envio de bombardeiros à Venezuela "foi planejado como uma demonstração de apoio ao regime de [Nicolás] Maduro e como uma demonstração de força aos Estados Unidos".
Já a China é acusada de realizar empréstimos da ordem de R$ 150 bilhões "predatórios e não transparentes", o que o almirante entende que muitos países já perceberam como uma "ameaça que é hipotecar o seu futuro" para Pequim. Faller disse temer pela expansão do uso de tecnologia chinesa na região.
"Se governos da América Latina e do Caribe continuarem a usar sistemas chineses de informação, nossa habilidade e capacidade de compartilhar informações em rede será afetada", complementou.
Sobre o Irã, o militar dos EUA mencionou uma ação recente na qual autoridades brasileiras teriam prendido um membro do grupo xiita libanês Hezbollah no país. Ainda sobre o Brasil, Faller adiantou que militares brasileiros participarão de exercícios conjuntos com forças dos EUA.
"O Brasil se unirá ao SPMAGTF (Grupo de Trabalho Ar-Terra para Fins Especiais da Marinha) este ano, além de liderar nosso exercício naval multinacional UNITAS AMPHIB", revelou.
"Com base nessa iniciativa, estamos trabalhando com aliados e parceiros para desenvolver um conceito para uma força-tarefa multinacional capaz de agir em diferentes escalas e que trabalha dentro das estruturas de cooperação de segurança existentes para melhorar nossa capacidade coletiva de responder rapidamente às crises", completou Faller.
A audiência do militar dos EUA no Senado, porém, gerou reações em Brasília. Ao jornal Valor Econômico, o Ministério da Defesa confirmou o ineditismo da indicação de um general brasileiro para o Comando Sul das Forças armadas norte-americanas. Contudo, a pasta reforçou que isso não significa que o Brasil se engajaria em uma intervenção militar na Venezuela, cogitada pelo presidente estadunidense Donald Trump.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou oficialmente neste domingo a realização dos exercícios militares de maior escala do país, de acordo com uma transmissão ao vivo do evento.
Antes do início dos exercícios, o presidente chegou ao estado de Miranda, no norte do país, para averiguar equipamentos militares, incluindo lançadores de foguetes fabricados na Rússia, usados pelas Forças Armadas da Venezuela.
Os exercícios militares durarão até o dia 15 de fevereiro e serão os maiores e mais importantes
exercícios já realizados por Caracas em 200 anos de história, segundo Maduro.
A situação política na Venezuela se agravou após 23 de janeiro, quando Guaidó se declarou presidente interino do país e foi imediatamente reconhecido pelos Estados Unidos, Canadá e outros aliados dos EUA, dentre eles Brasil.
Rússia, México, China, Turquia, Uruguai e vários outros países se manifestaram reafirmando apoio a Maduro como o único legítimo chefe de Estado democraticamente eleito do país.
Abin e comandos militares relataram articulação de cardeais para o Sínodo sobre Amazônia, reunião no Vaticano que governo trata como parte da ‘agenda da esquerda’
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto quer conter o que considera um avanço da Igreja Católica na liderança da oposição ao governo JairBolsonaro, no vácuo da derrota e perda de protagonismo dos partidos de esquerda. Na avaliação da equipe do presidente, a Igreja é uma tradicional aliada do PT e está se articulando para influenciar debates antes protagonizados pelo partido no interior do País e nas periferias.
Durante 23 dias, o Vaticano vai discutir a situação da Amazônia e tratar de temas considerados pelo governo brasileiro como uma “agenda da esquerda”.
O debate irá abordar a situação de povos indígenas, mudanças climáticas provocadas por desmatamento e quilombolas. “Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí”, disse o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que comanda a contraofensiva.
Se a informação for comprovada, a espionagem na CNBB é gravíssima! Põe o Governo do lado daqueles que menosprezam o direito à liberdade, privacidade e de organização. Não podemos ignorar essa ação. Queremos respostas!https://t.co/RNogDn5Uy2
Com base em documentos que circularam no Planalto, militares do GSI avaliaram que os setores da Igreja aliados a movimentos sociais e partidos de esquerda, integrantes do chamado “clero progressista”, pretenderiam aproveitar o Sínodo para criticar o governo Bolsonaro e obter impacto internacional. “Achamos que isso é interferência em assunto interno do Brasil”, disse Heleno.
Escritórios da Abin em Manaus, Belém, Marabá, no sudoeste paraense (epicentro de conflitos agrários), e Boa Vista (que monitoram a presença de estrangeiros nas terras indígenas ianomâmi e Raposa Serra do Sol) estão sendo mobilizados para acompanhar reuniões preparatórias para o Sínodo em paróquias e dioceses.
O GSI também obteve informações do Comando Militar da Amazônia, com sede em Manaus, e do Comando Militar do Norte, em Belém. Com base nos relatórios de inteligência, o governo federal vai procurar governadores, prefeitos e até autoridades eclesiásticas que mantêm boas relações com os quartéis, especialmente nas regiões de fronteira, para reforçar sua tentativa de neutralizar o Sínodo.
O Estado apurou que o GSI planeja envolver ainda o Itamaraty, para monitorar discussões no exterior, e o Ministério do MeioAmbiente, para detectar a eventual participação de ONGs e ambientalistas. Com pedido de reserva, outro militar da equipe de Bolsonaro afirmou que o Sínodo é contra “toda” a política do governo para a Amazônia – que prega a defesa da “soberania” da região. “O encontro vai servir para recrudescer o discurso ideológico da esquerda”, avaliou ele.
Conexão. Assim que os primeiros comunicados da Abin chegaram ao Planalto, os generais logo fizeram uma conexão com as críticas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Órgãos ligados à CNBB, como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), não economizaram ataques, que continuaram após a eleição e a posse de Bolsonaro na Presidência. Todos eles são aliados históricos do PT. A Pastoral Carcerária, por exemplo, distribuiu nota na semana passada em que critica o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, como juiz, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato.
Na campanha, a Pastoral da Terra divulgou relato do bispo André de Witte, da Bahia, que apontou Bolsonaro como um “perigo real”. As redes de apoio a Bolsonaro contra-atacaram espalhando na internet que o papa Francisco era “comunista”. Como resultado, Bolsonaro desistiu de vez da CNBB e investiu incessantemente no apoio dos evangélicos. A princípio, ele queria que o ex-senador e cantor gospel Magno Malta (PR-ES) fosse seu candidato a vice. Eleito, nomeou a pastora Damares Alves, assessora de Malta, para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Histórico. A relação tensa entre militares e Igreja Católica começou ainda em 1964 e se manteve mesmo nos governos de “distensão” dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo, último presidente do ciclo da ditadura. A CNBB manteve relações amistosas com governos democráticos, mas foi classificada pela gestão Fernando Henrique Cardoso como um braço do PT. A entidade criticou a política agrária do governo FHC e a decisão dos tucanos de acabar com o ensino religioso nas escolas públicas.
O governo do ex-presidente Lula, que era próximo de d. Cláudio Hummes, ex-cardeal de São Paulo, foi surpreendido, em 2005, pela greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio. O religioso se opôs à transposição do Rio São Francisco.
Com a chegada de Dilma Rousseff, a relação entre a CNBB e o PT sofreu abalos. A entidade fez uma série de eventos para criticar a presidente, especialmente por questões como aborto e reforma agrária. A CNBB, porém, se opôs ao processo de impeachment, alegando que “enfraqueceria” as instituições.
'Vamos entrar a fundo nisso', afirma Heleno
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno Ribeiro, afirmou que há uma “preocupação” do Planalto com as reuniões e os encontros preparatórios do Sínodo sobre a Amazônia, que ocorrem nos Estados. “Há muito tempo existe influência da Igreja e ONGs na floresta”, disse.
Mais próximo conselheiro do presidente Jair Bolsonaro, Heleno criticou a atuação da Igreja, mas relativizou sua capacidade de causar problemas para o governo. “Não vai trazer problema. O trabalho do governo de neutralizar impactos do encontro vai apenas fortalecer a soberania brasileira e impedir que interesses estranhos acabem prevalecendo na Amazônia”, afirmou. “A questão vai ser objeto de estudo cuidadoso pelo GSI. Vamos entrar a fundo nisso.”
Tanto o ministro Augusto Heleno quanto o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, hoje na assessoria do GSI e no comando do monitoramento do Sínodo, foram comandantes militares em Manaus. O vice-presidente Hamilton Mourão também atuou na região, à frente da 2.ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira.
SÍNODO
O que é?
É o encontro global de bispos no Vaticano para discutir a realidade de índios, ribeirinhos e demais povos da Amazônia, políticas de desenvolvimento dos governos da região, mudanças climáticas e conflitos de terra.
Participantes
Participam 250 bispos.
Cronograma do Sínodo
19 de janeiro de 2019: início simbólico com a visita do papa Francisco a Puerto Maldonado, na selva peruana;
7 a 9 de março: seminário preparatório na Arquidiocese de Manaus;
6 a 29 de outubro: fase final no Vaticano, com missas na Basílica de São Pedro celebradas por Francisco.
Tema do encontro
Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.
As três diretrizes do evento
“Ver” o clamor dos povos amazônicos;
“Discernir” o Evangelho na floresta. O grito dos índios é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito;
“Agir” para a defesa de uma Igreja com “rosto amazônico”
Espionar cardeais e bispos para saber o que eles e o Papa conversaram, eleger a Igreja Católica como o maior adversário do governo do capitão e dos seus generais, isso tudo cheira a um Estado policial, repressor. É um filme que já vimos e que fez muito mal ao país. pic.twitter.com/Kk62KT2R9s
A petrolífera estatal venezuelana PDVSA está transferindo contas bancárias pertencentes a suas joint ventures para um dos maiores bancos russos, o Gazprombank, em meio a sanções dos Estados Unidos, informou a agência de notícias Reuters neste sábado (9).
De acordo com a agência, a PDVSA instruiu os clientes das joint ventures a transferir os lucros das vendas de petróleo para as novas contas bancárias abertas pelo banco russo.
A agência também disse que a petroleira venezuelana pediu a seus parceiros estrangeiros de energia que decidam se irão continuar a fazer parte de suas joint ventures. Os parceiros estrangeiros incluem a Chevron Corporation, a Norwegian Equinor e a Total.
Em janeiro, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que Washington havia congelado US$ 7 bilhões em ativos pertencentes à PDVSA para disponibilizar parte do dinheiro para o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.
A Rússia preparou um projeto próprio de resolução para ser apresentado no Conselho de Segurança da ONU em apoio à Venezuela, disse uma fonte diplomática à Sputnik International.
De acordo com informações publicadas na mídia, os Estados Unidos teriam um projeto de resolução a ser apresentado no Conselho de Segurança, porém, apoiando novas eleições presidenciais no país.
Anteriormente, o chefe do departamento para a América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Caracas não enviou solicitação à Moscou com pedido de assistência militar. O diplomata também acrescentou que a Rússia está aberta ao diálogo com os políticos da Venezuela dispostos a uma discussão construtiva sobre a situação no país latino-americano.
A tensão política na Venezuela aumentou recentemente quando o líder opositor Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela. A medida foi reconhecida pelo governo dos Estados Unidos, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e outros países.
Já Rússia, China, México, Turquia e Uruguai estão entre os países que mantiveram apoio à legitimidade do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Ante las sistemáticas agresiones, mentiras y manipulaciones contra Venezuela, hemos logrado mantener la paz y el respeto a la soberanía nacional; teniendo como principal escudo la verdad, la dignidad y la moral de todo nuestro pueblo. ¡Juntos seguiremos Venciendo! pic.twitter.com/eYuu3ErekU