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sábado, 10 de abril de 2021

PT denuncia médico bolsonarista de MG que disse “petista em plantão eu mato”


Membros do PT de Muriaé pretendem acionar a Justiça contra Bernardo Oliveira por conta de supostas ameaças contra simpatizantes do partido feitas em grupo de WhatsApp; médico disse à Fórum que era "brincadeira" e que fala "foi retirada de contexto"



Petistas de Muriaé (MG) têm denunciado um médico da cidade que, segundo relatos, estaria ameaçando simpatizantes do partido. Em um grupo de WhatsApp, o profissional de saúde, que se chama Bernardo Pinto de Oliveira Souza, afirmou que “petista em plantão eu mato”.

“Caça um jeito de arrumar um plano de saúde pq petista eu mato em plantão, viu”, diz o médico em uma das mensagens enviadas no grupo. “Quando c tiver morrendo lá, quero que vc grita luladrao e eu enfio o dedo no seu cu pra ver a lágrima escorrendo nos zoi (sic). Petista trata-se assim”, escreveu ainda Souza.

Fórum teve acesso ao print que mostra as mensagens. Confira abaixo.


As supostas ameaças vêm sendo denunciadas por militantes do PT de Muriaé. Em contato com a Fórum, membros do diretório municipal do partido informaram que vão denunciar o médico ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG). Segundo os relatos recebidos pela reportagem, o profissional de saúde atenderia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade de Manhuaçu, que fica a duas horas de Muriaé.

Pelas redes sociais, Bernardo mostra ser apoiador de Jair Bolsonaro e antipetista. Ele ostenta fotos com frases como “o Lula tá preso, babaca”, “PT não” e “Bolsonaro 17”.


Fórum entrou em contato com o médico, que confirmou ser ele mesmo o autor das mensagens. Ele afirma, entretanto, que a fala foi feita em um contexto de “brincadeira” em um grupo de amigos.

“Foi uma brincadeira entre amigos num grupo de WhatsApp. Com quem eu brinquei, tenho muita intimidade para isso. Mas, como tudo é possível na internet, tiraram a minha fala do contexto e fizeram isso comigo. Uma irresponsabilidade”, afirmou.

“Moro numa cidade pequena de interior e isso está causando uma exposição muito grande. Inclusive eu não trabalho fazendo plantão, o que prova mais uma vez que não tem fundamento ser sério o que está escrito. Eu friso que foi uma brincadeira entre amigos com muita intimidade, sem nenhuma conotação política ou profissional”, disse ainda.


terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Dilma responde provocação de Bolsonaro sobre tortura: “é um sociopata”



Entre risos, ele afirmou: “Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo”

A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) respondeu ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) em nota à imprensa, nesta segunda-feira (28), que fez piadas com o fato dela ter sido torturada. Dilma afirmou que o presidente é “um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro”.

Bolsonaro voltou a desrespeitar as vítimas da ditadura militar no Brasil e escolheu para atacar Dilma Rousseff. O presidente, além de ironizar, duvidou que a ex-presidente, que ficou presa durante três anos, tenha sido torturada.

Dilma disse ainda que “Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater”

Entre risos, Bolsonaro provocou: “Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X”, declarou, em encontro com apoiadores na manhã desta segunda-feira (28).


Leia a resposta de Dilma na íntegra abaixo:

Jair Bolsonaro promoveu mais uma de suas conhecidas sessões de infâmia e torpeza, falando a um pequeno grupo de apoiadores, nesta segunda-feira, 28 de dezembro. 

Como não respeita nenhum limite imposto pela educação e pela civilidade, uma exigência a qualquer político, e mais ainda a um presidente da República, desmoraliza mais uma vez o cargo que ocupa. Mostra-se indigno ao tratar com desrespeito e com deboche o fato de eu ter sido presa ilegalmente e torturada pela ditadura militar. Queria provocar risos e reagiu com sórdidas gargalhadas às suas mentiras e agressões.

A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela Covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram.

É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista. Ele revela, com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador. Ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte.

Bolsonaro não insulta apenas a mim, mas a milhares de vítimas da ditadura militar, torturadas e mortas, assim como aos seus parentes, muitos dos quais sequer tiveram o direito de enterrar seus entes queridos. 

Um sociopata, que não se sensibiliza diante da dor de outros seres humanos, não merece a confiança do povo brasileiro.

DILMA ROUSSEFF

Fonte: Revista Fórum



Revista Fórum

Esta edição do Fórum Onze e Meia comenta a declaração de Jair Bolsonaro sobre Dilma Rousseff, a repercussão da fala, o julgamento da suspeição de Sergio Moro, o fim do auxílio emergencial, entre outras notícias do dia. Com comentários de Renato Rovai e apresentação de Dri Delorenzo.

Assista ao VÍDEO




No Twitter


 

 

 

 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O bobo alegre Danilo Gentili foi condenado, 6 meses e 28 dias de detenção por injuria a deputada Maria do Rosário



Forum - Juíza entendeu que o "humorista" cometeu crime de injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) quando gravou um vídeo rasgando uma notificação extrajudicial da Câmara e a esfregando nas partes íntimas


 O apresentador e “humorista” Danilo Gentili foi condenado, nesta quarta-feira (10), a seis meses e 28 dias de detenção em regime semi-aberto pelo crime de injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). A decisão é da juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

A condenação se deu pelo fato de Gentili, em 2016, ter injuriado a parlamentar ao gravar um vídeo, em 2017, em que aparece rasgando e esfregando nas partes íntimas uma notificação extrajudicial da Câmara dos Deputados, enviada a pedido de Rosário, que solicitava que ele retirasse de suas redes sociais postagens ofensivas à parlamentar.

“Para a Maria do Rosário e para qualquer outro deputado de qualquer outro partido, eu pago o seu salário. Então eu decido se você cala ou não a boca, nunca o contrário”, afirmou Gentili no vídeo divulgado à época enquanto rasgava a notificação.


Já a Justiça paulista entendeu que cabe a prisão pois Gentili injuriou a deputada “ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, atribuindo-lhe alcunha ofensiva, bem como expôs, em tom de deboche, a imagem dos servidores públicos federais e a Câmara dos Deputados.”

A defesa do apresentador alegou que ele não teve a intenção de ofender Rosário, mas a magistrada, em sua decisão, rebateu. “Se a intenção do acusado não fosse a de ofender, achincalhar, humilhar, ao ser notificado pela Câmara dos Deputados, a qual lhe pediu apenas que retirasse a ofensa de sua conta do Twitter, o acusado poderia simplesmente ter discordado ou ter buscado a orientação jurídica de advogados para acionar pelo que entendesse ser seu direito”.

Gentili poderá recorrer à decisão em liberdade.


Maria do Rosário se manifesta


Após a condenação de Gentili, a deputada Maria do Rosário enviou uma nota oficial em interpreta a decisão da Justiça como uma “vitória da democracia”.

Confira a íntegra.

A sentença da 5° Vara Federal Criminal de São Paulo deve ser lida como uma convocação à sociedade brasileira de que é necessário retomar o respeito, o bom senso no debate público, nas redes sociais e na vida.

Não pode haver impunidade, cabendo ao Judiciário definir os termos da condenação. Considero a decisão um símbolo de que é possível preservar a liberdade de expressão e garantir a dignidade humana. Esta é uma vitória da democracia e da justiça.

Maria do Rosário – Deputada Federal (PT-RS)

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sábado, 23 de março de 2019

Senador chileno que recusou almoço com Bolsonaro diz que, "admiradores de Pinochet" não são bem-vindos em seu país




Laís Alegretti: Enviada da BBC News Brasil a Santiago


O presidente do Senado chileno, Jaime Quintana Leal, ganhou destaque da mídia brasileira nos últimos dias por ter recusado um convite do governo chileno para participar de um almoço com o presidente Jair Bolsonaro, que está visitando o Chile.

Em entrevista à BBC News Brasil, o parlamentar chileno disse que "os admiradores de Pinochet não são bem vindos no Chile". Bolsonaro declarou, no passado, ser admirador do ditador Augusto Pinochet, que, segundo ele, "fez o que tinha ser feito" no período em que comandou o país, desde o golpe militar - que o levou ao poder, - em 1973, até 1990, quando teve de entregar a presidência a um civil eleito após um plebiscito.

Durante os anos Pinochet, o Chile se modernizou, a economia cresceu - mas milhares de pessoas foram presas, mortas ou torturadas pelo Estado.






Em sua conta nas redes sociais, Quintana Leal, do Partido pela Democracia, que se define como sendo de centro-esquerda, já havia justificado que não participaria do almoço por causa de posicionamentos de Bolsonaro contra minorias sexuais, mulheres e indígenas. Quinta Leal é do grupo de oposição ao governo do anfitrião de Bolsonaro, o presidente Sebastián Piñera.

Em entrevista à BBC News Brasil em seu gabinete, Quintana Leal deixou claro que não questiona a legitimidade de Bolsonaro, que sua decisão "não tem a ver com o cargo da Presidência, mas com a pessoa de Jair Bolsonaro e suas declarações homofóbicas, misóginas e em relação à tortura. Participar de uma atividade de homenagem a ele (Bolsonaro), atingiria muitas pessoas de nosso país que se sentem prejudicadas por suas declarações".

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Quintana Leal diz que declarações recentes do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, elogiando Augusto Pinochet, jogaram sal em uma ferida profunda ainda aberta na sociedade chilena. Lorenzoni disse que Pinochet "teve de dar um banho de sangue" para ajeitar a economia do país.

"Esse é um tema muito doloroso para o Chile, não só para quem foi vítima direta da violação de direitos humanos cometida pela ditadura."

Segundo dados oficiais, mais de 3 mil pessoas foram assassinadas e mais de 30 mil foram torturadas nos anos Pinochet.

"Quando ele (Bolsonaro) se declara um admirador de Pinochet, isso é muito forte. Os admiradores de Pinochet não são bem vindos ao Chile", afirma Quinta Leal, manifestando preocupação com o que Bolsonaro "representa".

"Porque à medida que sigamos endossando lideranças que começam com discursos populistas, mas terminam consolidando regimes totalitários, a ameaça não é só para um país. Termina sendo uma ameaça para a humanidade. Isso aconteceu na Europa dos anos 1930."

O presidente do Senado chileno ressaltou, entretanto, que "se amanhã Bolsonaro ou o governo nos mandam um projeto que melhora as relações de cooperação, isso tem prioridade e urgência".

"Reitero que o Brasil é um país com o qual nós queremos ter o melhor entendimento, temos profundo respeito pelo povo brasileiro e temos uma relação comercial muito boa. O Brasil é muito importante para o Chile, e acredito que o contrário também."


Ao chegar ao Chile na quinta-feira, Bolsonaro foi questionado sobre a recusa de Quintera Leal mas evitou aprofundar a discussão. "Os convidados para o almoço, isso não foi feito pela minha assessoria. Quem convidou aqui do Chile sabia quem estava convidando", respondeu a jornalistas.


Prosul e Venezuela


Para realçar que sua diferença com Bolsonaro se dá em um plano mais estreito do que o do espectro político, Quintana Leal relatou que aceitou almoçar com outro presidente de direita, Iván Duque, da Colômbia, que é um presidente de direita, com quem tem "posições bastante antagônicas".

"Dividimos a mesa, em um clima muito civilizado. Mas nunca escutei de Duque expressões que atacam os pilares centrais da democracia, os valores essenciais de direitos humanos."

Duque está no Chile para participar do encontro de chefes de Estado da América do Sul que discutirá a criação de um novo organismo internacional na América Latina, para substituir a Unasul, União de Nações Sul-Americanas, entidade considerada de esquerda. A nova iniciativa tem sido chamada informalmente de Prosul.

A exemplo de Piñera e Bolsonaro, Quintana Leal vê essa iniciativa com bons olhos. "Nós concordamos com o presidente Piñera de que é importante ter uma referência regional e a Unasul já não estava cumprindo esse objetivo de se reunir, com cooperação, interação", diz, acrescentando ser necessário o cuidado de "não se trocar um organismo internacional ideológico por outro tão ideológico quanto o anterior".

Os líderes que participam do encontro são identificados com a nova onda de direita que tingiu o mapa latino-americano de azul, desde a primeira eleição de Piñera, em 2010. Ela sucede uma voga de governos de esquerda e centro-esquerda, na América Latina, iniciada no começo dos anos 2000.

Quinta Leal diz acreditar que essas alternâncias na região são cíclicas. "Como Duque, Piñera... São países que têm alternância no poder. Pode ganhar um setor ou outro. E, na região, regimes como o de Maduro, com o qual não concordamos, não ajudam precisamente a força de centro-esquerda."

O presidente do Senado chileno diz ser necessário "buscar uma saída pacífica, diplomática e democrática para a crise humanitária na Venezuela", mas que a melhor saída para isso não é "lógica militar, como defende (o presidente americano Donald) Trump".

"Se depositamos nas Nações Unidas a confiança para resolver temas complexos, que afetam a democracia, a liberdade, temos que ser coerentes com isso. E não buscar soluções bilaterais ou com visões particulares para tentar resolver essa crise."

PROTESTOS NO CHILE CONTRA O FASCISTA BOLSONARO




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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Benjamin Netanyahu renuncia ao cargo de ministro das Relações Exteriores de Israel




Fonte: O GLOBO

Ele nomeia para o posto Israel Katz, que é do mesmo partido de direita e já acumula o papel de ministro da Inteligência

JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, renunciou neste domingo, dia 17, ao cargo de ministro das Relações Exteriores, papel que ele cumpria desde 2015. Para substituí-lo, ele indicou Israel Katz, que já atua como ministro da Inteligência do país.

A decisão de Netanyahu de nomear Katz veio depois que um grupo de ativistas, intitulado Movimento Por Um Governo de Qualidade, foi aos tribunais para pressionar o premier a deixar de servir também como ministro das Relações Exteriores.


Israelenses derrubando um cadeirante palestino


Depois que uma menina palestina de 13 anos levou um tiro e foi deixada morrer por supostamente portar uma faca - o que não se verificou - a repressão do Estado de Israel derrubou a chute um homem numa cadeira de rodas.



Katz é membro do partido de direita Likud, de Netanyahu. Autoridades do governo disseram que Katz — que continuará como ministro da Inteligência e também passará a servir como ministro dos Transportes —, será o ocupante da pasta de assuntos estrangeiros quando se realizarem as próximas eleições parlamentares, em 9 de abril.

Ao mesmo tempo premier, ministro da Defesa e da Saúde
Além de ser o primeiro-ministro do país, Netanyahu ainda chefia o Ministério de Defesa. Ele assumiu a pasta depois que seu ex-parceiro de extrema-direita Avigdor Lieberman deixou o cargo em novembro. Netanyahu também é ministro da Saúde.

O grupo de ativistas que pressionou por um novo ministro das Relações Exteriores argumentou que a carga de trabalho de Netanyahu era insustentável e que isso teria prejudicado ainda mais um ministério que é envolvido em disputas orçamentárias.

Os defensores de Netanyahu destacam, por sua vez, a relação pessoal que ele tem com os líderes dos EUA e da Rússia e as visitas regulares que ele faz ao exterior.

"Juntamente com o primeiro-ministro, continuaremos a liderar a política externa do Estado de Israel para novas conquistas", disse Katz, de 63 anos, no Twitter.

Ahed Tamimi: heroína ou agressor? Toda a verdade - Crimes deIsrael




#Illuminati - THE ETERNAL OATH 👁


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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

TV Record ignora critérios jornalísticos ao atacar crianças sem-terra




Por: Leonardo Fernandes Brasil de Fato


Reportagem divulgada neste domingo (10) é parcial, não ouve o outro lado e apresenta falhas na apuração



Causou revolta Bolsonaro ensinar criança de 3 anos a fazergesto de armas para "defender os cidadãos de bem''. Quem doutrina mesmo?




Uma reportagem veiculada no programa "DomingoEspetacular" da TV Record, emissora de propriedade do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, no último domingo (10), mostrou um alinhamento com o novo governo de Jair Bolsonaro (PSL) em sua batalha ideológica contra os movimentos populares, especialmente o Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Ignorando critérios éticos fundamentais para o exercício do jornalismo — como escutar o outro lado, a reportagem intitulada “A Polêmica dos Sem Terrinha” arremete contra as crianças do MST, filhos e filhas detrabalhadores rurais sem-terra. A matéria apresenta “especialistas” em direitos da criança, mas não entrevista qualquer representante de entidades oficiais de defesa da infância e juventude, menos ainda de integrantes do MST, como destaca Erivan Hilário, membro do setor de educação do movimento.

“O Brasil é referência de entidades promotoras e de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, no entanto, nenhuma dessas entidades com reconhecimento internacional foi ouvida”.

Nesta segunda-feira (11), o MST divulgou nota na qual repudia o que chama de “ataque” da TV Record às crianças do sem-terrinha. No texto, o movimento afirma que “a Rede Record, ao disseminar mentiras, não leva em consideração critérios mínimos de apuração e imparcialidade, faltando, entre outras questões, com a ética jornalística”.

“Na nossa concepção, a reportagem se insere em um contexto maior, que é de criminalização do MST, sobretudo nesse momento em que vemos o avanço cada vez maior de práticas de exceção no nosso país e percebemos o alinhamento político-ideológico da emissora com o governo eleito. Trata-se, na verdade, de mais um capítulo no processo de criminalização dos movimentos sociais”, denuncia Hilário.

A reportagem especial, com quase 20 minutos de duração, utiliza imagens públicas do MST, e de veículos de informação que deram ampla cobertura ao 1º Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha, ocorrido entre os dias 23 e 26 de julho, em Brasília. Na narrativa montada pelo jornal, os “especialistas” questionam o suposto descumprimento do Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA). Uma leitura que, segundo Hilário, é superficial e tendenciosa, tendo em visto que o MST é um dos principais garantidores do ECA nos territórios de reforma agrária, muitas vezes negligenciados pelo Estado.

“O ECA é de responsabilidade do conjunto da sociedade: do Estado, da família, dos movimentos sociais, ou seja, a reportagem pegou um aspecto da legislação e mesmo assim não aprofundou. Por exemplo, no ECA, diz que as crianças têm direito a políticas públicas sociais. No entanto, o que a gente vê em curso no país é exatamente o contrário. É a negação do direito das crianças à educação. Exemplo disso é fechamento de mais de 27 mil escolas no último período. Outro exemplo é que negam o artigo 53 do próprio ECA que trata do direito à educação, e que diz que o acesso à escola pública deve ser próximo à residência. No entanto, o que acontece é exatamente o contrário, é o fechamento de escolas no campo, em uma sistemática de negar o direito das crianças à educação”.

Segundo Hilário, não fosse a capacidade de organização das famílias camponesas, o que inclui as próprias crianças, muitas delas viveriam à margem de direitos, “sob o silêncio sepulcral” da mídia tradicional brasileira.

“O que nós fazemos é exatamente assegurar o direito das crianças o direito à terra, o direito à escola. Se existem hoje escolas públicas, gratuitas, municipais e estaduais, em territórios rurais, em assentamentos, se deve graças à organização dos trabalhadores e das próprias crianças, porque o protagonismo infantil é um dos direitos que está assegurado pelo ECA. Então, se não fossem as próprias crianças e suas famílias colocando a educação como direito, elas jamais teriam acesso à escola. E volto a afirmar, as escolas que estão em assentamentos são escolas públicas, gratuitas, sob responsabilidade dos estados ou municípios, com reconhecimento do MEC”.

Fonte ouvida pela matéria da TV Record acusa o MST de “estimular a violência” das crianças e praticar “lavagem cerebral”. “As crianças brasileiras estão submetidas sim à violência. À violência praticada por essa sociedade que lhes nega o direito à educação. À violência por essa sociedade que lhes nega a proteção. A gente entende que a criança é de responsabilidade da família e da coletividade, do assentamento e do acampamento. Violência é a fome que muitas crianças desse país estão submetidas. Essa é a principal violência. As crianças dos nossos assentamentos e acampamentos frequentam escola, tem seus espaços de lazer”, explica Hilário.


Erro de apuração


A reportagem questiona ainda a observação de critérios fundamentais para a realização do Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinhano ano passado, o que, segundo Hilário, foi mais um erro grave de apuração do telejornal.

“Todo o encontro esteve baseado nas leis que regem a organização de encontros dessa natureza com crianças. Foi observada desde a autorização dos pais com reconhecimento em cartório, as crianças foram levadas na companhia de educadores, o encontro foi realizado com 1200 crianças e mais de 400 adultos com a tarefa de cuidá-las. Tínhamos UTI, posto médico no local, ou seja, nada do que fizemos foi contra a legislação em vigor, ao contrário, não fizemos isso somente para responder a uma questão legal, mas porque nós acreditamos que as crianças precisam ter seus direitos preservados, entre eles, a questão da proteção em sua integralidade. Tudo foi feito como manda a lei.”


O MST é um movimento social fundado na década de 1980, por trabalhadores rurais despossuídos de terra para o trabalho agrícola, e como uma forma de reivindicar do Estado a realização da reforma agrária. Muitas daquelas crianças sem-terrinha que passaram pelos espaços infantis do movimento, hoje são profissionais que contribuem no desenvolvimento dos territórios, lembra Hilário.

“Eu gostaria que eles pudessem falar com os advogados do MST que foram sem-terrinha, com os médicos que foram sem-terrinha. Que falassem com pessoas que hoje, formadas em universidades públicas, que eram sem-terrinha, e que hoje contribuem para o processo de desenvolvimento do assentamento”.


Reincidente


Não é a primeira vez que, por razões meramente ideológicas, a TV Record abre mão de critérios éticos fundamentais ao exercício do jornalismo para atacar o diferente. Em janeiro deste ano, a emissora foi condenada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), por realizar ataques a religiões de matriz africana em sua programação. O Ministério Público Federal demonstrou no processo que o conteúdo veiculado pela empresa se tratava de “intolerância religiosa em pleno espaço público televisivo contra as religiões afro-brasileiras”.

Por conta da condenação, a Record terá que dar direito de resposta em quatro programas de televisão com duração de 20 minutos cada, além de pagar uma indenização de R$ 300 mil para cada uma das entidades que ajuizaram a ação: o Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Itecab) e oCentro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (Ceert).

Uma das fontes consultadas pela reportagem é o promotor Munir Cury, do Ministério Público de São Paulo, que, supostamente, teria ajudado a construir o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em sua rede social, Cury fez chamados a manifestações pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Também em sua rede social, a chefe de reportagem que assina a matéria contra as crianças sem-terrinha, Renata Garofano, aparece fazendo campanha eleitoral para Jair Bolsonaro.

Reprodução/Facebook/Renata Garofano


Cuidado com as crianças


A TV Record editou o material audiovisual do MST e de veículos alternativos de imprensa, incluindo efeitos sonoros e visuais, que buscavam dar dramaticidade à narrativa e promover uma suposta compaixão pelas crianças. Mesmo tratamento não foi dado à notícia amplamente divulgada pela mídia brasileira e portuguesa no final de 2017, sobre uma investigação aberta pelo Ministério Público de Portugal para apurar uma suposta rede de tráficointernacional de crianças, que seria articulada pela Igreja Universal do Reinode Deus.

A TV portuguesa divulgou uma série de reportagens nas quais acusava o líder da igreja e dono da TV Record, Edir Macedo, de tráfico internacional de crianças. A defesa de Macedo negou as acusações e classificou o conteúdo jornalístico de “campanha difamatória, mentirosa”.

A reportagem do Brasil de Fato entrou em contato a Rede Record para comentar a divulgação da reportagem, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.






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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Jovem que matou namorada a marteladas e a esquartejou é cidadão de bem e bolsonarista




Mais um.



Alexandre Backes, 33 anos, preso na semana passada por matar e esquartejar a namorada Neomar da Rosa, de 25, era cidadão de bem ebolsominion.

Confessou ter assassinado Neomar com golpes de martelo na cabeça e dividiu seu corpo em várias partes, espalhadas por diferentes cidades vizinhas a Ituporanga (SC), onde ambos moravam.

Diz o UOL:

Neomar e Alexandre se conheceram pelas redes sociais em 2018, enquanto ela vivia em Blumenau e ele em Ituporanga — cidades catarinenses separadas por cerca de 120 quilômetros. (…)

O que a família descobriu apenas após a morte de Neomar é que Alexandre tem duas passagens por violência doméstica — em uma delas, chegou a ameaçar a ex-companheira com um facão.

Quando confessou o crime, na terça-feira (29), o réu disse que ele e a namorada foram juntos a uma festa, até que começaram a discutir e ele decidiu voltar para casa, deixando Neomar no local.

Ainda segundo sua versão, ela teria se envolvido com outro homem durante a festa e voltado para casa com ele — o que teria motivado o crime. (…)

Por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil de Santa Catarina, o delegado responsável pelo caso, Bruno Augusto Reis, disse que está fazendo buscas junto ao Corpo de Bombeiros para encontrar partes do corpo de Neomar que ainda não foram identificadas.


O IGP (Instituto Geral de Perícias) fez a reconstituição do crime na noite de segunda-feira (28) em frente à casa do casal, onde a vítima teria sido morta, e em todo o caminho que Alexandre disse ter percorrido para espalhar o corpo.

O réu confesso foi encaminhado para o Presídio Regional de Rio do Sul na terça-feira (29), onde deve permanecer até o julgamento. Backes foi indiciado por homicídio qualificado com os seguintes agravantes: feminicídio, impossibilidade de defesa da vítima e motivo torpe.








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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O que o filho de Bolsonaro estava fazendo, e onde, para o pai achar que ele iria para a Papuda?





O flagrante do fotógrafo Lula Marques da troca de mensagens entre os deputados Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo é repleto de significados.

Lula postou em seu Facebook a foto. A conversa é a seguinte:

Jair: “Papel de filho da puta que você está fazendo comigo”.

Jair: “Tens moral para falar do Renan? Irresponsável” (O caçula de Bolsonaro se chama Renan)

Jair: “Mais ainda, compre merdas por ai. Não vou te visitar na Papuda”.

Jair: “Se a imprensa te descobrir ai, e o que está fazendo, vão comer seu fígado e o meu. Retorne imediatamente”.

Eduardo: “Quer me dar esporro tudo bem. Vacilo foi meu. Achei que a eleição só fosse semana que vem. Me comparar com o merda do seu filho, calma lá”.

O registro foi feito no plenário no dia da eleição para a Presidência da Câmara, na quinta passada, dia 2. Jair teve quatro votos, menos que os brancos.

A lista de presença não contém o nome de Eduardo, que não compareceu à sessão.

Mas isso é apenas uma parte da história.

A pergunta que não quer calar: o que Eduardo estava fazendo, e onde, para seu pai achar que ele iria para a Papuda?

A família brasileira, cujos valores são resguardados pelos Bolsonaros, aguarda ansiosamente a resposta.

PS: e o pobre Renan, hem?

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