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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Quebrando tabu: bombas de Hiroshima e Nagasaki levaram mesmo à rendição do Japão?



O primeiro ataque nuclear da história, que completa 75 anos hoje (6), é muitas vezes considerado um "mal necessário" para colocar fim à Segunda Guerra Mundial. Mas será que foram realmente as bombas atômicas que levaram à rendição do Japão?


Nesta quinta-feira (6), o mundo relembra o ataque nuclear à cidade japonesa de Hiroshima, realizado pelas forças norte-americanas em 6 de agosto de 1945. A bomba, apelidada de Little Boy (Menininho), com força equivalente a 15 mil toneladas de TNT, matou pelo menos 120 mil pessoas em Hiroshima.

Três dias mais tarde, em 9 de agosto de 1954, um novo ataque nuclear seria realizado na cidade de Nagasaki, gerando mais 80 mil vítimas.

A narrativa consagrada no Ocidente, no entanto, legitima os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, argumentando que eles foram essenciais para garantir a rendição do Japão e, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial.

Mas será que a bomba nuclear era necessária para garantir a rendição do Japão? Aliás, será que foram os bombardeios atômicos que determinaram a rendição de Tóquio?

  • "Militarmente, o Japão já estava derrotado antes da explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki", disse o historiador brasileiro formado na Rússia, Rodrigo Ianhez, à Sputnik Brasil.

Entre julho e agosto de 1945 "a campanha de bombardeios convencionais norte-americanos sobre o Japão tinha atingido o seu auge. Foram 68 cidades bombardeadas, das quais apenas duas foram atacadas com bombas atômicas: Hiroshima e Nagasaki", detalhou Ianhez.



"Se compararmos os dados destas 68 cidades atacadas, constatamos que Hiroshima ocupa o segundo lugar em número de vítimas, quarto lugar em número de quilômetros destruídos e o 17º lugar em porcentagem de cidade destruída."

Hiroshima depois da bomba atômica (imagem referencial)

Por outro lado, "99,5% da cidade de Toyama foi destruída pelos bombardeios convencionais. Hamamatsu foi destruída em 90%. Hiroshima, em pouco mais de 50%", notou.

Portanto, "sob o ponto de vista da intensa campanha de bombardeios que estava sendo realizada no Japão, os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki não são excepcionais".


Entrada da URSS na guerra contra o Japão

Para o historiador, a entrada da URSS na guerra contra o Japão, realizada em 9 de agosto de 1945, o mesmo dia do ataque nuclear a Nagasaki, foi o fator que determinou a rendição japonesa aos aliados.
Antes da invasão soviética, a liderança japonesa "já não tinha esperanças de ganhar a guerra [...], mas achava que poderia postergar a rendição por meses, caso conseguisse garantir a manutenção da neutralidade soviética", disse o Ianhez.

  • "Em notas da reunião de julho do Conselho Supremo japonês, as autoridades afirmam: 'a manutenção da paz com a URSS é uma condição essencial para a nossa permanência na guerra'", apontou o historiador.

Mas, cumprindo o acordo selado com os norte-americanos e britânicos durante a Conferência de Teerã, os soviéticos entram na guerra contra Tóquio.
"Em 9 de agosto de 1945, os soviéticos quebram o tratado de neutralidade que tinham com o Japão e invadem a Manchúria", conta o historiador.

Tanques soviéticos durante operação na Manchúria, agosto de 1945

"Em somente dez dias a URSS já havia rompido todas as forças na região. Eles só pararam quando acabou o combustível", disse.

Os japoneses estavam cientes de que "os soviéticos teriam condições de tentar desembarcar no Japão [...], enquanto os americanos ainda estavam a semanas de uma possível invasão".

  • Portanto, "a invasão pela URSS abriu a possibilidade de o território japonês ser atacado por duas frentes diferentes e duas potências diferentes", explicou Ianhez.

A invasão soviética também teria deflagrado o "temor dos japoneses de terem que se render aos soviéticos".

Soldados do Exército Imperial Japonês depõem armas perante soldados do Exército da URSS, na Manchúria, 20 de agosto de 1945

"Os japoneses preferiam se render aos americanos: eles acreditavam que, nesse caso, eles poderiam manter o imperador, que era uma figura sagrada, no poder."


Narrativa consagrada

Apesar do papel fundamental da invasão soviética na rendição do Japão, prevalece a narrativa de que as bombas de Hiroshima e Nagasaki determinaram o fim da guerra.

  • "A narrativa que coloca as bombas nucleares no centro da rendição do Japão se provou mais conveniente tanto para os japoneses quanto para os norte-americanos, e por isso foi consagrada", disse Ianhez.

"Considerando que a rendição militar era extremamente vergonhosa para os japoneses e que o imperador era considerado uma figura divina, atribuir a rendição a uma arma milagrosa [...] seria menos humilhante do que uma rendição militar comum, gerada por uma derrota militar convencional", argumentou.

Os ataques nucleares também "ajudam a construir uma narrativa de vitimização do Japão, que atenua as atrocidades e o papel nefasto que o país cumpriu durante a ocupação da Coreia e da China".

População da cidade chinesa de Dalian comemora chegada de tanques soviéticos, em agosto de 1945

Além disso, os japoneses tinham o interesse em "agradar os americanos, para negociar termos de rendição mais favoráveis".

  • "Para os EUA, a narrativa é muito conveniente, porque atribui a vitória exclusivamente a eles. Eles saem como os grandes vitoriosos da guerra contra o Japão", concluiu o historiador.

No dia 6 de agosto de 1945, bombardeiro americano B-29 realiza ataque atômico contra a cidade de Hiroshima, no sudeste do Japão. Três dias mais tarde, ataque similar é realizado contra a cidade de Nagasaki. No total, mais de 200 mil pessoas morreram, 120 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki.

Próximo ao epicentro da explosão, as temperaturas atingiram sete mil graus Celsius, gerando queimaduras fatais em milhares de vítimas. A onda de choque gerada pela bomba vitimou e soterrou outros milhares sob os escombros da cidade japonesa.

Prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui (à direita), recebe lista com nomes das vítimas do ataque nuclear de 6 de agosto de 1945, durante cerimônia em Hiroshima, Japão, 6 de agosto de 2020

A radiação gerada pela bomba fez muitas outras vítimas nos dias, semanas e anos que se seguiram aos primeiros e únicos usos de bomba nuclear em conflito armado da história mundial.


No Twitter




Recordando esse grande sucesso da banda (Uns e Outros) Retratando atitudes estupidas da raça humana, visando unicamente o lucro...
A vida passou a valer nada(...)


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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Não há países independentes no mundo, garante Putin





A Europa não pode se opor à implantação de mísseis nos Estados Unidos, mesmo que seja contrária aos seus interesses, porque nenhum país pode ser verdadeiramente independente nos dias de hoje, declarou o presidente russo Vladimir Putin.

O líder da Rússia afirmou que "o mundo moderno é o mundo da interdependência" e não há países verdadeiramente independentes nos dias de hoje.

  • "Você acha que os países europeus querem mísseis na Europa? Ninguém quer isso. Mas eles ficam em silêncio. Onde está sua soberania?", perguntou Putin durante sua visita à cidade russa de Sochi.


O Parlamento da União Europeia (UE) comentou que toma mais decisões em nome dos países membros do que "o Soviete Supremo da URSS em nome das repúblicas constituintes" nos dias de hoje.

  • "Não há estados totalmente independentes no mundo", completou Putin.

Líder do Kosovo revela diálogo com Putin para
 apoio russo em prol da paz com a Sérvia
Na última quinta-feira, líderes da Rússia, Turquia e Irã se reuniram na cidade de Sochi, no mar Negro, para discutir formas de acabar com a crise na Síria. As conversas foram realizadas em meio a conversas hostis surgindo de uma reunião dos EUA e seus aliados em Varsóvia, onde conversaram sobre sua visão do Oriente Médio.

Durante a reunião em Sochi, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e seu colega iraniano Hassan Rouhani expressaram dúvidas sobre o plano de Washington para remover tropas estacionadas com forças curdas no norte da Síria.

Contudo, Putin pareceu ser o mais otimista de que o movimento realmente aconteceria em breve.

Depois que a cúpula sobre a Síria terminou, Putin ficou em Sochi para conversar com o líder bielorrusso Alexander Lukashenko.

Putin Apresenta Armas Nucleares Invencíveis



#Armas e Tecnologia 🛰


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domingo, 3 de fevereiro de 2019

Putin: Rússia irá suspender participação do Tratado INF com EUA





A resposta de Moscou à decisão dos EUA sobre o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) será espelhada: a Rússia irá suspender sua participação do tratado, afirmou neste sábado (2) o presidente russo, Vladimir Putin.

"Vamos fazer o seguinte. Nossa resposta será espelhada. Os parceiros norte-americanos anunciaram que suspendem sua participação do Tratado [INF], nós também a iremos suspender. Eles anunciaram que estão desenvolvendo investigações e pesquisas, e nós iremos fazer o mesmo", assinalou o presidente russo durante seu encontro com o chanceler Sergei Lavrov e o ministro da Defesa Sergei Shoigu.

Saída dos EUA do Tratado INF traz ameaça
nuclear
à Europa, diz ministra austríaca
Vladimir Putin ordenou que se abandonem iniciativas de conversações sobre o tratado.
"Todas as nossas propostas nesta área [limitação de mísseis de médio e curto alcance], tal como antes, continuam na mesa, as portas para as conversações estão abertas", apontou.

"Peço aos dois ministérios para não iniciarem mais nenhumas novas conversações sobre este assunto", disse o líder russo, sugerindo para se "esperar até que nossos parceiros estejam prontos para ter conosco um diálogo entre iguais e substancial sobre esse assunto importantíssimo, tanto para nós, como para os nossos parceiros, como para o mundo inteiro".

Vladimir Putin frisou também que a Rússia não irá se envolver em uma corrida armamentista desvantajosa para ela.

Nesta segunda-feira (1), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os EUA iniciam sua saída do Tratado INF com a Rússia.
"Amanhã [2 de fevereiro], os EUA irão suspender suas obrigações do Tratado INF e iniciarão o processo de saída, que será concluído daqui a 6 meses se a Rússia não voltar a cumprir [o tratado], destruindo todos os seus mísseis, lançadores e equipamentos relacionados que violam o tratado", disse.

"Amanhã [2 de fevereiro], os EUA irão suspender suas obrigações do Tratado INF e iniciarão o processo de saída, que será concluído daqui a 6 meses se a Rússia não voltar a cumprir [o tratado], destruindo todos os seus mísseis, lançadores e equipamentos relacionados que violam o tratado", disse.


Putin aprova criação de míssil hipersônico em meio à retirada dos EUA do Tratado INF



O presidente russo, Vladimir Putin, concordou com as propostas do Ministério da Defesa sobre a criação de um míssil hipersônico de baseamento terrestre de médio alcance, bem com o início do desenvolvimento de lançadores terrestres para os mísseis Kalibr.

"Concordo com as propostas do Ministério da Defesa sobre o início dos trabalhos para criação de sistemas de lançamento terrestres para o Kalibr e sobre a abertura de uma nova direção – a criação de um míssil hipersônico de médio alcance de baseamento terrestre", disse Putin neste sábado (2) durante uma reunião com o chanceler russo, Sergei Lavrov, e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu.

A afirmação do presidente russo vem à tona após o comunicado de ontem (1) do presidente dos EUA, Donald Trump, de que os EUA irão abandonar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) no dia 2 de fevereiro.
Em resposta ao comunicado, o presidente russo afirmou que a Rússia responderá de forma simétrica à saída dos EUA do tratado.

"Vamos fazer o seguinte. Nossa resposta será espelhada. Os parceiros norte-americanos anunciaram que suspendem sua participação do Tratado [INF], nós também a iremos suspender", disse.

Franz Klintsevich, vice-chefe do Comitê de Defesa e Segurança do Senado russo, comentou a declaração do presidente russo.

"Trata-se de um processo muito complicado. Mas temos muitos desenvolvimentos, inclusive, de mísseis soviéticos. Acredito que no tempo mais próximo tais mísseis podem ser criados. Acho que dentro de dois anos teremos um exemplar", apontou Klintsevich.

Ele frisou que os EUA e a Europa já dispõem de mísseis similares.


'Golpe sobre sistema de controle de armas': EUA notificam Rússia sobre saída do INF




O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que o Departamento de Estado dos Estados Unidos notificou Moscou de forma oficial neste sábado (2) sobre a suspensão do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).

"Em 2 de fevereiro, os Estados Unidos oficialmente notificaram a Federação da Rússia por meio de uma nota do Departamento de Estado sobre a suspensão de sua participação no tratado bilateral INF, de 1987, e sobre o início do procedimento de saída", disse um comunicado do Ministério.

O Ministério também notificou que a Rússia deve tomar todas as medidas para garantir sua segurança e direito de agir de forma recíproca em termos de implementação de mísseis de curto e médio alcance.

"Em vista das novas ameaças colocadas por Washington, claro, nós teremos que fazer tudo que for necessário para garantir nossa segurança nacional. A Rússia se reserva ao direito de agir reciprocamente em relação ao desenvolvimento, produção e implementação de de mísseis de curto e médio alcance", diz o comunicado.

De acordo com o documento, Moscou tomou medidas sem precedentes em relação à transparência com o tratado, mas todos os esforços foram ignorados e bloqueados pelos Estados Unidos.
"Mostrando nossa boa vontade, nós tomamos medidas sem precedentes de transparência, que vão além dos requisitos deste acordo. Porém, todos os nossos esforços foram ignorados ou boqueados pelos Estados Unidos", ressaltou o Ministério.

O Ministério enfatizou que a saída dos EUA no tratado INF é um golpe sobre todo o sistema de controle de armas, e a Rússia fez seu melhor para salvar o tratado, enquanto a responsabilidade das consequências negativas da suspensão do tratado INF é totalmente de Washington.

"[Washington] deu outro golpe sobre todo o sistema de controle de armas, que foi erguido meticulosamente por décadas […]. Esse passo certamente terá consequências negativas sobre toda a arquitetura internacional de segurança e estabilidade estratégica, principalmente na Europa. A responsabilidade disso é totalmente dos Estados Unidos […]. A Rússia fez seu melhor para salvar o tratado. Nós tentamos repetidas vezes trazer os Estados Unidos par uma conversa profissional", acrescentou o Ministério.

O documento ainda apontou que Moscou está aberta para um diálogo com significado sobre o tratado, baseado no respeito mútuo.

"Se Washington revisar sua linha destrutiva e retornar ao tratado INF, nós estamos abertos para um debate frutífero sobre o tratado e outras questões de estabilidade estratégica na base do respeito mútuo e consideração de interesses de cada um, assim como os interesses de toda a comunidade global", concluiu o Ministério.

Russia Military Capability 2019: Quick Victory - Russian Armed Forces 2019 - Вооруженные силы России



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