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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Decisão do Facebook de blindar políticos impactou alcance de desinformação


Zuckerberg em Georgetown: em 2019, presidente defendeu ações do Facebook em não checar publicações de políticos (Carlos Jasso/Reuters)

Segundo portal The Information, rede social tem uma "lista de políticos" cujas publicações não devem ser checadas. Mark Zuckerberg já defendeu a decisão.

Um discurso de Mark Zuckerberg na Universidade Georgetown, em outubro do ano passado, entrou para a história do Facebook. Lá, um lugar famoso por receber falas a respeito da liberdade de expressão, o presidente da companhia fez, então, uma defesa das atitudes que a rede social vinha tomando para limitar discurso de ódio e disseminação de notícias falsas, mas defendeu que a empresa não tomasse atitude em relação a checar publicações feitas por políticos, porque achava que a sociedade deveria ver o que essas pessoas estavam dizendo.

“Embora eu me preocupe com a erosão da verdade, eu não acredito que a maioria das pessoas quer viver em um mundo onde você só possa publicar coisas que as empresas de tecnologia julguem ser 100% verdade”, disse Zuckerberg, na ocasião.

Agora, informações, obtidas pelo portal The Information, especializado em tecnologia e negócios, apontam que a empresa mantém desde 2018 uma “lista de políticos”, com cerca de 112.000 contas pertencentes a oficiais de governo e candidatos, cujas publicações não deveriam ser checadas pela empresa. Posts checados têm alcance reduzido, por exemplo.

Em 2019, no entanto, ainda de acordo com o The Information, um trio de pesquisadores internos da empresa, encarregados de supervisionar o papel do Facebook no discurso cívico, pediram a dissolução da lista, apoiados por um grupo de funcionários que acreditavam que “blindar” os políticos era “proteger conteúdo apto a ser enganoso”. Os líderes da empresa optaram por não seguir em frente com a demanda.

O resultado da decisão pode ter tido impacto nas eleições presidenciáveis deste ano nos Estados Unidos. De acordo com o jornal The New York Timesdesde que o presidente Donald Trump se negou a conceder a eleição, foram 3,5 milhões de interações, apenas na semana da votação, em publicações se referindo a “Stop the Steal”, mote que a campanha de Trump usou para questionar o resultado das urnas. Na última semana, os 20 principais posts no Facebook contendo a palavra “eleição” vieram do próprio Trump, segundo o CrowdTangle, uma ferramenta de análise de redes sociais do próprio Facebook.

Em julho deste ano, uma auditoria externa contratada pela rede social já havia mostrado que o Facebook falhou em tomar decisões efetivas para garantir direitos civis na plataforma. Os auditores se mostraram particularmente alarmados com a gestão das publicações de Donald Trump — sobre falsidade eleitoral e sobre incitação à violência na repressão de protestos — nas quais o Facebook não atuou.

Apesar disso, a empresa apresentou recentemente um relatório trimestral sobre “Aplicações de Padrões da Comunidade”, em que apontou que inteligência artificial já remove proativamente 94% do conteúdo com discurso de ódio. Os executivos da rede social também compartilharam dados relativos à eleição americana. Segundo Guy Rosen, vice-presidente de integridade da plataforma, foram removidas 265.000 publicações por violação de regras de interferência eleitoral, mais de 3 milhões de peças de publicidade foram impedidas de ser veiculadas e 100 redes de comportamento inautêntico foram reveladas e retiradas da rede.


exame




sexta-feira, 3 de julho de 2020

Teste de vacina de covid-19 funciona e Pfizer pode produzir 1 bi de doses



  • O estudo foi randômico e testado em 45 voluntários; a Pfizer irá conduzir novos estudos em breve para checar eficácia da vacina


POR: EXAME

Julho já começou com uma boa notícia e a vacina experimental contra o novo coronavírus produzida pela gigante farmacêutica Pfizer em parceria com a empresa de biotecnologia Bio NTech demonstrou bons resultados em testes com humanos. A vacina estimulou a resposta imune dos pacientes saudáveis, mas também causou efeitos colaterais, como febre, em doses mais altas.

O estudo foi randômico e testado em 45 voluntários que receberam três doses da vacina ou placebo; destes, 12 receberam uma dose de 10 microgramas, outros 12 tomaram 30 microgramas, mais 12 receberam uma dose de 100 microgramas e nove foram tratados com a versão em placebo da vacina.

A dose mais alta, de 100 microgramas, causou febre em metade dos participantes do teste — por conta dos efeitos colaterais, o grupo não recebeu uma segunda dose.



A Fiocruz deve produzir no Brasil a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, contra a Covid-19. O acordo prevê acesso tanto a doses do medicamento quanto à transferência de tecnologia para que seja produzido em território nacional.


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domingo, 26 de maio de 2019

O Bozo conseguiu destruir o "brazil" em tempo recorde, estrangeiros tiram R$ 5,5 bi da Bovespa em maio até dia 22



EXAME -  Ao que tudo indica, maio será o segundo mês seguido de saída de capital externo

  • Estrangeiros são quase metade dos investidores na B3.

Os investidores estrangeiros retiraram R$ 5,538 bilhões da bolsa brasileira em maio, até dia 22. Os dados são da bolsa B3. Com isso, no ano, o saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa está negativo em R$ 5,031 bilhões. Ao que tudo indica, maio será o segundo mês seguido de saída de estrangeiros da bolsa, já que abril registrou a saída de R$ 745 milhões.

As movimentações dos investidores estrangeiros são importantes porque eles representam quase a metade (45,8%) do volume negociado em maio e 46,2% do volume no ano. É como se, de cada R$ 100 comprados ou vendidos em ações na Bovespa este ano, R$ 46,20 fossem de estrangeiros.

As pessoas físicas respondem por 17,5% do volume negociado em maio e 18,1% do volume no ano. E os investidores institucionais, como fundos de investimento e de pensão, por 30,9% em maio e 30,2% no ano.

O valor negociado médio na Bovespa subiu 1,9% este mês em relação a abril, para R$ 15,009 bilhões. Na média do ano, o volume diário é de R$ 15,999 bilhões, 31,3% mais que no ano passado.

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domingo, 19 de maio de 2019

Assessor de Bolsonaro recebeu R$ 92 mil sem nunca ter pisado na Câmara


Agência de Jornalismo Investigativo - Com Nelson Alves Rabello, que teve sigilo bancário quebrado, são 11 os assessores do então deputado federal sem registro de entrada no Congresso

  • Bolsonaro: além de Rabello, a reportagem descobriu que outros cinco assessores não tiveram registro de emissão de crachá durante o período de 2015 a 2018 (Adriano Machado/Reuters)

R$ 92,2 mil — esse foi o total que Nelson Alves Rabello, assessor do gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), recebeu dos cofres públicos durante os 19 meses em que foi secretário parlamentar nível 18 da Câmara dos Deputados. Quanto maior o nível do funcionário, maior o salário, que atualmente parte de pouco mais de R$ 1 mil para até mais de R$ 15 mil, fora auxílios e vantagens indenizatórias.

O problema: durante todo esse período, Rabello não teve registro de entrada na Câmara, segundo informação inédita que a Agência Pública obteve via Lei de Acesso à Informação. O ex-funcionário de Jair está na listadas 95 pessoas e empresas que tiveram sigilo bancário quebrado na investigação do Ministério Público do Rio sobre as movimentações financeiras do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).


A Pública pediu à Câmara dos Deputados informações sobre o registro de entrada de diversos assessores de Jair Bolsonaro na Câmara. Além de Rabello, a reportagem descobriu que outros cinco assessores não tiveram registro de emissão de crachá durante o período de 2015 a 2018, último mandato do presidente como deputado federal.

Além destes seis nomes, a Pública já havia revelado outras cinco assessoras nas mesmas condições. Portanto, agora são 11 os assessores de Bolsonaro que receberam dinheiro público sem ter colocado os pés nas dependências da Câmara.


Rabello assessorou pai e filhos em seus mandatos


Nelson Rabello é um dos assessores mais longevos da família Bolsonaro. O primeiro registro como funcionário do atual presidente, disponível no site da Câmara, é de 2005. À época, ele era assessor de nível 8. Durante seis anos como secretário parlamentar, Rabello foi promovido até alcançar o nível 26. Segundo a Folha de S. Paulo, Rabello é tenente da reserva do Exército e teria servido junto a Jair nas Forças Armadas.

Em maio de 2011, Rabello deixou o gabinete de Jair e trabalhou até agosto daquele ano com o filho Flávio, na Assembleia do Rio. Em seguida, deixou o gabinete de Flávio para trabalhar com Carlos, onde ficou até 2017.

Em junho de 2017, Rabello voltou a trabalhar na Câmara com então deputado Jair Bolsonaro. Nesse último período, apesar de ter recebido R$ 92,2 mil líquidos — incluindo um auxílio-alimentação mensal de R$ 982,29 — o funcionário não emitiu crachá de entrada no órgão.

A prática é parecida a de outros assessores de Bolsonaro: cinco assessoras — algumas que trabalharam por mais de uma década junto a Jair Bolsonaro — não pediram a emissão de crachás de funcionárias nem se registraram como visitantes em nenhum momento desde 2015.

Ser funcionário de um político sem ter entrada registrada na Câmara não é ilegal, pois os assessores parlamentares podem trabalhar nos estados de origem dos parlamentares, contanto que cumpram sua carga horária. A questão é que o controle é feito pelos próprios deputados e a série de casos semelhantes na família Bolsonaro levanta suspeitas.

A Pública procurou a Câmara dos Deputados, que informou que para acessar as  dependências é obrigatório portar crachá funcional. No caso de deputados ou ex-deputados, é possível utilizar “botom parlamentar”.

Crachás de visitantes são expedidos apenas após apresentação de documento de identidade e realização de registro de entrada nas portarias. Os crachás funcionais devem ser renovados a cada nova legislatura e a Câmara afirma não guardar registros sobre mandatos passados.

O sigilo bancário de Rabello foi quebrado no dia 24, por autorização do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O pedido veio do Ministério Público, que investiga as movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Segundo reportagem do Poder 360, a autorização de quebra de sigilo bancário vai de janeiro de 2007 a dezembro 2018, com quebra do sigilo fiscal de 2008 a 2018.

Atualmente, Rabello é auxiliar de Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. O salário líquido para esse cargo é de R$ 6,6 mil. Procurado pela reportagem, Rabello não foi encontrado.


Wal do Açaí também não tinha crachá


Outra funcionária que não teve crachá emitido pela Câmara dos Deputados foi Walderice Santos da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”. Funcionária de Jair Bolsonaro desde 2003, ela foi secretária parlamentar nível 4 de 30 de dezembro de 2015 a agosto de 2018, com um salário de R$ 1,3 mil líquidos mais auxílio-alimentação de R$ 982,29.

Nesse período, contudo, ela não emitiu registro de entrada na Câmara, segundo informação obtida pela Pública via Lei de Acesso.

Em 2018, a Folha de S. Paulo havia revelado que Wal trabalhava todos os dias em seu próprio negócio, o Wal Açaí, a 50 km de Angra dos Reis. Na mesma rua do seu negócio também fica uma casa de veraneio do presidente.

Apesar da repercussão, sete meses depois, em agosto de 2018, a equipe da Folha encontrou Wal ainda trabalhando em seu comércio. Em conversa com os repórteres, ela disse que o “sr. Jair” era um amigo e que se ele escolheu pagá-la com dinheiro público, cabia apenas a ele responder.

Após a visita da equipe, Wal anunciou que iria pedir demissão e assim o fez. Na época, Jair Bolsonaro disse que o único crime dela foi “dar água para os cachorros”. Ela foi exonerada ainda em agosto.

Quanto às funções que Wal desempenhava, Bolsonaro se contradisse nas duas ocasiões. Em janeiro, afirmou que Wal não cumpria funções além das políticas e que a funcionária estava de férias na época da reportagem.

Já em agosto, o então deputado federal afirmou que Wal cuidava dos cachorros que ele possuía na casa de veraneio. Em setembro, a Procuradoria da República do Distrito Federal abriu procedimento para investigar o caso, sob suspeita de improbidade administrativa. O caso corre em sigilo.


Mais quatro assessores de Bolsonaro receberam sem pisar na Câmara


Além de Rabello e Walderice, outros quatro assessores não tiveram registro de emissão de crachá na Câmara e dois deles continuamtrabalhando para a família Bolsonaro.

Levy Alves dos Santos Barbosa, assessor nível 21 de Jair de outubro de 2017 a janeiro de 2018, recebia R$ 8 mil líquidos, mais auxílios que chegaram a R$ 1,5 mil em um mês.

Sem registro de entrada durante todo esse período, hoje ele trabalha com Carlos Bolsonaro na Alerj como assessor especial — segundo o site da Câmara do Rio de Janeiro, um assessor especial tem um salário líquido de R$ 12,3 mil.

Já Alessandra Ramos Cunha teve seu primeiro posto como assessora de Jair em 2014. No último mandato, ela recebeu salários de diversos níveis de assessores — um deles chegando a mais de R$ 10,8 mil mensais líquidos, mais auxílio de R$ 982,29.

Assim como Levy, Alessandra trabalha atualmente com Carlos como oficial de gabinete, recebendo R$ 7,3 mil líquidos. De acordo com reportagem do Metrópoles, ela doou R$ 1,5 mil para a campanha de Carlos a vereador em 2016.

Outras duas assessoras de Jair também não emitiram crachá durante o último mandato como deputado. Helen Cristina Gomes Vieira, que já havia trabalhado com Jair entre 2013 e 2014, foi secretária parlamentar nível 12 entre março e dezembro de 2017.

Seu salário líquido era mais de R$ 2,2 mil, além de um auxílio que chegou a R$ 1,8 mil. Helen é uma das assessoras de Jair que fez doações à campanha do próprio chefe, como a Pública revelou.

Completa a lista Bianca de Almeida Santos, secretária parlamentar entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018. Ela recebia como nível 4, com um salário líquido de mais de R$ 2,4 mil mais auxílios de R$ 1,6 por mês.

A Pública questionou o gabinete da Presidência da República sobre a falta de registros dos assessores e quais atividades eles teriam realizado, mas não tivemos retorno até a publicação. A reportagem procurou todos os assessores citados, mas não obteve resposta.


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