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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Brasil é principal destino de agrotóxico banido na Europa e ligado à morte de abelhas


Segundo levantamento, em 4 meses, Syngenta e Bayer registram autorização para exportar ao Brasil 2,2 mil toneladas de pesticidas com substâncias com uso banido na União Europeia



O Brasil é o destino de mais da metade dos registros de exportações da União Europeia de agrotóxicos proibidos na Europa e associados à morte de abelhas. São inseticidas à base de três neonicotinóides: tiametoxam, imidacloprido e clotianidina. Entre setembro e dezembro de 2020, mais de 3,8 mil toneladas dessas substâncias  foram registradas para serem exportadas na Agência Europeia das Substâncias Químicas (ECHA) —  o Brasil era o destino de 2,2 mil toneladas, 58% do total.

Os dados inéditos, obtidos com exclusividade pela Agência Pública e a Repórter Brasil, são resultado de um levantamento da Public Eye, organização suíça, em parceria com a Unearthed, braço de jornalismo investigativo do Greenpeace. É a primeira vez que são revelados números sobre a quantidade dos pesticidas neonicotinoides enviados ao exterior por países europeus. As substâncias imidacloprido, clotianidina e tiametoxam foram banidas na União Europeia em 2018. Desde setembro de 2020, empresas de lá são obrigadas a notificar exportações de produtos com esses princípios ativos. As notificações são estimativas emitidas antes de o produto ser despachado. 

Os produtos registrados para serem enviados ao Brasil foram produzidos por duas empresas: Syngenta e Bayer. Ao todo, eles continham 318 toneladas das substâncias ativas proibidas. 

O principal deles foi o Engeo Pleno S, produzido pela Syngenta na Bélgica — a empresa registrou mais de 2,2 milhões de litros do produto para ser enviado para o Brasil. Ele é o mais vendido pela Syngenta no país e costuma ser utilizado principalmente por produtores de soja. O Engeo contém uma mistura do neonicotinóide tiametoxam e do inseticida lambda-cialotrina, também altamente tóxico para as abelhas.

Às organizações, a Syngenta respondeu que “seus produtos são seguros e efetivos quando usados dentro das recomendações” e que “a empresa atua sempre de acordo com a legislação e regulamentação local”. A Syngenta ainda afirmou que “atesta a segurança e a eficácia do tiametoxam” e que, “sem pesticidas, as perdas [na produção agrícola] seriam catastróficas”.

Já a Bayer respondeu que “apesar de aceitar a decisão da União Europeia de cessar a aprovação aos neonicotinoides, a empresa destaca que agências reguladoras por todo o mundo confirmaram o uso seguro desses produtos após revisões cuidadosas.”. A empresa, contudo, confirmou que “a pulverização deve ser estritamente evitada em plantações que atraiam abelhas durante a floração para evitar exposição desses insetos”.

Além do Brasil, outros 59 países estão na lista de destinos dos produtos proibidos na União Europeia. Os principais são a Rússia, Ucrânia, Argentina, Irã, África do Sul, Indonésia, Gana, Mali e Cingapura. Já a lista dos maiores exportadores é encabeçada pela Bélgica, França e Alemanha, seguidos por Espanha, Grécia, Reino Unido, Dinamarca, Áustria e Hungria.

Morte de meio bilhão de abelhas no Brasil esteve relacionada à pesticida do grupo dos neonicotinóides

Os neonicotinóides são quimicamente semelhantes à nicotina e matam insetos atacando seu sistema nervoso central. Eles foram introduzidos na década de 1990 e são os inseticidas mais usados ​​no mundo. Altamente solúveis em água, eles podem ser facilmente transportados para lagos, rios e lençóis freáticos, além de se acumularem no solo. 


No Brasil, MPF tenta barrar pulverização com neonicotinóides

Os dados obtidos pela Unearthed Public Eye foram publicados no momento em que a Comissão Europeia avalia pôr fim à fabricação dos produtos para exportação, um passo adiante após a proibição do uso das substâncias na Europa. 

Em resposta às organizações que realizaram a investigação, a Hungria e o Reino Unido afirmaram que o sistema atual é baseado no consentimento prévio dos países importadores. Bélgica, Dinamarca e França afirmaram apoiar uma proibição local de exportação. Na França, a proibição de exportação de pesticidas proibidos na União Europeia já foi imposta e entrará em vigor em 2022. Esta medida “deve ser adotada e implementada” na região, diz o governo francês, porque “não é aceitável expor o meio ambiente e a saúde em outros países” a estas substâncias. A Espanha também sinalizou proposta nesta direção. Já a Alemanha diz estar “ansiosa” por propostas concretas da Comissão Europeia sobre o tema. 

A Comissão Europeia assumiu o compromisso de acabar com esta prática em outubro de 2020, após um primeiro levantamento da Unearthed Public Eye revelarem que fabricantes da UE despachavam milhares de toneladas de pesticidas proibidos para países pobres.

No Brasil, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou, em agosto deste ano, uma ação civil pública contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que o órgão ambiental proíba a pulverização aérea de agrotóxicos com as três substâncias neonicotinóides exportadas pela Europa (imidacloprido, clotianidina e tiametoxam), além do pirazol.

O Ibama já havia proibido a pulverização aérea dessas substâncias em 2012. O órgão, no entanto, liberou provisoriamente a aplicação dos pesticidas em lavouras de algodão, arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo até que fossem encerrados os processos de reavaliação dos efeitos sobre o meio ambiente — o que até hoje não ocorreu. 

O procurador da República Matheus Baraldi Magnani, autor da ação civil pública, considera o número de mortes de abelhas um caso “extremamente grave, subdimensionado e silencioso” e analisa que a omissão do Ibama consolidou, na prática, a autorização para o uso dos pesticidas. “Tal problema é diariamente agravado pela inconstitucional escolha do Poder Público em priorizar fortes setores econômicos em detrimento do meio ambiente”, argumentou Magnani no documento. “A pulverização aérea de neonicotinóides e pirazol é, numa analogia, uma assassina silenciosa para as abelhas, assim como o monóxido de carbono é para os humanos”, disse. 

Os pedidos do MPF restringem-se à aplicação dos produtos com uso de aviões. Caso a Justiça Federal acolha os requerimentos, ainda será permitida a pulverização terrestre.


Meio bilhão de abelhas mortas em três meses

Em 2019, um levantamento da Pública e Repórter Brasil mostrou que mais de 500 milhões de abelhas foram encontradas mortas em quatro estados brasileiros em apenas três meses, entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. Foram 400 milhões no Rio Grande do Sul, 7 milhões em São Paulo, 50 milhões em Santa Catarina e 45 milhões em Mato Grosso do Sul, segundo estimativas de Associações de apicultura, secretarias de Agricultura e pesquisas realizadas por universidades.

Em Cruz Alta, município de 60 mil habitantes no Rio Grande do Sul, mais de 20% de todas as colmeias foram perdidas apenas entre o Natal de 2018 e o começo de fevereiro de 2019. Cerca de 100 milhões de abelhas apareceram mortas, segundo a Apicultores de Cruz Alta (Apicruz).

O principal causador das mortes das abelhas é o contato com agrotóxicos à base de neonicotinóides e de pirazol, proibido na Europa há mais de uma década. Um estudo de 2018 da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) demonstrou que 67% das mortes em coletas de abelhas analisadas em São Paulo — estado que representa 10% da produção nacional de mel — ocorreram devido ao uso incorreto dos inseticidas. 

As abelhas são as principais polinizadores da maioria dos ecossistemas do planeta e promovem a reprodução de diversas espécies de plantas. No Brasil, das 141 espécies de plantas cultivadas para alimentação humana e produção animal, cerca de 60% dependem em certo grau da polinização deste inseto. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem das abelhas.

Sem abelhas, sem alimentos; insetos são responsáveis pela polinização e reprodução de diversas espécies de plantas

Cada espécie é mais propícia para polinização de determinadas culturas, explica Carmem Pires, pesquisadora da Embrapa e doutora em Ecologia de Insetos. O resultado é que, se as abelhas fossem extintas, deixaríamos de consumir frutas como a mangaba. Ou elas ficariam mais caras, já que o trabalho de polinização para produzi-la teria que ser feito manualmente pelo ser humano.

A estudiosa conta que até em lavouras que não são dependentes da ação direta dos polinizadores, a presença de abelhas aumenta a safra. “Na de soja, por exemplo, é identificado um aumento em 18% da produção. É importante destacar também o efeito em cadeia. As plantas precisam das abelhas para formar suas sementes e frutos, que são alimento de diversas aves, que por sua vez são a dieta alimentar de outros animais. A morte de abelhas afeta toda a cadeia alimentar.”

No Brasil, há mais de 300 espécies de abelhas nativas — entre elas Melipona scutellaris, Melipona quadrifasciata, Melipona fasciculata, Melipona rufiventris, Nannotrigona testaceicornis, Tetragonisca angustula. Em todo país, contando com as estrangeiras, há cerca de 1,6 mil espécies do inseto, segundo relatório do Ibama.

Fonte: Agência Pública


O UOL News repercute a reportagem publicada pelo UOL sobre fazendeiros que jogam agrotóxicos sobre a Amazônia e outros biomas para acelerar o desmatamento, segundo um levantamento inédito feito pela Repórter Brasil e Agência Pública.

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terça-feira, 12 de outubro de 2021

Bolsonaro é denunciado pela 7ª vez em Haia por destruir a Amazônia

 

Ecologistas, advogados e cientistas estrangeiros vão denunciar o presidente no Tribunal Penal Internacional nesta terça-feira (12/10)



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será denunciado nesta terça-feira (12/10) por crimes ambientais no Tribunal Penal Internacional (TPI), o órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa é a sétima denúncia contra Bolsonaro que se conhece no TPI.

“O presidente brasileiro Jair Bolsonaro está governando um sistemático e difundido ataque à Amazônia. Suas ações nos ameaçam a todos”, diz o texto do grupo All Rise, cujo lema é “O planeta contra Bolsonaro”.

De acordo com o colunista Jamil Chade, do UOL, a denúncia tem 300 páginas, das quais 200 são de argumentos legais e cem outras com dados científicos.

A ação da entidade dedicada a litígios ambientais é apoiada por sir Howard Morrison, juiz da Corte Penal Internacional entre 2011 e 2021, e Nema Milaninia, que trabalhou previamente como advogada de Defesa para o Ministério Público na Corte Penal Internacional.

O caso será apresentado nesta terça-feira à procuradoria da Corte, com sede em Haia. Na primeira etapa, a procuradoria vai avaliar se a denúncia é válida, antes de abrir um processo preliminar de investigação.

O caso é apresentado às vésperas da cúpula do Clima, em Glasgow, na Escócia. Na COP 26, que ocorre entre 31 de outubro e 12 de novembro, o Brasil deverá ser cobrado pela comunidade internacional para dar garantias de que adotará medidas para reduzir emissões e o desmatamento.

Bolsonaro durante abertura da 74º assembleia geral da Nações Unidas, em 2019


Outras denúncias

É a sétima denúncia que o presidente Bolsonaro enfrenta no Tribunal de Haia. Três dizem respeito ao combate à pandemia e a quarta aborda direitos das populações indígenas. Só no ano de 2020, o chefe do Executivo brasileiro foi denunciado três vezes por genocídio em razão da gestão diante da pandemia do coronavírus.

Em janeiro deste ano, o presidente brasileiro foi denunciado por crimes ambientais pelos caciques Raoni Metuktire e Almir Suruí.

A denúncia citava recordes de desmatamento desde o início do governo Bolsonaro, recorde também de assassinatos de lideranças indígenas em 2019 e descreve o desmantelamento de agências responsáveis pela proteção ambiental.

Fonte: Metrópoles


UOL

Bolsonaro é denunciado Haia por desmatamento na Amazônia; 'fez prova contra si mesmo', diz Josias

Ambientalistas, ex-juízes e cientistas devem apresentar hoje um denúncia contra o presidente no Tribunal Penal de Haia por crimes contra a humanidade e a destruição da Amazônia. No UOL News, o colunista Josias de Souza fala sobre a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro, que, para ele, já "começa errada" e vê que há elementos contra o presidente: "Fez prova contra si mesmo"

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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Vídeo: vento destrói estrutura onde Bolsonaro falaria em Maringá


O local havia sido montado para receber a cerimônia de entrega das Obras de Modernização do Aeroporto de Maringá



 

Em decorrência de uma frente fria que avança do Rio Grande do Sul em direção ao Paraná, a estrutura que havia sido montada no aeroporto de Maringá, para receber a cerimônia de entrega das Obras de Modernização do Aeroporto de Maringá e de Inauguração da Hidrelétrica de Bela Vista, foi totalmente danificada por uma ventania.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) partirá para o município, na tarde desta sexta-feira (1º/10).

Veja o vídeo do momento em que a estrutura é totalmente levantada pelo vento:


O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo federal na Câmara dos Deputados, acompanhará o presidente na agenda, já que é natural de Maringá. Nas redes sociais, ele disse, ao lado do chefe do Executivo, que mesmo após o imprevisto, o evento estaria mantido.

“Amigos de Maringá, estamos aqui com o presidente, daqui a pouco estaremos aí na cidade para a inauguração do aeroporto, que é um investimento na ordem dos R$ 100 milhões e agradecer o presidente que publicou o aviso de edital do Contorno sul-metropolitano que é uma obra tão esperada por Maringá e região. Vamos decolar daqui a pouco, o evento vai ser transferido para o Pavilhão Azul do Parque de Exposições, então todo mundo se movimenta pra lá”, disse Barros.

Bolsonaro afirma que Maringá é o estado que ele mais visita e que tem “um carinho todo especial” pelo moradores de lá. “Se Deus quiser, estaremos pousando às 14h30 no aeroporto de Maringá, onde iniciaremos uma série de eventos, levando entregas e anunciando novas obras”, informou o presidente.

O acontecimento ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Veja alguns posts:


 

 

 

 

 

 


Fonte: Metrópoles


Viveiros populares reforçam diversificação da produção e organização da juventude Sem Terra


 Direto dos Biomas do Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica confira três experiências da Rede de Viveiros Populares da Reforma Agrária, que integram o Plano Nacional "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis"


Aliado à produção de alimentos saudáveis, plantio de árvores se tornou importante símbolo político na luta do MST. Foto: MST MG

Ainda entre as atividades da semana da árvore, realizada pelo MST entre os dias 20 a 25 de setembro em todo país, com ações de recuperação da biodiversidade, direto dos Biomas do Cerrado, da Caatinga e na transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica apresentamos três experiências de viveiros de mudas, desenvolvidas em territórios de Reforma Agrária nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, que se somam à construção de Rede de Viveiros Populares da Reforma Agrária, vinculados ao Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis“.

De modo geral, nas regiões e estados as atividades do plantio de árvores do MST seguem durante todo o ano, no enraizamento e na massificação de ações voltadas à organização de viveiros, casas de sementes, coleta e plantio de sementes, produção e doação de mudas, com plantios de árvores para recuperação de áreas degradadas, em nascentes de águas, Sistemas Agroflorestais, entre outras formas e sistema produtivos em equilíbrio com a biodiversidade.

Como aponta Bárbara Loureiro, da coordenação nacional do MST e da coordenação do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, o plantio de árvores pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra tem se tornado um importante símbolo político na luta do Movimento, que aliado á produção de alimentos saudáveis é parte do cotidiano das famílias nos territórios de assentamentos e acampamentos, escolas, centros de formação, entre outros.


Viveiro contribui na transição agroecológica e diversificação dos cultivos

A partir de 2018 as famílias do MST criaram o Viveiro Popular Terra de Quilombo, em Campo do Meio. Fotos: MST MG


Em Minas Gerais no município de Campo do Meio localiza-se o acampamento Quilombo Campo Grande, antiga fazenda que antes possuía apenas uma usina de cana-de-açúcar, que faliu e deixou os/as trabalhadores/as e a terra abandonados no final da década de 1990, que hoje respira vida e resistência das famílias do MST, com a produção de alimentos e recuperação ambiental, que abriga 465 famílias acampadas e 105 famílias assentadas na comunidade Quilombo Campo Grande. As famílias Sem Terra resistem no local há 22 anos, enfrentando vários despejos, o último foi no ano passado durante a pandemia, e destruiu a Escola do Campo da comunidade, várias moradias e plantações.

No território de 4 mil hectares, vivem mais de 2 mil pessoas, que produzem mais de 2 milhões de pé de café, e trabalham com mais de mil hectares de lavoura, produzindo cultivos diversos, que somam mais de 130 variedades de alimentos, entre grãos, cereais, frutas e verduras, conta Tuira Tule, assentada no Quilombo Campo Grande, que integra o Coletivo de Mulheres Raízes da Terra e a Cooperativa Camponesa.

No espaço da cooperativa, a partir de 2018 foi criado o Viveiro Popular Terra de Quilombo, que segundo a assentada, faz parte da estratégia de desenvolvimento das famílias do MST na região e tem contribuído na organização da produção das famílias Sem Terra para transição agroecológica e diversificação dos cultivos, com por exemplo, a produção agroflorestal, juntamente com o café e outras culturas.

“Então, o viveiro é parte importante dessa composição da diversificação da produção, do cuidado com a terra, com o meio ambiente, com a natureza, mas também pra nós que produzimos o alimento saudável e pra quem consome. Com a experiência do viveiro nosso objetivo maior é a questão da diversificação da produção e cuidado dos nossos territórios, das nossas nascentes”, explica Tuira.

Além de recuperação da biodiversidade, Tuira explica que viveiro auxilia na subsistência e geração de renda das famílias Sem Terra. Fotos: MST MG

A assentada explica que boa parte da produção das mudas nativas do viveiro é destinada para a doação às próprias famílias do assentamento e acampamento e as entidades vizinhas. E outra parte, como as mudas de café, algumas de madeira e frutíferas são comercializadas, colaborando com a geração de renda das famílias Sem Terra.

Porém, por ser um espaço de produção coletivo, a área do viveiro também tem colaborado na produção do conhecimento, como conta Tuira. “O nosso Viveiro Popular Terra de Quilombo, a gente acredita que é essa força viva, esse polo aglutinador, que ajuda a gente na questão da formação, do conhecimento, das trocas das mudas, sementes, de ser um local de referência.”

No tempo de funcionamento a assentada pontua que o viveiro também tem sido fundamental para diversificar as mudas nativas e frutíferas, que já chegam a mais de 150 mil árvores no território. Além do envolvimento da Juventude Sem Terra. “No três anos iniciais a gente tinha um envolvimento direto na produção das mudas com cinco jovens. Hoje a gente consegue envolver os jovens em outras atividades: no plantio da árvores, na produção de alimentos. E também nas ações de colheitas de sementes florestais”, afirma Tuira.

Localizado em um território de transição do Bioma, entre o Cerrado e a Mata Atlântica, o viveiro produz mudas das seguintes espécies: Eucalipto, Pupunha, Ameixa, Açaí, Sanção do campo, Campi xingui, Tamboril, Paineira, Ingá, Cedro australiano, Pinha, Acácia major, Palmeira leque, Abacate, Fruta do Conde, Jabuticaba, Pitaya, Araçá, Mogno Africano, Pau Brasil, Palmeira de jardim, Figo e Teca.


Juventude Sem Terra assume organização de viveiro no Rio Grande do Norte

Juventude Sem Terra na organização de viveiro de mudas no assentamento Oziel Alves, em Mossoró, RN. Fotos: setor de comunicação do MST RN

A partir do Plano Nacional do MST “Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis”, desde o final do ano passo o coletivo de juventude do MST no Rio Grande do Norte definiu como atividade central o plantio de árvores e a organização de viveiros para a produção de mudas. Um viveiro foi implantado no assentamento Oziel Alves, no município de Mossoró, Oeste do Estado, explica Aguailton Fernandes, do coletivo estadual de juventude do MST no estado.

“Estamos nos desafiando desde o finalzinho de 2020 a contribuir com a tarefa de produção de mudas, que faz parte da nossa campanha nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”. Primeiro dizer a importância da nossa contribuição com o nosso plano, que vai além da produção das mudas, mas também é uma contribuição pro meio ambiente, que estamos nos propondo com essa iniciativa de produção de mudas”, relata.

Após algumas reuniões entre o coletivo de jovens do MST no estado e definições de linhas de ações, a juventude está organizando viveiros com a produção de mudas nativas e frutíferas, que tem contribuído para a organização da própria juventude Sem Terra, como relata Aguailton.

“Adotamos formas organizativas a partir de cada região. Aqui da região Oeste a gente fez uma primeira parte de formação com os jovens e nos dividimos pra ficar no acompanhamento, a manutenção de todo processo, de irrigação, de limpeza, os mutirões. Desde a construção, até o produto final, que a gente já está hoje, doando mudas. Além da doação de mudas também precisamos em uma pequena parte, comercializar pra poder dar condições de manter o viveiro. Então, a gente está muito animado pra contribuir com a nossa meta de 100 milhões de árvores”, conclui ele.

Viveiro popular da Reforma Agrária produz mudas nativas e frutíferas no RN. Foto: setor de comunicação do MST RN

Viveiro tem papel central na organização da juventude e recuperação de biomas

No Mato Grosso do Sul, o viveiro do Centro de Formação e Pesquisa Geraldo Garcia (CEPEGE), localizado no assentamento Ernesto Che Guevara, em Sidrolândia teve início em junho do ano passado com massiva participação da juventude Sem Terra.

“Iniciamos a construção do viveiro no Centro de Formação com a proposta de ser um espaço de trabalho e de formação, realizando um trabalho de base com as juventudes do campo e da cidade que contribuem no viveiro. Entendemos que a partir da construção do viveiro conseguimos ampliar não só a materialidade do Plano Nacional “Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis”, mas também a organicidade da juventude nas áreas, assumindo a tarefa do plantio, da produção de alimentos saudáveis, da solidariedade e da importância da formação”, relata Thainá Regina Caetano, assentada no Ernesto Che Guevara e integrante do setor de comunicação do MST no estado.

Viveiro do CEPEGE, no assentamento Ernesto Che Guevara, em Sidrolândia conta com participação da juventude Sem Terra. Fotos: MST MS

Segundo a assentada, o local no CEPEGE já contava com um espaço de produção agroecológica com produção de alimentos saudáveis, e passou também a produzir grande parte das mudas, do Plano Nacional de plantio de árvores do MST no estado, que são distribuídas às áreas de assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária no Mato Grosso do Sul, além de aldeias indígenas e ações de plantio nas cidades. Contribuindo assim, com a denúncia da destruição do agronegócio na região, e a consequente, recuperação da natureza e do bioma.

“Na [região] Centro-oeste, o coração do agronegócio, se torna ainda mais necessário ações de cuidado do meio ambiente, e o viveiro foi pensando nesse sentido, de produzir árvores do bioma Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, predominantes em nossas regiões, realizando a preservação e o cuidado com os bens comuns“, explica Thainá.

Considerando a importância do plantio de árvores para a produção de alimentos saudáveis e a viabilidade dos sistemas agroecológicos, a assentada e comunicadora conta que os jovens Sem Terra do MST assumiram como tarefa central o desenvolvimento do viveiro no CEPEGE.

Nesse sentido, o trabalho da juventude no viveiro funciona da seguinte forma: “nos dividimos em brigadas dos assentamentos e de parceiros organizados na cidade, contribuindo não só na construção do viveiro, mas também na produção agroecológica do Centro e na doação dos alimentos realizada pelo CEPEGE. Estamos produzindo no viveiro há cerca de um ano, organizando as brigadas, compostas por 3 a 7 jovens, articulados para irem uma vez a cada mês para realizar o manejo e o plantio de novas mudas, e também se organizando em suas localidades para a coleta das sementes nas áreas”, detalha ela.

Até o momento o viveiro já conta com o plantio de sementes de árvores nativas como Aroeira, Ipê, Moringa, Cedro rosa, e mudas de frutíferas como Graviola, Abacate, Barú, Jatobá, entre outras dezenas de espécies.

Essa é mais uma reportagem de uma série que mostra experiências sobre a Rede de Viveiros Populares da Reforma Agrária, desenvolvidas pelas famílias do MST nas cinco regiões do país. Acompanhe!

*Editado por Fernanda Alcântara

Por Solange Engelmann

Da Página do MST


Pesquisa Fapesp

Modos de restaurar as florestas - 20 de jan. de 2016

Com o início do Programa de Regularização Ambiental, os proprietários rurais serão obrigados a restaurar áreas desmatadas ilegalmente no passado. O professor da Esalq-USP Ricardo Rodrigues e o diretor do Instituto de Botânica de São Paulo Luiz Mauro Barbosa apresentam uma nova metodologia de recobrimento de floresta, mais eficiente e com menor custos.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Tempestade de areia pode acontecer mais vezes, afirma meteorologista


À CNN, Dóris Palma explicou que o fenômeno é comum em regiões áridas e semiáridas espalhadas pelo mundo


CNN Brasil
 

CNN Brasil : Assista ao VÍDEO


Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (27), a meteorologista do Climatempo Dóris Palma afirmou que tempestades de areia, como a que se viu neste domingo (26) em cidades da região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, podem acontecer mais vezes.

De acordo com ela, o fenômeno é comum em regiões áridas e semiáridas espalhadas pelo mundo, apesar de no Brasil não acontecer com frequência. “É algo que pode acontecer mais vezes e que não está relacionado às mudanças climáticas”, diz.

Dóris Palma explicou ainda como a combinação de fatores resultou na densa nuvem de poeira que assustou moradores.

“Estávamos passando mais de cem dias consecutivos sem chuva significativa, aquela que consegue acumular mais de 10 milímetros em 24 horas, na região de Ribeirão Preto. Por conta disso, o solo na região ficou muito seco, e o retorno da chuva no último final de semana resultou num grande choque de massas de ar quente e seco. Isso intensificou bastante as rajadas de vento pela região, que chegaram a quase 100 km/h por hora e levantaram poeira”, comenta.

A areia seguiu no sentido do norte do estado de São Paulo, atingindo as cidades de Ribeirão Preto, Guaíra, Franca, Orlândia, Jardinópolis e Viradouro.

“Depois choveu bastante e os acumulados finalmente superaram os 50 milímetros em 24 horas em Ribeirão Preto.”

Fonte: CNN Brasil


CNN Brasil

Tempestade de areia atinge cidades do interior de São Paulo | NOVO DIA

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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Europa: banho de sangue mata 1.400 golfinhos em único dia


Na manhã de 12 de setembro de 2021, os fiordes das Ilhas Faroé, um território dinamarquês no Atlântico Norte, amanheceram com mais de 1400 golfinhos mortos na costa. A caça desses animais, que é tradicional na ilha e recebe o nome de Grindadráp, causou revolta na população e em grupos de defesa dos animais na Europa.
– Sob muitos protestos, está aberta a temporada de caça às baleias na Islândia


© Yuri Ferreira Grindadráp

Matança de baleias em 1947 nas Ilhas Faroé; anualmente, é comum que o mar fique vermelho por conta da matança de cetáceos no território dinamarquês


‘Grande erro’

A caça de baleias nas Ilhas Faroé é uma prática tradicional. O arquipélago é o único local em toda a Europa onde a prática é permitida sob a justificativa de ser uma tradição dos povos autóctones daquela região.

– Japão inicia caça que pretende capturar ou matar quase 2 mil golfinhos

Basicamente, os pescadores arrebanham grupos sociais de baleias e golfinhos para dentro dos fiordes (estreitos de água) e assassinam os cetáceos. Todos os anos, a caça mata mais ou menos 800 golfinhos e é considerada útil para a subsistência alimentar do local.

Entretanto, nesse ano, em apenas um dia, os pescadores foram capazes de assassinar mais golfinhos do que o necessário.

Confira imagens:

 

 

 Até o próprio presidente da associação de baleeiros das Ilhas Faroé reconheceu que a caça foi um ‘um grande erro’.

“Foi um grande erro. Quando o grupo foi encontrado, eles estimaram que eram cerca de 200 golfinhos”, disse à BBC. Entretanto, ele afirma que a caçada não quebrou as leis do país, que regulamentam o Grindadráp.

– Botos-cor-de-rosa da Amazônia voltam à lista de animais em extinção após 10 anos 

Uma das questões que envolveram o fato foi o de que os animais mortos não eram as baleias-piloto, presas usuais da prática. Todos os cetáceos mortos eram golfinhos-de-laterais-brancas-do-atlântico. Usualmente, menos de 100 animais desse tipo são vitimados na Grindaráp.

© Yuri Ferreira Grindadráp

Manifestantes da PETA protestam pelo fim da caça das baleias nas Ilhas Faroé

Pesquisas de opinião pública mostram que a própria população é contra a morte dos golfinhos, mas não vê problema na caça às baleias no geral. Os baleeiros justificam que a prática não é cruel porque as baleias morrem em questão de segundos. Mas grupos defensores dos animais dentro das Ilhas Faroé discordam.

“As caçadas de Grindadrap podem se transformar em massacres prolongados e frequentemente desorganizados. As baleias-piloto e golfinhos podem ser mortos por longos períodos na frente de seus parentes enquanto estão encalhadas na areia, nas rochas ou apenas lutando em águas rasas”, afirmou um representante do grupo Sea Shepherd à BBC.

Fonte: hypeness


Nova News

A prática da caça de golfinhos nas Ilhas Faroé (território autônomo da Dinamarca) está em xeque depois da morte de mais de 1.400 dos mamíferos, um patamar de captura recorde.

O grupo de golfinhos-de-faces-brancas foi conduzido para o maior fiorde do território do Atlântico Norte no domingo (12/09).

Os barcos os levaram a águas rasas na praia Skalabotnur em Eysturoy, onde foram mortos a facas. E as carcaças foram transportadas para a terra e distribuídas aos moradores para consumo.

A pratica gerou revolta após matança de 1.400 golfinhos em um dia na Europa.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Cacique Raoni recebe prêmio em congresso mundial de conservação, em Marselha, na França


Honraria é concedida a cada quatro anos em reconhecimento por serviços à natureza; presidente francês saudou brasileiro


Cacique Raoni: 90 anos de vida e uma vida em defesa da natureza - Ricardo Stuckert

Ropni Metyktire, mais conhecido como Cacique Raoni, liderança mundialmente conhecida do povo indígena Kayapó, recebeu o título de Membro Honorário da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O anúncio foi feito na última quarta-feira (8) durante a programação do Congresso Mundial da União, que acontece em Marselha, na França, até 11 de setembro, quando se celebra, no Brasil, o Dia Nacional do Cerrado. 

Na cerimônia de abertura do evento internacional, o presidente francês Emmanuel Macron saudou o premiado ao lado do ator Harrisson Ford e do fotógrafo Sebastião Salgado.


Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN

Cacique Raoni: Membro Honorário da IUCN

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A honra é concedida a cada quatro anos como reconhecimento pelo excepcional serviço para a conservação da natureza e dos recursos naturais. Cacique Raoni foi homenageado ao lado de outras três personalidades: o ornitólogo de Fiji Richard John Watling, o ambientalista libanês Assad Serhal, e a cientista britânica Jane Goodall, cuja contribuição revolucionou a compreensão sobre a relação entre primatas e humanos.

A indicação de Cacique Raoni ao prêmio foi feita pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), com intenção de ampliar o conhecimento sobre a grande contribuição da liderança para o equilíbrio climático global. 

:: Raoni é indicado para membro de maior entidade de conservação ambiental do mundo :: 

“Indicamos Raoni como representante da importância dos Povos Indígenas e das Comunidades Tradicionais para a conservação da natureza”, comenta Fabio Vaz, coordenador-geral do ISPN. Vaz destaca que essa importância foi reiterada recentemente em um estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“Achamos que a contribuição histórica do Cacique Raoni nas lutas pela conservação da natureza e na defesa dos direitos indígenas foi, e continua sendo, fundamental para o campo socioambientalista”, parabeniza o coordenador. 

Como forma de agradecimento, a liderança Kayapó, que habita uma região de transição entre Amazônia e Cerrado, no estado do Mato Grosso, enviou sua mensagem pedindo o fim da guerra contra indígenas e o fim do desmatamento. 

"Não quero que a guerra volte entre nós. Eu só quero que convivamos em paz", diz Raoni na gravação. Ela lembra que seus antepassados chegaram primeiro na região das Américas e que os colonizadores europeus retiraram todas as riquezas dos povo originários.

"Eu não gosto de coisa ruim de verdade. O que é ruim? Ameaça. Vocês, brancos, se matam. Desmatam a floresta, que é algo ruim. Isso é ruim para nós indígenas. Para vocês, brancos, isso é bom", prossegue o cacique. 

Ele conclui pedindo um basta na destruição da floresta e dos recursos naturais. "Por isso que eu digo: 'me ouçam!'. Parem com isso, para que possamos conviver em paz. Esse é o meu trabalho. Muito obrigado".

::Atacado pelo presidente na ONU, cacique Raoni defende: "Bolsonaro tem que sair"::


Quem é Raoni?

Aos 91 anos, Cacique Raoni coleciona uma trajetória de resistência em busca da paz. Nacionalmente, teve destaque na década de 1970, quando liderou protestos contra a construção da BR-080 (hoje MT-322) em defesa da demarcação da TI Capoto Jarina. Em 1987 e 1988, teve protagonismo, ao lado de outras lideranças indígenas, na garantia dos direitos dos povos indígenas na Constituição Federal.

Politicamente, ao longo dos anos, reuniu-se com líderes políticos para visibilizar a causa indígena. Lutou contra a Usina de Belo Monte e, em 2020, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz (saiba mais). Neste ano de 2021, contraiu covid-19, chegou a ser internado, mas se recuperou e segue uma inspiração para todas as pessoas que lutam pela conservação ambiental em todo o mundo.

Edição: Vinícius Segalla

Fonte: Brasil de Fato


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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

“O AGRONEGÓCIO E A DÍVIDA PÚBLICA”, POR MARIA LUCIA FATTORELLI


Muita propaganda é feita sobre o volume de recursos movimentados pelo grande agronegócio voltado à exportação de commodities (mercadorias cotadas na Bolsa de Valores de Chicago), porém, poucos prestam atenção no caminho desse dinheiro e seu reflexo perverso às contas públicas.



Preliminarmente, é preciso lembrar que enquanto se comemora recordes de safras e de exportação de commodities[1], mais da metade da população brasileira se encontra em situação de insegurança alimentar[ii]. Esse paradoxo mostra claramente que o grande agronegócio de exportação não tem relação com a alimentação do povo brasileiro: é um grande negócio! O que de fato alimenta a população é a pequena agricultura familiar, que tem recebido pouca ou nenhuma atenção dos sucessivos governos, enquanto o grande agronegócio recebe quase toda a verba pública destinada à Agricultura, além de subsídios tributários e creditícios, com acesso a empréstimos subsidiados, investimentos em infraestrutura etc.


O Agronegócio não contribui para o financiamento do Estado

A análise dos orçamentos públicos de todas as esferas – federal, estadual e municipal – mostra que a participação do agronegócio no financiamento do Estado é negativa, devido às inúmeras isenções e subsídios, incentivos fiscais etc. de tal maneira que os tributos arrecadados do setor são próximos de zero[iii].

Além de pouco contribuir para o financiamento do Estado, o rombo provocado pelo agronegócio às contas públicas e a toda a sociedade é imenso. O custo decorrente do dano ambiental brutal que tem sido causado pelo desmatamento desenfreado para a contínua expansão do agronegócio, desrespeitando territórios de povos originários e reservas ecológicas; o uso abusivo de água; as graves consequências da contaminação pelo uso excessivo de agrotóxicos, e a exploração da classe trabalhadora, inclusive com inúmeras denúncias de trabalho escravo, estão entre os diversos fatores a serem quantificados para se calcular a dívida ecológica gerada pelo agronegócio no Brasil.

Ora, se o imenso volume de dinheiro movimentado pelo setor não é refletido nos orçamentos públicos, quem está se beneficiando do agronegócio de exportação? Os grandes latifundiários do agronegócio e as grandes empresas nacionais e internacionais (trading companies), que comercializam e financiam tanto o agronegócio como a bancada de políticos que garantem os privilégios do setor na legislação do país, por exemplo: BRFoods, Monsanto, Seara, Bunge, Raizen, Tereos, Phillip Morris, Souza Cruz, Amaggi, Basf, Bayer, Yara, Suzano, Klabin, Rabobank, Santander[iv]. Assim, esses grandes grupos econômicos é que se beneficiam dos vultosos lucros do grande agronegócio.


Divisas do Agronegócio e Dívida Externa ilegítima

Alguns podem estar questionando: mas o agronegócio de exportação traz divisas para o país! Sem dúvida, porém, é preciso analisar os dados e o caminho do dinheiro para verificar se esse ingresso de divisas de fato beneficia o país, e quem está ganhando com isso.

A moeda estrangeira advinda das exportações de commodities ingressa no país por meio do Banco Central (a partir de 1964, quando foi criado) e é trocada por moeda nacional, que é entregue ao latifundiário do agronegócio. Assim, o latifundiário recebe todo o dinheiro das exportações, enquanto a moeda estrangeira fica em poder do Banco Central, que a tem utilizado principalmente para pagar dívida externa ilegítima, como evidenciado no gráfico seguinte, além de pagamento de importações (muitas delas destinadas ao próprio agronegócio) e remessas de lucros ao exterior.

No período de 1970 a 1989, quando se verificou aumento exponencial da dívida externa ilegítima e, consequentemente, elevação do volume de pagamento de juros ao exterior, o crescimento das exportações (que compreendiam principalmente as commodities) serviu para que o país obtivesse os dólares necessários a esse pagamento, conforme mostra a relação direta, em correlação que atinge 85% na comparação entre as exportações e as remessas de juros ao exterior:


Fonte: https://www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/Tabelas_especiais/BalPagAbpm5.xls – Aba “Balanço 1”, Linhas 7 (“Exportação de bens”) e 113 (“Juros Pagos”).

Nessas duas décadas (1970-1989), a maior parte do período sob ditadura civil-militar que contou com grande apoio da elite do agronegócio[v], o país foi duplamente pilhado: (1) a dívida externa possuía inúmeras inconsistências e indícios de ilegalidades, ilegitimidades e até fraudes; e (2) o ingresso de divisas advindas das exportações se consumiam nos pagamentos dessa dívida ilegítima.

As inúmeras inconsistências e indícios de ilegalidades, ilegitimidades e até fraudes da dívida externa no período (1970-1989) estão documentadas em investigações feitas pelo Congresso Nacional na década de 80 e pela CPI da Dívida realizada na Câmara dos Deputados em 2009/2010[vi]. Dentre as inconsistências sobressai a falta de comprovação documental da maior parte de seu estoque, que explodiu no período. Na década de 80, o Brasil se tornou exportador de capitais ao exterior, em grandes volumes durante toda a década, sem que recebesse um centavo em dinheiro novo, e, apesar disso, a dívida externa seguiu crescendo. Além da alta unilateral das taxas de juros internacionais pelos próprios bancos credores que controlavam o FED[vii] e a associação de bancos de Londres, outra causa relevante da explosão do estoque da dívida de forma ilegítima decorre do fato de o Banco Central ter assumido o papel de devedor das dívidas externas tanto do setor privado (aí incluídos bancos e empresas transnacionais) como do setor público junto a bancos privados internacionais. Essa parte da dívida externa assumida pelo Banco Central correspondia à maior parte da dívida externa brasileira e era identificada nas estatísticas como “Empréstimos em Moeda”, para não mostrar que os bancos internacionais eram, disparadamente, os mais relevantes credores internacionais do país, como mostra o gráfico seguinte:


É fundamental compreender o processo histórico ilegítimo da dívida externa, porque toda aquela dívida externa obscura da ditadura (sem comprovação da maior parte de seu estoque, como mostrou a CPI) foi transferida, juntamente com dívidas do setor privado, para a responsabilidade do Banco Central na década de 80, e, na década de 90, apesar de graves suspeitas de prescrição dessa dívida externa junto a bancos privados internacionais, ela foi transformada em novos títulos, no questionável Plano Brady. E a partir daí, além da aceitação desses títulos Brady como moeda na insana privatização de empresas estatais, houve sucessivas transformações em dívida interna, de tal forma que essa dívida ilegítima vem impactando as contas públicas até hoje, e durante todos esses anos, a sangria de recursos para pagamento de juros tem sido imensa.

Por sua vez, os recursos advindos das exportações se consumiam principalmente em pagamentos de juros dessa dívida externa ilegítima, que seguia crescendo sem contrapartida ao país, ao mesmo tempo em que os grandes latifundiários privados se beneficiam das receitas de exportação de commodities e seus lucros, pois recebiam integralmente a receita de exportação convertida em moeda nacional. Cabe lembrar que a partir de 1964, junto com a criação do Banco Central foram criadas as ORTN, títulos públicos que passaram a garantir a atualização monetária automática do capital, às custas do orçamento público e de geração de dívida pública interna.


Agronegócio e Dívida Interna ilegítima

Na década de 90, logo após o questionável Plano Brady que trocou a dívida representada por aqueles questionáveis contratos do Banco Central por novos títulos da dívida externa e, em seguida, em dívida interna, novos mecanismos financeiros entraram em funcionamento[viii], provocando a explosão da dívida interna – mais uma vez – sem contrapartida ao país, como já declarado inclusive pelo Tribunal de Contas da União[ix].

Muitos desses mecanismos que provocaram a elevação da dívida interna têm relação com o agronegócio. Por exemplo: quando o Banco Central troca a moeda internacional por moeda nacional, essa moeda nacional é aplicada pelos latifundiários em instituições financeiras e, imediatamente, entra em ação o mecanismo de “enxugamento de liquidez” operado pelo Banco Central. Inicialmente, até a edição da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), o Banco Central utilizava títulos próprios. Em seguida, o Banco Central passou a usar as “Operações Compromissadas” que utilizam títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional[x]. Recentemente foi aprovada a figura dos “Depósitos Voluntários Remunerados”[xi] (Lei 14.185/2021). Todos esses mecanismos têm funcionamento semelhante: o Banco Central troca o dinheiro (da sociedade) depositado nos bancos por títulos públicos que rendem juros aos bancos. Os danos desse mecanismo são imensos, pois ele provoca escassez de moeda e incentiva os bancos a cobrarem elevadíssimas taxas de juros de mercado, além de provocar rombo aos cofres públicos e aumento da dívida pública.

A desculpa usada pelo BC para esse nocivo “enxugamento” de moeda é falsa, como se o “excesso de moeda em circulação” provocasse inflação, sendo que no Brasil a inflação tem outras razões completamente distintas do alegado: decorre do aumento abusivo dos preços administrados (combustíveis, energia, transportes etc.) e da alta dos preços de alimentos, devido à política agrícola e agrária que favorece o agronegócio de exportação, descuida de estoques reguladores de alimentos e não estabelece uma política séria de segurança alimentar.

A tabela seguinte mostra o expressivo aumento percentual de preços de alguns dos itens que mais impactaram no índice geral de inflação IPCA calculado pelo IBGE para os últimos 12 meses, até julho/2021:


As commodities que mais impactaram no índice de inflação – carnes, óleo diesel, gasolina, arroz, etanol e óleo de soja – coincidem com os campeões de exportação, como revela recente notícia Brasil registra recorde de exportações para o mês de julho[xii], que menciona “Ainda segundo o subsecretário, é possível observar aquecimento de quase todos os setores, especialmente nos combustíveis, carnes, soja e celulose.”

Isso ocorre porque o grande latifundiário exportador, apesar das inúmeras vantagens e privilégios que recebe no país, age como o negociante que é e prefere lucrar com as vendas ao exterior, com o dólar em alta, do que garantir alimento para o povo brasileiro. Não se importa nem com a pandemia e aplica aqui o preço que ganharia lá fora.

Dessa forma, a inflação de preço de alimentos, que afeta drasticamente a vida do povo brasileiro, tem sido também um dos principais fatores para o cálculo da inflação geral, com reflexos nocivos sobre a política monetária e a dívida pública, tendo em vista que o Banco Central usa a desculpa da inflação alta para aumentar a taxa básica de juros Selic[xiii] e isso aumenta a dívida pública, além de travar toda a economia do país[xiv].

Na verdade, a inflação de alimentos decorre do modelo primário-exportador, e não de um suposto “excesso de moeda” ou “demanda aquecida”, como alega o Banco Central para justificar o lesivo aumento de juros. Por sua vez, os juros altos amarram toda a economia e dificultam cada vez mais a sobrevivência das pequenas e médias empresas, assim como das indústrias, empurrando o país para a reprimarização dos tempos coloniais, como evidenciam os dados do IBGE retratados em gráfico divulgado pelo Poder360[xv]


Benefício em cima de benefício para o Agronegócio: você paga a conta

Quando a cotação do dólar está muito baixa, o volume de moeda nacional obtido na conversão também fica reduzido e, ainda que podendo aplicar em títulos da dívida interna e ganhar seus elevados juros, os ganhos não seriam tão vantajosos para o exportador como aguardar a valorização do Real.

Desde 2004 o dólar vinha caindo, razão pela qual em 2006 foi editada a Lei 11.371/2006, que permitiu ao Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecer o percentual das receitas de exportação que poderia permanecer no exterior. Inicialmente, foi estabelecido que o patamar de até 30% das receitas de exportação poderia ficar lá fora, ficando o exportador obrigado a internalizar 70%[xvi].

Em 2008, a cotação do dólar ainda estava bem baixa: R$1,7 por 1 dólar. Nessa circunstância, o CMN[xvii] expediu norma que passou a permitir ao exportador deixar até 100% de suas receitas de exportação no exterior, pelo tempo que desejar, o que fez com que o dólar parasse de entrar no país, pois todo mundo já sabia que a valorização do real viria em breve[xviii].

Assim, o agronegócio se aproveita da situação cambial favorável a ele para aumentar ainda mais os seus lucros, ingressando grandes volumes de dólares quando lhe é conveniente, e, devido à política monetária suicida praticada pelo Banco Central, isso faz aumentar o estoque da dívida pública e o gasto público[xix] com o pagamento dos elevados juros incidentes sobre essa dívida que não tem contrapartida alguma.

Você vai pagar essa conta, porque a dívida pública elevada tem servido para justificar privatizações insanas de patrimônio público, contrarreformas (como as diversas reformas da Previdência e a Administrativa), além de medidas de ajuste fiscal que prejudicam a coletividade (EC 95, EC 109, entre outras).


Agronegócio e mais Dívida Interna ilegítima: o escandaloso SWAP

O grande agronegócio de exportação tem relação também com os questionáveis contratos de swap, que em diversos anos provocaram vultosos prejuízos ao Banco Central e que, de acordo com o Art. 7º da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, são transferidos ao Tesouro Nacional e cobertos por mais emissão de títulos da dívida pública. Essas operações de swap já foram objeto de questionamento inclusive pelo Tribunal de Contas da União em importante Representação[xx], cujo trecho a seguir menciona explicitamente o reflexo da alta dos preços das commodities e seu reflexo sobre os preços internos:

Entretanto, a política monetária, utilizada para garantir a estabilidade da moeda, acaba sendo indiretamente influenciada pelos efeitos da política cambial.
4.11. Quando a cotação da moeda estrangeira sobe, diversos efeitos econômicos são sentidos. A balança comercial tende a ficar superavitária, ou menos deficitária, os produtos importados, por encarecerem, acabam abrindo espaço para o aumento dos produtos nacionais concorrentes ou encarecerem o custo de produção de produtos nacionais que os utilizem, os preços de commodities, negociados no exterior, por valorizarem-se, acabam elevando os preços no mercado interno, e diversos outros efeitos que já são suficientes para demonstrar o impacto inflacionário de uma desvalorização cambial.

A política monetária suicida do BC (que inclui aumento dos juros, remuneração da sobra de caixa dos bancos e questionáveis contratos de swap) entra em cena e impacta no aumento da dívida pública e do gasto público não só quando os latifundiários ingressam seus dólares no país, mas também quando aumentam os preços dos seus produtos, impactando na inflação calculada no país, que é usada também para justificar elevação das taxas de juros, como estamos assistindo em 2021, quando o BC já subiu os juros 4 vezes, como antes comentado, e anuncia novas altas.

Com o dólar alto, latifundiários preferem vender seus produtos no exterior e elevam o preço praticado internamente de forma desvinculada do custo efetivo, apenas visando lucro, sacrificando a população brasileira e impactando na inflação que favorece os rentistas.


Conclusão

O grande agronegócio de exportação e o Sistema da Dívida (geração de dívida pública sem contrapartida) estão relacionados em vários aspectos, como abordado neste artigo. Ambos fazem parte do modelo econômico[xxi] injusto que atua no Brasil, o qual produz escassez para a imensa maioria da população brasileira.

A responsabilidade das autoridades econômicas do país é imensa e precisa ser interrompida, pois o volume de títulos da dívida pública federal interna entregues pelo Tesouro Nacional (TN) ao Banco Central (BC) já chegou a R$ 2 trilhões de reais, sendo que, além de doar esses títulos ao BC, o TN ainda paga juros ao BC sobre esses títulos doados: o custo desses títulos e juros somou quase R$3 trilhões em 10 anos[xxii]. O BC usa a maior parte desses títulos nas chamadas “Operações Compromissadas”, que na prática corresponde à remuneração da sobra de caixa dos bancos, gerando dívida pública sem contrapartida alguma.

Tanto as receitas de exportação internalizadas, como as aplicações financeiras dos grandes latifundiários do agronegócio compõem essa denominada “sobra de caixa” dos bancos. Adicionalmente, a inflação de alimentos (causada pelo modelo agroexportador) tem sido usada como falsa justificativa pelo Banco Central para aumentar a taxa de juros e para retirar moeda de circulação (por meio das “Operações Compromissadas” e “Depósitos Voluntários Remunerados”), provocando assim o consequente aumento da dívida pública e o gasto excessivo com juros, sacrificando todos os investimentos nas áreas sociais e investimentos de interesse da coletividade.

Grandes bancos e investidores são os principais beneficiários deste “Sistema da Dívida”, que leva todo ano cerca de 40% de todo o orçamento federal[xxiii]. Apesar disso, o estoque dessa chamada dívida pública continua crescendo, a pobreza e a desigualdade social aumentam, o lucro dos bancos bate sucessivos recordes históricos, e o atraso socioeconômico do país se agrava.

A imprensa anuncia os recordes de safras e de exportações, mas tudo isso tem beneficiado somente os grandes latifundiários do agronegócio e as trading companies, pois o nosso povo passa fome, no país da abundância! Esse modelo é inaceitável sob todos os aspectos, por isso, É HORA de VIRAR o JOGO[xxiv] .


[1] https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/01/04/exportacoes-de-commodities-do-brasil-em-2020-tem-recordes-que-vao-do-petroleo-ao-cafe.ghtml

[i] Coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida e membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo da CNBB

[ii] https://exame.com/brasil/pela-1a-vez-em-17-anos-mais-de-50-nao-tem-seguranca-alimentar-no-brasil/

[iii] https://monitormercantil.com.br/agronegocio-paga-imposto/

[iv] https://agroefogo.org.br/o-agronegocio-e-o-estado-brasileiro-quem-lucra-quando-a-boiada-passa/

[v] https://www.scielo.br/j/es/a/j8xVHFMTVm9xZjcWLpYSQJy/?lang=pt&format=pdf

[vi] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/analise-preliminar-no-5-divida-externa-analise-elaborada-para-prestar-assessoria-a-cpi-da-divida-publica-instalada-na-camara-dos-deputados-2009-2010/

[vii] Federal Reserve Bank (FED) é o Banco Central Estadunidense, que é privado e controlado pelos principais bancos nos EUA.

[viii] Para que tem servido a dívida pública no Brasil. Ver: palestra em Audiência Pública CAE/Senado  https://bit.ly/36AbwLJ , Artigo https://bit.ly/39ITU24 , LIVE https://bit.ly/3dwIxvP

[ix] https://auditoriacidada.org.br/video/tcu-afirma-que-divida-nao-serviu-para-investimento-no-pais/

[x] Ver os capítulos da novela ‘Assalto aos Cofres Públicos”, que explica o funcionamento das “Operações Compromissadas” e seus imensos danos à economia do país: https://auditoriacidada.org.br/conteudo/assalto-aos-cofres-publicos-pl-3-877-2020-pl-9-248-2017-plp-19-2019-e-plp-112-2019/

[xi] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/deposito-voluntario-remunerado-e-bolsa-banqueiro-sem-limite-e-sem-causa/

[xii] https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2021/08/4941319-brasil-registra-recorde-de-exportacoes-para-o-mes-de-julho.html

[xiii] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/banco-central-autonomo-aumenta-a-taxa-selic-pela-quarta-vez-seguida-e-da-mais-r-71-bilhoes-de-juros-por-ano-para-os-rentistas/

[xiv] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/monitor-mercantil-banco-central-dispara-a-selic-e-aprofunda-a-crise-fabricada-por-maria-lucia-fattorelli/

[xv] https://www.poder360.com.br/economia/industria-perde-participacao-no-pib/

[xvi] https://oglobo.globo.com/economia/mantega-dolar-esta-derretendo-problema-precisa-ser-enfrentado-3624024

[xvii] https://www.bcb.gov.br/rex/LegCE/Port/Ftp/Medidas_Simplificacao_Area_de_Cambio.pdf  , pág. 5.

[xviii] Ver por exemplo https://www.seudinheiro.com/2018/mercados/estrangeiro-fecha-2018-com-aposta-na-valorizacao-do-real/

[xix] Esse fato ocorreu em 2010 por exemplo https://auditoriacidada.org.br/alta-de-juros-atrai-enxurrada-de-dolares-para-o-pais/ , entre outros.

[xx] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/rrepresentacao-tcu-contra-swap/

[xxi] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/sistema-da-divida-publica-desafios-e-superacao-do-modelo-atual-por-maria-lucia-fattorelli/

[xxii] https://auditoriacidada.org.br/conteudo/tesouro-gastou-quase-r-3-trilhoes-com-o-banco-central/

[xxiii] Ver https://auditoriacidada.org.br/conteudo/gastos-com-a-divida-publica-cresceram-33-em-2020/

[xxiv] https://auditoriacidada.org.br/e-hora-de-virar-o-jogo/


Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


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