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sábado, 6 de março de 2021

Valor do auxílio emergencial vai de R$ 150 para quem mora sozinho a R$ 375 para mulher chefe de família; entenda


Não terão direito ao auxílio pessoas que recebem benefício do governo, como aposentadoria, pensão, BPC, seguro desemprego, trabalhadores com carteira assinada, servidores públicos e militares



 

As regras para o auxílio emergencial mudaram. A partir de agora, o benefício será distribuído de forma escalonada, considerando a composição familiar. O valor do novo auxílio será de R$ 250; para quem mora sozinho, R$ 150; e mulheres com filhos receberão R$ 375.

Os valores deverão ser pagos em quatro parcelas a somente um integrante da família e não poderão ser acumulados. Serão mantidos os critérios de renda para acessar o benefício: meio salário mínimo por pessoa da família (R$ 550) e até três salários mínimos (R$ 3,3 mil). 

Os fatores serão aplicados conjuntamente, o que quer dizer que uma família de três pessoas com renda de até três pisos não poderá ser beneficiada.

Também não terão direito ao auxílio, pessoas que recebem algum tipo de benefício do governo, como aposentadoria, pensão, benefício de prestação continuada (BPC), seguro desemprego, trabalhadores com carteira assinada, servidores públicos e militares.

Uma Medida Provisória (MP), que será editada nos próximos dias, vai mostrar os detalhes para que os pagamentos sejam efetuados ainda em março.

Com informações de O Globo

Fonte: Revista Fórum


No Twitter


 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Ford anuncia fim da produção no Brasil e fechamento de fábricas


A produção da Ford será encerrada imediatamente em Camaçari (BA) e Taubaté (SP); a fábrica da Troller em Horizonte (CE) continuará operando até o quarto trimestre (Crédito: Divulgação - Ford)

 A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que vai fechar suas fábricas no Brasil. No País, a empresa também manterá apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo.

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse em nota Jim Farley, presidente e CEO da Ford.


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“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro.”

A produção será encerrada imediatamente nas unidades de Camaçari (BA) e Taubaté (SP), mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte (CE) continuará operando até o quarto trimestre de 2021.

Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas.

Em decorrência desse anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021.

Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.

Em nota, a empresa disse ainda que irá trabalhar em colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção.

“Nosso dedicado time da América do Sul fez progressos significativos na transformação das nossas operações, incluindo a descontinuidade de produtos não lucrativos e a saída do segmento de caminhões”, disse Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais.

Fonte: ISTOÉ Dinheiro


TV 247


Boletim 247 - Ford anuncia fechamento de fábricas no Brasil

Assista ao VÍDEO


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

IBGE: Desemprego bate recorde desde o início da pandemia


 A taxa de desocupação chegou em 14,2% em novembro, um aumento de 38,6% em relação a maio, quando iniciou a série histórica da Pnad Covid


Jornal GGN – São 14 milhões de brasileiros desempregados, em meio a pandemia da Covid-19, revelou os dados divulgados nesta quarta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A taxa de desocupação de 14,2% registrada em novembro representa um novo recorde, com um aumento de 38,6% em relação a maio, quando iniciou a série histórica da Pnad Covid.  

No entanto, apesar dos novos dados, houve estabilidade na comparação com outubro, quando o percentual foi de 14,1%.

Segundo a pesquisa, 13,7 milhões de desempregados não procuraram trabalho em razão da pandemia ou por falta de trabalho na região, embora desejassem trabalhar.

De acordo com o próprio IBGE, o anúncio do fim do Auxílio Emergencial pode estar relacionado com o aumento da desocupação. A ajuda paga pelo governo às famílias de baixa renda, em decorrência da pandemia, termina este mês.


População ocupada

Em contrapartida, a população ocupada teve a primeira alta desde maio. Agora são 84,7 milhões de brasileiros ocupados, um aumento de 0,6% em relação a outubro.


Record News

Desemprego atinge 14 milhões de brasileiros em novembro

A taxa de desemprego chegou a 14,2%, atingindo 14 milhões de brasileiros em outubro, segundo a Pnad Covid (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid), divulgada nesta terça-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Assista ao VÍDEO



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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Desemprego sobe 27,6% em quatro meses e atinge 12,9 milhões de brasileiros

Diante da pandemia do coronavírus, o desemprego no Brasil subiu 27,6% em apenas quatro meses, atingindo 12,9 milhões de brasileiros, anunciou o IBGE nesta quarta-feira (23). 

O país terminou agosto com 2,9 milhões de desempregados a mais do que havia no começo de maio, o que representa uma alta de 27,6%. A taxa de desocupação foi de 13,6% em agosto, maior patamar desde maio. Em julho, o índice era de 13,1%. 

Além disso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população ocupada no mercado de trabalho foi estimada em 84,4 milhões de pessoas, uma redução de 2,7% em relação a maio.

Entre as cinco regiões do país, as maiores taxas de desemprego foram registradas no Nordeste (15,7%), no Norte (14,2%) e no Sudeste (14,0%). Já as regiões Centro-Oeste (12,2%) e Sul (10,0%) tiveram taxa inferior à média nacional.

Com flexibilização, mais pessoas procuram emprego

Os economistas já esperavam uma alta do desemprego a partir do relaxamento das medidas de isolamento, adotadas para combater a disseminação da COVID-19. Os dados indicam que mais pessoas estão procurando trabalho, mas não estão encontrando vagas. Na metodologia do IBGE, é considerado desempregado apenas quem efetivamente procura emprego e não acha. 

Há 17,5 milhões de pessoas fora da força de trabalho que gostariam de estar no mercado, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou por falta de trabalho onde vivem.

43,9% dos lares receberam algum benefício

Ainda segundo o IBGE, em agosto 30 milhões de domicílios brasileiros, ou 43,9% do total, receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia. Na comparação com o mês anterior, são 813.000 lares a mais beneficiados. Na maior parte dos casos, trata-se do auxílio emergencial concedido a informais e autônomos. 

Com a redução do pagamento do auxílio, a renda das famílias se torna menor, fazendo com que mais brasileiros busquem emprego.

Fonte: Sputnik Brasil

Rede TVT

Para falar sobre o desmonte do Sistema Único de Assistência Social promovido pelo governo Bolsonaro, a jornalista Marilu Cabanãs entrevista a economista Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no Governo Dilma Rousseff, e José Crus , vice-presidente do colegiado Nacional dos Gestores Municipais de Assistência Social. Assista ao vídeo.


sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Embraer informa que vai demitir 2.500 funcionários nas fábricas do Brasil




A Embraer anunciou nesta quinta-feira (3) que vai demitir 2.500 funcionários que trabalham nas fábricas da empresa no Brasil.

A empresa justifica a medida como uma consequência dos impactos causados pela pandemia da COVID-19 e pelo cancelamento da parceria com a Boeing.

"A pandemia afetou particularmente a aviação comercial da Embraer, que no primeiro semestre de 2020 apresentou redução de 75% das entregas de aeronaves, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, a situação se agravou com a duplicação de estruturas para atender a separação da aviação comercial, em preparação à parceria não concretizada por iniciativa da Boeing, e pela falta de expectativa de recuperação do setor de transporte aéreo no curto e médio prazo", alegou a empresa, em nota.

Segundo a Embraer, 1.600 funcionários serão desligados através dos Planos de Demissões Voluntárias, que foram encerrados na quarta-feira (2), e mais 900 serão demitidos por dispensa para ajuste do quadro de colaboradores.

"Desde o início da pandemia, a Embraer adotou uma série de medidas para preservar empregos como férias coletivas, redução de jornada, lay-off, licença remunerada e três Planos de Demissão Voluntária (PDV). Também reduziu o trabalho presencial nas plantas industriais com o objetivo de zelar pela saúde dos colaboradores e garantir a continuidade dos negócios", escreveu.

A Embraer mantinha ao todo cerca de 16 mil funcionários no Brasil, sendo dez mil apenas em São José dos Campos, sede da empresa. A companhia não informou quantos funcionários serão desligados de cada unidade.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos publicou um comunicado criticando a decisão da Embraer e prometeu ir à Justiça para tentar reverter as demissões.

"É um crime o que a Embraer está fazendo com esses trabalhadores. Enquanto mantém altos executivos com salários milionários, demite 2.500 pais e mães de família que dependem de seus empregos para sobreviver. Não aceitaremos essa medida. Vamos buscar todas as formas de luta para reverter as demissões", afirma o diretor do sindicato, Herbert Claros, em nota.

Fonte: Sputnik Brasil


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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Brasil indo para o buraco, inflação e desemprego explodem



Puxada por alta nos alimentos, inflação sobe 0,75% em março


É o pior resultado para o mês desde 2015. Alta nos combustíveis também ajudou a puxar o índice para cima

Preços do tomate subiram 31,84% em março, aponta o 
IPCA (Reinaldo Canato/VEJA.com)


VEJA - Influenciada pela alta nos preços dos alimentos e dos transportes, a inflação chegou a 0,75% em março, segundo o Índice Nacional dePreços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi a maior taxa para um mês de março desde 2015, quando chegou a 1,32%. Com isso, o índice acumula altas de 1,51% no primeiro trimestre do ano e de 4,58% nos últimos doze meses.

Para 2019, a meta de inflação estipulada pelo governo é de 4,25%. Há uma margem de tolerância de meio ponto percentual para mais ou para menos.

A aceleração da inflação no mês foi determinada pelas altas de 1,37% no grupo Alimentação e bebidas e de 1,44% nos Transportes. Juntos, esses grupos responderam por 80% do índice do mês. Todos os grupos pesquisados no IPCA subiram de preço, exceto Comunicação, que com -0,22% foi o único com deflação.

Na alimentação, o índice foi pressionado pela alta do preços do tomate (31,84%), batata-inglesa (21,11%), feijão-carioca (12,93%) e pelas frutas (4,26%).



Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, em razão de problemas na safra e dos estoques baixos, o preço do feijão carioca mais que dobrou no primeiro trimestre de 2018, a maior alta para o produto desde o Pano Real para esse período. “São produtos importantes na mesa do brasileiro e que têm grande peso no índice de inflação”, ressalta Fernando Gonçalves.

Já o grupo Transportes, após deflação de 0,34% em fevereiro, acelerou 1,44% em março, devido à alta de 3,49% nos combustíveis. O resultado foi influenciado pelo aumento no preço da gasolina (2,88%) e do etanol (7,02%). Outras contribuições para a taxa positiva no grupo Transportes vieram do aumento nos preços nas passagens aéreas (7,29%) e ônibus urbanos (0,90%).

“O índice de março reflete em parte o aumento de 10,82% no preço da gasolina na refinaria, concedido pela Petrobras entre 27 de fevereiro e 29 de março, período de coleta do IPCA”, explica Gonçalves.

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sexta-feira, 29 de março de 2019

Mandato de Bolsonaro pode ser curto diz 'The Economist'




Terra - a mais nova edição da revista britânica "The Economist", em matéria publicada nesta quinta-feira, 28, voltou a fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de "aprendiz de presidente", e afirmou que o mandato dele pode ser curto "a menos que ele pare de provocar e aprenda a governar".


SAIBA MAIS





Bolsonaro já havia sido alvo de críticas por parte da revista no ano passado. "Bolsonaro ainda não mostrou que entende seu novo emprego. Ele dissipou o capital político em seus preconceitos, por exemplo, pedindo que as Forças Armadas comemorassem o aniversário, em 31 de março, do golpe militar de 1964", trouxe a reportagem.


Reprodução do título da matéria da revista The Economist
 crítica ao presidente Jair Bolsonaro

De acordo com a "Economist", "muitos supunham que a chegada do governo de Bolsonaro por si só daria vida à economia. Mas, três meses depois, ela continua tão moribunda quanto sempre". A revista apontou que os investidores estão começando a perceber que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "enfrenta uma tarefa difícil" para fazer com que o Congresso aprove a reforma da Previdência e enfatizou que "o próprio Bolsonaro não está ajudando".

Mesmo assim, a reportagem também indicou que a reforma previdenciária "não é suficiente" para fazer com que o País apresente um crescimento econômico robusto e listou outras mudanças, como uma reforma tributária e outras medidas, para fazer com que a competitividade aumente.


A revista também trouxe, na reportagem, a recente tensão entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e apontou que essa crise deve fazer com que a reforma da Previdência sofra "atrasos e diluição". Além disso, a "Economist" também lembrou que o filósofo Olavo de Carvalho, apontado como ideólogo do governo Bolsonaro, chamou de "idiota" o vice-presidente Hamilton Mourão, que, de acordo com a revista, "tentou impor alguma disciplina política", embora esteja "frequentemente em desacordo com a família Bolsonaro". A ligação entre a família Bolsonaro com ex-policiais do Rio acusados de matar Marielle Franco também esteve presente na reportagem da "Economist".


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quinta-feira, 7 de março de 2019

Maria Lúcia Fattorelli diz que, "bancos são responsáveis pela crise"




Brasil de Fato: Fundadora da Auditoria Cidadã da Dívida critica o discurso que legitima proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro

O cenário de crise econômica que se alastra pelo país nos últimos anos toma fôlego com a política monetária do Banco Central, ponta de lança do processo que vem provocando a quebra da economia e os altos índices dedesemprego em cadeia nacional. A leitura é da auditora fiscal Maria Lucia Fattorelli, fundadora e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, movimento que atua em prol da transparência nas finanças públicas.



Em entrevista ao Brasil de Fato, a auditora destaca a preocupação com a supremacia dos bancos ao longo de diferentes governos, critica o discurso oficial de defesa da reforma da Previdência e sustenta: “Querem deixar o nosso povo acreditando nas sombras. A gente tem que sair da caverna e enxergar nossas potencialidades”. 


Confira a seguir os principais trechos da entrevista.


Brasil de Fato: dando um panorama da crise econômica atual, quais fatores teriam sido primordiais pra colocar o país nesse caminho?

Maria Lucia Fattorelli: Na nossa opinião, foi a política monetária do Banco Central (BC). A partir de 2013, ele começou a subir as taxas de juros em todas as reuniões até chegar em 14,25%, que é um absurdo, uma taxa extremamente alta e, quando chegou nesse valor, ficou nesse patamar por mais de um ano. Em março de 2013, estava 7,25%; em abril, foi pra 7,50%; em maio, pra 8%; em julho, pra 8,50%; em agosto, pra 9%; em novembro pra 10%; em abril de 2014, 11%; em janeiro de 2015, já estava em 12,25%; abril, 13,25%; e julho, 14,25% [novamente]. Veja bem, ficou em 14,25% até outubro de 2016.



Demorou muito pra cair também, então, ao mesmo tempo em que o BC começou a acelerar a taxa básica, ele aumentou as compromissadas [modalidade de operação de investimento em que o BC vende ou compra títulos públicos com a responsabilidade de recomprá-los ou revendê-los em uma data futura], o que é, na prática, a remuneração da sobra de caixa dos bancos, em que ele enxuga moeda e entrega título da dívida.

As compromissadas atingiram R$ 1 trilhão no início de 2016, então, uma coisa combinada com a outra significou uma escassez de moeda brutal no mercado. E qual a consequência disso? Os bancos, com toda a sobra que têm pra emprestar, em vez de emprestarem pras indústrias, para o comércio, pras pessoas, para a atividade econômica do país, preferiram colocar no BC, porque a taxa de juros estava alta demais e no BC eles não perdem um dia. Então, eles preferiram pôr essa montanha de dinheiro no BC do que remunerar diariamente, e a indústria, o comércio, todas as empresas, que precisam de crédito, começaram a quebrar porque o crédito ficou alto demais.

Os juros de mercado foram pra mais de 220%, 300% ao ano, e aí a quebradeira de indústria, de estabelecimentos comerciais jogou o povo no desemprego. Em 2015, tivemos um desemprego recorde. E aí o governo, pra não enfrentar a benesse do mercado financeiro, a política monetária do BC, ainda veio com as desonerações [incentivos fiscais para produtos ou operações], aindano tempo da Dilma. Isso aí agravou mais porque diminui mais ainda a arrecadação e não resolveu o problema das empresas porque elas precisavam de crédito pra financiar sua atividade. A desoneração beneficiou só algumas que já estavam no ponto de vender e distribuir seus produtos.

Então, o que provocou a crise aqui no Brasil foi essa política monetária, e ninguém olha pra ela. Ela não é ensinada nas escolas. Enquanto estavam todos os jornais todo dia dando notícias de Lava Jato, de impeachment da Dilma, o BC estava fazendo essa política, que transferiu um valor brutal de recursos pro setor financeiro.

Além desses fatores que você mencionou, tem alguma outra coisa que ajuda a mover a engrenagem da crise econômica?

Isso daí é o principal. A partir daí, vai desorganizando. Um outro fator é o modelo tributário no Brasil, que penaliza muito a classetrabalhadora, as classes média e baixa, e são as pessoas que tudo que ganham volta pra economia. O salário aqui no Brasil é tão baixo que classes média e baixa têm muito pouca capacidade de fazer poupança. E como que é o nosso modelo tributário? Ele não tributa as grandes rendas, as grandes faixas de renda, e aí isso desorganiza mais ainda a economia, abre mão de uma arrecadação enorme, de arrecadação dos tributos que poderiam incidir sobre o lucro distribuído, sobre as heranças, as fortunas, e isso também desorganiza muito a economia.

Por que o Brasil, que é conhecido mundialmente como um país de grandes riquezas, amarga esta crise econômica atual? Que tipo de ideologia econômica nos trouxe a esse processo? 

Olha, está acima das ideologias conhecidas, acima de qualquer coisa. É uma ganância do mercado financeiro. Isso está acima dos governos, de partidos. Nós temos que ver em que fase da história estamos vivendo, que é a do capitalismo financeirizado. O grande capital está entrando aqui no Brasil de uma forma que há anos domina os diferentes governos que vivemos. Você vê que, no governo do PT, quem dirigia o BC? O Meirelles [Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e atual secretário da Fazenda do Estado de São Paulo], banqueiro.

Então, não mudou nada. Isso está acima de ideologia e é um domínio, um poder mundial. E, infelizmente, aqui no Brasil as forças políticas não prestam a devida atenção nisso. Você vê, por exemplo, a pouca atenção que tem a demanda por uma auditoria cidadã da dívida, que é a ferramenta que poderia mostrar, por exemplo, esse escândalo das compromissadas, porque isso daí tem a dívida por trás.

Essa pouca visão, esse turvamento da visão em relação às finanças está fazendo esse domínio financeiro chegar num ponto em que agora [eles afirmam que] a dívida justifica a contrarreforma da Previdência, justifica a entrega da Casa da Moeda, da Eletrobras, da Petrobras, e querem entregar até Banco do Brasil e Caixa Econômica, criando outro mecanismo, o da securitização de créditos, em que os bancos já vão se apoderar diretamente da arrecadação tributária, que nem vai alcançar o orçamento público. Então, ou a população acorda ou não vai ter jeito. Estamos perdendo o país.

A economia nacional iniciou este ano de 2019 sem fôlego e alguns atores sustentam que uma alavancagem só seria possível com a reforma da Previdência. O que tem de armadilha nesse discurso? 

A reforma da Previdência vai fazer o contrário. Quando o governo fala em fazer uma economia de R$ 1 trilhão – que os analistas já falaram que não é isso, e sim R$ 700 bilhões –, que economia é essa? É dinheiro que vai deixar de chegar às mãos da classe trabalhadora através de aposentadorias e benefícios assistenciais. O que acontece quando a população tem menos recursos em suas mãos? Ela não tem recursos pra consumir nem pra comprar alimento direito e aumenta até o [nível de] adoecimento. Então, é um tiro no pé, e mais de 70% dos municípios brasileiros têm a sua economia movimentada pelos recursos da Seguridade Social…

Você mencionou aqui o fato de a população não ter conhecimento sobre o que realmente acontece com a economia do país. Uma educação mais voltada para esse tipo de esclarecimento poderia ser o caminho pra tirar o Brasil desta situação?

Sim, e esse tem sido, inclusive, o esforço da Auditoria Cidadã da Dívida ao longo dos anos, popularizando o conhecimento sobre a realidade financeira porque, veja bem, essa propaganda de que o Brasil está quebrado, de que o país não tem saída, junto com esse menosprezo pelo povo brasileiro, com essas piadinhas de mau gosto de chamar o nosso povo de ‘povinho’, colocando no chão a autoestima [nacional], essa coisa de não valorizarmos a nossas lideranças que existem no Brasil, de que só sai notícia de corrupção, tudo isso tem uma estratégia por trás de reduzir a autoestima das pessoas, e quem está com autoestima baixa está humilhado, desencorajado e aceita entregar tudo.

A gente tem que fazer o contrário. As pessoas nem sabem o quanto o Brasil é rico, nem sabem das nossas potencialidades, da nossa história, de quanta luta já teve, de quantas pessoas foram desprezadas e moralizadas ao longo da história porque traziam essas informações [de esclarecimento]. Querem deixar o nosso povo dentro da caverna, acreditando nas sombras. A gente tem que sair da caverna e enxergar o nosso país, enxergar as nossas potencialidades. Eu espero que esse ataque agora, esse roubo da Previdência social que representa essa PEC 6/2019 [Proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro] sirva pra sacudir as pessoas.

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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Qual era mesmo o motivo do impeachment?



LULA: “FAZ CINCO MESES QUE SÓ SE OUVE FALAR EM CRISE”


Rio 247 – O ex-presidente Lula discursou na manhã desta quinta-feira 17 aos funcionários do estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), durante um ato em defesa da indústria naval. Ele disse que "existe um desmonte da indústria naval brasileira em todo território brasileiro" e convocou os trabalhadores a se unirem contra o desemprego.

"Não existe outro remédio: é preciso reagir enquanto é tempo. Vocês sabem que esse país mudou para melhor e não podemos deixar que retroceda", disse Lula. "Não conheço nenhum momento da história que a gente ganhou alguma coisa abaixando a cabeça", acrescentou.

"O trabalhador fica com medo de parar numa assembleia como essa e perder o emprego. Mas não é hora de covardia. Isso não garante emprego", prosseguiu o ex-presidente aos trabalhadores. Ele destacou que "passar flanela na mesa do chefe não garante emprego. O que garante emprego é a organização do trabalhador e a luta dos sindicatos".

Lula também condenou as novas políticas da Petrobras sob a gestão de Pedro Parente, nomeado no governo de Michel Temer. "Não podemos permitir que a Petrobras abra mão do conteúdo nacional. Se a direção da Petrobras resolver comprar navios e sondas fora, eles vão engordar os estrangeiros e vocês vão ficar desempregados", alertou.

E lembrou que "eles tiraram a Dilma num golpe e disseram que o país ia melhorar. Mas faz cinco meses que só se ouve falar em crise".

Assista ao discurso:


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