Um vírus ainda mais transmissível e fatal do que a COVID-19
vai suscitar nova pandemia no mundo, prevê o diretor-geral da Organização
Mundial da Saúde (OMS), ressaltando "certeza evolutiva" desta
possibilidade.
O alerta foi dado por Tedros Adhanom Ghebreyesus durante a
reunião anual da agência das Nações Unidas com participação de ministros da
Saúde de 194 Estados-membros na segunda-feira (24).
"Não se enganem, esta não vai ser a última vez
que o mundo enfrenta a ameaça de uma pandemia", afirmou. "Há uma
certeza evolutiva de que vai aparecer outro vírus com potencial de ser mais
transmissível e mais fatal do que [o SARS-CoV-2]."
Em uma nota mais positiva, o diretor-geral admitiu que a quantidade global de casos e mortes pela COVID-19
registrados tem diminuído há três semanas consecutivas.
No entanto, o diretor-geral da OMS ressaltou que o mundo
permanece "em uma situação frágil", e repreendeu as nações que
acreditam estar fora de perigo, "não importando sua taxa de
vacinação".
Ghebreyesus aproveitou a reunião para reforçar seu apelo aos
governos para que doassem doses de imunizantes contra o coronavírus à
COVAX, iniciativa apoiada pela OMS e GAVI Alliance.
Até agora, mais de 75% de todas as doses de vacinas
foram administradas em apenas 10 países, de acordo com dados da OMS.
Para Ghebreyesus, esta "desigualdade escandalosa" está
"perpetuando" a pandemia. Anteriormente, tendo se referido à situação
como "apartheid de vacinas".
A eficácia das vacinas contra a COVID-19 já existentes não
parece ser prejudicada pelas variantes emergentes do vírus, como a cepa
primeiramente detectada na Índia, segundo o diretor-geral da OMS, que avisa que
as variantes "estão mudando constantemente" e que as cepas futuras
podem "tornar as nossas ferramentas ineficazes e nos arrastar de volta à
estaca zero".
O Instituto de Saúde Pública da Noruega recomendou contra o
uso da vacina Johnson & Johnson, adicionando a recomendação de evitar
permanentemente o uso da vacina AstraZeneca Covid-19 sobre o medo de efeitos
colaterais.
Em um comunicado à imprensa na segunda-feira, o Instituto
Norueguês de Saúde Pública (NIPH) aconselhou o governo contra o uso do jab
Johnson & Johnson Covid-19, seguindo a orientação de uma comissão nomeada
pelo governo. O comitê também apoiou uma recomendação anterior do NIPH de
não usar a injeção AstraZeneca.
“Não recomendamos que as vacinas sejam usadas no programa
nacional de vacinação devido aos graves efeitos colaterais que foram
observados”, disse Lars Vorland, presidente do comitê de
especialistas, em uma entrevista coletiva na segunda-feira.
Em sua declaração, o NIPH publicou formalmente a
recomendação de não usar o jab Johnson & Johnson Covid-19. “Nosso
objetivo é proteger o maior número de pessoas possível, o mais rápido possível,
para reabrir a sociedade e recuperar o dia a dia. Portanto, é uma decisão
difícil recomendar que uma das vacinas da Covid não seja usada ativamente no
programa. ”
O NIPH recomenda que a injeção da Johnson & Johnson seja
mantida em armazenamento de emergência para o caso de o fornecimento da vacina
do jab de mRNA falhar. Eles acrescentam que é particularmente adequada
para ser uma vacina de emergência, pois requer apenas uma dose e pode ser
armazenada por muito tempo.
A organização citou dados dos EUA que sugerem que a vacina
da Johnson & Johnson é menos provável de causar coágulos sanguíneos do que
a injeção da AstraZeneca, mas disse que ainda não havia uma imagem clara.
O NIPH disse que houve um progresso considerável no programa
de vacinação, com muitos idosos já totalmente inoculados, e que existe um
fornecimento confiável de vacinas de mRNA, ou seja, Moderna e Pfizer, ambas
autorizadas por Oslo.
O ministro da Saúde, Bent Hoeie, disse em entrevista
coletiva que “o governo usará isso como base para sua decisão,
juntamente com as recomendações do Instituto de Saúde Pública, sobre o uso
dessas vacinas”.
Em abril, o NIPH recomendou que o governo parasse de usar a
vacina Oxford / AstraZeneca Covid-19 após uma longa revisão da
vacina. Oslo suspendeu o uso da vacina em 11 de março após relatos de
coágulos sanguíneos raros e potencialmente fatais. As preocupações com a
coagulação do sangue já levaram a limitações na distribuição da vacina em
vários países.
Cinco profissionais de saúde, todos com idades entre 32 e 54
anos, foram hospitalizados após receberem a vacina AstraZeneca na
Noruega. Três deles morreram.
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AstraZeneca: vários países suspendem administração da vacina - 15 de mar. de 2021
Vários países europeus suspenderam o uso da vacina anticovid
da AstraZeneca. A decisão das autoridades ocorre em meio à denúncias por
prováveis efeitos colaterais. Alguns casos são relacionados a coágulos
sanguíneos
Primeira medida será uma contestação técnica. Se Anvisa não
recuar, o caso será levado à corte suprema
247 - Governadores decidiram contestar no STF o
veto da Anvisa à importação da Sputink V .
É o que informa a CNN (vídeo abaixo).
O primeiro movimento deve ser uma contestação científica,
que pode evoluir para uma ação na corte suprema.
Sessenta e três países aprovaram o uso emergencial, incluindo
a Argentina, Chile e México.
No Brasil, pelo menos 14 governadores e dos prefeitos
solicitaram à Anvisa a aprovação do imunizante.
"Fizemos uma agenda com a Rússia, uma agenda com
técnicos e cientistas da Gamaleia e também com a agência reguladora da Rússia e
com o Ministério da Saúde da Rússia. Eles afirmaram com muita segurança que é
uma vacina segura e precisamos saber quem está com a verdade", disse o
governador do Piauí, Wellington Dias, presidente do Consórcio Nordeste.
A Anvisa diz que seguiu critérios técnicos, mas mesmo
especialistas como o médico Mário Kato entende que houve pressão política.
A Rússia acusou os EUA a pressionarem o Brasil para vetar a
Sputnik V, uma pressão que atende a disputas geopolíticas e não ao interesse da
população brasileira.
The Gamaleya Center statement on a disinformation campaign against Sputnik V vaccine. We please ask media to refer to this official statement on the issues outlined. 👇https://t.co/a1LMvaRCR5
A gestão da crise sanitária no Brasil está no foco da imprensa francesa desta sexta-feira (9). Os jornais destacam o aumento vertiginoso de mortes pela Covid-19 e a inércia do governo brasileiro diante da epidemia.
"O Brasil se transforma em laboratório de variantes a
céu aberto e preocupa o mundo" é manchete no jornal Ouest France.
O diário destaca que a ausência de medidas coordenadas contra a propagação do
coronavírus faz com que o país seja não somente palco de uma tragédia local,
mas também de "uma nova ameaça para a situação sanitária mundial".
Citado pelo Ouest France, o neurocientista
brasileiro Miguel Nicolelis classifica o Brasil como "uma
bomba-relógio". Segundo ele, com cerca de 100 mil novos casos de Covid-19
por dia, a inação do governo está resultando em mutações importantes do vírus.
O jornal Les Echos classifica a gestão da
epidemia pelo presidente Jair Bolsonaro como "um desastre absoluto",
denunciado por todas as organizações médicas e científicas do mundo inteiro. O
diário lembra a posição do líder da extrema direita brasileira desde o início
da crise sanitária, classificando o coronavírus como uma
"gripezinha", ostentando seu posicionamento contra o uso de máscaras
e contra as vacinas, minimizando uma tragédia que resulta hoje em mais de 345
mil mortos, em pouco mais de um ano.
Os jornais franceses afirmam que a má gestão da crise
sanitária no Brasil é uma ameaça para o mundo inteiro. AP - Andre Penner
"Se a política de Bolsonaro é um pesadelo, a
persistência da doença no Brasil preocupa o mundo", afirma o diário,
lembrando que "a luta contra a Covid-19 deve ser feita de forma conjunta,
por todos os continentes".
Le Figaro destaca que, desde janeiro, a situação
se agrava no Brasil, quando milhares de pessoas morreram no Estado do Amazonas
devido à falta de oxigênio nos hospitais. Desde então, a falta de ação do
governo vem resultando em recordes diários de mortes. Na quinta-feira (8),
foram registrados 4.249 óbitos em um período de 24 horas.
O jornal Libération destaca a média diária
de 2.800 óbitos por Covid-19 no Brasil, "um número que cresce todos os
dias de forma desesperadora", diz. A crise está longe do fim: "em seu
relatório semanal, a Fiocruz explica que a tendência é que essa situação
perdure nas próximas semanas", conclui Libé.
Aleksandr Gintsburg, diretor do Centro Gamaleya, que
desenvolveu a vacina Sputnik V, crê que enquanto a humanidade estiver se
vacinando, o vírus passará para animais mantidos por humanos.
Quando a humanidade for imunizada contra o SARS-CoV-2, o
vírus se espalhará entre animais de fazenda e de estimação, prevê Aleksandr Gintsburg, diretor do
Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, da
Rússia.
"[...] O coronavírus ainda não realizou seu
potencial patogênico. A próxima etapa será a infecção dos animais de fazenda e
dos animais de estimação. Dentro de um ano, quando tivermos protegido a
humanidade com boas vacinas, nesse momento os animais domésticos serão
infectados", disse ele em entrevista ao jornal Izvestia.
O diretor do centro científico que desenvolveu a vacina
Sputnik V aponta que a infecção pelo SARS-CoV-2 evoluirá, em vez de desaparecer.
"Ou seja, precisamos estar preparados para
coexistir com este agente patogênico por um longo tempo", afirma o microbiologista.
O Serviço Federal de Vigilância Veterinária e
Fitossanitária, Rosselkhoznadzor, anunciou em meados de março que uma vacina antiviral para cães, gatos e animais de fazenda
será criada até o dia 20 de abril.
Brasil registra primeiro caso confirmado de Covid-19 em
gatos - 19 de out. de 2020
O primeiro animal de estimação a testar positivo para o
coronavírus Sars-CoV-2 do Brasil foi descoberto em Cuiabá, no Mato Grosso. É
uma gatinha de poucos meses. Ela não tem sintomas da Covid-19 e contraiu a
doença de seus donos este mês. A possível infecção de outro gato e de um
cachorro está em estudo. A gatinha foi testada positiva pelo exame molecular de
PCR, padrão ouro para o coronavírus, pela pesquisadora Valéria Dutra,
professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Mato
Grosso (UFMT), em Cuiabá. Investiga-se a hipótese de estes poderem, então,
contaminar gente e outros bichos. Isso não só aumentaria os meios de
transmissão quanto os reservatórios do vírus, apesar de, por ora, sejam somente
hipóteses, sem comprovação.
O Pentágono lançou três vídeos de "fenômenos aéreos
não identificados" em 2020, capturados em câmeras de aeronaves da Marinha
em 2004 e 2015. A filmagem, mostrando formas pretas acelerando a velocidades
incríveis, vazou anteriormente para a mídia, o que levou a Marinha a confirmar
sua autenticidade em resposta a uma solicitação da Lei de Liberdade de
Informação.
O manto de mistério em torno de alguns dos chamados avistamentos de OVNIs mais “difíceis de
explicar” pode em breve ser levantado em um relatório do governo dos
Estados Unidos, o ex-Diretor de Inteligência Nacional John Ratcliffe revelou em
uma entrevista recente.
Wow. Maria Bartiromo gets former DNI John Ratcliffe to talk about UFOs ahead a deadline for the government to disclose what it knows about them...
"Usually we have multiple sensors that are picking up these things...there is actually quite a few more than have been made public" pic.twitter.com/qu4VlzrZw1
"Há muito mais avistamentos do que foram
divulgados ... Alguns deles foram desclassificados", disse o alto
funcionário da inteligência durante o mandato do ex-presidente Donald Trump na
Casa Branca.
Ratcliffe, quando questionado sobre incidentes envolvendo objetos voadores não
identificados (OVNIs) na Fox News na sexta-feira, respondeu que avistamentos
relatados em todo o mundo se estendem além de “apenas um piloto ou apenas um
satélite, ou alguma coleção de inteligência”.
“E quando falamos em avistamentos, estamos falando de
objetos que foram vistos por pilotos da Marinha ou da Força Aérea, ou foram
captados por imagens de satélite que francamente se engajam em ações difíceis
de explicar”, disse o político, que serviu como Diretor de Inteligência
Nacional de 2020 a 2021.
Ratcliffe mencionou incidentes relatando movimentos para os
quais a humanidade atualmente carece de tecnologia, com objetos viajando a
velocidades que excedem a barreira do som sem um estrondo sônico,
acrescentando:
“Normalmente, temos vários sensores que captam essas
coisas ... alguns deles são fenômenos inexplicáveis e, na verdade, há muito
mais do que o que foi tornado público.”
O ex-funcionário acrescentou que, embora esperasse que o
relatório tivesse sido divulgado antes que a administração de Donald Trump
saísse da Casa Branca em janeiro, "não fomos capazes de colocá-lo em um
formato não classificado sobre o qual pudéssemos falar com rapidez".
O relatório do Pentágono está previsto para ser lançado em
1º de junho, de acordo com a entrevista da Fox .
'OVNI' Contagem regressiva
O então presidente Donald Trump assinou um projeto de lei de
alívio e financiamento governamental de $ 2,3 trilhões de COVID-19 em 27 de
dezembro de 2020. Continha um "comentário do comitê" anexado à lei
anual de autorização de inteligência, que exigia que o Pentágono e agências de
espionagem divulgassem o que sabem OVNIs.
O próprio Trump já havia ignorado perguntas sobre OVNIs e
possível vida alienígena.
“Não acredito, mas, você sabe, acho que tudo é
possível”, disse ele durante uma entrevista ao Fox News 'Tucker Carlson em
2019.
O Comitê de Inteligência do Senado, presidido pelo senador
Marco Rubio (R-Flórida), disse no comentário que “dirige o [diretor de
inteligência nacional], em consulta com o Secretário de Defesa e os chefes de
outras agências ... apresentar um relatório dentro de 180 dias a partir da data
de promulgação da lei, aos comitês de inteligência e das forças armadas do
Congresso sobre fenômenos aéreos não identificados ”.
O relatório deve abordar “objetos aerotransportados
observados que não foram identificados” e deve incluir uma “análise detalhada
de dados de fenômenos não identificados coletados por: a. inteligência
geoespacial; b. inteligência de sinais; c. inteligência
humana; e d. medição e inteligência de sinais ”, disse o comitê.
Apenas 'arranhando a superfície'
O impulso para obter mais informações desclassificadas sobre
os chamados OVNIs seguiu um movimento do Pentágono em abril de 2020 para desclassificar três
vídeos de OVNIs filmados por pilotos da Marinha dos EUA, reconhecendo sua
autenticidade.
Os vídeos, capturados com sistemas de mira infravermelhos,
mostram formas pretas que parecem flutuar e ganham velocidade notável, e já
vazaram para a mídia.
Por fim, em resposta a uma solicitação da Lei de Liberdade
de Informação, a Marinha confirmou sua autenticidade em setembro de 2019.
Imagens tiradas na costa de San Diego em 14 de novembro de
2004, de acordo com o The New York Times and Vice, e também apelidado de vídeo
do Nimitz, do nome do navio dos pilotos, o USS Nimitz, mostra uma forma escura
e oblonga sendo rastreada pela câmera infravermelha.
This is new footage released by the Pentagon of an f-18 tracking a ufo near San Diego in 2004 pic.twitter.com/aYH7qoBRdg
"Ele acelerou como nada que eu já vi", um dos
pilotos, comandante. David Fravor, disse ao The Times em 2017.
Um clipe datado de janeiro de 2015 mostra o que parece ser a
superfície do oceano, com um pequeno objeto passando rapidamente pela câmera em
alta velocidade. Os pilotos podem ser ouvidos exclamando: "O que diabos é
isso?"
Na filmagem de 34 segundos também datada de 2015, a
câmera infravermelha da aeronave rastreia um objeto semelhante a um disco
voando acima das nuvens enquanto os pilotos se maravilham com o que poderia
ser.
Anteriormente, os vídeos foram publicados pelo The
Times e pela Academia de Artes e Ciências To The Stars, um grupo de
pesquisa de OVNIs fundado pelo guitarrista do Blink-182 Tom DeLonge.
O Departamento de Defesa, ao publicar os clipes, disse que
concluiu que eles não "revelam nenhuma capacidade ou sistema sensível"
e que sua liberação "não interfere em quaisquer investigações subsequentes
de incursões militares no espaço aéreo por fenômenos aéreos não identificados
... fenômenos observados nos vídeos permanecem caracterizados como 'não
identificados'. "
I’m glad the Pentagon is finally releasing this footage, but it only scratches the surface of research and materials available. The U.S. needs to take a serious, scientific look at this and any potential national security implications. The American people deserve to be informed. https://t.co/1XNduvmP0u
O Departamento de Defesa dos EUA oficialmente liberou três
vídeos que mostram pilotos da Marinha interagindo com "fenômenos aéreos
não identificados". - 27 de abr. de 2020
Desde o início da pandemia de covid-19, 420 bebês
morreram em decorrência do novo coronavírus no Brasil, número aproximadamente
dez vezes maior do que o dos Estados Unidos, país com o maior número de óbitos
pela doença, de acordo com dados oficiais.
Desde início da pandemia, 420 bebês (crianças com menos de 1
ano) morreram em decorrência do novo coronavírus no Brasil, contra 45 nos
Estados Unidos
Segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças)
norte-americano, 45 bebês, ou crianças com menos de um ano, perderam a vida
após infecção pelo vírus.
Entre as crianças de um a cinco anos, a discrepância entre
os dois países também fica nítida: foram 207 mortes por covid-19 no Brasil
contra 52 nos Estados Unidos.
Os números brasileiros também são maiores do que o do Reino
Unido, que registrou apenas duas mortes por coronavírus entre bebês (menos de
um ano). E superiores aos do México, onde 307 crianças entre zero e quatro anos
morreram. Já a França teve apenas quatro mortes entre zero e 14 anos devido ao
novo coronavírus.
Ao mesmo tempo, atualmente, os EUA têm o maior número de
mortos por covid-19 — 529 mil, seguido por Brasil (270,6 mil) e México (191,8
mil), segundo dados da Universidade Johns Hopkins. A taxa de mortalidade
norte-americana pelo vírus (161,28 por 100 mil habitantes) também é mais alta
do que a brasileira (128,12 por 100 mil habitantes).
Assim, desde o início da pandemia, a covid-19 matou,
proporcionalmente, mais lá do que aqui.
As taxas de nascimentos de bebês também são dados
importantes nesta equação.
Os dois países tem taxas praticamente iguais de natalidade,
segundo o Banco Mundial: 1,77 filhos por mulher nos EUA e 1,74 filhos por
mulher no Brasil. Em 2019, foram registrados 3,5 milhões de nascimentos nos
Estados Unidos e 2,9 milhões no Brasil. A população americana é de 328,2
milhões e a brasileira, 210 milhões.
Em resumo: o Brasil tem um número mais elevado de mortes de
bebês e crianças pequenas por covid-19, apesar de ter menos nascimentos do que
os EUA, onde, por sua vez, mais pessoas morrem em decorrência do vírus, tanto
em números absolutos quanto relativos.
Mas, afinal, o que está por trás desse alto número de mortos
entre bebês e crianças pequenas no Brasil?
Razões
Além das mortes, na mesma base de comparação com outras
nações, o Brasil também conta com um número expressivo de crianças internadas
por covid-19. Só neste ano, segundo o último boletim epidemiológico do
Ministério da Saúde, 617 bebês (menos de um ano), 591 crianças de um a cinco
anos e 849 de seis a 19 anos foram hospitalizados devido à doença.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, não há
uma única resposta para o problema.
Descontrole da pandemia e falta de diagnóstico adequado,
aliados principalmente a comorbidades (doenças associadas) e vulnerabilidades
socioeconômicas, passando pelo aparecimento de uma síndrome associada à
covid-19 em crianças, ajudam a explicar o quadro trágico brasileiro.
Mas há uma ressalva: embora os óbitos sejam mais numerosos
no Brasil em relação a outros países do mundo, é importante lembrar que o risco
de morte nessa faixa etária ainda assim é "muito baixo", lembram os
cientistas.
De fato, 420 bebês representam apenas 0,15% do total de
mortes por covid-19 no Brasil (270,6 mil).
Portanto, a chance de um bebê (ou de uma criança)
desenvolver sintomas graves de covid-19 e morrer por causa da doença é rara,
mas "não nula", diz à BBC News Brasil Fatima Marinho, médica
epidemiologista e consultora-sênior da Vital Strategies.
"As mortes nessa faixa etária são raras, mas é preciso
acabar com esse mito de que crianças não morrem por covid-19", assinala.
Marinho frisa que as mortes por covid-19 entre bebês e crianças
no Brasil podem ser ainda maiores se contabilizados os óbitos por Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG) não especificada.
"Podemos dizer que 48% dos que faleceram por SRAG não
especificado têm alta probabilidade de ser morte por covid-19 por critérios
clínicos e epidemiológicos", assinala.
Segundo Marinho, dados preliminares de uma pesquisa
realizada pela Vital Strategies e a Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), em três capitais, mostraram que 90% dos casos de SRAG não especificada
foram comprovados como sendo de covid-19, após investigação.
Ela destaca que a covid-19 tende a evoluir de forma
diferente em crianças e em adultos.
Mortes nessa faixa etária são "raras", mas não
"nulas", diz especialista
Como os pequenos normalmente não são testados para
coronavírus, uma vez que são, na prática, bem menos suscetíveis a desenvolver
os sintomas mais graves da doença (e muitos são assintomáticos), seus sintomas
podem ser facilmente confundidos com os de outras enfermidades, prejudicando o
diagnóstico.
"Pediatras devem prestar atenção em crianças com falta
de ar e febre, e se ocorrer diarreia e/ou dor abdominal e/ou tosse pensar em
covid-19. A tosse foi pouco frequente na hospitalização, mais foi um sinal de
alarme para morte para as crianças. A dor abdominal e diarreia foram sintomas
mais frequentes nas crianças maiores de um ano", assinala Marinho.
Médicos lembram que a chance de óbito em recém-nascidos é
maior do que em crianças acima de um ano porque seu sistema imunológico,
responsável pela defesa do nosso organismo, ainda está "em formação".
Além disso, outra causa para a morte de crianças no Brasil,
que ainda está sendo investigada, é a chamada "síndrome inflamatória
multissistêmica", que pode comprometer o cérebro, causando encefalite, ou
órgãos importantes como coração e rins.
No Reino Unido, 1 a cada 5 mil crianças que se infectaram
com coronavírus desenvolveram essa reação do sistema imunológico, segundo dados
do governo britânico.
Os sintomas, que incluem febre alta, pressão sanguínea baixa
e dores abdominais, costumam aparecer cerca de um mês depois do contato com o
coronavírus.
A grande maioria das crianças que se infectam pelo
coronavírus não desenvolve esse processo inflamatório ou se recupera com
tratamento. Mas em alguns casos, a síndrome pode evoluir para um quadro grave e
ocasionar a morte.
Foi o que aconteceu com uma paciente da pediatra Jessica
Lira, que trabalha na UTI do Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, no
Ceará.
A menina tinha dois anos e desenvolveu encefalite, uma
inflamação no cérebro que parece ter sido impulsionada pela contaminação pelo
coronavírus.
"Ela teve morte encefálica. A conversa foi difícil, os
pais estavam com muito sentimento de revolta, tinham muita dificuldade em
entender como que evoluiu para isso. Não sabiam que a covid-19 podia levar a um
quadro como esse", disse Jessica em entrevista recente à BBC News Brasil.
Comorbidades e vulnerabilidades socioeconômicas são fatores
de risco para crianças com covid-19
Comorbidades e vulnerabilidades socioeconômicas
Mas são as comorbidades e vulnerabilidades socioeconômicas
que têm maior peso na morte de crianças por covid-19 no Brasil.
Um estudo observacional desenvolvido por pediatras
brasileiros liderados por Braian Sousa, ligado à Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP), e com supervisão de Alexandre Ferraro,
identificou comorbidades e vulnerabilidades socioeconômicas como fatores de
risco para o pior desfecho da covid-19 em crianças.
"Individualmente, a maioria das comorbidades incluídas
foram fatores de risco. Ter mais de uma comorbidade aumentou em quase dez vezes
o risco de morte. Em comparação com as crianças brancas, os indígenas, os
pardos e os do leste asiático tiveram um risco significativamente maior de
mortalidade. Também encontramos um efeito regional (maior mortalidade no Norte)
e um efeito socioeconômico (maior mortalidade em crianças de municípios menos
desenvolvidos socioeconomicamente)", dizem os pesquisadores no estudo
publicado na plataforma medrxiv.
"Além do impacto das comorbidades, identificamos
efeitos étnicos, regionais e socioeconômicos que moldam a mortalidade de
crianças hospitalizadas com covid-19 no Brasil. Juntando esses achados,
propomos que existe uma sindemia (interação entre problemas de saúde e contexto
sócioeconômico) entre covid-19 e doenças não transmissíveis, impulsionada e
fomentada por desigualdades sociodemográficas em grande escala".
"Enfrentar a covid-19 no Brasil também deve incluir o
tratamento dessas questões estruturais. Nossos resultados também identificam
grupos de risco entre crianças que devem ser priorizados para medidas de saúde
pública, como a vacinação", concluem os pesquisadores.
Foram estudados 5.857 pacientes com menos de 20 anos, todos
hospitalizados com covid-19 confirmado por laboratório.
Constatações semelhantes foram feitas pelo professor Paulo
Ricardo Martins-Filho, da Universidade Federal do Sergipe (UFS), um dos
pesquisadores que mais publicam sobre covid-19 no Brasil.
Ele e sua equipe desenvolveram um estudo para estimar as
taxas de incidência e mortalidade da covid-19 em crianças brasileiras e
analisar sua relação com as desigualdades socioeconômicas.
E chegaram à conclusão que houve diferenças regionais
importantes e uma relação entre taxas de mortalidade e desigualdades
socioeconômicas.
"O conhecimento das diferenças sociogeográficas nas
estimativas do COVID-19 é crucial para o planejamento de estratégias sociais e
tomada de decisão local para mitigar os efeitos da doença na população
pediátrica", diz Martins-Filho no estudo, publicado na plataforma
científica internacional PMC.
Portanto, essas crianças acabam ficando mais vulneráveis a
doenças, incluindo o coronavírus.
"Claro que quanto mais casos tivermos e, por
consequência, mais hospitalizações, maior é o número de mortos em todas as
faixas etárias, incluindo crianças. Mas se a pandemia estivesse controlada,
esse cenário poderia evidentemente ser minimizado", diz à BBC News Brasil
Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade
Brasileira de Pediatria.
"Maioria das crianças que morrem tem
comorbidades", diz pediatra na linha de frente
Linha de frente
"A maioria das crianças que morrem tem comorbidades,
especialmente pacientes oncológicos (com câncer) ou com sobrepeso e obesidade.
Há também aqueles com problemas nos pulmões e no coração. Mas isso não é uma
regra. Vemos bebês e crianças saudáveis morrendo por covid, algo não tão
presente na primeira onda", diz à BBC News Brasil Lohanna Tavares,
infectologista pediátrica da Comissão de Controle de Infecção do Hospital
Infantil Albert Sabin em Fortaleza, no Ceará.
Pediatras acreditam que as mortes dessas crianças saudáveis
podem estar relacionadas a fatores externos, como desnutrição e outras doenças,
como dengue, por exemplo, mas essa correlação ainda precisa ser estudada.
Tavares reforça outro fator que vem contribuindo para o
aumento — e já identificado nos estudos sobre o tema: a falta de assistência.
"Os leitos hospitalares e o acesso aos cuidados
pediátricos são bem menores para as crianças do que para os adultos. Várias
enfermarias de hospitais pediátricos foram substituídas por leitos para
adultos. Evidentemente, a necessidade maior é dos adultos. Mas a restrição de
leitos pediátricos gera um acúmulo de pacientes nas emergências, o que faz com
que o próprio pediatra pondere mais a internação da criança", diz.
"Ou seja, ele só vai internar as crianças que estiverem
mais acometidas, com um quadro mais grave, quando o ideal seria deixar em
observação casos que podem gerar complicações. Mas não há leitos suficientes.
Quando se diminui o número de leitos pediátricos, o sistema fica sobrecarregado
e a assistência fica, assim, prejudicada", lamenta.
Atualmente, não há vacinas disponíveis para menores de 16
anos. "Mas estudos já estão sendo feitos com esse público", lembra
Kfouri, da SBP.
E Tem Mais: Covid-19 em crianças: por que os índices de
mortalidade no Brasil são tão altos - 18/03
Ouça o podcast E Tem Mais, apresentado por Monalisa Perrone.
Programa do dia 18 de março de 2021.
Neste episódio do E Tem Mais, Monalisa Perrone ouve médicos
e pesquisadores para entender porque os bebês e crianças brasileiras passaram a
adoecer e morrer mais pela Covid-19. Na primeira parte do episódio, Monalisa
recebe Alexandre Ferraro, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo e um dos responsáveis por uma pesquisa recente que investigou o
assunto.
Ferraro e outros especialistas investigaram mais de 5 mil
infecções entre menores de 20 anos e constataram que existe não uma, mas várias
causas para a maior agressividade da Covid-19 entre crianças brasileiras. Entre
essas causas, está a desigualdade social. Também participa do episódio Marcelo
Otsuka, vice-presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade
de Pediatria de São Paulo.
No Twitter
DEAR GOD—“The largest public health & hospital collapse in the history of Brazil 🇧🇷”—wow.
Albert Einstein, um dos maiores cientistas do mundo, nasceu
neste dia em 1879. Comemoramos republicando seu clássico artigo em que defende
o socialismo, escrito para o primeiro número da revista marxista Monthly
Review.
Por que socialismo?
É aconselhável que alguém que não é um expert em assuntos
econômicos e sociais expresse suas visões sobre o socialismo? Acho que sim, por
várias razões.
Vamos primeiro considerar a questão sob o ponto de vista do
conhecimento científico. Pode parecer que não há diferenças metodológicas
essenciais entre astronomia e economia: cientistas em ambos os campos tentam
descobrir leis gerais para aplicar a certo grupo de fenômenos e possibilitar
que a inter-relação desses fenômenos seja tão compreensível quanto possível.
Mas na realidade essas diferenças metodológicas existem. A descoberta de leis
gerais no campo da economia se torna difícil pelo fato que os fenômenos
econômicos analisados são frequentemente afetados por diversos fatores muito
difíceis de avaliar separadamente. Além disso, a experiência acumulada desde o
começo do chamado período civilizado da história humana tem, como bem sabemos,
sido largamente influenciada e limitada por causas que não são exclusivamente
econômicas por natureza. Por exemplo, a maioria dos países mais importantes
deve sua existência à conquista.
A conquista de outros povos os estabeleceu, legal e
economicamente, como a classe privilegiada do país conquistado. Eles
conquistaram para si mesmos o monopólio da propriedade de terra e escolheram
líderes eclesiásticos entre suas próprias fileiras. Os padres, no controle da
educação, transformaram a divisão de classes da sociedade em uma instituição
permanente e criaram um sistema de valores no qual as pessoas passaram a guiar
seu comportamento social, muitas vezes inconscientemente.
Mas a tradição histórica é, por assim dizer, de ontem; em
lugar algum realmente superamos o que Thorstein Veblen chamou de “fase
predatória” do desenvolvimento humano. Os fatos econômicos observáveis
pertencem àquela fase e até mesmo as leis que derivam deles não são aplicáveis
a outras fases. Como o real propósito do socialismo é precisamente superar e
avançar a fase predatória do desenvolvimento humano, a ciência econômica em seu
estado atual pode jogar pouca luz na sociedade socialista do futuro.
Em segundo lugar, o socialismo objetiva um fim ético-social.
A ciência, no entanto, não pode criar fins e muito menos inculcá-los em seres
humanos; a ciência pode fornecer, no máximo, os meios para atingir certos fins.
Mas os fins são concebidos por personalidades com elevados ideais éticos
–quando estes fins não são natimortos, mas vitais, vigorosos–, e são adotados e
levados adiante por aqueles muitos seres humanos que, parte deles de forma
inconsciente, determinam a lenta evolução da sociedade.
Por estas razões, temos de estar atentos para não
superestimar a ciência e os métodos científicos quando se trata de uma questão
de problemas humanos; nós não deveríamos presumir que os especialistas são os
únicos que têm o direito de se expressar em questões que afetam a organização
da sociedade.
Incontáveis vozes vêm assegurando há algum tempo que a
sociedade humana está passando por uma crise, que sua estabilidade foi
gravemente abalada. É característico desta situação que indivíduos se sintam
indiferentes e até hostis ao grupo, pequeno ou grande, ao qual pertencem. Para
ilustrar o que digo, deixe-me recordar uma experiência pessoal. Recentemente
discuti com um homem inteligente e bem disposto sobre a ameaça de outra guerra,
o que, em minha opinião, poderia seriamente pôr em risco a existência da
humanidade, e salientei que somente uma organização supra-nacional poderia oferecer
proteção contra este perigo. Em seguida, meu visitante, muito calma e
friamente, disse: “Por que você se opõe tão profundamente ao desaparecimento da
raça humana?”
Tenho certeza que até um século atrás ninguém faria uma
declaração destas com tamanha tranquilidade. É a declaração de um homem que que
se esforçou em vão para alcançar o equilíbrio consigo mesmo e que de certa
maneira perdeu a esperança de conseguir. É a expressão de uma dolorosa solidão
e isolamento que muitas pessoas estão sofrendo atualmente. Qual é a causa? Há
alguma saída?
É fácil levantar tais questões, mas é difícil respondê-las
com algum grau de certeza. Eu devo tentar, entretanto, da melhor maneira que
posso, apesar de estar muito consciente do fato de que nossos sentimentos e
impulsos são frequentemente contraditórios e obscuros e não podem ser
expressados em fórmulas simples e fáceis.
O homem é, ao mesmo tempo, um ser solitário e um ser social.
Como um ser solitário, ele tenta proteger sua própria existência e a daqueles
que lhe são mais próximos, para satisfazer seus desejos pessoais e desenvolver
suas habilidades natas. Como um ser social, ele procura ganhar o reconhecimento
e a afeição dos seus semelhantes, compartilhar prazeres com eles, confortá-los
em suas dores, e melhorar suas condições de vida. Somente a existência dessas
variadas aspirações, frequentemente conflitantes, contribui para o caráter de
um homem, e a específica combinação delas determina quanto um indivíduo pode
conquistar em equilíbrio interno e ao mesmo tempo contribuir para o bem estar
da sociedade. É possível que a relativa força destes dois impulsos seja, na
maioria, herdada. Mas a personalidade que finalmente emerge é formada pelo
ambiente em que o homem se acha durante seu desenvolvimento, pela estrutura da
sociedade onde ele cresce, pela tradição daquela sociedade e pelo apreço dela
por tipos particulares de comportamento. O conceito abstrato de “sociedade”
significa o indivíduo humano sendo a soma total das suas relações diretas ou
indiretas com seus contemporâneos e com todas as pessoas das gerações
anteriores. O indivíduo pode falar, sentir, ambicionar e trabalhar por si
mesmo; mas ele depende tanto da sociedade –em sua existência física,
intelectual e emocional– que é impossível pensar nele, ou entendê-lo, fora da
moldura da sociedade. É a sociedade que lhe dá comida, roupas, um lar, as
ferramentas de trabalho, o idioma, as formas de pensamento e a maioria dos
conteúdos de pensamento; sua vida se torna possível através do trabalho e das
habilidades de muitos milhões no passado e no presente que estão ocultos detrás
da pequena palavra “sociedade”.
É evidente, portanto, que a dependência de um indivíduo em
relação à sociedade é algo natural, que não pode ser abolido –assim como ocorre
com as formigas e as abelhas. No entanto, enquanto todo o processo de vida das
formigas e das abelhas é fixado até os mínimos detalhes por rígidos instintos
hereditários, o padrão social e os inter-relacionamentos dos seres humanos são
muito variáveis e sujeitos a mudanças. Memória, a capacidade de fazer novas
combinações e o talento da comunicação oral tornaram possíveis acontecimentos
entre os seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Tais
acontecimentos se manifestam em tradições, instituições e organizações; em
literatura; em conquistas científicas e de engenharia; em trabalhos artísticos.
Isto explica como, de certa forma, o homem pode influenciar sua vida através da
conduta, e que neste processo o pensamento e a vontade consciente podem
desempenhar um papel.
O homem adquire no nascimento, por hereditariedade, uma constituição biológica
que podemos considerar fixa e inalterável, incluindo as necessidades
características da espécie humana. Mas, durante sua vida, ele adquire da
sociedade também uma natureza cultural, através da comunicação e muitos outros
tipos de influências. É esta natureza cultural que, com a passagem do tempo, é
objeto de mudança e determina a maior parte das relações entre indivíduo e
sociedade. A antropologia moderna nos ensinou, ao fazer comparações com as
chamadas culturas primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode
ser enormemente variado, a depender dos padrões culturais e do tipo de organização
que predomina na sociedade. É nisto que aqueles que se empenham em melhorar a
condição humana devem fundamentar suas esperanças: os seres humanos não estão
condenados, por sua natureza biológica, a aniquilar uns aos outros ou estar à
mercê de um destino cruel auto-infligido.
Se nos perguntarmos como a estrutura da sociedade e a
natureza cultural do homem pode ser mudada para tornar a vida humana o mais
satisfatória possível, devemos estar constantemente conscientes de que há
certas condições que não somos capazes de modificar. Como mencionei, a natureza
biológica do homem não é, para qualquer propósito prático, sujeita à mudança.
Além do mais, os avanços tecnológicos e demográficos dos últimos séculos
criaram condições que vieram para ficar. Em populações relativamente densas,
com os bens que são indispensáveis à continuidade de sua existência, uma
divisão extrema do trabalho e um aparato produtivo altamente centralizado são
absolutamente necessários. Foi-se o tempo –que, olhando para trás, parece tão
idílico– em que indivíduos ou pequenos grupos podiam ser completamente
auto-suficientes. Há pouco exagero em dizer que a humanidade se constitui em
uma comunidade planetária de produção e consumo.
Cheguei no ponto onde posso indicar brevemente o que para
mim constitui a essência da crise de nosso tempo. Tem a ver com a relação entre
o indivíduo e a sociedade. O indivíduo se tornou mais consciente do que nunca
de sua dependência em relação á sociedade, mas ele não vê esta dependência como
algo positivo, como um laço orgânico, uma força protetora, e sim como uma
ameaça a seus direitos naturais ou até mesmo à sua existência econômica. Mais
ainda, sua posição na sociedade reforça que os impulsos egoístas de sua
natureza sejam constantemente acentuados, enquanto seus impulsos sociais,
naturalmente mais fracos, se deterioram progressivamente. Todos os seres
humanos, não importa que posição tenha na sociedade, estão sofrendo este
processo de deterioração. Prisioneiros, sem se dar conta, de seu próprio
egoísmo, se sentem inseguros, sozinhos e privados do simples, primitivo e sem
sofisticação desfrute da vida. O homem pode encontrar sentido na vida, curta e
perigosa como é, somente se devotando à sociedade.
A desordem econômica da sociedade capitalista que existe
hoje é, em minha opinião, a real fonte do mal. Vemos diante de nós uma enorme
comunidade de produtores cujos membros estão se esforçando em privar uns aos
outros dos frutos do trabalho coletivo –não pela força, mas em total
cumplicidade com regras legalmente estabelecidas. A este respeito, é importante
perceber que os meios de produção –quer dizer, a total capacidade produtiva que
é necessária para produzir bens de consumo assim como os bens de capital– podem
ser legalmente, e a maioria é, propriedade privada de indivíduos.
Para simplificar, a seguir chamo de “trabalhadores” todos
aqueles que não compartilham a propriedade dos meios de produção –apesar de não
corresponder exatamente ao costumeiro uso do termo. O dono dos meios de
produção está em posição de usar a força de trabalho do empregado. Usando os
meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do
capitalista. O ponto essencial deste processo é a relação entre o que o
trabalhador produz e como ele é pago, ambos medidos em termos de valor real. Como
o contrato de trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe é determinado não
pelo valor real dos bens que produz, mas por suas mínimas necessidades e pela
demanda capitalista por força de trabalho em relação ao número de trabalhadores
competindo pelas vagas. É importante entender que até mesmo em teoria o
pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto.
O capital privado tende a ficar concentrado em poucas mãos,
parte por causa da competição entre os capitalistas, e parte porque o avanço
tecnológico e a crescente divisão do trabalho encorajam a formação de unidades
de produção maiores em detrimento das menores. O resultado disso é uma
oligarquia do capital privado cujo enorme poder não pode ser efetivamente
questionado nem mesmo por uma sociedade democraticamente organizada
politicamente. Isto se comprova quando sabemos que os membros das casas
legislativas são selecionados pelos partidos políticos, largamente financiados
ou pelo menos influenciados por capitalistas privados que apartam o eleitorado
da legislatura para todas as finalidades práticas. A consequência é que, na
realidade, os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses
dos setores menos privilegiados da população. Pior: normalmente, os
capitalistas inevitavelmente controlam, direta ou indiretamente, as principais
fontes de informação (imprensa, rádio, educação). É então extremamente difícil,
e em alguns casos impossível, para o cidadão, chegar a conclusões objetivas e
fazer uso inteligente de seus direitos políticos.
A situação dominante em uma economia baseada na propriedade
privada do capital é, assim, caracterizada por dois fatores principais:
primeiro, os meios de produção (capital) pertencem a proprietários que os
utilizam como querem; segundo, o contrato de trabalho é livre. Claro, não
existe uma sociedade capitalista pura neste sentido. De fato,
é preciso notar que os trabalhadores, através de longas e amargas lutas
políticas, tiveram sucesso em assegurar uma forma melhorada do “contrato de
trabalho livre” para certas categorias. Mas, tomando-se como um todo, a
economia de hoje não se difere muito do capitalismo “puro”.
A produção é guiada pelo lucro, não pelo uso. Não existe
garantia de que todas as pessoas hábeis para o trabalho estarão sempre em condições
de achar emprego; um “exército de desempregados” quase sempre existe. O
trabalhador vive em constante medo de perder seu emprego. Já que os
desempregados e os trabalhadores mal pagos não constituem um mercado rentável,
a produção de bens de consumo é restrita, e a consequência é um grande
sofriment . O progresso tecnológico frequentemente resulta em mais desemprego,
em vez de reduzir o fardo de trabalho para todos. O desejo de lucro, em
conjunção com a competição entre os capitalistas, é responsável pela
instabilidade na acumulação e utilização do capital, que leva a depressões cada
vez mais severas. Competição sem limite leva a um enorme desperdício do
trabalho e à deterioração da consciência social dos indivíduos que mencionei
antes.
Eu considero esta deterioração dos indivíduos o pior mal do
capitalismo. Todo o nosso sistema educacional sofre deste mal. Uma atitude
competitiva exagerada é inculcada no estudante, que é treinado para idolatrar o
sucesso adquirido como uma preparação para sua futura carreira.
Estou convencido de que só há um modo de eliminar estes
males, o estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada de um sistema
educacional orientado por objetivos sociais. Numa economia assim, os meios de
produção são de propriedade da sociedade e são utilizados de uma forma
planejada. Uma economia planejada que ajusta a produção às necessidades da
comunidade distribuiria o trabalho a ser feito entre os que são hábeis para
trabalhar e garantiria o sustento a todo homem, mulher e criança. A educação do
indivíduo, além de promover suas próprias habilidades natas, faria com que se
desenvolvesse nele um senso de responsabilidade por seus semelhantes em vez da
glorificação do poder e do sucesso da sociedade atual.
É necessário lembrar que uma economia planejada ainda não é
socialismo. Uma economia planejada pode vir acompanhada pela completa
escravização do indivíduo. A conquista do socialismo requer a solução de alguns
problemas sócio-políticos extremamente difíceis: como é possível, tendo em vista
a abrangente centralização do poder político e econômico, impedir que a
burocracia se torne todo-poderosa e onipotente? Como os direitos do indivíduo
podem ser protegidos para garantir um contrapeso democrático ao poder da
burocracia?
Ter clareza sobre estas questões e problemas do socialismo
são de grande significado nesta época de transição. Como, sob as circunstâncias
atuais, a discussão destes problemas de forma livre e sem obstáculos se tornou
um tabu poderoso, considero que a fundação desta revista representa um
importante serviço público.
Albert Einstein DUBLADO DOCUMENTÁRIO COMPLETO S/ CORTES
Albert Einstein foi um físico e humanista alemão (14 de
março 1879 -- 18 de abril 1955), autor da teoria da relatividade e de
importantes estudos em ondulatória.
#AlbertEinstein - Há 142 anos, em 14 de março de 1879, nascia o cientista alemão Albert Einstein, considerado um dos pilares da física moderna e da mecânica quântica e um dos maiores gênios da história.
No Brasil Urgente em 16 de fevereiro, o apresentador José Luiz Datena mostrava cenas ao vivo da chuva na capital paulista. Em um certo momento, ele percebe um movimento na tela e comenta: "Olha o avião passando lá. É avião ou disco voador. Não pode ser disco voador porque quando o programa começa a falar de disco voador é porque está no fim, já já sai do ar. Então não é disco voador, é avião”.
Datena comentou sobre suposta aparição de um óvni no Brasil
Urgente
De fato a cena chamou a atenção da web e até foi parar em um
canal estrangeiro de ufologia, que estuda assuntos relacionados a discos
voadores e extraterrestres. O próprio apresentador brincou sobre o
acontecimento: “Será que eu narrei ETs no Brasil Urgente? Estão dizendo que eu
seria o ET”". Assista ao vídeo:
UFO Spotted LIVE in a Storm on a Brazilian Newscast - 20 de fev. de 2021
The BAND program "Brasil Urgente" was live with
the presenter Datena showing the clouds and the rain in São Paulo, when out of
nowhere a discoid-shaped object crosses in front of the camera at a great speed
where it caught the attention of the presenter.
Experts calculate that this object was at a speed twice the
speed of Sound, "680 meters per second ie (2,488 km / h)".
Cientistas advertem que o vírus Nipah, que provoca
inflamação no cérebro e é 75 vezes mais mortal do que a COVID-19, poderia se
transformar na próxima pandemia.
Os portadores do Nipah, tal como os do SARS-CoV-2, são os
morcegos. Este vírus é uma das principais preocupação para os cientistas.
Inchaço cerebral grave, convulsões e vômitos são apenas
alguns dos sintomas deste perigoso vírus, que foi descoberto pela primeira vez
em 1999 na Malásia.
Surtos ocorridos no sul e sudeste da Ásia mostram que
Nipah é extremamente mortal, com um taxa de letalidade entre 40% e 75%. Em
comparação, de acordo com os dados do Imperial College de Londres, a taxa de
letalidade da COVID-19 é de cerca 1%, escreve o The Sun.
O vírus é considerado um dos patógenos de maior prioridade
da Organização Mundial da Saúde para o desenvolvimento de
uma vacina.
O Nipah suscita tanta preocupação porque apresenta um longo
período de incubação de até 45 dias, o que significa que uma pessoa pode
espalhar o vírus por mais de um mês antes de adoecer, além da sua capacidade de
passar de espécie para espécie.
A doutora Rebecca Dutch, responsável pelo Departamento de
Bioquímica Molecular e Celular da Universidade de Kentucky e especialista
mundial no estudo de vírus, disse que, embora não haja atualmente surtos de
Nipah no mundo, estes ocorrem periodicamente e é "extremamente
provável" que vejamos mais.
Raposa-voadora é solta no Parque Central de Sydney, na
Austrália
"O Nipah é um dos vírus que poderia perfeitamente ser a
causa de uma nova pandemia. Vários fatos sobre o Nipah são muito
preocupantes", afirmou.
"Muitos outros vírus nessa família (como o
sarampo) se transmitem facilmente entre as pessoas, por isso há preocupações de
que uma variante do Nipah com alta capacidade de transmissão possa
surgir", advertiu a cientista.
Ela ressaltou ainda que a sua alta taxa de mortalidade é
muito superior à da COVID-19.
Segundo estudo publicado na
revista Nature Communications, o Sudeste da Ásia, a parte sul e central da África, a área em
torno da Amazônia e o Leste da Austrália são as áreas de maior risco para o
surgimento de novas doenças.
O rover Perseverance da NASA pousou em Marte nesta
quinta-feira (18), após realizar uma descida que a agência espacial
norte-americana denominou de "sete minutos de terror". Agora o
aparelho vai iniciar a busca por sinais de vida no Planeta Vermelho.
O robô enviou suas primeiras imagens coloridas de Marte,
mostrando uma paisagem de terreno estéril e formações misteriosas de rochas.
Após uma jornada de quase 480 milhões de quilômetros
viajados no espaço, o aparelho, que pesa pouco mais de uma tonelada e tem o
mesmo tamanho de um carro grande, pousou na cratera Jezero, que é considerada um dos locais
mais perigosos escolhidos pela NASA até agora, sendo que está cheia de rochas,
penhascos e pedregulhos.
Uma das imagens compartilhadas em sua conta no
Twitter mostra uma paisagem árida e empoeirada e a sombra do rover vista no
solo.
Fotografias tiradas pelo rover Perseverance da NASA, que
aterrissou em Marte em 18 de fevereiro na cratera Jezero
Outra imagem tirada pelo Perseverance exibe o que parecem
ser rochas em uma paisagem amarelada ao lado de uma das rodas do veículo.
Fotografias tiradas pelo rover Perseverance da NASA, que
aterrissou em Marte em 18 de fevereiro na cratera Jezero
A bordo Perseverance tem um dispositivo experimental
para obtenção de oxigênio da atmosfera de Marte, bem como um "helicóptero
espacial" que voará pela primeira vez noutro planeta.
Os cientistas acreditam que, sendo a cratera um antigo lago,
ela pode conter restos de micróbios mortos há muito tempo, no passado remoto em
que Marte era um planeta úmido.
Ingenuity, the Mars Helicopter I carry, is working as expected. I’m currently charging it, but once I set it down, it’ll rely solely on its solar panels. If it survives the brutally cold Martian nights, the team will attempt flight. https://t.co/8pksN06ZwP#CountdownToMarspic.twitter.com/80kEoww0QU