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quarta-feira, 3 de março de 2021

Imóvel comprado por Flávio Bolsonaro é mais de três vezes maior do que seu patrimônio


Em 2018, senador declarou R$ 1,74 milhão em bens. Valor de mansão adquirida em Brasília é de R$ 6 milhões


Flávio Bolsonaro adquiriu a mansão por meio de financiamento no Banco de Brasília - Wilson Dias / EBC


senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou uma mansão de R$ 6 milhões, localizada em bairro de luxo de Brasília. Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o senador pagou pela casa quantia que é a mesma que o Ministério Público denuncia no caso das “rachadinhas”.

A compra foi confirmada em 2 de fevereiro, no 1º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito, de acordo com o Estadão. A mansão de Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, está localizada no setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, vendida como “a melhor vista de Brasília da suíte master”.

Flávio Bolsonaro é investigado pelo esquema de desvios de recursos dos salários de seus assessores, as “rachadinhas“, quando era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na investigação, o filho do presidente é suspeito de realizar a lavagem de dinheiro por meio da venda e compra de imóveis.

A denúncia do MP relata que 12 funcionários fantasmas lotados no gabinete de Flávio na Alerj teriam desviado R$ 6,1 milhões dos cofres públicos. O caso foi revelado após relatório do Coaf apontar movimentação atípica de R$ 1,2 milhão, durante um ano, na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio e amigo de Jair Bolsonaro.


Vai pagar como?

Flávio Bolsonaro adquiriu a mansão por meio de um financiamento no Banco de Brasília. O senador conseguiu uma taxa de juros de 4,85% ao ano, por 30 anos. O Estadão calcula que o valor mensal das parcelas será de R$ 16.162,50 – sem contar os seguros e as taxas.

Porém, o salário bruto de um senador da República é de R$ 33.763,00, que após os descontos cai para R$ 24,9 mil. Os R$ 6 milhões da mansão correspondem ao triplo do total de bens declarados por Flávio Bolsonaro à Justiça Eleitoral, em 2018, quando disputou uma vaga no Senado pelo Estado do Rio de Janeiro.

Dois anos atrás, Flávio disse que tinha um total de bens de R$ 1,74 milhão, incluindo um apartamento residencial na Barra da Tijuca, no Rio (R$ 917 mil), uma sala comercial no mesmo bairro (R$ 150 mil), 50% de participação da empresa Bolsotini Chocolates (uma franquia da Kopenhagen, de R$ 50 mil), um veículo Volvo XC de R$ 66,5 mil e aplicações e investimentos que somavam R$ 558,2 mil.


Coincidência

A compra da mansão foi alvo de críticas nas redes sociais. O assunto foi um dos mais comentados do Twitter, na segunda-feira (1ª). Parlamentares, jornalistas e personalidades levantaram suspeita sobre o novo patrimônio de Flávio Bolsonaro.

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) pede que seja feita uma investigação. O salário de deputado e de senador não dá para comprar uma casa de R$ 6 milhões, como fez o Senador Flávio Bolsonaro. É preciso investigar a origem do seu patrimônio”, tuitou.

Já a deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP) ironiza o fato do valor do imóvel ser o mesmo que Flávio é investigado pela Justiça: “Por coincidência, o modesto valor de R$6 milhões da mansão é o mesmo que o Ministério Público acusa Flávio Bolsonaro de receber indevidamente por meio de rachadinhas.”

O jornalista Lúcio de Castro, da Agência Sportlight, também criticou a compra. “Flávio Bolsonaro comprando uma nababesca mansão muito acima do que pode só indica a certeza que eles têm no golpe. De alguém que prevê estar acima de lei e instituições por muitos anos. Poucas vezes se viu um atestado tão surreal assim”, afirmou.


Outro lado

Em depoimento publicado em sua conta oficial no Twitter, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que a transação noiticiada pelo jornal foi uma "simples compra e venda de imóvel".

"Eu vendi o imóvel que eu tinha no Rio de Janeiro, vendi uma franquia que eu possuía também no Rio de Janeiro e dei entrada numa casa aqui em Brasília. A maior parte do valor dessa casa está sendo financiada num banco, numa taxa que foi aprovada conforme o rendimento familiar como qualquer coisa no Brasil pode fazer", disse no vídeo. 

Sobre a venda do imóvel no Rio de Janeiro, o senador afirma que foi realizada "por meio de um instrumento particular de compra e venda". "Daqui a pouco vai ter uma escritura também, está na fase de elaboração das certidões pra que possa instruir esse escritura pública", disse o filho do presidente.

 Fonte: Brasil de Fato

Revista Fórum

Flávio Bolsonaro compra casa de 6 milhões em Brasília e esconde patrimônio

Este Fórum Onze e Meia comenta a compra da mansão de R$ 6 milhões pelo filho do presidente Flavio Bolsonaro, uma semana depois que a quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as quebras de sigilos bancário e fiscal do senador.

O programa ainda fala sobre a preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS)  em relação ao Brasil superar os EUA em número de casos e mortes da pandemia.

Entrevistados desta edição:  Paulo Teixeira, deputado federal (PT-SP), Juliano Medeiros, presidente do PSOL.

Comentários de Renato Rovai, jornalista e editor da Revista Fórum. Apresentação de Dri Delorenzo.

Assista ao VÍDEO



UOL

Mansão de Flávio Bolsonaro: veja imagens do imóvel de R$ 6 milhões em Brasília

Mansão de Flávio Bolsonaro: Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, filho do presidente Jair Bolsonaro comprou imóvel de luxo com quatro suítes, academia, piscina e spa com aquecimento solar, em uma área construída de 1,1 mil m². Em nota, senador alegou que obteve recursos para a aquisição a partir da venda de um imóvel no Rio de Janeiro. Mais da metade do valor ocorreu por intermédio de financiamento imobiliário, disse um dos trechos do texto elaborado pela assessoria de Flávio Bolsonaro.

Assista ao VÍDEO


No Twitter


 

 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Igreja Universal teria servido de lavagem de R$ 6 bi para QG da Propina


Templo de Salomão da Igreja Universal em São Paulo - Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Ministério Público do Rio de Janeiro detectou uma movimentação atípica de quase R$ 6 bilhões, entre maio de 2018 e abril de 2019, na Igreja Universal


Jornal GGN  – O esquema de liberação de contratos na Prefeitura do Rio, o chamado “QG da Propina”, sob a gestão Crivella, também teve relações com um suposto esquema bilionário de lavagem de dinheiro junto à Igreja Universal do Reino de Deus.

Além do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o primo de Edir Macedo e ex-tesoureiro das campanhas eleitorais do prefeito, Mauro Macedo, e o ex-senador e bispo Eduardo Benedito Lopes (Republicanos) também foram acusados de integrar o esquema “QG da Propina”.

Macedo é conhecido por administrar negócios de empresas ligadas à Igreja Universal. Lopes, que foi suplente de Marcelo Crivella no Senado, por sua vez, chegou a ser acusado em 2018, durante campanha de reeleição ao Senado, de ter sido favorecido politicamente por abuso de poder religioso da Igreja Universal.

Entre as atuações de organização criminosa e corrupção passiva, a Igreja Universal do Reino de Deus teria sido usada para lavagem de dinheiro. Os investigadores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) detectaram uma movimentação atípica de quase R$ 6 bilhões, entre maio de 2018 e abril de 2019, na Igreja.

Segundo os promotores, a movimentação financeira “anormal” seria, na prática, a ocultação de renda de integrantes do esquema de propinas junto à Prefeitura, por meio da Igreja.


No Twitter


 

 

 

 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

URGENTE: MP denuncia Flávio Bolsonaro por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa



Senador é investigado pelo esquema de rachadinhas em seu antigo gabinete na Alerj e pode virar réu; Queiroz e outros 15 assessores também foram denunciados

Um dia após voltar de seu passeio em Fernando de Noronha, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi denunciado, nesta terça-feira (3), pelo Ministério Público do Rio por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As informações são do Estadão.

Além dele, foram denunciados 15 ex-assessores do senador e também o ex-policial Fabrício Queiroz, que está em prisão domiciliar.

A denúncia tem relação com as investigações, que já duram mais de dois anos, sobre o esquema de rachadinhas que supostamente operava em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual. O esquema consistiria em se apropriar dos salários de assessores, pagos com dinheiro público, e lavar esses recursos através de uma organização criminosa. Segundo as investigações, o senador lavaria esse dinheiro através da compra de imóveis e também por meio de uma franquia de uma loja de chocolates. O filho do presidente é apontado pelo MP como líder da organização criminosa e Queiroz, por sua vez, como operador do esquema de corrupção.

As investigações do MP apontam que os ex-funcionários do então deputado estadual depositaram ao longo dos 11 anos R$ 2,06 milhões na conta bancária de Queiroz, sendo a maior parte em dinheiro vivo. Além disso, a suposta organização criminosa apontada na denúncia teria sacado R$ 2,9 milhões em espécie ao longo desse período.

O MP ajuizou a denúncia ainda em outubro mas, como o desembargador relator do caso estava de férias, a peça só pode ser oficializada nesta terça-feira (3).

Caso a Justiça aceite a denúncia contra Flávio Bolsonaro, ele e seus ex-assessores se tornarão réus. Flávio Bolsonaro, agora, será notificado e terá que oferecer resposta no prazo de 15 dias. O recebimento da denúncia por parte da Justiça se dará após a manifestação do senador.

O nome dos ex-funcionários denunciados não foi revelado. Até o momento, o filho do presidente não se pronunciou sobre a denúncia.


 

Fonte:  Revista Fórum


domingo, 13 de setembro de 2020

MP vê indícios de uso da Igreja Universal para lavar dinheiro de corrupção



Movimentações atípicas realizadas pela Igreja Universal do Reino de Deus, totalizando quase R$ 6 bilhões, chamaram a atenção do Ministério Público do Rio de Janeiro para possíveis crimes envolvendo a IURD.


A informação consta de um documento enviado à Justiça pelo subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos do MPE-RJ, Ricardo Ribeiro Martins, obtido pelo G1. Na petição, a igreja é citada por ter chamado a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) após movimentar R$ 5.902.134.822 entre o dia 5 de maio de 2018 e 30 de abril de 2019.

As suspeitas sobre a IURD têm relação direta com o escândalo do QG da Propina, que está sendo investigado pelo MP na prefeitura do Rio de Janeiro. Entre os alvos da operação, está o prefeito Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal e aliado do empresário investigado Rafael Alves, que ganhou fama por mensagens nas quais ameaçava revelar supostos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o prefeito, sua família e a igreja. Alves é apontado como um ator influente no governo municipal e suspeito de arrecadar propina com a conivência de Crivella. 


 Segundo o MP, outro nome importante na trama é o de Mauro Macedo, primo do fundador da IURD, Edir Macedo, que coordenou campanhas de Crivella e é suspeito de ter recebido Caixa 2 e de aliciar empresários para diferentes tipos de corrupção.

Para o Ministério Público, ainda de acordo com o G1, seria "verossímil concluir" que a Igreja Universal está sendo "utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal".



Desmascarando

Ministério Público mostra que Igreja Universal do Reino de Deus é foco de lavagem de dinheiro




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sábado, 11 de julho de 2020

A investigação do MP está mostrando que o MBL operava um gabinete do ódio


Ilustração: The Intercept Brasil


O cerco se fechou contra as fake news nesta semana. Depois que diversas páginas e contas foram derrubadas no Facebook ligadas ao bolsonarismo, o Ministério Público de São Paulo prendeu homens ligados ao MBL, sendo um deles um famoso propagador de mentiras. Essa indústria de fake news, que forneceu a base para ascensão da extrema direita no Brasil, parece estar com os dias contados.

Na manhã de sexta-feira, a Polícia Civil  prendeu dois empresários ligados ao MBL.  Eles são acusados pelo Ministério Público de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O MBL nega que os empresários tenham ligação com o grupo e tenta a todo custo descolar sua imagem dessa investigação. Mas o fato é que a polícia também cumpriu um mandado de busca na sede do movimento e investiga empresas ligadas a ele. Não é possível afirmar que a sede do MBL não é ligada ao MBL, não é mesmo?

Motivos para o grupo estar na mira da investigação não faltam. Além da ligação estreita que mantém com os empresários presos, está sendo investigada a relação financeira obscura entre o MBL e uma das empresas da família de Renan dos Santos, um dos líderes do movimento. Há a suspeita de que essa relação seja para a prática do crime de lavagem de dinheiro. Segundo nota do MP-SP, as evidências obtidas indicam que os envolvidos “construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado”.

Os procuradores afirmam que a família de Renan comprou e abriu duas dezenas de empresas que hoje se encontram inoperantes — outro forte indicativo de lavagem de dinheiro. Essas empresas devem juntas à União cerca de R$ 400 milhões em impostos. Uma bagatela de quase meio bilhão teria deixado de entrar nos cofres públicos!

Intercept teve acesso ao procedimento de investigação criminal, que está disponível na íntegra ao final desse texto. O MP estranha o fato do “MBL/MRL” ter se negado publicamente a “prestar contas acerca dos valores que vêm angariando ao longo de sua existência, e que vêm financiando a manutenção do “Movimento””. Na investigação consta também que o juiz acatou o pedido do MP para quebrar o sigilo bancário e fiscal de Renan Santos. Agora a estranha relação entre o MBL e a empresa da sua família finalmente deverá ser esclarecida.

A cara de pau em negar a estreita relação do grupo com os presos não resiste a uma googlada. Carlos Augusto de Moraes Afonso é um dos presos que manteve uma forte parceria com o MBL. Usando o pseudônimo de Luciano Ayan, ele ficou famoso por comandar o extinto Ceticismo Político, um site reacionário que publicava fake news. O auge da fama foi atingido quando ele apareceu no Profissão Repórter para explicar uma reportagem mentirosa publicada sobre Marielle Franco.

A manchete insinuava que a vereadora assassinada mantinha relações com o tráfico. O que o MBL fez diante disso? Largou o parceiro ferido na estrada e repudiou a disseminação da mentira? Claro que não. O grupo saiu em defesa de Luciano Ayan e passou a atacar os jornalistas da Globo em suas redes sociais. Produziram até um vídeo para defendê-lo.

Um ex-parceiro do MBL já havia denunciado o que está sendo investigado agora. Em carta enviada à CPMI das Fake News, Roger Scar contou que Luciano Ayan o procurou para assumir o Jornalivre, um site dedicado a produzir notícias com viés de direita para o MBL. Ayan não revelava de onde vinha a grana para manter o site, e o salário de R$ 2 mil de Roger. Dizia apenas que havia um doador anônimo por trás.

Segundo ele, o MBL encomendava conteúdos fakes e de apoio ao candidato Jair Bolsonaro. Foi aí que ele começou a desconfiar quem era a alma bondosa que mantinha financeiramente seu site:  “(…) a ficha começou a cair. Na realidade, Luciano havia mentido desde o princípio sobre o suposto apoiador do site. Quem realmente financiou o Jornalivre foi o MBL, e Luciano não passava de um laranja, um intermediário que fazia a ponte entre eles e eu”.

O ex-editor do Jornalivre afirma que a ideia de Ayan era “fazer precisamente o que as milícias bolsonaristas fazem hoje, com assassinato de reputações.” Ou seja, conforme Scar, o grupo pagava para Luciano Ayan comandar uma espécie de Gabinete do Ódio do MBL. Roger não é o único a apontar essas relações. Há outros ex-integrantes que as confirmam.

No texto do procedimento investigatório, consta que Ayan ameaçou membros do MBL que questionaram as nebulosas doações recebidas através de vaquinhas on-line e das lives no YouTube. Ayan “passou a efetuar intimidações e ameaçar internautas que faziam menções questionadoras a estas doações via Superchat que não possuem lastro, e cuja origem não se sabe ser lícita ou ilícita, posto que, como referido, são feitas por meio de pagamentos que não deixam lastro no sistema bancário (via cartão pré-pago).”

Ainda segundo a investigação, essa seria uma “nova e peculiar” técnica de lavagem de dinheiro. As frequentes doações online de valores relevantes não passavam pelo sistema bancário dos investigados, “justamente de forma a proporcionar, de forma mais eficiente, a ocultação da origem dos valores”. O MP chama essa grana de “cifras ocultas”, já que as doações são efetuadas por cartões pré-pago e podem ser feitas em nome de qualquer pessoa.  Para os investigadores, a origem do dinheiro dessas doações é “provavelmente ilícita”.

Infográfico presente no procedimento investigatório do MP-SP (Imagem/Reprodução)


O MBL fazia arrecadação de dinheiro por meio de suas lives no YouTube, e cada doação era chamada pelos integrantes de “pimba”. Alessander Monaco, preso nesta sexta-feira (10), era um “pimbador” em série.

O deputado Kim Kataguiri, que hoje faz a egípcia tentando escamotear sua proximidade com Ayan, o considerava um analista político de respeito. O MBL o considerava um professor e chegou a convidá-lo para ministrar uma aula pública em frente à sede do Facebook, onde o grupo fazia um protesto:



 Ayan era tão próximo do movimento que chegou a ser sócio de uma empresa junto com Pedro D’Eyrot, líder e um dos fundadores do MBL. É esse o nível de proximidade de Ayan com  lideranças do grupo.

Alessander Monaco, o outro homem ligado ao MBL preso na operação, é suspeito de, dentre outras coisas, realizar “doações altamente suspeitas através da plataforma Google” — leia-se suspeita de lavagem de dinheiro. Esses indícios circulam pelas redes desde o ano passado. 

Monaco trabalhou durante um ano como funcionário do estado de São Paulo durante a gestão de Doria, um político que sempre foi um grande parceiro do MBL. Aliás, integrante do MBL contratado pela gestão Doria não chega a ser novidade.

O MBL fazia arrecadação de dinheiro por meio de suas lives no YouTube. Cada doação era chamada pelos integrantes de “pimba”. Monaco era um “pimbador” em série. Fazia doações com valores acima da média e era festejado pelo grupo.

Registro de algumas das "pimbadas"de Alessander Monaco. (Reprodução/YouTube


As doações frequentes e vultosas de Monaco viraram piada interna entre os integrantes do MBL. Tanto que o grupo passou a apresentar suas lives exibindo em cima da bancada um porta-retrato com uma foto em homenagem ao doador “anônimo”. Na foto abaixo, Alessander aparece sentado à mesa em uma live do grupo.

Foto: Reprodução/Instagram, YouTube


A impressão que ficava era a de que Monaco era só um fã do MBL com dinheiro de sobra para gastar. Mas não é isso o que o MP acha nem o que diz esse ex-coordenador do grupo, Ian Madonaldo:



 A investigação afirma que “as doações efetuadas mensalmente por ele ao MBL somavam valores muito além da sua capacidade econômico-financeira”.

Além das “pimbadas”, o MP suspeita das 50 vezes que Monaco foi para Brasília entre julho de 2016 e agosto de 2018. Apesar de ganhar apenas R$ 6 mil mensais como funcionário da gestão Doria à época, ele torrou mais de R$ 100 mil gastos com passagens. Em todas as vezes, ele foi ao Ministério da Educação, mas nunca apresentou uma justificativa plausível. Em praticamente todo o período em que as viagens foram feitas, o ministro da Educação era Mendonça Filho, do DEM. É um partido que sempre esteve próximo do MBL e foi por meio dele que o grupo elegeu três lideranças: Kim Kataguiri, Fernando Holiday e Mamãe Falei. É mais uma história que precisa ser melhor esclarecida.

O MP identificou também um significativo aumento de patrimônio de Monaco. Em 2017, saltou de R$ 146.196,96 para R$ 465.376,92.  A investigação aponta também que a Receita Federal observou um gasto de cartão de crédito mensal médio de R$ 27.456,63 — um valor incompatível com seu salário.

Os integrantes do MBL sugerem que estão sendo vítimas de uma perseguição do bolsonarismo, com quem rompeu e hoje faz oposição. Pelo que vimos acontecer no Brasil nos últimos anos, essa é algo factível. É realmente possível que haja uma disposição em enquadrar o MBL teleguiada por agentes bolsonaristas.

Nós conhecemos o tamanho da influência do bolsonarismo dentro das polícias e do Ministério Público. Mas isso não significa que as suspeitas não fazem sentido. Fazem. O MBL nunca foi transparente quanto ao financiamento do grupo. Nunca prestou contas aos filiados do dinheiro que arrecada por meio das “pimbadas”. Quem faz a auditoria dessas doações? Quanto de dinheiro o MBL arrecadou com elas? Quanto Luciano Ayan recebeu para montar o gabinete do ódio do grupo? Ninguém sabe, nem mesmo os integrantes do grupo. A gestão financeira do MBL é uma caixa-preta que apenas a família do Renan Santos tinha acesso. Mas esse segredo parece estar com os dias contados.

Acesse aqui a íntegra do procedimento investigatório criminal que o MP-SP  abriu contra o MBL.



Segundo Ministério Público e Receita Federal, esquema envolve ocultação de patrimônio e sonegação de R$ 400 milhões.


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quarta-feira, 17 de junho de 2020

Ministério Público diz que há fortes indícios de que Flávio Bolsonaro cometeu crime de lavagem de dinheiro




247 - O Ministério Público Federal afirma que há fortes indícios do crime de lavagem de dinheiro pelo senador Flávio Bolsonaro no período em que era deputado estadual no Rio de Janeiro. A investigação do Ministério Público Federal apurou vários negócios envolvendo Flávio Bolsonaro em operações de compra e venda de imóveis entre junho de 2005 e maio de 2018 e analisou 37 transações imobiliárias. Em pelo menos três dessas operações, o procurador Sérgio Pinel percebeu indícios de irregularidades.

Reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo da noite da terça-feira aponta que a compra de um imóvel no bairro de Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, teve uma das parcelas pagas pelo sargento da Polícia Militar Diego Sodré de Castro Ambrósio, suspeito de participar do esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

O procurador observa que o policial teria realizado outras transações suspeitas, movimentando quantias em espécie, em suas contas correntes, incompatíveis com o cargo que ocupa. Outros dois imóveis comprados por Flávio Bolsonaro e a esposa dele no bairro de Copacabana também chamaram a atenção dos investigadores. Em ambos, os imóveis foram vendidos em pouco mais de um ano com valorização acima de 200%.

É a primeira vez que o Ministério Público Federal se manifesta claramente sobre as suspeitas de que Flávio Bolsonaro cometeu crimes em operações imobiliárias.


No Twitter:


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sexta-feira, 17 de maio de 2019

MP diz que Flávio comprou 19 imóveis por R$ 9 mi, ao pedir quebra de sigilo


Veja - na solicitação, procuradores apontaram que as operações contêm indícios de lavagem de dinheiro; lucro dos bens foi maior que rendimentos como deputado

Ao pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), no dia 15 de abril, o Ministério Público do Rio de Janeiro apontou indícios de que o parlamentar tenha utilizado a compra e venda de imóveis no Rio de Janeiro para lavar dinheiro.

Segundo os promotores, entre 2010 e 2017, o então deputado estadual lucrou 3,089 milhões de reais em transações imobiliárias em que há “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”. No período, ele investiu 9,425 milhões de reais na compra de dezenove imóveis, entre salas e apartamentos. Faturou mais no mercado imobiliário do que como deputado.

VEJA teve acesso às 87 páginas do documento que embasou o pedido de quebra de sigilo autorizado pelo juiz da 27ª Vara Criminal do Rio. Ali, o MP afirma que a suposta fraude pode ter ocorrido para “simular ganhos de capital fictícios” que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa fluminense.

Os promotores citam casos em que teria havido uma valorização excessiva de imóveis comprados pelo filho Zero Um do presidente Jair Bolsonaro. Em 27 de novembro de 2012, por exemplo, ele adquiriu, por 140 000 reais, um apartamento na Avenida Prado Junior, em Copacabana, Zona Sul carioca. Quinze meses depois, em fevereiro de 2014, vendeu o imóvel por 550 000 reais. Lucro: 292%.

Segundo o MP, de acordo com o índice Fipezap, utilizado no mercado imobiliário, a valorização de imóveis no bairro ficou em 11% neste período. Também em novembro de 2012, Flávio arrematou outro imóvel em Copacabana, na Rua Barata Ribeiro, desta vez por 170 000 reais. Um ano mais tarde, vendeu por 573 000 reais. Lucro: 237% – nesses doze meses que separam compra e venda, o índice de valorização na área não passou de 9%.

Na medida cautelar, os promotores apontam que os valores declarados para a compra foram inferiores aos do mercado; e, os da venda, superiores. De acordo com os promotores, os dois imóveis de Copacabana foram vendidos com a intermediação do americano Glenn Howard Dillard. Uma das transações deu confusão. O proprietário do apartamento na Prado Junior, o também americano Charles Eldering, acusou Dillard de não lhe ter repassado o dinheiro obtido com a venda.






O MP ainda levantou dúvidas sobre a transação envolvendo um apartamento em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade. O relatório aponta uma supervalorização do imóvel em apenas oito meses e questiona a história contada por Flávio de que teria recebido em dinheiro vivo 100 000 reais da venda do imóvel, que disse ter passado adiante por um total de 2,4 milhões de reais.

A versão de Flávio é de que, como recebeu este dinheiro em espécie, fez assim o depósito no banco. O MP frisa que, entre dezembro de 2008 e setembro de 2010, Flávio adquiriu dez salas comerciais na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, por 2,662 milhões de reais. Em outubro de 2010, todos os imóveis foram vendidos para a empresa MCA Exportação e Participações por 3,167 milhões de reais.

Os promotores ressaltam que o comprador tem, entre os sócios, a Listel S.A., sediada no Panamá, conhecido paraíso fiscal. Os autores do documento citam que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) considera como “sérios indícios” de lavagem de dinheiro “a realização de operações imobiliárias envolvendo pessoas jurídicas cujos sócios mantenham domicílio em países com tributação favorecida”.

Na ação, o MP afirma ter encontrado elementos que indicam a prática, no gabinete do então deputado, dos crimes de  peculato (apropriação, por funcionário público, de bens alheios), lavagem de dinheiro e organização criminosa. Procurado por VEJA, o senador reenviou, às 19h45, por meio de sua assessoria, a nota que divulgara quando houve a notícia de quebra de seu sigilo bancário, de segunda-feira 13. Ele acusou o MP de ter quebrado seu sigilo antes mesmo da autorização judicial. “Somente agora, em maio de 2019 – quase um ano e meio depois – tentam uma manobra para esquentar informações ilícitas, que já possuem há vários meses”, disse.


NOTA OFICIAL


Não são verdadeiras as informações vazadas na revista VEJA acerca de meu patrimônio. Continuo sendo vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça. Os valores informados são absolutamente falsos e não chegam nem perto dos valores reais. Sempre declarei todo meu patrimônio à Receita Federal e tudo é compatível com a minha renda. Tenho meu passado limpo e jamais cometi qualquer irregularidade em minha vida. Tudo será provado em momento oportuno dentro do processo legal. Apenas lamento que algumas autoridades do Rio continuem a vazar ilegalmente à imprensa  informações sigilosas  querendo conduzir o tema publicamente pela  imprensa e não dentro dos autos.


Justiça quebra sigilo de Flávio Bolsonaro e Queiroz



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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Moro não responde 'cadê o Queiroz?' porque a pergunta 'ofende o governo'




RBA - Em audiência tensa na Comissão de Segurança Pública, deputados contestam projeto de lei do ministro da Justiça, que se esquivou de falar sobe relação de Bolsonaro e milicianos

Sobre ligações de família Bolsonaro
 com milicianos, Moro disse que afirmações são
 "ofensivas ao governo”
São Paulo – Em clima tenso, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados realizou hoje (8) uma audiência pública na qual o ministro da Justiça, Sergio Moro, compareceu para falar de seu projeto de lei “anticrime” (PL 882/19). Ele foi questionado por deputados de oposição.

O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), autor do pedido para que a sessão fosse realizada, e o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), falaram da fragilidade do projeto e exigiram efetividade do governo no combate às milícias.

“O senhor classifica milícias como uma das facções listadas (no projeto). Milícia não é uma facção originária do sistema penitenciário. Milícia é máfia. Milícia tem uma estrutura de poder”, disse Freixo. “Eu lhe entreguei o relatório da CPI (da Assembleia Legislativa do Rio) das milícias em mãos. É o único grupo no Rio de Janeiro que transforma domínio territorial em domínio eleitoral, elege gente, elegeu senadores. É preciso que aprofunde o debate”, acrescentou o deputado do Psol.

“Nós temos um projeto que pioneiramente nomina milícia como organizações criminosas. Foi uma bandeira que o senhor defendeu todo o tempo. Que endurece contra essas organizações criminosas”, respondeu Moro. Segundo ele, o projeto reconhece as milícias como grupos criminosos organizados. “Podem ter um perfil sociológico diferente, mas o tratamento rigoroso para ela está lá na legislação.”

Pimenta também comentou a questão das milícias e seu poder. “O crime organizado – e o dr. Sergio Moro sabe disso – e a milícia, mais do que qualquer outra organização, só pode existir se tiver tentáculos na estrutura de poder do Estado.”

Segundo o petista, combater o crime organizado requer inteligência, investimento, valorização da atividade policial. “Nada disso está presente neste plano. O Brasil quer paz e segurança, mas não com utilização do Ministério Público e do Judiciário para fazer disputa política e fortalecer projeto de poder.”

Para ilustrar a falta de atenção à inteligência, Pimenta usou ironia. "Bolsonaro mora num condomínio. Lá estava o Exército, a Abin, a Polícia Federal, e ninguém sabia que tinha um bandido – um dos assassinos da Marielle – morando do lado da casa dele? Nenhum órgão de inteligência detectou isso?”

O parlamentar mencionou ainda a ligação da família Bolsonaro com milicianos. “Quando a gente diz ‘cadê o Queiroz’, é porque a família dos milicianos estava nomeada no gabinete do filho do presidente da República. O presidente da República tinha nomeado no seu gabinete em Brasília a filha de uma pessoa envolvida com a milícia”, disse Pimenta.

“Estamos falando do crime organizado no coração do poder. Com depósitos de milicianos na conta da esposa do presidente da República. Isso é uma questão de Estado”, acrescentou. “O ministro da Justiça diria: isso não me diz respeito?”

Depois de defender o projeto, o ministro da Justiça se esquivou na questão de Bolsonaro. “Outras afirmações, aqui, vou pedir venia para não responder, porque me parece que foram ofensivas ao governo.”

Pimenta também falou do “episódio patético do governador do Rio de Janeiro que atirou de helicóptero e atingiu uma tenda de evangélicos”, sobre a participação de Wilson Witzel em uma operação militar a partir de uma aeronave. “Tinha miliciano dentro do helicóptero, um chefe de milícia da região onde o governador atacou de dentro do helicóptero! Os órgãos de inteligência não detectam isso? Ou isso é uma seletividade?”

O ministro disse que sua proposta não trata de inteligência porque “não pode tratar de tudo”, mas afirmou que o governo está investindo em inteligência.

“Criamos uma diretoria de inteligência no Departamento Penitenciário Nacional. Estamos investindo firmes nisso. Estamos identificando essas pessoas (criminosos), criando instrumentos”, afirmou.

Segundo ele, está em desenvolvimento no Depen um dispositivo para celular para fazer reconhecimento facial de pessoas que já tiveram passagem pela polícia. “Estamos investindo em tecnologia e inteligência de maneira firme”, garantiu.



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sábado, 17 de dezembro de 2016

Investigado pela PF esquema de corrupção envolvendo royalties da exploração mineral


Em 2015, o município Parauapebas (PA) teve a maior arrecadação de royalties por exploração mineral no país / Jeremy Bigwood/Agência Pública



As prefeituras de Parauapebas, Oriximiná e Canãa dos Carajás no Pará tiveram mandados de busca e apreensão


O filho do governador Simão Jatene (PSDB) do estado do Pará e o pastor evangélico Silas Malafaia, líder religioso da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, são um dos alvos de investigação na operação Timóteo, nome dado ao esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. A Polícia Federal (PF) realizou nesta sexta-feira, 16, ações de buscas e apreensões em 11 estados e no Distrito Federal.

Segundo a PF, uma organização criminosa fazia parte de um esquema que era realizado junto com as prefeituras para obter parte dos 65% da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), contribuição que em 2015 acumulou uma faixa de R$ 1,6 bilhão.

Segundo a assessoria de comunicação da PF ao todo há 52 mandados de buscas e apreensões em diferentes endereços que possuem alguma relação com o esquema. A PF cumpre, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, 4 mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de 3 imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.

Silas Malafaia teve mandado de condução coercitiva para prestar esclarecimentos sobre suspeita de lavagem de dinheiro e Alberto Jatene, filho do governador Jatene, teve mandado de prisão temporária e compareceu na sede da Superintendência Regional no Pará na tarde do dia 16.

Esquema


De acordo com as investigações da PF o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) fornecia informações privilegiadas sobre dívidas de royalties de exploração mineral a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria. Os suspeitos então entravam em contato com os municípios que tinham créditos do CFEM junto a empresas de exploração mineral para oferecer seus serviços.

A PF informa que até onde pode mapear, a organização se dividia em 4 grandes núcleos:  captador, operacional, político e colaborador.

-  Núcleo captador: era formado por um diretor do DNPM e pela mulher dele, na qual, conforme a PF, realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema.

- Núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria registrada no nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos;

- Núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema;

- Núcleo colaborador, era responsável por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro. Entre uns dos investigados por este apoio na lavagem do dinheiro está uma liderança religiosa que recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A PF investiga se o líder religioso cedeu contas bancárias da instituição religiosa da qual faz parte com a intenção de ocultar a origem ilícita do dinheiro.

A operação Timóteo iniciou ainda em 2015, quando a Controladoria-Geral da União enviou à PF assinalava incompatibilidade patrimonial de um dos diretores do DNPM, autarquia federal, ligada ao Ministério de Minas e Energia e responsável pela fiscalização da exploração mineral no país. Conforme ainda a PF somente este diretor pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

As ações realizadas na operação ocorreram nos estados Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.

Pará


No Pará foram decretadas 21 buscas, 13 foram efetivadas; oito prisões temporária, até o momento um servidor Assembleia Legislativa (Alepa) do estado foi preso; e 11 conduções coercitivas, sendo efetivadas oito até o a fechamento desta matéria.

As prefeituras de Oriximiná, Canãa dos Carajás e Parauapebas tiveram mandado de busca e apreensão. A PF informou que o prefeito de Parauapebas se encontra foragido.  Em 2015 o município que mais teve arrecadação de royalties por exploração mineral no país, segundo informações do próprio DNPM, foi Parauapebas.

De acordo com o economista e professor da Universidade Federal do Pará, Raimundo Trindade, os municípios ficam com a maior parte dos royalties da exploração mineral, para a união é repassado 12% e os estados 23%. O CEFEM deveria ser destinado para possibilitar a implementação de uma política de transição de uma economia de exploração mineral para uma nova forma de desenvolvimento econômico para o município.

DNPM


Em nota publicada no site do DNPM informou que o órgão prestou assistência o Departamento de Polícia Federal para que fosse cumprido o mandado de busca e apreensão expedido pelo Juízo da 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.

Ainda segundo a nota o mandado se restringiu ao âmbito da Diretoria de Procedimentos Arrecadatórios – DIPAR/DNPM, nas instalações da sede do DNPM em Brasília e que ainda está tomando conhecimento sobre as investigações para, se necessário, tomar as providências administrativas.

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