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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Biden recoloca EUA no Acordo de Paris e obriga utilização de máscaras contra a Covid



Em suas primeiras medidas, o presidente empossada contraria políticas adotadas pelo antecessor, Donald Trump


Em seu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden já emitiu três decretos que vão na contramão da política de seu antecessor, o republicano Donald Trump.

O primeiro diz respeito ao meio ambiente. Biden determinou o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, que diz respeito ao combate ao efeito estufa no planeta. Trump havia abandonado o acordo em 2017.

Outra medida foi a obrigatoriedade do uso de máscaras em todas as propriedades federais. Trump havia minimizado essa política, necessária para a contenção da disseminação do Sars-Cov-2, vírus que provoca a Covid-19.

A terceira pauta diz respeito à igualdade racial, ainda não detalhada. No ano passado explodiram protestos antirracistas nos Estados Unidos através do movimento Vidas Negras Importam. O ex-presidente tentou criminalizar os atos.

Em declaração dada a jornalistas Biden afirmou que vai assinar “algumas ordens executivas nos próximos dias e semanas. “Não há tempo para perder. Precisamos trabalhar imediatamente”, declarou.

Devem ser assinados 17 decretos nos próximos dias.

Com informações da CNN Brasil e do Metrópoles

Fonte: Revista Fórum 


No Twitter


 

Jamil Chade: Biden deverá desmontar agenda que uniu Trump e líderes populistas, como Bolsonaro


(Foto: KEVIN LAMARQUE/REUTERS)

 Governo do presidente dos EUA, Joe Biden, deverá se distanciar criadas por Donald Trump e outros líderes populistas, como Jair Bolsonaro. Objetivo é se afastar da “defesa de agendas religiosas, políticas ultraconservadoras, ataques às instituições multilaterais e de desmonte dos pactos de direitos humanos"


247 O governo do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deverá se distanciar “das alianças formais e informais que tinham sido criadas nos últimos anos” entre seu antecessor, Donald Trump, e outros líderes populistas, como Jair Bolsonaro. Segundo reportagem do jornalista Jamil Chade, no UOL, o objetivo é se afastar da “defesa de agendas religiosas, políticas ultraconservadoras, negacionismo ambiental, ataques às instituições multilaterais e de desmonte dos pactos de direitos humanos”.

De acordo com Chade, um dos indicativos da mudança de agenda que deve ser imposta por Biden foi feito pelo novo chefe da diplomacia dos EUA. “Questionado por mais de quatro horas, o experiente negociador que irá assumir o Departamento de Estado norte-americano foi explícito em dizer que será uma de suas prioridades lidar com a ameaça do populismo”.

Dentre os planos expostos por ele,  está “a ideia da realização no segundo semestre do ano de uma cúpula para a promoção da democracia, reunindo países aliados”. O encontro seria uma espécie de “resposta ao movimento mundial de extrema direita, assim como um marco de sua presidência diante de ditaduras pelo mundo”, ressalta o jornalista. “Diplomatas brasileiros interpretaram a referência ao projeto como um sinal claro de que o tema da "democracia" estará presente nas decisões de Biden e que isso, potencialmente, pode ser uma pressão sobre o governo Bolsonaro”, afirma. 

Ainda conforme Jamil Chade, “Blinken ainda deixou claro que a agenda ambiental do novo governo americano será implementada "imediatamente". Isso inclui a volta ao Acordo Climático de Paris e o engajamento de Washington em negociações em diferentes fóruns”.

Chade também destaca que o governo Biden ‘colocará "atenção sustentável" nas questões das Américas e que a região será uma "área de foco"’. 


UOL

Joe Biden faz o 1° discurso como presidente dos EUA: "A democracia prevaleceu" O democrata Joe 

Biden tomou posse como presidente dos EUA nesta quarta-feira (20). Ele assume presidência em cerimônia com segurança reforçada e sem a presença de Donald Trump. "Este é o dia da América ... Hoje celebramos o triunfo não de um candidato, mas de uma causa - a causa da democracia", afirmou. "Eu serei um presidente para todos os americanos", disse na posse.





No Twitter


 

 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Twitter bloqueia conta de Trump permanentemente por risco de 'incitação à violência'



 O Twitter bloqueou a conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (8) de forma permanente "devido ao risco de mais incitação à violência".

Usuários da rede social vinham pressionando o Twitter a congelar a conta do presidente norte-americano após os eventos da última quarta-feira (6), quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio dos EUA para impediar a sessão de aprovação da vitória de Joe Biden nas eleições. 

De acordo com a nota publicada pelo Twitter, as contas de líderes mundiais e autoridades não podem estar acima das regras da plataforma para incitar a violência. A página de Trump na rede social possuía cerca de 89 milhões de seguidores.


  • "Após uma análise cuidadosa das postagens recentes do @realdonaldtrump e do contexto que o cerca, congelamos a conta de forma permanente devido ao risco de mais incitação à violência", disse a rede social em um comunicado.

A decisão do Twitter de suspender a página do presidente norte-americano rapidamente repercutiu nas redes sociais, com internautas destacando fotos da conta suspensa. 


 

 A página de Trump chegou a ser temporariamente bloqueada no dia da invasão do Congresso, sendo reativada na última quinta-feira (7). 


  • "No contexto dos horríveis eventos nesta semana, deixamos claro na quarta-feira que violações adicionais das regras do Twitter potencialmente resultariam neste mesmo curso de ação [...] Há anos deixamos claro que essas contas não estão totalmente acima de nossas regras e não podem usar o Twitter para incitar a violência, entre outras coisas. Continuaremos a ser transparentes em relação às nossas políticas e sua aplicação", completa a nota. 

Outras redes sociais como Facebook e Instagram também anunciaram a suspensão da conta de Donald Trump por 24 horas no dia da invasão do Capitólio. No entanto, na quinta-feira (7), Mark Zuckerberg anunciou que a página do presidente dos EUA ficaria bloqueada em ambas as redes pelo menos até a posse de Joe Biden, que será realizada em 20 de janeiro.

Fonte: Sputnik Brasil


Humor político no Twitter


 

 

Guaidó sugere a Trump que se autoproclame presidente reeleito dos Estados Unidos



O venezuelano Juan Guaidó telefonou na manhã desta quinta-feira (7) para Donald Trump sugerindo que o republicano —apesar do desfecho no Congresso— se autoproclame presidente reeleito dos Estados Unidos.

Na manhã desta quinta, o Congresso americano certificou a vitória do democrata Joe Biden como 46º presidente eleito. Ele irá assumir o cargo no próximo dia 20 de janeiro.

A sugestão de Guaidó para Trump se autoproclamar “presidente reeleito” ocorreu menos 24 horas depois da União Europeia comunicar que não reconhece mais o venezuelano como presidente paralelo do país caribenho.

A UE deixou de reconhecer Guaidó como “governo autoproclamado” e, a partir de agora, só o vê como um líder de oposição ao governo constitucional de Nicolás Maduro.

Trump parece que não deu ouvidos para o golpista venezuelano. Em breve comunicado, o ainda presidente dos EUA disse que ‘haverá uma transição ordenada em 20 de janeiro’.

‘Embora isso represente o fim do maior primeiro mandato da história presidencial, é apenas o começo de nossa luta para tornar a América grande de novo’, garantiu o presidente americano, rejeitando a “solução Guaidó” de se autoproclamar reeleito.

“Mesmo que eu discorde totalmente do resultado da eleição, e os fatos me confirmem, haverá uma transição ordenada em 20 de janeiro”, disse Donald Trump.

Guaidó e Trump merecem a lata do lixo da história.

Fonte: Blog do Esmael


teleSUR tv

"A violência no Congresso reflete o quão agressivo é o governo dos EUA"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, considerou que os violentos acontecimentos ocorridos em 6 de janeiro no Congresso dos Estados Unidos são a causa da política de ameaças e agressões promovida pelo presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele defendeu que o povo americano superasse a polarização e alcançasse o entendimento e o diálogo. teleSUR




No Twitter


 

 

Trump avalia conceder perdão presidencial a si mesmo, diz jornal



O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando conceder um perdão a si mesmo. A informação foi publicada nesta quinta-feira (7) pelo jornal norte-americano New York Times.


A ideia de conceder o perdão a si mesmo – o que seria inédito na história norte-americana – é se blindar de possíveis futuras investigações e acusações conduzidas pela equipe de Joe Biden. O perdão, neste caso, seria utilizado de forma preventiva.

O jornal citou duas pessoas não identificadas que teriam conhecimento de conversas de Trump com assessores sobre o que seria um uso extraordinário do poder presidencial.


  • "Em várias conversas desde o dia da eleição, Trump disse aos assessores que está considerando se perdoar e, em outros casos, perguntou se deveria [conceder perdão a si mesmo] e qual seria o efeito legal e político sobre ele, de acordo com as duas pessoas", noticiou o New York Times.

Ainda segundo o New York Times, Trump considera dar o perdão não só a si mesmo, mas também aos seus três filhos mais velhos: Donald Trump Jr., Eric Trump e Ivanka Trump. Além deles, também estariam na lista Jared Kushner, conselheiro da Casa Branca, e Rudolph Giuliani, advogado de Trump.

O jornal disse que não estava claro se ele havia discutido o assunto com assessores depois da invasão ao Capitólio nesta quarta-feira (6).

Donald Trump no colégio eleitoral de Nova York

O mandato de Trump termina em 20 de janeiro e, segundo a Reuters, o presidente enfrenta ações judiciais que não seriam cobertas por um perdão federal. Elas incluem uma investigação criminal, feita pelo promotor distrital de Manhattan Cyrus Vance Jr., e uma investigação civil pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que apuram se Trump teve benefício financeiro pessoal em negócios realizados pela Casa Branca.

Em 2018, Trump escreveu um tweet em que diz ter o "direito absoluto" de se perdoar.



 Como foi declarado por vários estudiosos do Direito, eu mesmo tenho o direito absoluto de me PERDOAR, mas por que eu faria isso se não fiz nada de errado? Nesse ínterim, a caça às bruxas sem fim, liderada por 13 democratas muito irritados e conflituosos (e outros), continua a avançar durante este período!

Os advogados constitucionais dizem que não há uma resposta definitiva sobre se um presidente pode legalmente conceder um perdão a si mesmo.

"Quando as pessoas me perguntam se um presidente pode perdoar a si mesmo, minha resposta é sempre: 'Bem, ele pode tentar’. A Constituição não dá uma resposta clara sobre isso”, disse à Reuters Brian Kalt, professor de Direito Constitucional da Universidade do Estado de Michigan.

Alguns especialistas jurídicos disseram que o perdão pessoal seria inconstitucional porque viola o princípio de que ninguém deve ser o juiz em seu próprio caso.

Presidente Trump com sua filha Ivanka, deixa Casa Branca para visitar base aérea de Andrews

Trump já concedeu polêmicos perdões nas últimas semanas, como aos militares que participaram do assassinato de 14 civis iraquianos em 2007 e também ao seu ex-conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, acusado de mentir ao FBI.

Nesta quinta-feira (7), a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, pediu a "destituição imediata" de Donald Trump da presidência dos EUA após o episódio de invasão ao Capitólio. Além dela, o presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos EUA, Jerry Nadler, pediu o impeachment imediato do presidente.

Fonte: Sputnik Brasil


BBC News Brasil

Invasão ao Congresso dos EUA: dia de tumulto e caos no coração da democracia

No momento da invasão, o Congresso estava reunido para o processo de certificação da vitória do presidente eleito Joe Biden, que chamou o ato de "insurreição".

Os manifestantes haviam participado antes de uma grande manifestação com a presença do atual presidente, Donald Trump, em frente à Casa Branca. Em seu discurso, ele voltou a falar em fraude, apesar da falta de provas, e afirmou que seus simpatizantes "nunca concederiam" a vitória a Biden.

Após a invasão, as sessões no Congresso foram suspensas e os acessos aos corredores do Senado e da Câmara foram bloqueados. Os trabalhos foram retomados após a retirada dos manifestantes, à noite. A vitória de Biden foi confirmada pelos parlamentares.

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Policial do Capitólio é a quinta pessoa a morrer após invasão


Apoiadores de Trump invadiram o prédio do Capitólio, em Washington D.C.


CNN Brasil

Sobe para 5 o número de mortos na invasão ao Congresso dos EUA | EXPRESSO CNN

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Subiu para cinco o número de mortos em decorrência do ataque de apoiadores do presidente Donald Trump ao Capitólio dos Estados Unidos na quarta-feira (6). Autoridades confirmaram nesta quinta (7) a morte de um policial que trabalhava no momento da invasão.

O protesto pró-Trump, que contestava o resultado das eleições dos Estados Unidos e a vitória do democrata Joe Biden, descambou para a violência e invasão do Congresso norte-americano. 

O chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund, renunciou ao cargo após ser criticado pela resposta desastrosa à invasão. A renúncia passa a valer a partir do dia 16 de janeiro.

A segurança do local tem dois mil funcionários, mas o efetivo era bem menor na quarta-feira.

Sund chegou a dizer que muitos integrantes da equipe de segurança estavam afastados porque foram infectados pelo novo coronavírus ou porque tiveram contato com alguém infectado.

No entanto, policiais disseram à imprensa norte-americana que não tiveram orientação para agir durante todo o ataque à sede do Congresso do país.


Assista e leia também:

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O que é QAnon e como surgiu o grupo ligado à invasão no Capitólio

Mulher morta no Capitólio era veterana das Forças Armadas e apoiadora de Trump

Fonte: CNN Brasil


CNN Brasil

Vídeo mostra momento em que mulher é baleada no Capitólio | BREAKING NEWS CNN

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

"A mídia americana se tornou um instrumento de luta política": Moscou comenta a situação em Washington



Tendo Washington sido palco de confrontos no dia 6 de janeiro que resultaram em mortes durante a certificação dos resultados presidenciais pelo Congresso, a Rússia desejou que os americanos "vivessem com dignidade este momento dramático" de sua história, lembrando que 'foi um "assunto interno" dos Estados Unidos.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou sobre os confrontos em Washington .


  • “É um assunto interno dos EUA”, enfatizou ela.

Nesse contexto, ela “chamou mais uma vez a atenção” para o fato de o sistema eleitoral norte-americano ser “arcaico”.


  • Este sistema “não atende aos padrões democráticos modernos e permite muitas violações, enquanto a mídia americana se tornou um instrumento de luta política. Essa é, em grande parte, a razão da atual cisão da empresa nos Estados Unidos ”, disse ela.

Maria Zakharova acrescentou que Moscou deseja “que o fraterno povo americano passe por este momento dramático de sua história com dignidade”.

Tensões significativas surgiram em Washington quando os resultados da eleição presidencial foram certificados pelo Congresso.


Tensões em Washington

No dia anterior, o presidente cessante Donald Trump falou em um comício que reuniu vários milhares de pessoas e mais uma vez afirmou que a votação havia sido fraudada. Seus apoiadores foram ao Capitólio e invadiram o prédio. A polícia usou gás lacrimogêneo e granadas de choque. Quatro pessoas morreram : uma veterana da Força Aérea dos Estados Unidos foi baleada por um policial e morreu no hospital, enquanto outras três morreram perto do Capitólio quando precisaram de tratamento médico. cuidados médicos.

As reuniões do Senado e da Câmara dos Deputados foram interrompidas. Os membros do Congresso e o vice-presidente Mike Pence foram evacuados.

Os manifestantes não foram violentos e basicamente apenas filmaram o que estava acontecendo e tiraram selfies. Donald Trump despachou a Guarda Nacional para a capital e apelou por paz e ordem a seus partidários.

Horas depois, os manifestantes foram expulsos do prédio e ambas as câmaras retomaram suas sessões. O Congresso finalmente aprovou a eleição de Joe Biden como presidente .

Donald Trump prometeu por sua vez que a transferência do poder será pacífica, embora não concorde com o resultado das eleições. Suas páginas no Twitter e no Facebook foram bloqueadas devido a mensagens que ele endereçou aos manifestantes.

Fonte: Sputnik França


RT en Español

Dia sem precedentes nos EUA: manifestantes invadiram o Capitólio

Os Estados Unidos vivem um dia inédito e muito convulsionado, com violentos protestos no Capitólio e em meio à certificação de votos que ratificariam a vitória eleitoral de Joe Biden. Na sede do Legislativo ocorreram confrontos com a Polícia e momentos de forte tensão.

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Caos nos EUA: Washington tem toque de recolher após invasão de trumpistas ao Capitólio


Invasão ao Capitólio, nos EUA (Foto: REUTERS/Jonathan Ernst | Reprodução)

Em protesto histórico nos Estados Unidos, no dia em que a vitória de Joe Biden seria homologada, manifestantes defensores de Donald Trump invadiram o prédio do Congresso e interromperam a sessão que discutia os votos. Toque de recolher vale até 18h na capital (vídeos)


247 - A prefeita de Washington DC, capital dos Estados Unidos, decretou toque de recolher na cidade até 18h desta quarta-feira (6) após a invasão de ativistas pró-Donald Trump ao prédio do Capitólio, onde fica o Congresso. Apenas trabalhadores de serviços essenciais têm autorização para estar nas ruas.

Em um protesto inédito na história dos EUA, os trumpistas, que estavam reunidos em frente ao Congresso no dia da homologação da vitória de Joe Biden, confrontaram policiais, derrubaram as barreiras e entraram no prédio.

O grupo, de dezenas de milhares de pessoas, foi inflamado pelo próprio presidente, que incitou as pessoas a irem às ruas protestarem contra o resultado das eleições. Após a violência, porém, Trump foi ao Twitter dizer que não concorda com a violência e defendeu um movimento pacífico.

O vice-presidente, Mike Pence, que presidia a sessão conjunta do Congresso que vai certificar a vitória de Biden, foi retirado do prédio do Capitólio. Ele foi pressionado por Trump a não chancelar a derrota do republicano.


 

 

 

 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Trump pediu ao secretário da Geórgia para 'encontrar' 11.780 votos, diz mídia dos EUA



O presidente Donald Trump pediu ao colega republicano Brad Raffensperger, secretário de Estado da Geórgia, para que "encontrasse" votos suficientes para reverter sua derrota no estado. A conversa aconteceu neste sábado (2), e a ligação foi gravada.

O resultado das eleições presidenciais dos Estado Unidos continua sendo alvo de polêmicas. Neste domingo (3), uma reportagem de um jornal em Washington revelou que o presidente Donald Trump teria ligado pessoalmente para pressionar as autoridades da Geórgia para que manipulassem a apuração no estado.

De acordo com as informações, há uma gravação da conversa em que o presidente dos EUA repreendeu Brad Raffensperger, pedindo ação e fazendo ameaças com consequências criminais se o secretário se recusasse a prosseguir com o que chamou de "falsas alegações". O presidente disse, em determinado momento da conversa, que Raffensperger estava assumindo "um grande risco".


  • "O povo da Geórgia está com raiva, o povo do país está com raiva. Não há nada de errado em dizer que, você sabe, que você recalculou [os resultados]", disse Trump ao secretário de Estado da Geórgia.

Durante a ligação, Raffensperger e o conselheiro-geral de seu escritório rejeitaram as afirmações de Trump, explicando que o presidente está contando com teorias da conspiração e que a vitória do presidente eleito Joe Biden com 11.779 votos na Geórgia foi justa e precisa.

Foto de 13 de novembro de 2019 com homem demonstrando sistema de votação da empresa Dominion Voting Systems, que o estado da Geórgia usará em Atlanta, EUA

Após falar na possibilidade de recálculo, o presidente norte-americano acrescentou: "Tudo o que quero fazer é isso. Apenas queremos encontrar 11.780 votos, porque ganhamos no estado." 

"Não há como eu perder a Geórgia", disse Trump, uma frase que repetiu várias vezes na ligação. "Não tem jeito. Ganhamos por centenas de milhares de votos".

O presidente dos EUA comentou a polêmica em suas redes sociais:


  • "Não há como eu perder a Geórgia", disse Trump, uma frase que repetiu várias vezes na ligação. "Não tem jeito. Ganhamos por centenas de milhares de votos".

O presidente dos EUA comentou a polêmica em suas redes sociais:


 

 Falei com o secretário de Estado Brad Raffensperger ontem [2] sobre o condado de Fulton e a fraude eleitoral na Geórgia. Ele não queria ou não conseguia responder a perguntas como o golpe das "cédulas embaixo da mesa", destruição das cédulas, "eleitores" de fora do estado, eleitores mortos e muito mais. Ele não faz ideia!

Vale lembrar que a Geórgia já realizou duas recontagens de votos, que terminaram com o mesmo resultado: vitória de Joe Biden. A derrota nesse estado, considerado reduto tradicional do partido Republicano, foi uma das grandes responsáveis por frustrar os planos de Trump de se reeleger como presidente dos Estados Unidos.


Donald Trump e parte de sua equipe na Casa Branca


Washington Post

Áudio: Trump repreende Ga. Secretário de estado, exorta-o a ‘encontrar’ votos

In a one-hour phone call on Saturday with Georgia election officials, President Trump insisted he won the state and threatened vague legal consequences if the officials did not act. These are excerpts from the call. Read more: https://wapo.st/3rSLzAa. Subscribe to The Washington Post on

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Plantão Brasil

O presidente dos EUA foi pego num grampo tentando mudar o resultado.

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No Twitter


 

 

sábado, 14 de novembro de 2020

O recado dos militares a Bolsonaro: pare de blefar em nome do Exército


(Foto: Agência Brasil)

O jornalista Moisés Mendes opina que o recado do comandante do Exército a Bolsonaro é de que não tente confundir o Exército com o bolsonarismo. "Significa que o governo pode continuar militarizado, mas sem suporte político dos militares da ativa e sem apoio da farda muito menos aos blefes de Bolsonaro. Pujol falou pelos comandantes das três armas"

Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia - Bolsonaro sempre soube que não tinha pólvora. Agora não tem mais generais quietos diante das besteiras que diz. Talvez também nem tenha mais um jipe com um soldado e um cabo dispostos a segui-lo incondicionalmente.

Bolsonaro está dependurado no galho seco e inconfiável do centrão, e o que vê lá embaixo é um penhasco que o espera de boca aberta.

O lastro militar que vai sobrar para o governo pode ser apenas o institucional e funcional, com seus nove ministros generais e os oficiais subalternos que arranjaram emprego nas repartições de Brasília.

Bolsonaro ficará dias medindo os estragos das advertências do chefe do Exército, que esfarelaram a base militar que o sujeito imaginava ter.

O general Edson Pujol poderia ter usado uma fala meio ao acaso, em um evento virtual, para dizer que a política não entra nos quartéis. Seria uma frase solta, forte, mas em apenas um momento. Algo pontual.

Mas Pujol repetiu a frase em outro evento, na sequência, e advertiu que o Exército é instituição de Estado, não de governo ou de partido. Foi incisivo duas vezes, quando até agora estava calado.

Que significado pode ter o recado para um governo militarizado e com mais de 6 mil oficiais empregados por Bolsonaro? Pode ser a fixação de um limite. Os que estão no governo não estão mais nos quartéis. E dos quartéis eles devem ficar afastados.

Que não tentem confundir o Exército com o bolsonarismo. Significa que o governo pode continuar militarizado, mas sem suporte político dos militares da ativa e sem apoio da farda muito menos aos blefes de Bolsonaro. Pujol falou pelos comandantes das três armas.

O general e o vice-presidente Hamilton Mourão, que reafirmou a fala do comandante do Exército, estão puxando um freio. Eles sabem, constrangidos, que colegas cortejaram Bolsonaro em atos fascistas. Todo mundo sabe.

Quando Bolsonaro ampliou os blefes de que poderia fechar o Supremo, no primeiro semestre, generais foram aos atos da terrorista Sara Winter na Esplanada do Ministério. Em agosto, Bolsonaro chegou a reunir seus generais, para que fosse traçado um plano de ocupação do STF.

E Pujol conhece um a um os 16 generais que Bolsonaro mandou embora do governo. Se outros saírem, quantos mais estariam dispostos a substituí-los, agora que está cada vez mais claro que são usados como trincheira de Bolsonaro?

Quem correrá o risco de ser humilhado e dispensado pelos filhos de Bolsonaro, como aconteceu com o ex-ministro Santos Cruz, que na rua decidiu atacar o ex-patrão?

Santos Cruz não deve ter descoberto só agora que esse é um governo de “embuste, fanfarronice e desrespeito”, como escreveu no Twitter.

Quem mais, entre os demitidos, poderia dizer a mesma coisa de Bolsonaro, mas prefere ficar quieto? Por que afundam na resignação e não dizem também que o projeto de Bolsonaro não é e nunca foi um plano estratégico das Forças Armadas?

É difícil admitir que o antipetismo, o antiesquerdismo e até o anticomunismo tardio levaram os militares ao colo de Bolsonaro. O bolsonarismo foi uma armadilha para civis e generais.

É interessante que, aos poucos, na tentativa de saltar fora, além das mensagens diretas, como a do comandante do Exército, há indiretas com algum grau de sutileza.

Como essa sugestão de Hamilton Mourão, o indemissível, em entrevista à Rádio Gaúcha, ao alertar que as pessoas devem prestar atenção mais às ações do que às palavras do presidente.

Mourão deixou escapar que as palavras de Bolsonaro só geram confusão, divisão, ressentimentos, inveja e ódios. Seria preciso prestar atenção no que ele faz. Mas o que ele faz mesmo ninguém sabe direito, nem ele próprio.

Fonte: Brasil 247


Caue Moura

ESPECIAL - DECLARAMOS GUERRA 

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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Emissoras interrompem transmissão de discurso de Trump sobre “fraude eleitoral”



Canais de TV aberta dos EUA cortaram o sinal e desmentiram o presidente; assista

O discurso de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição pelo Partido Republicano, feito durante coletiva de imprensa realizada na noite desta quinta-feira (5) foi tirado do ar por canais de televisão aberta dos EUA antes de ser encerrado. Nessa fala, o candidato propagou teses falsas de que houve fraude nas eleições daquele país e proclamou sua suposta vitória.

“Tivemos que interromper o presidente porque ele fez uma série de falsas acusações que davam a entender que houve uma fraude nas eleições e não há nenhuma evidência disso”, disse Lester Holt, âncora do NBC Nightly News logo após a emissora cortar a fala do presidente.

A CBS e a ABC também cortaram a transmissão e desmentiram informações apresentadas pelo presidente logo após o discurso. “Simplesmente não há nenhuma evidência apresentada em qualquer um desses estados de que haja votos ilegais”, afirmou o jornalista Jonathan Karl, correspondente da ABC na Casa Branca.

Durante o discurso, o mandatário voltou a autoproclamar sua suposta vitória eleitoral e disse que os democratas estariam tentando roubar sua vitória. “Na contagem dos votos legais, a minha vitória é clara. Nos votos ilegais, eles podem tentar roubar a eleição”, declarou”.


 

 

 

Fonte: Revista Fórum 


HUMOR


domingo, 1 de novembro de 2020

Bolsonaro tentou ligar para Biden, que recusou, diz jornalista da GloboNews



Bolsonaro tentou, mais de uma vez, entrar em contato com a campanha de Biden, candidato à presidência dos EUA.

A informação é de Renan Brites Peixoto e Raquel Krähenbühl, jornalistas da Globo News.

Segundo eles, Biden não o respondeu por não falar com outros governos durante a corrida eleitoral.

O Planalto foi acionado, mas não respondeu a motivação da tentativa de contato.

 

 


Fonte: DCM


HUMOR


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Os 'documentos secretos' levados por Joe Biden ao Brasil que desafiam versão de Bolsonaro sobre ditadura



 Dilma e Biden em foto de 2015; na época, governo americano se aproximou de países latino-americanos com abertura de documentos históricos sobre violações de direitos humanos

Se havia alguma dúvida de que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o presidenciável democrata Joe Biden estão em lados políticos opostos, o debate entre Biden e o presidente Trump na última semana tratou de dissipá-las. Na ocasião, Biden, favorito para vencer o pleito de 3 de novembro pelas atuais pesquisas, criticou a devastação da Amazônia e aventou até sanções econômicas ao país.

O meio ambiente, no entanto, está longe de ser o único tema de discordância entre Biden e Bolsonaro. O ex-vice-presidente americano está no centro de uma das empreitadas pelas quais o atual presidente brasileiro mais demonstrou desprezo e resistência: a apuração, pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), de crimes e violações cometidos por agentes públicos durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.

Em 17 de junho de 2014, Biden, o então vice-presidente na gestão Barack Obama, desembarcou em Brasília com um objeto especial na bagagem: um HD com 43 documentos produzidos por autoridades americanas entre os anos de 1967 e 1977. A partir de informações passadas não só por vítimas, mas por informantes dentro das Forças Armadas e dos serviços de repressão, os relatórios americanos detalhavam informações sobre censura, tortura e assassinatos cometidos pelo regime militar do Brasil.

Até aquele momento, a maior parte dos documentos era considerada secreta pelo governo dos Estados Unidos, que apoiou e colaborou com a ditadura durante boa parte do período em que os militares estiveram no poder.

Biden sabia bem do que se tratava. E sabia também que produziria impacto real ao passar a mídia para as mãos da então presidente brasileira Dilma Rousseff, ela mesma uma das oposicionistas torturadas nos porões da ditadura.

É certo que o governo americano poderia ter enviado o material por internet, pela embaixada nos Estados Unidos.

Mas a gestão Obama-Biden queria gravar seu nome no ato de abertura dos documentos, como um manifesto pela transparência e pelos direitos humanos.

Mais do que isso, queria melhorar relações diplomáticas com base na troca de informações altamente relevantes para a história de países como Brasil, Argentina e Chile.

No caso do Brasil, isso era ainda mais estratégico já que a revelação, meses antes, de que a Agência Nacional de Segurança americana (NSA, na sigla em inglês) havia espionado conversas da mandatária brasileira abalou o alicerce das relações entre os dois países.

"Estou feliz de anunciar que os Estados Unidos iniciaram um projeto especial para desclassificar e compartilhar com a Comissão Nacional da Verdade documentos que podem lançar luz sobre essa ditadura de 21 anos, o que é, obviamente, de grande interesse da presidente", afirmou Biden, sorridente, ao lado de Dilma.

Sem ditadura

A própria definição dada por Biden do regime militar é hoje refutada por Bolsonaro, que nega ter havido ditadura no país.

"Espero que olhando documentos do nosso passado possamos focar na imensa promessa do futuro", concluiu Biden.

Cinco anos após esse encontro entre Dilma e Biden, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro desqualificou por completo as revelações feitas pela CNV, das quais os documentos trazidos por Biden são peça fundamental.

"A questão de 64 não existem documentos se matou ou não matou, isso aí é balela, está certo?", disse Bolsonaro.

O presidente respondia à imprensa, que questionava uma declaração sua dada no dia anterior para atingir o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Bolsonaro disse pra Santa Cruz que poderia esclarecer a ele como seu pai havia desaparecido.

De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, foi visto pela última vez em fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi. Oliveira jamais voltou a ser visto. Ele morreu nas mãos dos agentes.

"Comissão da Verdade? Você acredita em Comissão da Verdade? Você quer documento para isso, meu Deus do céu? Documento é quando você casa, quando você se divorcia. Eles têm documento dizendo o contrário? Acrescentou Bolsonaro.

Mas, afinal, o que há nos documentos trazidos por Biden?

Documento enviado pelo consulado americano do Rio de Janeiro descreve padrão de tortura

Documento enviado pelo consulado americano do Rio de Janeiro descreve padrão de tortura

"O suspeito é deixado nu, sentado e sozinho em uma cela completamente escura ou refrigerada por várias horas. Na cela há alto-falantes, que emitem gritos, sirenes e apitos em altos decibéis. Então, o detido é interrogado por um ou mais agentes, que o informam qual crime acreditam que a pessoa tenha cometido e que medidas serão tomadas caso não coopere. Nesse ponto, se o indivíduo não confessa, e se os agentes consideram que ele possui informações valiosas, ele é submetido a um crescente sofrimento físico e mental até confessar."

"Ele é colocado nu, em uma pequena sala escura com um chão metálico, que conduz correntes elétricas. Os choques elétricos, embora alegadamente de baixa intensidade, são constantes e eventualmente se tornam insuportáveis. O suspeito é mantido nessa sala por muitas horas. O resultado é extrema exaustão mental e física, especialmente se a pessoa é mantida nesse tratamento por dois ou três dias. Em todo esse período, ele não recebe comida nem água."

O texto acima é um trecho de um documento de sete páginas enviado pelo consulado americano do Rio de Janeiro ao Departamento de Estado, em 1973, e trazido por Biden em sua visita.

A comunicação diplomática informa que 126 pessoas teriam passado por tratamento parecido ao relatado, além de outras formas de sevícias, como o "pau de arara". O informe é feito não só com base em depoimentos de vítimas, mas de informantes militares, cuja identidade aparece protegida por trechos apagados no documento.

Detalhes

"Esse é um dos relatórios mais detalhados sobre técnicas de tortura já desclassificados pelo governo dos Estados Unidos", afirmou à BBC News Brasil Peter Kornbluh, diretor do Projeto de Documentação Brasileiro do Arquivo de Segurança Nacional Americano, em Washington D.C.

Ainda de acordo com Kornbluh, "os documentos americanos ajudam a lançar luz sobre várias atrocidades e técnicas (de tortura do regime). Eles são evidências contemporâneas dos abusos dos direitos humanos cometidos pelos militares brasileiros. Quase todo o mundo acredita neles. As pessoas que preferem não reconhecer a verdade sobre o que foi feito são os Bolsonaros e aqueles que realmente cometeram esses crimes".

Mas nem sempre Bolsonaro nega que a ditadura tenha cometido violações aos direitos humanos. Em julho de 2016, em uma entrevista à rádio Joven Pan, ele afirmou: "O erro da ditadura foi torturar e não matar".

E dois anos mais tarde, em meados de 2018, quando já estava em pré-campanha presidencial, confrontado com a informação de um relatório da CIA, aberto em 2015 no escopo do mesmo projeto de desclassificação de Biden, que o presidente Ernesto Geisel teria aprovado a execução sumária de adversários do regime, o atual presidente disse à rádio Super Notícia: "Errar, até na sua casa, todo mundo erra. Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece."

Tortura e morte

Um dos outros documentos trazidos por Biden evidencia que a máquina repressiva da ditadura brasileira não só torturou como matou. Nele, o cônsul-geral americano em São Paulo, Frederic Chapin, afirma que ouviu o relato de "um informante e interrogador profissional trabalhando para o Centro de Inteligência Militar de Osasco", em São Paulo.

Telegrama de 1973 descreve a tortura de um policial e de uma amiga dele que, inicialmente, se recusou a colaborar

Em um telegrama de maio de 1973, Chapin escreve o seguinte: "Ele (o informante) explicou como havia quebrado uma célula 'comunista' envolvendo um agente da polícia civil. O policial foi forçado a falar depois de ter tomado choques elétricos nos ouvidos e mencionou sua conexão com uma amiga, que foi imediatamente detida. Ela não foi cooperativa, no entanto, então foi deixada no pau-de-arara por 43 horas, sem alimentos ou água."

"Isso a quebrou, nossa fonte contou. Tortura, de uma forma ou de outra, é prática comum em interrogatórios em Osasco. Ele também nos deu um relato em primeira mão do assassinato de um subversivo suspeito, o que chamou de 'costurar' o suspeito, ou seja, dar tiros nele da cabeça aos pés com uma arma automática."

O termo "costurar" seria referência a um método para desfigurar o cadáver e evitar sua futura identificação.

Assassinatos cometidos pela repressão

O cônsul Chapin relata ainda que "vários agentes de segurança nos informaram que suspeitos de terrorismo são mortos como prática padrão. Estimamos que ao menos doze tenham sido mortos na região de São Paulo no ano passado (1972)".

Ao registrar as mortes em São Paulo, Chapin aponta para a atuação do coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o chefe do DOI-Codi paulista, um dos principais órgãos de repressão do país, entre 1970 e 1974. Ustra foi o primeiro militar brasileiro a ser condenado civilmente pela Justiça pelos crimes de tortura. Ele é também considerado um herói e uma referência por Bolsonaro, que já afirmou ter como livro de cabeceira a obra de Ustra, A verdade sufocada.

"Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do coronel, sou amigo da viúva. (...) o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra recebeu a mais alta comenda do Exército, a Medalha do Pacificador, é um herói brasileiro", afirmou Bolsonaro em 2016.

Enquanto era deputado, no dia da votação da abertura de processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, naquele mesmo ano, Bolsonaro citou o militar em seu voto: "Perderam em 1964, perderam em 2016. (...) Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim".

"Só terroristas"

Outro documento da leva de Biden desafia um argumento central de Bolsonaro sobre o período: o de que o regime militar só prendeu, torturou e matou "terroristas".

Em dezembro de 2008, quando o Ato Institucional número 5, instrumento da ditadura que cassou liberdades individuais, completava 40 anos, o então deputado federal Bolsonaro ocupou o plenário da Câmara para dizer: "Eu louvo os militares que, em 1968, impuseram o AI-5 para conter o terror em nosso País, (...) Mas eu louvo o AI-5 porque, pela segunda vez, colocou um freio naqueles da esquerda que pegavam em armas, sequestravam, torturavam, assassinavam e praticavam atos de terror em nosso País".

Serviço diplomático americano no Brasil mandou uma comunicação ao Departamento de Estado registrando os relatos de um cidadão americano, Robert Horth, que havia sido confundido com um extremista e preso no DEOPS

Mas em outubro de 1970, o serviço diplomático americano no Brasil mandou uma comunicação ao Departamento de Estado registrando os relatos de um cidadão americano, Robert Horth, que havia sido confundido com um extremista e preso no DEOPS, a unidade de polícia política paulista.

Horth não era um comunista subversivo e afirmou aos diplomatas americanos que "cinco dos seis prisioneiros em suas celas eram absolutamente inocentes da acusação de subversão política".

Outro documento, de dezembro de 1969, dá força ao questionamento sobre os crimes reais dos alvos escolhidos pela repressão ao informar que freiras dominicanas foram presas, humilhadas e torturadas em Ribeirão Preto.

"Mais do que trazer novos fatos, os documentos americanos foram cruciais porque comprovaram muitos fatos a partir de uma fonte insuspeita. Estamos, afinal, falando de relatórios da diplomacia dos Estados Unidos, que não tinham qualquer simpatia pelos oposicionistas de esquerda e que apoiavam os militares", afirmou à BBC News Brasil Pedro Dallari, relator da CNV.

Prova de que o governo americano era, naquele período, abertamente a favor do regime está em uma comunicação do embaixador americano William Rountree de julho de 1972. Na carta, ele alerta ao Departamento de Estado que qualquer tentativa de fazer críticas públicas contra o que qualifica como "excessos" cometidos contra os direitos humanos poderia "prejudicar nossas relações gerais".

CNV

Os documentos americanos tornaram-se especialmente importantes para a CNV diante da negativa das Forças Armadas Brasileiras de oferecer evidências que corroborassem os depoimentos de vítimas de tortura em dependências militares.

"Ao mesmo tempo em que chegavam os documentos americanos, recebíamos retorno dos militares dizendo que suas sindicâncias não localizaram nada", afirma Dallari.

Kornbluh concorda que, enquanto muito da documentação brasileira do período pode já ter se perdido, os arquivos americanos são fonte importante para acessar a história brasileira.

"Parte dos militares brasileiros esconderam com sucesso a maioria de seus próprios documentos e mantiveram isso fora do escrutínio público. E conseguiram escapar de qualquer tipo de responsabilidade legal por seus crimes contra os direitos humanos. E então os documentos americanos fornecem um histórico fidedigno de pelo menos alguns casos. E se as coisas mudarem no Brasil, essas são evidências de crimes que ainda podem ser litigados", afirma o especialista, que menciona a lei da Anistia, de 1979, que impediu a responsabilização criminal de agentes e oposicionistas por crimes cometidos durante a ditadura.

Em 2014, durante os trabalhos da CNV, o Exército brasileiro afirmou que não opinaria sobre o reconhecimento do Estado Brasileiro em relação às torturas, enquanto a Força Aérea e a Marinha disseram não ter provas para reconhecer, tampouco refutar as acusações de violações de direitos humanos nas décadas de 60 e 70.

Embaixador escreveu sobre não condenar excessos publicamente

O que o histórico diz sobre relação Brasil-EUA em possível governo Biden?

Para Dallari, apesar de o golpe de 1964 ter recebido o apoio do governo americano, então sob a batuta do democrata Lyndon Johnson, nas últimas décadas, os democratas deixaram claro ter interesse em colaborar com processos de investigação sobre atrocidades cometidas pelos governos na região e o papel dos Estados Unidos nelas.

"Eu não tenho porque duvidar que Obama e Biden tivessem real interesse em abrir essas informações. E o primeiro presidente americano a se opor a violações dos direitos humanos na região foi outro democrata, o presidente Jimmy Carter", diz ele, em referência ao presidente americano entre 1977 e 1981.

Na verdade, desde a administração Clinton, nos anos 1990, documentos secretos sobre ditaduras latino-americanas têm se tornado públicos. Mas foi na gestão Obama que essa abertura dos arquivos ganhou tons de política de relações exteriores, em algo que Kornbluh batizou de "diplomacia da abertura".

Além do Brasil, Argentina e Chile também receberam acesso a documentos, em um esforço americano para melhorar sua imagem e seu relacionamento na região.

E com Biden e Dilma, o especialista afirma que esse tipo de diplomacia alcançou um de seus pontos mais altos, já que as relações foram reconectadas depois da visita de Biden em 2014.

"Tenho certeza de que ele foi informado sobre o teor dos documentos. E é uma tarefa importante a de carregar esses documentos que descrevem violações graves dos direitos humanos durante a era militar. Certamente foi uma experiência de aprendizado para o vice-presidente Biden e um lembrete pungente para ele dos horrores cometidos", diz Kornbluh.

Em conversas com a BBC News Brasil, conselheiros da campanha de Biden têm dito que o tema dos direitos humanos é central para o candidato, especialmente na América Latina.

Mas embora ainda exista um grande arquivo intocado sobre a história da ditadura do Brasil, especialmente de informações dos órgãos de inteligência como FBI e CIA, é improvável que Biden faça qualquer nova abertura se vencer as eleições.

Isso porque documentos secretos americanos sobre outros países só podem se tornar públicos se os governos dessas nações requisitarem acesso aos americanos. E hoje não há interesse no governo brasileiro por esse tipo de informação.

"Naquele momento, a abertura foi importante e ajudou os dois países a se reaproximarem. Agora, em um possível governo Biden, com Bolsonaro no Brasil, é um contexto completamente diferente. Mas se Bolsonaro cometer violações de direitos humanos, a administração Biden agiria de modo muito mais rápido e negativo do que Trump e pressionaria Bolsonaro a parar", diz Kornbluh.


Trechos de uma entrevista que o Bolsonaro deu no programa "Câmera Aberta", em 1999. Assista ao Vídeo




Opera Mundi

Militante torturada no DOI-Codi de São Paulo, Amelinha Teles conta como mulheres sofriam violência sexual por agentes da repressão e afirma que estupro era política de Estado no regime militar brasileiro

“Eu passei por várias situações. Eu nem gosto muito de falar, porque...eu não sei porque. Eu não gosto muito de falar”. Presa pelo regime militar em 1972, com 28 anos, Amelinha relata em entrevista exclusiva como sofreu violência sexual nas celas do DOI-Codi de São Paulo e garante que estupros eram mais uma das armas utilizadas pela ditadura para torturar as mulheres consideradas inimigas do Estado.

“Eu estava sentada em uma cadeira do dragão, nua, amarrada, levando choque no corpo inteiro, ânus, vagina. Enquanto isso, o Gaeta, que era um torturador, estava se masturbando e jogando esperma em cima de mim”, relata Amelinha. “A hora que eu caio no chão, ele me põe em uma cama de lona que tinha ali do lado e começa a esfregar meus seios, apertar minha bunda. Isso é uma violência. E assim foram várias vezes, com vários outros torturadores. Mas existem os casos de ter penetração vaginal que as mulheres contam. E são muitos casos, não um ou dois”, completa a militante. Assista ao VÍDEO.




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