O desonrado juiz Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, em uma reunião privada bilateral EUA-Brasil sobre a floresta amazônica é motivo de preocupação. Sem cargo divulgado junto ao governo dos Estados Unidos ou do Brasil, quais interesses ele representa?
As negociações a portas fechadas entre a administração de
Joe Biden e o regime de Bolsonaro estão enfrentando oposição feroz; uma
nova campanha insta Biden a encerrar as negociações secretas sobre o futuro da
Amazônia, depois
que uma coalizão de 199 grupos da sociedade civil entregou uma carta
ao governo dos Estados Unidos exigindo que qualquer discussão sobre o futuro da
floresta tropical inclua o povo brasileiro.
No encontro virtual, com políticos, economistas, diplomatas
e empresários brasileiros, o
embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, insistiu que a cúpula dos
líderes climáticos de Joe Biden na próxima semana seria “a última chance do
Brasil de mostrar sua preocupação ambiental, restaurar a confiança americana e
expandir relações com a Casa Branca. ”
A presença de Moro nessas reuniões da Amazon é, no mínimo,
incongruente. Ele não é mais membro do governo brasileiro e não possui
cargo divulgado junto ao governo dos Estados Unidos ou suas agências. Para
quem ele está trabalhando? Quem ele está representando?
A linha do tempo conhecida das conexões de Moro com os
Estados Unidos remonta a quase 25 anos. Muito antes de ser retratado
heroicamente no New York Times e na revista Time, que o nomeou entre as 100
pessoas do ano em 2016.
De um programa de intercâmbio na Harvard Law School em 1998,
Moro então participou do Programa
de Liderança de Visitantes Internacionais do Departamento de Estado
dos EUA , “visitando agências e instituições dos EUA responsáveis pela
prevenção e combate à lavagem de dinheiro”.
A partir de 2009, nós o vemos vinculado ao Projeto Bridges,
um esforço secreto dos EUA para estimular os funcionários públicos brasileiros
a cumprir os objetivos geopolíticos revelados em telegramas
vazados do Departamento de Estado . A “ colaboração
informal ” do DOJ / FBI com a Operação Lava Jato surgiu do
Projeto Pontes ou Pontes , e a investigação anticorrupção
estava efetivamente operando como agência dos EUA, proporcionando tanto o
cenário político para o impeachment de Dilma Rousseff, quanto a prevenção do
retorno de Lula ao presidência dois anos depois.
Ao entrar no governo em janeiro de 2019, Moro
acompanhou Bolsonaro à sede da CIA em Langley , a primeira visita de
um presidente brasileiro na história. Como chefe do novo ministério da
justiça e segurança, Moro supervisionou a
grande expansão da jurisdição do FBI e alcance dentro do território
soberano brasileiro, incluindo o estabelecimento dos chamados centros de
coleta de inteligência Fusion . Em conversas que vazaram,
o promotor-chefe de Lava Jato, Deltan Dellagnol, chamou a prisão de Lula de
“ um
presente da CIA ”.
Então, em que posição e em nome de quem Sérgio Moro está
participando de negociações confidenciais entre os Estados Unidos e o Brasil
sobre política ambiental? E para qual país?
Uma pista pode estar no que dizem que ele disse na reunião e
em sua conversa com o embaixador dos EUA, Chapman. De acordo com o relato
anônimo da reunião:
“Moro, por sua vez, perguntou se havia algo que o setor
privado pudesse fazer se o governo brasileiro não cooperasse com o meio
ambiente e ouviu de Chapman que muitas empresas americanas estão exigindo uma
resposta mais agressiva ao meio ambiente, porque não o fazem querem pagar em
nome dos envolvidos em ilegalidades e desmatamento. ”
Independentemente da administração, republicana ou
democrata, sempre que os Estados Unidos negociarem pela Amazônia será sempre em
nome desses interesses corporativos arraigados, ao lado de quaisquer novas
preocupações ambientais que possam ocupar as manchetes.
Nesse sentido, a participação de Moro nesta reunião talvez
não seja surpreendente ...
A relação íntima da Lava-Jato com os Estados Unidos - 20 de mar. de 2020
As recentes descobertas da Vaza-Jato relacionadas ao
envolvimento dos Estados Unidos com a Lava-Jato são muito importantes na medida
em que revelam a íntima relação entre os agentes públicos brasileiros, na
figura de juízes e promotores, e o Departamento de Estado norte-americano.
Essas informações comprovam por fim o que já intuíamos: o envolvimento direto
dos Estados Unidos com os desdobramentos históricos ocorridos no Brasil nos
últimos seis anos, indo desde ao desmonte de empresas como Petrobras e
Odebrecht, passando pelo impeachment de Dilma, o governo Temer, a prisão de
Lula e a eleição de Bolsonaro, o representante político de uma verdadeira
quadrilha.
Dessa forma, os Estados Unidos adotaram a estratégia de
fazer uso de suas leis internas de combate à corrupção, aplicáveis apenas
dentro do território norte-americano, e buscaram expandí-las para além de suas
fronteiras, de modo a favorecer seus interesses particulares. Tudo isso é parte
do DNA do imperialismo dos Estados Unidos, tema que discuto em profundidade no
meu novo livro “A guerra contra o Brasil”. O discurso de defesa da democracia,
do combate à corrupção e da defesa dos direitos humanos oculta os reais
objetivos desse conluio: beneficiar as grandes corporações dos Estados Unidos e
enfraquecer a competitividade das empresas brasileiras. Os encontros ocorridos
entre juízes e promotores da Lava-Jato com autoridades norte-americanas foram
realizados sem o conhecimento do Ministério da Justiça brasileiro e do à época
ministro da Justiça, o que evidencia a sua ilegalidade e falta de
transparência. Estamos, portanto, falando de um crime grave, constituído em
encontros ilegais e no fornecimento de informações brasileiras estratégicas
para o governo norte-americano.
Thanks to Lava Jato, Brazil dropped from 6th to 12th largest economy in the World and is now governed by a sub-fascist whose genocidal Covid 19 polices have resulted in 360,000 deaths. Now that the farce has been exposed, will the media apologize for its witch hunt against PT? pic.twitter.com/NUQXLED58P
Even John Oliver made a joke about Dilma Rousseff and Petrobras corruption. It wasn't based on facts, but helped his liberal US audience feel comfortable about the illegal impeachment of Brazil's first woman President and subsequent US corporate oil grab. pic.twitter.com/K7sn9RbE7r
Arquivos desclassificados da Agência Central de
Inteligência (CIA) dos EUA são disponibilizados ao público em site
especializado em publicação de documentos do governo dos Estados Unidos.
Tendo em vista o interesse geral sobre o conteúdo de tais
arquivos, um site especializado em publicação de documentos oficiais do governo
norte-americano, The Black Vault, resolveu tornar público diversos arquivos da
CIA sobre OVNIs.
Os arquivos, em sua grande parte em formato PDF, estão
disponíveis no link para baixar e escritos na língua original
inglesa.
O Departamento de Defesa dos EUA desclassificou oficialmente
três vídeos de objetos voadores não identificados (OVNIs) filmados por pilotos
da Marinha americana.
Alguns dos documentos foram liberados pela CIA ainda na
década de 90, enquanto o site lutava pelo acesso do público aos arquivos.
Contudo, a agência de inteligência acabou criando uma
coleção de CD-ROM com os documentos sobre OVNIs, o que foi cobiçado pelo The
Black Vault por anos.
The links below offer two downloads. The contents of the
original CD-ROM, as received, which is the multi-page .tif files (not
searchable) with corresponding text files which are largely useless.
The second link is the converted records, wherein The Black
Vault converted each .tif file to .pdf, and made it searchable. This is, by
far, the more popular way of downloading and searching, but both are available
for download.
CIA
UFO Collection CD-ROM Contents– Searchable .pdf Conversions – [342MB]
– This .zip file contains all of the above files, however, they have been
converted to searchable .pdf documents. Keep in mind, searchable .pdfs are NOT
perfect. Many of these documents are poorly photocopied, so the computer can
only “see” so much to convert for searching. However, through various tests,
the search capability is MUCH better than the above CD contents with only .txt
outputs.
Seis ataques não são um sinal da vitória da CIA, mas de sua
derrota. Cinco em seis já foram alcançados, mas o objetivo principal - atrair a
Rússia para outras guerras - não foi alcançado. E o sexto, na Moldávia, um
rublo por cem, também irá virar pó
"A situação na fronteira do Estado da União com os
países da OTAN continua turbulenta", disse o ministro da Defesa russo,
Shoigu , em 27 de outubro de 2020. Than imediatamente causou histeria entre os
alarmistas sobre outro sucesso da CIA.
Recentemente, especialmente em conexão com as consequências
das eleições presidenciais na Bielo-Rússia e as hostilidades em Karabakh,
tornou-se popular entre os comentaristas relembrar o relatório do
ano passado da corporação analítica americana RAND intitulado “Estendendo
a Rússia: Competindo em terreno vantajoso”.
Nele, especialistas fundamentam a conclusão sobre a expansão
das fronteiras do espaço geopolítico controlado pela Rússia. Assim,
voltando os tempos de competição entre grandes potências e obrigando a pensar
na estratégia de conter a expansão russa. Existem apenas duas opções:
militar e sabotagem.
Uma vez que uma guerra tradicional direta com um poder
decisivo e moderno tecnologicamente avançado tem a garantia de levar a uma
saída rápida para uma troca fatal de ataques nucleares estratégicos, esse
caminho é reconhecido como inaceitável para os Estados Unidos. Isso torna
a única estratégia possível para organizar ao longo do perímetro das fronteiras
russas o maior número possível de conflitos locais, exigindo a intervenção de
Moscou, mas dando-lhe clareza na escolha do lado e limitando severamente suas capacidades
operacionais.
Este esquema astuto envolve a realização de seis objetivos
táticos: fornecer à Ucrânia armas letais; intensificando o apoio aos
"rebeldes" na Síria; organização da mudança de regime na
Bielo-Rússia; usando o potencial para criar tensões no Sul do
Cáucaso; uma diminuição no nível de presença e influência russa na Ásia
Central; encerramento da presença da Rússia na Moldávia.
Segundo os comentaristas, cinco dessas seis greves já foram
entregues à Rússia. A Ucrânia recebe os cobiçados dardos. No
Quirguistão, houve um "Maidan", embora formalmente já fosse o
terceiro nos últimos quinze anos, mas ao mesmo tempo tornou-se inesperado para
muitos especialistas.
Os protestos continuam na Bielo-Rússia. E embora
Lukashenka demonstre a força de sua vertical de poder, ele já admitiu
publicamente a entrada do país na OTAN. E em canais de telegramas anônimos
correram até boatos de que o "último ditador da Europa" passava a
permitir o encerramento de sua carreira política. Eles não são realmente
apoiados por nada, mas não se esqueça que nada parecido com isso foi observado
antes. As lutas pelo Nagorno-Karabakh eclodiram entre a Armênia e o
Azerbaijão.
Em suma, resta esperar as eleições marcadas para 1º de
novembro em Chisinau, que aparentemente serão ganhas pelas forças de uma
orientação abertamente pró-Ocidente, e será possível afirmar com confiança o
sucesso total do "plano da CIA". Consistindo no alongamento
excessivo das forças russas, levando com segurança à paralisia geopolítica de
Moscou. Além disso, levando a uma diminuição de sua influência na arena
internacional. Com todas as reclamações que se seguiram sobre a
preservação da inviolabilidade da hegemonia mundial americana e do desamparo da
liderança russa.
No entanto, é realmente assim? O que está acontecendo é
realmente uma operação estratégica bem-sucedida dos serviços de inteligência
dos Estados Unidos ou há um ajuste banal dos fatos a uma teoria
pré-selecionada?
No nível estratégico, os analistas da RAND não apresentaram
nada de novo. O isolamento do mundo por meio do incitamento à
instabilidade, de preferência até as guerras locais, deveria ser contra a
URSS. A estratégia foi batizada de "plano Anaconda".
O fato de o país-alvo ter um nome diferente hoje não muda a
essência da questão. Apenas a geografia difere. Naquela época, todos
os territórios mencionados nos "seis ataques" estavam firmemente
dentro das fronteiras do controle russo. Portanto, deveria
"estrangular Moscou" por meio da desestabilização do Afeganistão e do
Oriente Médio, que fazem parte da zona de interesses geopolíticos da União
Soviética, mas não são firmemente controlados por Moscou. Agora é muito
mais fácil atear fogo na faixa de escombros do estado pós-soviético deixada
após o colapso do Império Soviético.
Assim, não há operação estratégica global da CIA. Há
apenas uma tentativa de usar para seus próprios fins o que, por assim dizer,
"vai para as mãos de si mesmo". Afinal, se os limítrofes
pós-soviéticos querem tão irracionalmente “ir para o Ocidente” e “entrar na
família europeia de povos civilizados”, então por que não “dar a eles um
Mauser” no estilo de um famoso “cidadão turco”?
E isso é realmente um problema. Mais diretamente
relacionado com a Rússia. Primeiro, porque os limítrofes são, na verdade,
estados vizinhos. No entanto, é mais importante, em segundo lugar: eles
estão incluídos na zona de interesses geopolíticos dos principais centros de
poder e, figurativamente falando, são uma espécie de pesos nas escalas globais
da política internacional. Onde a mesma Crimeia não é apenas uma península
disputável com a Ucrânia, mas é a chave para manter o controle sobre o Mar
Negro, e através dele - fornece influência sobre o Mediterrâneo, Norte da
África e Oriente Médio com o Golfo Pérsico.
Quando os especialistas da RAND em seu relatório falam sobre
a sobrecarga de oportunidades da política externa russa, eles querem dizer algo
bem diferente do que os críticos da política russa imaginam. Em vez disso,
o oposto é verdadeiro.
Nos anos 90 e no início dos anos 2000, a elite governante
russa secretamente continuou a considerar todo o espaço soviético como uma
continuação da URSS, apenas com um nome diferente, mas com os mesmos valores e
diretrizes. Isso formou então não apenas estranhas visões do mundo, mas
também serviu de motivo para ações não menos inconsistentes.
Como, por exemplo, com o mesmo CSTO, que na altura da
criação era considerado uma reencarnação moderna do OVD, como contrapeso à
NATO. A nova educação não cumpriu a sua tarefa, no entanto, criou a
aparência do sucesso de manter a "amizade dos povos", em que se
preferia anular quaisquer divergências sobre pequenos detalhes locais
momentâneos, que não afetavam o principal.
Essa era a fraqueza. Independentemente do nível de
simpatia do público na prática, absolutamente todos os limítrofes sonhavam em
se mudar de Moscou o máximo possível. Em duas formas: ou, como o Báltico
com a Ucrânia, imediatamente completamente "para o Ocidente" (para a
UE, para a OTAN, em qualquer lugar, apenas "para a família civilizada dos
povos desenvolvidos"), ou como Bielo-Rússia, Armênia e as repúblicas da
Ásia Central - mantendo multi-vetor "nezalezhnosti".
O resto é simples. Até cerca de 2010-2012, uma ilusão
perigosa persistiu no espaço pós-soviético de que tudo isso não é apenas parte
da zona de interesses geopolíticos russos, mas é, por assim dizer, uma parte
inseparável da Rússia, que deve proteger, alimentar e apoiar a qualquer custo.
Essa foi a base tanto para o jogo das elites dominantes
locais - "Dê-me mais dinheiro, caso contrário, deixaremos para ser amigos
do Ocidente e você vai chorar, tendo nos perdido", e para a estratégia dos
EUA visando separar as ex-repúblicas soviéticas da Rússia. Eles dizem,
olhe, a América ainda está no poder de continuar a divisão do “mundo russo”, ao
qual Moscou ainda não tem nada a se opor. Com todas as garantias que se
seguiram de que isso prova a indisputabilidade do domínio americano.
Na verdade, o Kremlin gradualmente reavaliou a
situação. Não, a Rússia não abandonou a configuração das fronteiras da
zona de influência global. Mas eles pensaram seriamente na composição de
seus interesses.
Pegue a mesma Ucrânia. Se em 2014 grande parte da
sociedade das autoridades exigiu quase que imediato o lançamento de um tanque
no Dnieper e o desembarque de pára-quedistas em Kiev, dizem, caso contrário
“tudo estava perdido”, hoje a abordagem mudou. Por que precisamos de
"tal" Ucrânia? Por que reeducar um povo de trinta milhões?
Tudo o que realmente precisamos, na forma de fábricas,
tecnologias, especialistas, podemos obter sem ocupação. Na verdade, já o
recebemos. Para todas as pessoas normais que compartilham nossos valores,
simplificamos a possibilidade de se mudarem para nós e se estabelecerem como
residência permanente. É mais lucrativo para nós compensar o resto por
meio da substituição de importações. E os vizinhos restantes podem
continuar a viver como quiserem. Mas já estritamente às suas próprias
custas. Como eles podem. E como eles farão isso. Mesmo que saia
mal. Ruim para eles.
A situação é absolutamente semelhante em todas as outras
direções, da Ásia Central ao Cáucaso e até a Bielo-Rússia. Na verdade, o
processo de estabilização geopolítica das consequências da versão anterior do
confronto global entre sistemas simplesmente ainda não terminou. Mais da
era da Guerra Fria.
Mais importante, a liderança e uma grande parte da população
Limitrophe continuam a ser visualizados em um mundo que não existe
mais. Eles ainda acham que o Ocidente está ganhando e se
expandindo. Que ele durma e veja como unir a Geórgia e a Armênia à União
Europeia e à OTAN, como integrar até mesmo a Ásia Central à UE. E,
infelizmente, ele parou sua corrida para o leste há muito tempo.
Fiquei sem forças, recursos e significados. Acreditava-se
que a adesão dos antigos países soviéticos fortaleceria o poder industrial e
financeiro da União Europeia. O fato de que os neófitos realmente só
querem mudar o fornecedor de brindes, em Bruxelas, no início de alguma forma,
não pensei. É por isso que permanecem até hoje em um espanto
desagradável. Já nos dois programas da "Cohezia" eles
conseguiram muito dinheiro, e nas terras orientais da Grande Europa ainda não
conseguiram abastecer e começar a trabalhar "como os alemães".
Em geral, os processos de expansão global pararam. A
Europa não quer mais se expandir. Os Estados Unidos, em geral, já são
abertamente e publicamente sobrecarregados com o papel de hegemonia. O
chapéu não era para Senka. A China, como se constatou, não tem pressa em
abocanhar o mundo inteiro. Eles não são tolos, são apenas caras muito
pragmáticos. Eles têm todos esses problemas locais e lista de desejos
desnecessariamente.
Assim, o espaço pós-soviético se viu em uma gigantesca faixa
de alienação. Objetivamente, não estou interessado em nenhuma das
partes. Talvez os turcos tivessem algumas opiniões sobre o Cáucaso e a
Ásia Central. No entanto, as possibilidades de recursos para a restauração
do império neo-otomano são seriamente superiores a eles.
Moscou desenvolveu um entendimento normal de que não faz
sentido fugir, deixando cair os chinelos, para tomar apressadamente tudo isso
“debaixo de suas mãos”. A situação deve amadurecer. As Forças Armadas
da Ucrânia terão "dardos" americanos? E daí? Na verdade,
suas entregas para a Ucrânia começaram no final de 2017. E isso não afetou
de forma alguma a situação no Donbass. A Armênia vai perder
Karabakh? E quanto à Rússia? Será que os armênios a amarão ainda
menos? E daí? Alguém poderia pensar antes, eles literalmente não
poderiam viver sem amizade conosco.
A situação é bastante oposta. Os estábulos Augeanos
acumulados de apresentações locais do estilo “em qualquer lugar menos na
Rússia” precisam ser limpos. Mas não por dinheiro ou esforços
russos. Ao contrário, é necessário não só dar às elites locais a
oportunidade de implementar as ameaças de “ir para o campo dos adversários da
Federação Russa”, mas também olhar com calma para as consequências de tal
medida para eles.
O que, de fato, está acontecendo agora. E nossos
oponentes realmente não gostam do resultado. O que o relatório da RAND
chama de expansão geopolítica russa é, na verdade, uma aceleração na degradação
do vetor ocidental entre os limítrofes.
Na mesma Armênia, a consciência de que ninguém vai correr
para salvá-los, de que é preciso restaurar a adequação aos desejos,
solicitações e comportamentos, hoje começou a acontecer por si só. E não
sob a influência de "engano da propaganda russa". Como
resultado, o futuro do aluno de Soros Pashinyan está hoje sob uma grande
questão - a questão de sua remoção
do poder pelos militares está em pleno andamento.
Se tudo continuar assim, um dia os limítrofes podem chegar
"a conclusões erradas". É por isso que o Ocidente está tão
interessado em provocar o desencadeamento do “reflexo de agarrar” na
Rússia. De modo que nas emoções e sem hesitação, ela se meteu no maior
número possível de conflitos locais. Além disso, é desejável estar do lado
errado e sem pelo menos uma compreensão aproximada de seus objetivos e
interesses no que está acontecendo.
E ela se recusa a intervir. Ela não apareceu na guerra
ucraniana. Em resposta aos apelos histéricos de Pashinyan, ela não veio
correndo para lutar em Karabakh no modo de "marcha, três
cruzes". Ele vê as danças da Ásia Central com um interesse
francamente acadêmico. Ele calmamente observa enquanto as cadeiras de
Lukashenka começam a se mover. Senta-se calmamente e espera que o lixo
local acumulado nos arredores do Império queime por si mesmo. E quando a
falta de opções de amizade com a Rússia nas mentes locais se desenvolver e
ganhar uma posição por conta própria.
Como o canal de telegrama "Demiurgo
Russo" escreve :
“Ninguém vai argumentar que hoje a situação nas fronteiras
da Rússia é pior do que há 15-20 anos. Mesmo uma Bielorrússia
relativamente estável "engatinhou" com relativa rapidez para uma
crise política de pleno direito, que não era vista desde o colapso da
URSS. Especialistas em conexão com o que está acontecendo falam sobre o
enfraquecimento da influência da Rússia e a ativação de outros centros de
poder.
Mas, em nossa opinião, o que está acontecendo é apenas uma
continuação por inércia do colapso da URSS. Essa desintegração ainda não
acabou. Curiosamente, no núcleo imperial da URSS, na Rússia, Vladimir
Putin conseguiu iniciar o processo de decadência congelante em 2000, e no geral
foi bem-sucedido. Como resultado, a Rússia de hoje em termos de economia é
um país fundamentalmente diferente até mesmo da URSS no auge de seu poder.
"
No entanto, esse processo de desintegração atingiu a
periferia imperial em grande escala apenas hoje. É por isso que vemos a
incendiária Ucrânia, Quirguistão à beira da guerra civil e da desintegração no
Norte e no Sul, a Armênia perdendo Karabakh, a Bielo-Rússia, que está em crise
política há mais de dois meses. Desidratação do Báltico.
Isso não está acontecendo porque, por exemplo, Erdogan
aumentou o “poder otomano” lá, ou a Grã-Bretanha, com a chegada do novo chefe do
Mi5, começou a jogar grande, esses fatores também existem, mas seu significado
é seriamente exagerado. Na verdade, esse processo de desintegração da URSS
só agora atingiu esses países em grande escala.
A Rússia está revivendo há vinte anos em novas bases
econômicas e políticas. E os limítrofes pós-soviéticos ainda estão em uma
onda de decadência. Conseqüentemente, outro processo recíproco ocorrerá em
5-7 anos. Por um lado, o crescimento do poder econômico da Rússia exigirá
a expansão de sua expansão para os países vizinhos e um pacote de política
externa correspondente. Por outro lado, uma nova geração da elite política
aparecerá nos países limítrofes, que terá tempo de ver a experiência da geração
atual, flertando com outros centros, e começará a se voltar para uma aliança
com a Rússia.
O pêndulo, portanto, se moverá na direção oposta. Rumo
ao processo de coleta de terras. "
Portanto, "seis ataques" não é um sinal da vitória
da CIA, mas de sua derrota. Cinco em seis já foram alcançados, mas o
objetivo principal - atrair a Rússia para outras guerras - não foi
alcançado. E o sexto, na Moldávia, um rublo por cem, também será
desperdiçado. Não, formalmente os operativos provavelmente se beneficiarão
trazendo “seu próprio povo” ao poder. Mas geopoliticamente, essa vitória
não mudará nada.
Dilma e Biden em foto de 2015; na época, governo americano
se aproximou de países latino-americanos com abertura de documentos históricos
sobre violações de direitos humanos
Se havia alguma dúvida de que o presidente brasileiro
Jair Bolsonaro e o presidenciável democrata Joe Biden estão em lados políticos
opostos, o debate entre Biden e o presidente Trump na última semana tratou de
dissipá-las. Na ocasião, Biden, favorito para vencer o pleito de 3 de novembro
pelas atuais pesquisas, criticou a devastação da Amazônia e aventou até sanções
econômicas ao país.
O meio ambiente, no entanto, está longe de ser o único tema
de discordância entre Biden e Bolsonaro. O
ex-vice-presidente americano está no centro de uma das empreitadas pelas quais
o atual presidente brasileiro mais demonstrou desprezo e resistência: a
apuração, pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), de crimes e violações cometidos
por agentes públicos durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.
Em 17 de junho de 2014, Biden, o então vice-presidente na
gestão Barack Obama, desembarcou em Brasília com um objeto especial na bagagem:
um HD com 43 documentos produzidos por autoridades americanas entre os anos de
1967 e 1977. A partir de informações passadas não só por vítimas, mas por
informantes dentro das Forças Armadas e dos serviços de repressão, os
relatórios americanos detalhavam informações sobre censura, tortura e assassinatos
cometidos pelo regime militar do Brasil.
Até aquele momento, a maior parte dos documentos era
considerada secreta pelo governo dos Estados Unidos, que apoiou e colaborou com
a ditadura durante boa parte do período em que os militares estiveram no poder.
Biden sabia bem do que se tratava. E sabia também que
produziria impacto real ao passar a mídia para as mãos da então presidente
brasileira Dilma Rousseff, ela mesma uma das oposicionistas torturadas nos porões
da ditadura.
É certo que o governo americano poderia ter enviado o
material por internet, pela embaixada nos Estados Unidos.
Mas a gestão Obama-Biden queria gravar seu nome no ato de
abertura dos documentos, como um manifesto pela transparência e pelos direitos
humanos.
Mais do que isso, queria melhorar relações diplomáticas com
base na troca de informações altamente relevantes para a história de países
como Brasil, Argentina e Chile.
No caso do Brasil, isso era ainda mais estratégico já que a
revelação, meses antes, de que a Agência Nacional de Segurança americana (NSA,
na sigla em inglês) havia espionado conversas da mandatária brasileira abalou o
alicerce das relações entre os dois países.
"Estou feliz de anunciar que os Estados Unidos
iniciaram um projeto especial para desclassificar e compartilhar com a Comissão
Nacional da Verdade documentos que podem lançar luz sobre essa ditadura de 21
anos, o que é, obviamente, de grande interesse da presidente", afirmou
Biden, sorridente, ao lado de Dilma.
Sem ditadura
A própria definição dada por Biden do regime militar é hoje
refutada por Bolsonaro, que nega ter havido ditadura no país.
"Espero que olhando documentos do nosso passado
possamos focar na imensa promessa do futuro", concluiu Biden.
Cinco anos após esse encontro entre Dilma e Biden, o
presidente brasileiro Jair Bolsonaro desqualificou por completo as revelações
feitas pela CNV, das quais os documentos trazidos por Biden são peça
fundamental.
"A questão de 64 não existem documentos se matou ou não
matou, isso aí é balela, está certo?", disse Bolsonaro.
O presidente respondia à imprensa, que questionava uma
declaração sua dada no dia anterior para atingir o presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Bolsonaro disse pra Santa Cruz
que poderia esclarecer a ele como seu pai havia desaparecido.
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, Fernando
Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, foi visto pela última
vez em fevereiro de 1974, quando foi preso no Rio de Janeiro por agentes do
DOI-Codi. Oliveira jamais voltou a ser visto. Ele morreu nas mãos dos agentes.
"Comissão da Verdade? Você acredita em Comissão da
Verdade? Você quer documento para isso, meu Deus do céu? Documento é quando
você casa, quando você se divorcia. Eles têm documento dizendo o contrário? Acrescentou
Bolsonaro.
Mas, afinal, o que há nos documentos trazidos por Biden?
Documento enviado pelo consulado americano do Rio de Janeiro
descreve padrão de tortura
"O suspeito é deixado nu, sentado e sozinho em uma cela
completamente escura ou refrigerada por várias horas. Na cela há alto-falantes,
que emitem gritos, sirenes e apitos em altos decibéis. Então, o detido é
interrogado por um ou mais agentes, que o informam qual crime acreditam que a
pessoa tenha cometido e que medidas serão tomadas caso não coopere. Nesse
ponto, se o indivíduo não confessa, e se os agentes consideram que ele possui
informações valiosas, ele é submetido a um crescente sofrimento físico e mental
até confessar."
"Ele é colocado nu, em uma pequena sala escura com um
chão metálico, que conduz correntes elétricas. Os choques elétricos, embora
alegadamente de baixa intensidade, são constantes e eventualmente se tornam
insuportáveis. O suspeito é mantido nessa sala por muitas horas. O resultado é
extrema exaustão mental e física, especialmente se a pessoa é mantida nesse
tratamento por dois ou três dias. Em todo esse período, ele não recebe comida
nem água."
O texto acima é um trecho de um documento de sete páginas
enviado pelo consulado americano do Rio de Janeiro ao Departamento de Estado,
em 1973, e trazido por Biden em sua visita.
A comunicação diplomática informa que 126 pessoas teriam
passado por tratamento parecido ao relatado, além de outras formas de sevícias,
como o "pau de arara". O informe é feito não só com base em
depoimentos de vítimas, mas de informantes militares, cuja identidade aparece
protegida por trechos apagados no documento.
Detalhes
"Esse é um dos relatórios mais detalhados sobre
técnicas de tortura já desclassificados pelo governo dos Estados Unidos",
afirmou à BBC News Brasil Peter Kornbluh, diretor do Projeto de Documentação
Brasileiro do Arquivo de Segurança Nacional Americano, em Washington D.C.
Ainda de acordo com Kornbluh, "os documentos americanos
ajudam a lançar luz sobre várias atrocidades e técnicas (de tortura do regime).
Eles são evidências contemporâneas dos abusos dos direitos humanos cometidos
pelos militares brasileiros. Quase todo o mundo acredita neles. As pessoas que
preferem não reconhecer a verdade sobre o que foi feito são os Bolsonaros e
aqueles que realmente cometeram esses crimes".
Mas nem sempre Bolsonaro nega que a ditadura tenha cometido
violações aos direitos humanos. Em julho de 2016, em uma entrevista à rádio
Joven Pan, ele afirmou: "O erro da ditadura foi torturar e não
matar".
E dois anos mais tarde, em meados de 2018, quando já estava
em pré-campanha presidencial, confrontado com a informação de um relatório da
CIA, aberto em 2015 no escopo do mesmo projeto de desclassificação de Biden,
que o presidente Ernesto Geisel teria aprovado a execução sumária de
adversários do regime, o atual presidente disse à rádio Super Notícia:
"Errar, até na sua casa, todo mundo erra. Quem nunca deu um tapa no bumbum
do filho e depois se arrependeu? Acontece."
Tortura e morte
Um dos outros documentos trazidos por Biden evidencia que a
máquina repressiva da ditadura brasileira não só torturou como matou. Nele, o
cônsul-geral americano em São Paulo, Frederic Chapin, afirma que ouviu o relato
de "um informante e interrogador profissional trabalhando para o Centro de
Inteligência Militar de Osasco", em São Paulo.
Telegrama de 1973 descreve a tortura de um policial e de uma
amiga dele que, inicialmente, se recusou a colaborar
Em um telegrama de maio de 1973, Chapin escreve o seguinte:
"Ele (o informante) explicou como havia quebrado uma célula 'comunista'
envolvendo um agente da polícia civil. O policial foi forçado a falar depois de
ter tomado choques elétricos nos ouvidos e mencionou sua conexão com uma amiga,
que foi imediatamente detida. Ela não foi cooperativa, no entanto, então foi
deixada no pau-de-arara por 43 horas, sem alimentos ou água."
"Isso a quebrou, nossa fonte contou. Tortura, de uma
forma ou de outra, é prática comum em interrogatórios em Osasco. Ele também nos
deu um relato em primeira mão do assassinato de um subversivo suspeito, o que
chamou de 'costurar' o suspeito, ou seja, dar tiros nele da cabeça aos pés com
uma arma automática."
O termo "costurar" seria referência a um método
para desfigurar o cadáver e evitar sua futura identificação.
Assassinatos cometidos pela repressão
O cônsul Chapin relata ainda que "vários agentes de
segurança nos informaram que suspeitos de terrorismo são mortos como prática
padrão. Estimamos que ao menos doze tenham sido mortos na região de São Paulo
no ano passado (1972)".
Ao registrar as mortes em São Paulo, Chapin aponta para a
atuação do coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o chefe do
DOI-Codi paulista, um dos principais órgãos de repressão do país, entre 1970 e
1974. Ustra foi o primeiro militar brasileiro a ser condenado civilmente pela
Justiça pelos crimes de tortura. Ele é também considerado um herói e uma
referência por Bolsonaro, que já afirmou ter como livro de cabeceira a obra de
Ustra, A verdade sufocada.
"Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do
coronel, sou amigo da viúva. (...) o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra
recebeu a mais alta comenda do Exército, a Medalha do Pacificador, é um herói
brasileiro", afirmou Bolsonaro em 2016.
Enquanto era deputado, no dia da votação da abertura de
processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, naquele mesmo ano,
Bolsonaro citou o militar em seu voto: "Perderam em 1964, perderam em
2016. (...) Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, pelo
Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e
por Deus acima de todos, o meu voto é sim".
"Só terroristas"
Outro documento da leva de Biden desafia um argumento
central de Bolsonaro sobre o período: o de que o regime militar só prendeu,
torturou e matou "terroristas".
Em dezembro de 2008, quando o Ato Institucional número 5,
instrumento da ditadura que cassou liberdades individuais, completava 40 anos,
o então deputado federal Bolsonaro ocupou o plenário da Câmara para dizer:
"Eu louvo os militares que, em 1968, impuseram o AI-5 para conter o terror
em nosso País, (...) Mas eu louvo o AI-5 porque, pela segunda vez, colocou um
freio naqueles da esquerda que pegavam em armas, sequestravam, torturavam,
assassinavam e praticavam atos de terror em nosso País".
Serviço diplomático americano no Brasil mandou uma
comunicação ao Departamento de Estado registrando os relatos de um cidadão
americano, Robert Horth, que havia sido confundido com um extremista e preso no
DEOPS
Mas em outubro de 1970, o serviço diplomático americano no
Brasil mandou uma comunicação ao Departamento de Estado registrando os relatos
de um cidadão americano, Robert Horth, que havia sido confundido com um
extremista e preso no DEOPS, a unidade de polícia política paulista.
Horth não era um comunista subversivo e afirmou aos
diplomatas americanos que "cinco dos seis prisioneiros em suas celas eram
absolutamente inocentes da acusação de subversão política".
Outro documento, de dezembro de 1969, dá força ao
questionamento sobre os crimes reais dos alvos escolhidos pela repressão ao
informar que freiras dominicanas foram presas, humilhadas e torturadas em
Ribeirão Preto.
"Mais do que trazer novos fatos, os documentos
americanos foram cruciais porque comprovaram muitos fatos a partir de uma fonte
insuspeita. Estamos, afinal, falando de relatórios da diplomacia dos Estados
Unidos, que não tinham qualquer simpatia pelos oposicionistas de esquerda e que
apoiavam os militares", afirmou à BBC News Brasil Pedro Dallari, relator
da CNV.
Prova de que o governo americano era, naquele período,
abertamente a favor do regime está em uma comunicação do embaixador americano
William Rountree de julho de 1972. Na carta, ele alerta ao Departamento de Estado
que qualquer tentativa de fazer críticas públicas contra o que qualifica como
"excessos" cometidos contra os direitos humanos poderia
"prejudicar nossas relações gerais".
CNV
Os documentos americanos tornaram-se especialmente
importantes para a CNV diante da negativa das Forças Armadas Brasileiras de
oferecer evidências que corroborassem os depoimentos de vítimas de tortura em
dependências militares.
"Ao mesmo tempo em que chegavam os documentos
americanos, recebíamos retorno dos militares dizendo que suas sindicâncias não
localizaram nada", afirma Dallari.
Kornbluh concorda que, enquanto muito da documentação
brasileira do período pode já ter se perdido, os arquivos americanos são fonte
importante para acessar a história brasileira.
"Parte dos militares brasileiros esconderam com sucesso
a maioria de seus próprios documentos e mantiveram isso fora do escrutínio
público. E conseguiram escapar de qualquer tipo de responsabilidade legal por
seus crimes contra os direitos humanos. E então os documentos americanos
fornecem um histórico fidedigno de pelo menos alguns casos. E se as coisas
mudarem no Brasil, essas são evidências de crimes que ainda podem ser
litigados", afirma o especialista, que menciona a lei da Anistia, de 1979,
que impediu a responsabilização criminal de agentes e oposicionistas por crimes
cometidos durante a ditadura.
Em 2014, durante os trabalhos da CNV, o Exército brasileiro
afirmou que não opinaria sobre o reconhecimento do Estado Brasileiro em relação
às torturas, enquanto a Força Aérea e a Marinha disseram não ter provas para
reconhecer, tampouco refutar as acusações de violações de direitos humanos nas
décadas de 60 e 70.
Embaixador escreveu sobre não condenar excessos publicamente
O que o histórico diz sobre relação Brasil-EUA em possível
governo Biden?
Para Dallari, apesar de o golpe de 1964 ter recebido o apoio
do governo americano, então sob a batuta do democrata Lyndon Johnson, nas
últimas décadas, os democratas deixaram claro ter interesse em colaborar com
processos de investigação sobre atrocidades cometidas pelos governos na região
e o papel dos Estados Unidos nelas.
"Eu não tenho porque duvidar que Obama e Biden tivessem
real interesse em abrir essas informações. E o primeiro presidente americano a
se opor a violações dos direitos humanos na região foi outro democrata, o
presidente Jimmy Carter", diz ele, em referência ao presidente americano
entre 1977 e 1981.
Na verdade, desde a administração Clinton, nos anos 1990,
documentos secretos sobre ditaduras latino-americanas têm se tornado públicos.
Mas foi na gestão Obama que essa abertura dos arquivos ganhou tons de política
de relações exteriores, em algo que Kornbluh batizou de "diplomacia da
abertura".
Além do Brasil, Argentina e Chile também receberam acesso a
documentos, em um esforço americano para melhorar sua imagem e seu
relacionamento na região.
E com Biden e Dilma, o especialista afirma que esse tipo de
diplomacia alcançou um de seus pontos mais altos, já que as relações foram
reconectadas depois da visita de Biden em 2014.
"Tenho certeza de que ele foi informado sobre o teor
dos documentos. E é uma tarefa importante a de carregar esses documentos que
descrevem violações graves dos direitos humanos durante a era militar.
Certamente foi uma experiência de aprendizado para o vice-presidente Biden e um
lembrete pungente para ele dos horrores cometidos", diz Kornbluh.
Em conversas com a BBC News Brasil, conselheiros da campanha
de Biden têm dito que o tema dos direitos humanos é central para o candidato,
especialmente na América Latina.
Mas embora ainda exista um grande arquivo intocado sobre a
história da ditadura do Brasil, especialmente de informações dos órgãos de
inteligência como FBI e CIA, é improvável que Biden faça qualquer nova abertura
se vencer as eleições.
Isso porque documentos secretos americanos sobre outros
países só podem se tornar públicos se os governos dessas nações requisitarem
acesso aos americanos. E hoje não há interesse no governo brasileiro por esse
tipo de informação.
"Naquele momento, a abertura foi importante e ajudou os
dois países a se reaproximarem. Agora, em um possível governo Biden, com
Bolsonaro no Brasil, é um contexto completamente diferente. Mas se Bolsonaro
cometer violações de direitos humanos, a administração Biden agiria de modo
muito mais rápido e negativo do que Trump e pressionaria Bolsonaro a
parar", diz Kornbluh.
Militante torturada no DOI-Codi de São Paulo, Amelinha Teles
conta como mulheres sofriam violência sexual por agentes da repressão e afirma
que estupro era política de Estado no regime militar brasileiro
“Eu passei por várias situações. Eu nem gosto muito de
falar, porque...eu não sei porque. Eu não gosto muito de falar”. Presa pelo
regime militar em 1972, com 28 anos, Amelinha relata em entrevista exclusiva
como sofreu violência sexual nas celas do DOI-Codi de São Paulo e garante que
estupros eram mais uma das armas utilizadas pela ditadura para torturar as
mulheres consideradas inimigas do Estado.
“Eu estava sentada em uma cadeira do dragão, nua, amarrada,
levando choque no corpo inteiro, ânus, vagina. Enquanto isso, o Gaeta, que era
um torturador, estava se masturbando e jogando esperma em cima de mim”, relata
Amelinha. “A hora que eu caio no chão, ele me põe em uma cama de lona que tinha
ali do lado e começa a esfregar meus seios, apertar minha bunda. Isso é uma
violência. E assim foram várias vezes, com vários outros torturadores. Mas
existem os casos de ter penetração vaginal que as mulheres contam. E são muitos
casos, não um ou dois”, completa a militante. Assista ao VÍDEO.
O ministro venezuelano do Interior assegurou que o país
está em "alerta permanente" para evitar o tráfico de drogas a partir
da Colômbia.
O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Néstor
Reverol, informou que uma aeronave usada por traficantes com matrícula
norte-americana foi "inutilizada" após entrar ilegalmente no espaço aéreo
venezuelano, na fronteira com a Colômbia.
Inutilizada aeronave do narcotráfico com matrícula
norte-americana, que ingressou ilegalmente ao espaço aéreo venezuelano pelo
estado de Zulia.
"Os agentes do Exército bolivariano, após detectar a
unidade aérea ilegal por meio dos radares do Comando de Defesa Aeroespacial
Integral, ativaram todos os protocolos estabelecidos na Lei de Controle para a defesa Integral do Espaço Aéreo",
explicou o ministro.
O ministro especificou ainda que "a inutilização
ocorreu próximo de uma pista clandestina, no município de Machiques de
Perijá".
Logrando la inutilización cerca de una pista clandestina, en el municipio Machiques de Perijá. pic.twitter.com/TUFUm1RpG6
A inutilização ocorreu próximo de uma pista clandestina, no
município de Machiques de Perijá.
"Estamos em alerta permanente, vigiando nosso espaço
aéreo para evitar que seja utilizado para o tráfico de drogas a partir da
Colômbia", ressaltou.
Nos mantenemos en alerta permanente, vigilando nuestro espacio aéreo para evitar que sea utilizado para el tráfico ilícito de drogas desde Colombia como mayor productor de cocaína del mundo. #LaVerdadDeVenezuelapic.twitter.com/oyHkMZf1c9
Mantemo-nos em alerta permanente, vigiando nosso espaço
aéreo para evitar que seja utilizado pelo tráfico ilícito de drogas a parte da
Colômbia, como maior produtor de cocaína do mundo.
Desde julho de 2019, a Venezuela apreendeu 44 toneladas de drogas. O país compartilha mais de 2.000
quilômetros de fronteira com a Colômbia, país que produz 70% da cocaína
consumida no mundo, segundo a ONU.
Em palestra, no ano de 1988, o agente da CIA e fuzileiro
naval dos EUA relata a guerra contra o terceiro mundo praticada pela CIA
";nós estávamos atacando pessoas no 3º mundo e eu irei
rapidamente, para poupar tempo, dar a vocês um pequeno sentido do que significa
essa guerra contra o 3º mundo".
Na década de 1930, durante a grande depressão econômica, a
Skid Row, rua localizada em Los Angeles, nos Estados Unidos, já era um reduto
de pessoas sem emprego, desabrigadas e alcoólatras. Nos anos 70, a situação
piorou e a região passou a aglomerar milhares de sem-teto. Hoje em dia, o local
deixa de atrair turistas por sua situação de violência e degradação. Cerca de 4
mil dependentes químicos vivem no local, muito frequentado por traficantes. #RedeTVNews
247 - O jornalista Pepe Escobar conversou com a TV 247 sobre
o ato do Facebook de banir de seu território virtual contas ligadas a Jair
Bolsonaro e ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump que disseminavam fake
news.
Segundo apuração própria, o jornalista afirmou que tal
decisão foi uma ordem do deep state, que luta contra Trump e, consequentemente,
contra Bolsonaro. “É uma ordem que veio direto do deep state porque vai em cima
justamente dos oponentes do deep state, ou seja, todo o esquema Trump, todo o
esquema Bolsonaro. O Zuckerberg e o Facebook fazem parte do deep state, e eles
estavam começando a ficar extremamente irritados com a proeminência dessas
redes de fake news. Então veio uma ordem direta para o Facebook, e quando eu
digo direta vem basicamente a CIA e facções do deep state, e isso vai acelerar
cada vez mais. O Facebook é uma arma do deep state”.
Pepe Escobar ainda descartou um movimento do Facebook na
mesma intensidade contra sites e contas de esquerda. “Na linha de prioridades
do deep state só existe uma prioridade: descartar o Trump. Ou seja, tudo o que
está ligado em redes sociais a difusão Trump eles vão cair em cima, acho que
isso foi até o aperitivo, vai vir mais depois”.
A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) da Venezuela
relata que conseguiu neutralizar uma aeronave americana, supostamente usada
pelo narcotráfico.
O Comando Operacional Estratégico da FANB informou
quarta-feira em sua conta do Twitter que membros do Comando de Defesa
Aeroespacial Global (CODAI) detectaram uma aeronave suspeita no espaço aéreo
venezuelano.
Depois de entrar no céu venezuelano, " o
protocolo da lei foi aplicado e foi neutralizado com aeronaves de
aviação militar ", acrescentou.
As autoridades venezuelanas até agora não forneceram
detalhes do material apreendido da aeronave, nem informações sobre sua
tripulação e a área do evento.
O comandante-geral da CODAI, general Juan Teixeira Días,
afirmou na mesma rede social que “na Venezuela o Estado de Direito
prevalece. Nenhum cartel de tráfico de drogas operará aqui com
impunidade. As aeronaves que entrarem ilegalmente estarão sujeitas à
aplicação da lei. Os negócios entre o maior produtor e o maior consumidor
não têm lugar nesta terra sagrada ", afirmou.
No mês passado, a FANB informou o abate de dois aviões,
supostamente usados por narcotraficantes, que entraram no espaço aéreo da
Venezuela no estado de Zulia, no oeste do país.
O governo venezuelano, presidido por Nicolás Maduro,
denunciou que as aeronaves destinadas ao tráfico de drogas tentam
permanentemente entrar no espaço aéreo venezuelano.
Apesar de os Estados Unidos e seus aliados regionais, como a
Colômbia, tentarem vincular a Venezuela e suas autoridades ao narcotráfico,
Caracas reiterou sua luta permanente contra o narcotráfico e deixou claro que
não permitirá que seu território seja usado por traficantes de drogas.
Em palestra, no ano de 1988, o agente da CIA e fuzileiro
naval dos EUA relata a guerra contra o terceiro mundo praticada pela CIA
";nós estávamos atacando pessoas no 3º mundo e eu irei
rapidamente, para poupar tempo, dar a vocês um pequeno sentido do que significa
essa guerra contra o 3º mundo".
247 - A resposta a essa pergunta vale mais que os R$ 2,5 bilhões
que o Partido da Lava Jato do Deltan acertou com o Departamento de Justiça dos
EUA para seu Estado paralelo.
O mérito do perfil @bobjackk [foto] no twitter é,
justamente, trazer a público a dúvida acerca do paradeiro do mestrado do Deltan Dallagnol em Harvard.
No tweet de cerca das 5 da tarde [aqui], @bobjackk
perguntou: "Alguém reparou que com essa onda de verificar currículos,
Deltan @deltanmd mudou a Bio [biografia] e sumiu com o Mestrado em
Harvard?".
A pergunta de @bobjackk se refere ao fato da descrição do
perfil anterior do Deltan no twitter incluir no currículo o título de Mestre em
Direito por Harvard e, na descrição atual do seu perfil, esse título de Mestre
em Direito por Harvard ter sumido.
Deltan está convocado a demonstrar, cabalmente, a existência
do título de Mestre em Direito por Harvard. Se não provar a existência do
título, cometeu crime que o faz incompatível com a função de procurador da
República.
Deltan tem a obrigação de demonstrar, de maneira
documentalmente incontroversa, que a formação acadêmica em Harvard não é uma
farsa tal qual a farsa jurídica que ele e o Moro montaram para tirar Lula do
caminho da instalação da barbárie no Brasil.
A Postagem - Após a fala do presidente Jair Bolsonaro à Rádio
Bandeirantes, quando afirmou que o houve certas condições para que o juiz
Sérgio Moro abandonasse anos de magistratura para seguir ao Ministério da
Justiça de seu governo, a repercussão nas redes sociais e, principalmente, de
diversos colunistas nos jornalões, Moro se sentiu na obrigação de fazer alguma
declaração sobre o assunto. Como o governo Bolsonaro é uma real balbúrdia, cada
um fala o que pensa e desmente quem quiser, foi o que o ex-super-juiz da República
de Curitiba fez, em palestra, na sua terra. Simplesmente afirmou que o
presidente mentiu em sua entrevista.
No teatro Positivo, em Curitiba, Moro disse: “Não estabeleci
nenhuma condição para assumir o Ministério da Justiça” e completou, “houve uma
convergência de pautas”, referindo-se à sua intenção de combater o crime
organizado e os crimes violentos.
Repercussão nas redes sociais:
Toma lá dá cá nunca foi tão evidente, agora que Bolsonaro revelou “negócio” com Moro para vaga no STF, não resta outra alternativa senão anular processo e condenação de Lula. Faltava prova, agora falta vergonha na cara ao judiciário.
Artigo 317 do CP, corrupção passiva: “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”. É no q incorreu Moro ao barganhar vaga no STF
Traição à pátria dá pena de morte em alguns países.
Noutros dá trinta anos de cana.
Aqui traição dá a presidência da república
e cargo de ministro do STF.
Sputnik Brasil - um navio de guerra norte-americano entrou em águas
venezuelanas, mas as abandonou depois de ter comunicado com a Marinha
venezuelana.
Segundo a Marinha da Venezuela, o navio da Guarda Costeira
dos EUA USCGC James foi notado pela primeira vez pelas Forças Armadas
venezuelanas na quarta-feira (8). Na quinta-feira, um navio de patrulha
venezuelano se aproximou do navio americano e o convenceu a mudar de rumo.
"Depois de nossas comunicações por rádio, o USCGC James
foi convencido da necessidade de mudar seu rumo e deixou nossas águas",
afirmou a Marinha em um comunicado.
O USCGC James pertence à Guarda Costeira dos Estados Unidos.
Alguns internautas rastrearam a suposta presença do navio dos EUA em águas
venezuelanas.
O Comando Sul dos Estados Unidos (SOCOM) informou em um
comunicado na terça-feira (7) que os EUA planejam enviar à região o navio de
assistência hospitalar Comfort para prestar apoio aos países regionais em meio
à crise na Venezuela.
Entretanto, o SOCOM não especificou quais seriam os países
que o USNS Comfort visitaria, mas disse que os detalhes seriam anunciados mais
tarde.
A Venezuela tem lidado com uma grave crise política, com o
líder da oposição, Juan Guaidó, tendo se proclamado presidente interino do país
em 23 de janeiro.
Os EUA e vários países da Europa e América Latina, inclusive
o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino do país.
A Rússia, China, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Turquia, México,
Irã e muitos outros países manifestaram seu apoio a Maduro como presidente
legítimo e exigiram que os outros países respeitem o princípio de não
interferência nos assuntos internos venezuelanos.