247 - O jornalista Pepe Escobar conversou com a TV 247 sobre
o ato do Facebook de banir de seu território virtual contas ligadas a Jair
Bolsonaro e ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump que disseminavam fake
news.
Segundo apuração própria, o jornalista afirmou que tal
decisão foi uma ordem do deep state, que luta contra Trump e, consequentemente,
contra Bolsonaro. “É uma ordem que veio direto do deep state porque vai em cima
justamente dos oponentes do deep state, ou seja, todo o esquema Trump, todo o
esquema Bolsonaro. O Zuckerberg e o Facebook fazem parte do deep state, e eles
estavam começando a ficar extremamente irritados com a proeminência dessas
redes de fake news. Então veio uma ordem direta para o Facebook, e quando eu
digo direta vem basicamente a CIA e facções do deep state, e isso vai acelerar
cada vez mais. O Facebook é uma arma do deep state”.
Pepe Escobar ainda descartou um movimento do Facebook na
mesma intensidade contra sites e contas de esquerda. “Na linha de prioridades
do deep state só existe uma prioridade: descartar o Trump. Ou seja, tudo o que
está ligado em redes sociais a difusão Trump eles vão cair em cima, acho que
isso foi até o aperitivo, vai vir mais depois”.
O cerco se fechou contra as fake news nesta semana. Depois
que diversas páginas e contas foram derrubadas no Facebook ligadas ao
bolsonarismo, o Ministério Público de São Paulo prendeu homens ligados ao MBL,
sendo um deles um famoso propagador de mentiras. Essa indústria de fake news,
que forneceu a base para ascensão da extrema direita no Brasil, parece estar
com os dias contados.
Na manhã de sexta-feira, a Polícia Civil prendeu dois
empresários ligados ao MBL. Eles são acusados pelo Ministério Público de
participar de um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O
MBL nega que os empresários tenham ligação com o grupo e tenta a todo custo
descolar sua imagem dessa investigação. Mas o fato é que a polícia também
cumpriu um mandado de busca na sede do movimento e investiga empresas ligadas a
ele. Não é possível afirmar que a sede do MBL não é ligada ao MBL, não é mesmo?
Motivos para o grupo estar na mira da investigação não
faltam. Além da ligação estreita que mantém com os empresários presos, está
sendo investigada a relação financeira obscura entre o MBL e uma das empresas
da família de Renan dos Santos, um dos líderes do movimento. Há a suspeita de
que essa relação seja para a prática do crime de lavagem de dinheiro.
Segundo nota do
MP-SP, as evidências obtidas indicam que os envolvidos “construíram efetiva
blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas
jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado”.
Os procuradores afirmam que a família de Renan comprou e
abriu duas dezenas de empresas que hoje se encontram inoperantes — outro forte
indicativo de lavagem de dinheiro. Essas empresas devem juntas à União cerca de R$ 400
milhões em impostos. Uma bagatela de quase meio bilhão teria deixado de
entrar nos cofres públicos!
O Intercept teve acesso ao procedimento de
investigação criminal, que está disponível na íntegra ao final desse texto. O
MP estranha o fato do “MBL/MRL” ter se negado publicamente a “prestar contas
acerca dos valores que vêm angariando ao longo de sua existência, e que vêm
financiando a manutenção do “Movimento””. Na investigação consta também
que o juiz acatou o pedido do MP para quebrar o sigilo bancário e fiscal de
Renan Santos. Agora a estranha relação entre o MBL e a empresa da sua família
finalmente deverá ser esclarecida.
A cara de pau em negar a estreita relação do grupo com os
presos não resiste a uma googlada. Carlos Augusto de Moraes Afonso é um dos
presos que manteve uma forte parceria com o MBL. Usando o pseudônimo de Luciano
Ayan, ele ficou famoso por comandar o extinto Ceticismo Político, um site
reacionário que publicava fake news. O auge da fama foi atingido quando
ele apareceu
no Profissão Repórter para explicar uma reportagem mentirosa publicada
sobre Marielle Franco.
A manchete insinuava que a vereadora assassinada mantinha
relações com o tráfico. O que o MBL fez diante disso? Largou o parceiro ferido
na estrada e repudiou a disseminação da mentira? Claro que não. O grupo saiu em
defesa de Luciano Ayan e passou a atacar os jornalistas da Globo em suas redes
sociais. Produziram até um vídeo para
defendê-lo.
Um ex-parceiro do MBL já havia denunciado o que está sendo
investigado agora. Em carta
enviada à CPMI das Fake News, Roger Scar contou que Luciano Ayan o procurou
para assumir o Jornalivre, um site dedicado a produzir notícias com viés de
direita para o MBL. Ayan não revelava de onde vinha a grana para manter o site,
e o salário de R$ 2 mil de Roger. Dizia apenas que havia um doador anônimo por
trás.
Segundo ele, o MBL encomendava conteúdos fakes e de apoio ao
candidato Jair Bolsonaro. Foi aí que ele começou a desconfiar quem era a alma
bondosa que mantinha financeiramente seu site: “(…) a ficha começou a
cair. Na realidade, Luciano havia mentido desde o princípio sobre o suposto
apoiador do site. Quem realmente financiou o Jornalivre foi o MBL, e Luciano
não passava de um laranja, um intermediário que fazia a ponte entre eles e eu”.
O ex-editor do Jornalivre afirma que
a ideia de Ayan era “fazer precisamente o que as milícias bolsonaristas fazem
hoje, com assassinato de reputações.” Ou seja, conforme Scar, o grupo pagava
para Luciano Ayan comandar uma espécie de Gabinete do Ódio do MBL. Roger não é
o único a apontar essas relações. Há
outros ex-integrantes que as confirmam.
No texto do procedimento investigatório, consta que Ayan
ameaçou membros do MBL que questionaram as nebulosas doações recebidas através
de vaquinhas on-line e das lives no YouTube. Ayan “passou a efetuar
intimidações e ameaçar internautas que faziam menções questionadoras a estas
doações via Superchat que não possuem lastro, e cuja origem não se sabe ser
lícita ou ilícita, posto que, como referido, são feitas por meio de pagamentos
que não deixam lastro no sistema bancário (via cartão pré-pago).”
Ainda segundo a investigação, essa seria uma “nova e
peculiar” técnica de lavagem de dinheiro. As frequentes doações online de
valores relevantes não passavam pelo sistema bancário dos investigados,
“justamente de forma a proporcionar, de forma mais eficiente, a ocultação da
origem dos valores”. O MP chama essa grana de “cifras ocultas”, já que as
doações são efetuadas por cartões pré-pago e podem ser feitas em nome de qualquer
pessoa. Para os investigadores, a origem do dinheiro dessas doações é
“provavelmente ilícita”.
Infográfico presente no procedimento investigatório do MP-SP
(Imagem/Reprodução)
O MBL fazia arrecadação de dinheiro por meio de suas lives
no YouTube, e cada doação era chamada pelos integrantes de “pimba”. Alessander
Monaco, preso nesta sexta-feira (10), era um “pimbador” em série.
O deputado Kim Kataguiri, que hoje faz a egípcia tentando
escamotear sua proximidade com Ayan, o considerava um analista político de
respeito. O MBL o considerava um professor e chegou a convidá-lo para ministrar
uma aula pública em frente à sede do Facebook, onde o grupo fazia um protesto:
Hoje teremos uma aula pública com o Luciano Ayan em frente a sede do facebook em São Paulo, a partir das 19 horas. Não esqueçam de comparecer pic.twitter.com/KQqAXAr2S6
Ayan era tão próximo do movimento que chegou
a ser sócio de uma empresa junto com Pedro D’Eyrot, líder e um dos
fundadores do MBL. É esse o nível de proximidade de Ayan com lideranças
do grupo.
Alessander Monaco, o outro homem ligado ao MBL preso na
operação, é suspeito de, dentre outras coisas, realizar “doações altamente
suspeitas através da plataforma Google” — leia-se suspeita de lavagem de
dinheiro. Esses indícios circulam pelas redes desde o ano passado.
Monaco trabalhou durante
um ano como funcionário do estado de São Paulo durante a gestão de Doria, um
político que sempre foi um grande parceiro do MBL. Aliás, integrante do MBL
contratado pela gestão Doria não
chega a ser novidade.
O MBL fazia arrecadação de dinheiro por meio de suas
lives no YouTube. Cada doação era chamada pelos integrantes de “pimba”. Monaco
era um “pimbador” em série. Fazia doações com valores acima da média e era
festejado pelo grupo.
Registro de algumas das "pimbadas"de Alessander
Monaco. (Reprodução/YouTube
As doações frequentes e vultosas de Monaco viraram piada interna
entre os integrantes do MBL. Tanto que o grupo passou a apresentar suas lives
exibindo em cima da bancada um porta-retrato com uma foto em homenagem ao
doador “anônimo”. Na foto abaixo, Alessander aparece sentado à mesa em uma live
do grupo.
Foto: Reprodução/Instagram, YouTube
A impressão que ficava era a de que Monaco era só um fã do
MBL com dinheiro de sobra para gastar. Mas não é isso o que o MP acha nem o que
diz esse ex-coordenador
do grupo, Ian Madonaldo:
MBL tá dizendo que Alessander Mônaco não é do movimento? Eu tenho provas de que é sim.
A investigação afirma que “as doações efetuadas
mensalmente por ele ao MBL somavam valores muito além da sua capacidade
econômico-financeira”.
Além das “pimbadas”, o MP suspeita das 50 vezes que Monaco
foi para Brasília entre julho de 2016 e agosto de 2018. Apesar de ganhar apenas
R$ 6 mil mensais como funcionário da gestão Doria à época, ele torrou mais de
R$ 100 mil gastos com passagens. Em todas as vezes, ele foi ao Ministério da
Educação, mas nunca apresentou uma justificativa plausível. Em praticamente
todo o período em que as viagens foram feitas, o ministro da Educação era
Mendonça Filho, do DEM. É um partido que sempre esteve próximo do MBL e foi por
meio dele que o grupo elegeu três lideranças: Kim Kataguiri, Fernando Holiday e
Mamãe Falei. É mais uma história que precisa ser melhor esclarecida.
O MP identificou também um significativo aumento de
patrimônio de Monaco. Em 2017, saltou de R$ 146.196,96 para R$
465.376,92. A investigação aponta também que a Receita Federal
observou um gasto de cartão de crédito mensal médio de R$ 27.456,63 — um valor
incompatível com seu salário.
Os integrantes do MBL sugerem que estão sendo vítimas de uma
perseguição do bolsonarismo, com quem rompeu e hoje faz oposição. Pelo que
vimos acontecer no Brasil nos últimos anos, essa é algo factível. É
realmente possível que haja uma disposição em enquadrar o MBL teleguiada por
agentes bolsonaristas.
Nós conhecemos o tamanho da influência do bolsonarismo
dentro das polícias e do Ministério Público. Mas isso não significa que as
suspeitas não fazem sentido. Fazem. O MBL nunca foi transparente quanto ao
financiamento do grupo. Nunca
prestou contas aos filiados do dinheiro que arrecada por meio
das “pimbadas”. Quem faz a auditoria dessas doações? Quanto de dinheiro o
MBL arrecadou com elas? Quanto Luciano Ayan recebeu para montar o gabinete do
ódio do grupo? Ninguém sabe, nem mesmo os integrantes do grupo. A gestão
financeira do MBL é uma caixa-preta que apenas a família do Renan Santos tinha
acesso. Mas esse segredo parece estar com os dias contados.
Acesse aqui a íntegra do procedimento investigatório criminal
que o MP-SP abriu contra o MBL.
“Facebook remove contas de suas redes sociais pelo que chama
de comportamento inautêntico. Fake news e ataques a adversários do presidente
Bolsonaro disseminados por filhos dele, o deputado federal Eduardo e o senador
Flávio. E ainda assessores do presidente, dos filhos e deputados do PSL”,
disseram os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos já na abertura
do telejornal.
Segundo a rede social foram derrubadas 35 contas no
Facebook, 38 no Instagram, 14 páginas e 1 grupo, com 350 participantes, ligados
a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do
senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) e dos deputados estaduais bolsonaristas Anderson Moraes
(PSL-RJ) e Alana Passos (PSL-RJ).
O telejornal montou uma diagrama mostrando uma correlação
das contas com diferentes países, entre eles os Estados Unidos de Donald Trump
e a Ucrânia, e expôs as imagens do presidente, dos filhos e dos parlamentares
envolvidos na rede.
O Jornal Nacional deu destaque a três assessores: Tercio
Tomaz – que atua em gabinete no Palácio do Planalto -, Eduardo Guimarães e
Paulo Xuxu – ligados a Eduardo. Tomaz e Xuxu apareceram no telejornal em fotos
ao lado de Jair Bolsonaro.
O JN escutou a relatora da CPMI das Fake News, Lídice da
Mata (PSB-BA), que disse que a medida adotada pela rede social reforça as
investigações da CPMI das Fake News.
Um documento com quase 100 páginas, resultado de dois anos de análise das atividades na rede social, constatou que o Facebook não fez o suficiente para combater a descriminação na plataforma. https://t.co/MZ2oh49Ivc
Entre o domingo 28/VI e esta segunda-feira 29/VI, mais de 26
mil postagens com a hashtag #GoBolsonaroMundial no Twitter foram feitas de
forma automatizada.
O levantamento é do perfil Bot Sentinel, que rastreia posts
de contas não autênticas, as quais muitas vezes fazem uso de robôs.
No período, também foram identificadas 1.290 publicações de
perfis falsos usando a hashtag #Bolsonaro2022 e outras 389 com #FechadocomBolsonaroaté2026.
Um levantamento feito pela empresa de análise de dados
Novelo Data constatou que 2.015 vídeos publicados por canais bolsonaristas no
Youtube desapareceram da plataforma desde o início de junho. Dos 81 produtores
de conteúdos observados pela equipe da Novelo, pelo menos 37 tiveram vídeos
apagados este mês. O recordista em exclusões foi o canal Gigante Patriota, com
menos 1.300 vídeos disponíveis para os usuários da rede — 94% deles foram
removidos no último fim de semana. Há motivos diversos que podem ter levado ao
sumiço das publicações.
Desde o fim de maio, o ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), vem autorizando diligências contra blogueiros,
empresários e parlamentares que compõem a base de apoio do presidente Jair
Bolsonaro na internet. Há uma suspeita de que ataques à Corte tenham tido
alcance turbinado com a ajuda dessas pessoas. O mesmo pode ter acontecido com a
realização de manifestações antidemocráticas. A exclusão de vídeos pode estar
relacionada com uma tentativa dos canais de não serem enquadrados nas apurações
que tramitam no tribunal, no caso dos ataques virtuais, e na Procuradoria-Geral
da República (PGR), no caso dos protestos.
Um dos personagens mais conhecidos entre os alvosdas decisões
de Moraes, o blogueiro Allan dos Santos, do canal Terça Livre, teve 272 vídeos
apagados neste mês, até o último sábado. Santos foi alvo de buscas e apreensões
duas vezes.
Outros canais também tiveram números expressivos de vídeos
apagados até o último sábado. Foram os casos, por exemplo, do Foco do Brasil
(66 vídeos a menos); Notícias News N. N. (45 vídeos a menos); Notícias
Políticas (43 vídeos a menos); Ficha Social (40 vídeos a menos); Seu Tube (33
vídeos a menos) e Folha Política (24 vídeos a menos).
Os motivos para que os vídeos desapareçam do Youtube são
diversos. Eles podem ser apagados por quem os publicou; retirados da listagem
pública (e, portanto, seguem disponíveis para determinados usuários) e apagados
pela própria plataforma por violarem condições de uso — neste último caso, um
aviso sobre ocorrências deste tipo é exibido no lugar do conteúdo. Essas
possibilidades foram esclarecidas pela Google, administradora da plataforma, ao
Sonar (leia a nota na íntegra no fim da reportagem). A empresa, no
entanto, não comenta casos específicos.
Comportamento expressivo no intervalo de um ano
O programador Guilherme Felitti, fundador da Novelo, explica
que o levantamento não encontrou avisos de violação das normas do Youtube. Essa
é uma das evidências que o leva a crer que são os próprios youtubers que estão
efetuando as retiradas de seus vídeos do site. O monitoramento em questão é
feito há um ano, mas só agora as exclusões de conteúdos foram tão expressivas.
Em março, por exemplo, os canais deletaram 695 vídeos. Em abril, 247. Em maio,
foram 1.112 — número já ultrapassado antes do fim de junho.
— A maioria dos vídeos foram deletados uma semana após
a operação de busca e apreensão dentro do inquérito de fake news. Existe
um comportamento parecido desses youtubers entre maio e junho — explica
Felitti, complementando: — Não é possível identificar uma estratégia clara, no
entanto. Em alguns desses canais que deletaram vídeos ou esconderam vídeos,
ainda há vídeos que atacam o STF. Não é como se eles tivessem apagado todos os
vídeos mencionando a Corte. Não encontramos um fio condutor dessa
estratégia.
Para Felitti, o Youtube deveria ser objeto de mais atenção
no Brasil. Ele classifica a plataforma como um "mamute", dada a sua
relevância. No entanto, ainda de acordo com o programador, há poucas
iniciativas que compilem dados e façam o trabalho de registro da memória desta
rede. No caso da Novelo, esse processo acontece por meio da aplicação de uma
Application Programming Interface (API) (ou Interface de Programação de
Aplicativos, em português).
— O Brasil sempre tem uma cultura muito calcada em
televisão. O brasileiro sempre adorou a TV e não é à toa que o Youtube faz um
sucesso tremendo por aqui. Há uma força cultural na plataforma: a gente usa
muito, vê muito, estamos sempre lá. E é inevitável que essa cultura
derrame na política —justifica Felitti, que afirma: — A gente precisa
se organizar para entender como esses movimentos sociais se estruturaram no
Youtube. Quem são as pessoas, as práticas e o que elas fazem.
A Novelo já havia feito levantamento sobre o Youtube
observando os conteúdos que a plataforma selecionou aqueles que estavam mais
"em alta" para os usuários brasileiros nas eleições de 2018. A
empresa de análise de dados constatou que a maior parte dos conteúdos exibidos
como os mais populares eram desfavoráveis ao Partido dos Trabalhadores (PT),
adversário de Bolsonaro no segundo turno do pleito naquele ano.
Nos próximos dias, canais de Youtube posicionados à esquerda
do espectro político também estarão em foco a partir de novos estudos
divulgados pela Novelo.
Em nota sobre o caso, o Youtube informou: "Não
comentamos casos específicos. O YouTube é uma plataforma de vídeo aberta e qualquer
pessoa pode compartilhar conteúdo, que está sujeito a revisão de acordo com as
nossas diretrizes da comunidade. Além disso, o próprio responsável pelo canal
pode escolher não compartilhar mais determinado conteúdo ou deixá-lo em modo
privado. Em casos assim, a plataforma costuma exibir a mensagem ‘Vídeo
indisponível’."
A primeira versão desta reportagem, publicada às 20h do
dia 22 de junho de 2020, afirmava que 2.100 vídeos foram apagados em junho. A
segunda, às 20h45m, atualizou esse número para 2.015, a pedido da Novelo Data.
ódio
na mira da justiça, movimentos antirracistas e antifascistas, em Washington DC,
Estados Unidos tentam derrubar estátua
de ex-presidente genocida e escravagista, Alexandre Moraes derruba sigilo em
operação da PF, Wassef planejava sequestro de jornalista, Bolsonaro se aproxima
de seu favorito para o Ministério da Educação, batalhão de choque faz operação
na casa de familiares de Queiroz em Minas Gerais.
'Não tenho culpa. Ele foi querer mexer com assuntos que não
lhe cabem', afirmou Zambelli
O deputado Rogério
Correia, do PT de Minas Gerais, recebeu nesta sexta-feira ameaças de morte
horas após a deputada Carla
Zambelli, do PSL de São Paulo, prometer um "tsunami bolsonarista em
suas redes".
O deputado afirmou que levará as ameaças à polícia e ao
Supremo Tribunal Federal.
Tudo começou após Correia divulgar, na sexta 19, que enviara
a Alexandre de Moraes um pedido de retenção do passaporte de Abraham Weintraub,
investigado no inquérito das fake news, por ameaças à democracia e crime de
racismo, dizendo haver indícios de que Weintraub queira deixar o país.
Na tarde desta sexta-feira, Carla Zambelli respondeu a uma
publicação de Correia nas redes sociais falando sobre o “tsunami”:
"Hoje vc vai sentir o tsunami Bolsonarista em suas
redes. Seu ato é uma afronta ao povo brasileiro que votou em Bolsonaro e Vc não
respeita o PROCESSO DEMOCRÁTICO! DITADORZINHO!".
Correia começou então a receber uma série de ameaças.
A que considerou mais grave teve 40 mensagens de um mesmo
usuário do Facebook. O usuário tentou ligar, pelo chat, várias vezes para o
deputado.
Nas mensagens, o responsável pelo ataque cita uma bomba no
carro do deputado, tiros e tortura, além de palavrões.
"Não é possível. A deputada faz uma ameaça dessas e
depois chegam até ameaças de morte. Recebi ameaças de morte horas depois. Vou
pedir uma investigação à polícia e ao STF, para o gabinete do ministro
Alexandre de Moraes. Percebi muitos robôs, muitas mensagens, com muitos
xingamentos e ódios. Isso só comprova como os bolsonaristas agem de fato",
criticou o petista.
Zambelli é investigada pelo STF no inquérito das fake news e
em outro que apura atos antidemocráticos, no qual teve seu sigilo bancário
quebrado. No inquérito das fake news, a parlamentar ficou em silêncio ao depor
à PF, no começo do mês.
Procurada, a deputada minimizou o fato e disse também ser
alvo. Disse que o deputado “quis mexer com assuntos que não lhe cabem”.
"Eu também recebo todo dia um monte de ameaças de
petistas. Ninguém mandou ele... Não vou responder isso a essa hora. Mas todos
nós estamos sujeitos a isso na profissão que a gente exerce. Não tenho culpa se
uma pessoa isoladamente vem ameaçá-lo por uma atitude dele, não minha. Ele que
originou. Ele foi querer mexer com assuntos que não lhe cabem. Não cabe a um
deputado o que a polícia vai fazer com um passaporte de um ministro".
Deputada Carla zambelli ameaça deputado Rogério Correia hoje
você vai sentir o tsunami bolsonarista.
deputada federal Carla Zambelli
PSL-SP uma das defensoras mais ferrenhas de Jair Bolsonaro, ameaçou o
deputado Rogério Correia (PT-MG) com um ataque virtual da rede bolsonarista.
No Twitter:
A deputada Carla Zambelli disse que o deputado Rogério Correia ia sentir o "tsunami Bolsonarista em suas redes" por ter pedido a apreensão do passaporte de Weintraub. Pouco depois, o deputado começa a receber ameaças de morte pelas redes. Você será investigada, @CarlaZambelli38 .
A deputada Carla Zambelli revela toda sua intimidade com o Gabinete do Ódio, ao ordenar um tsunami de ataques contra deputado @RogerioCorreia_, por ele ter pedido a retenção do passaporte de Weintraub. Ela deve ter muito a revelar sobre esses métodos.
Bolsonaristas terão que sentir o tsunami da democracia e da justiça. Ataques e ameaças devem ser investigados e os responsáveis punidos, sejam eles parlamentares ou cidadãos comuns. #Democraciahttps://t.co/g0ZfIzxWGe
PT denuncia Zambelli ao STF, PF e Conselho de Ética por ameaças contra deputado @RogerioCorreia_ .Líder @enioverri disse q a bolsonarista não pode ficar impune, pois é recorrente na prática de ameaças e ilícitos. CPMI Fake News tb vai tratar do caso.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protocolou, na manhã
desta sexta-feira (19), no STF (Supremo Tribunal Federal), um pedido para
que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub seja proibido de
sair do país.
A medida cautelar também pede a apreensão do passaporte do ex-ministro, assim como qualquer documento de viagem emitido em nome de Weintraub.
O ex-ministro publicou em seu perfil no Twitter, também nesta sexta, que está saindo do país “o mais rápido possível”. “Aviso à tigrada e aos gatos angorás (gov bem docinho). Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). NÂO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem”, escreveu o ex-ministro.
(…)
Protocolei pedido de apreensão do passaporte do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no âmbito do inquérito do @STF_online que investiga Fake News. Peço que seja proibida a saída do ministro do país porque ele é investigado nesse inquérito. https://t.co/zUpvOCtGve
— Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) June 19, 2020
O deputado @RodrigoMaia falou do currículo do Abraham Weintraub pro “cargo” no Banco Mundial: “Ele quebrou o Banco Votorantim”. pic.twitter.com/guXpiQBCiW
O blogueiro bolsonarista Beto Louco disse que a deputada
federal Carla Zambelli foi a fonte de uma informação sobre o Doria, que
posteriormente foi desmentida. O apoiador afirmou que ela ‘mentiu’.
Alberto Junio Silva é acusado de operar uma rede de fake
news conhecida como Pensa Brasil, ele foi alvo da operação da Polícia Federal
que investiga os atos antidemocráticos, na última terça (16).
DELAÇÃO CONTRA ZAMBELLI?
"Divulguei uma matéria em que eu falei que a fonte minha, que foi a deputada Carla Zambelli, mentiu, e eu acreditei no que ela falou e divulguei uma mentira", acusa youtuber bolsonarista Beto Louco, um dos alvos da operação de ontem da PF. pic.twitter.com/ZPO0GwfwlM
Este vídeo tem apenas pouco mais de 1min, mas sua
importância é enorme. Ele demonstra para quem insiste em negar o enorme mal que
as fake news trazem para a democracia e para o Brasil. A deputada federal Carla
Zambelli (PSL-SP) “denuncia” que as Lojas Havan pertencem à “Paulinha, filha da
Dilma”. Dez entre dez pessoas inteligentes sabem que a Havan é do empresário
sonegador Luciano Hang, também conhecido como o maior bolsonarista do mundo.
Sem um pingo de vergonha na cara, a deputada do PSL gravou o vídeo,
compartilhou em suas redes e fez estrago. Depois, a receita de sempre: deleta,
culpa um assessor e diz que “foi sem querer”...
Um gerente do WhatsApp admitiu pela primeira vez que a
eleição brasileira de 2018 teve o uso em massa de mensagens contratada por
empresas privadas em favor de um dos candidatos, o que significa dizer que a
eleição foi fraudada por contratação de serviço ilegal.
“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de
empresas fornecedoras de envios massivos de mensagens, que violaram nossos
termos de uso para atingir um grande número de pessoas”, afirmou Ben Supple,
gerente de políticas públicas e eleições globais do aplicativo WhatsApp.
A declaração aconteceu, em palestra no Festival Gabo, como
informa reportagem do jornal Folha de S.Paulo. O
Festival Gabo é um evento que acontece em Medelim na Colômbia para jornalistas
e qualquer cidadão. Criado em homenagem ao escritor Gabriel García
Márquez , o festival tem uma série de debates, principalmente relacionados
à imprensa.
As fraudes do Whatsapp na eleição de 2018 não são novidades.
Em junho, o espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps, confirmou que
empresários brasileiros contrataram programa de sua agência para fazer disparos
de mensagens em massa, pelo Whatsapp, em favor do então candidato Jair
Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral de 2018. Em gravação obtida pelo
jornal Folha de S.Paulo, Novoa afirma que só foi descobrir
do uso político quando algumas linhas telefônicas utilizadas passaram a ser
cortadas pelo aplicativo de mensagens.
Segundo a reportagem, “empresas, açougues, lavadoras de
carros e fábricas” brasileiras contrataram os serviços de Novoa. Até então, ele
disse achar normal, pois muitas empresas utilizam os disparos pelo Whatsapp
para fazer marketing comercial.
A legislação veta que empresas façam campanha para
candidatos, inclusive desde 2016 é proibido o financiamento de empresas, além
disso o TSE veta o uso de ferramentas de automatização, como os softwares de
disparo em massa.
O WhatsApp admitiu pela primeira vez que a eleição
brasileira de 2018 teve uso de envios maciços de mensagens, com sistemas
automatizados contratados de empresas. Entre as suspeitas estão a de que
empresários teriam contratos os serviços para impulsionar a campanha do então
candidato Jair Bolsonaro contra o candidato do PT, Fernando Haddad. Flavia
Lefévre, integrante do Intervozes, e José Carlos Portela, advogado
criminalista, comentam o caso.
Sara Winter, pseudônimo de Sara Fernanda Giromini, é uma
ex-militante feminista que converteu-se à extrema direita, ao fundamentalismo
católico e a movimentos pró-monarquia. Ela é uma das investigadas no inquéritodas fake news que corre no Supremo.
Ela também é uma das lideranças do movimento "300 doBrasil" - grupo de apoiadores de Bolsonaro atualmente acampado na Praça
dos Três Poderes. Segundo reportagem da Folha de São Paulo publicada em 12/V, a
própria Sara Winter confessa que o grupo possui participantes armados - o porte
de armas de fogo em manifestações políticas é proibido pela Constituição
Federal.
Nesta madrugada, entretanto, a manifestação dos "300 doBrasil" reuniu pouco menos de trinta participantes. O grupo, entretanto,
chamou atenção: marchou até a sede do Supremo, bradando palavras de ordem como
"viemos cobrar, o STF não vai nos calar" e "inconstitucional,
Alexandre imoral".
O bando utilizava máscaras, roupas pretas e tochas -
símbolos freqüentemente utilizados em manifestações da extrema direita pelo
mundo, como os grupos "alt-right" dos Estados Unidos ou mesmo a Ku
Klux Klan.
Em tempo: na quarta-feira 27/V, Sara Winter ameaçou o
ministro Alexandre de Moraes em um vídeo publicado nas redes sociais: "a
gente vai infernizar a tua vida. A gente vai descobrir os lugares que o senhor
frequenta, a gente vai descobrir quem são as empregadas domésticas que
trabalham para o senhor, a gente vai descobrir tudo da sua vida", disse a
militante.
Em tempo2: Sarah Winter (com "h" no final) era o
nome de uma simpatizante nazista acusada de espionagem durante a Segunda
Guerra.
Milícia de Sara Winter marchando com tochas em Brasília. Qual o próximo passo? Capuzes brancos? 😒 pic.twitter.com/SKeukHFcOf
Sputnik Brasil - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestação
informando o arquivamento da ação do Supremo que apura supostas fake news.
A ação havia sido criada por meio de ofício do presidente da
Corte, Dias Toffoli, em 14 de março, e sorteada para ser responsabilidade de
Moraes.
Nesta semana, Moraes censurou o site Antagonista e a revista
Crusoé e também determinou operações de busca e apreensão contra 7 pessoas
acusadas de publicar "conteúdo de ódio" contra o Supremo.
Na manifestação enviada a Moraes, Dodge afirma que pediu
informações sobre o inquérito aberto por Toffoli — mas não recebeu os dados
solicitados. Dodge informa que a "a situação é de arquivamento deste
inquérito penal".
A procuradora-geral acusa o STF de não observar as
determinações da Constituição e coloca em xeque as ações e provas colhidas por
determinação de Moraes:
"Nenhum elemento de convicção ou prova de natureza
cautelar produzida será considerada pelo titular da ação penal", escreve a
PGR. "Também como consequência do arquivamento, todas as decisões
proferidas estão automaticamente prejudicadas".
O Antagonista publicou a íntegra da decisão de Dodge.
Moraes nega solicitação da PGR e diz que pedido é 'genérico'
Alexandre de Moraes negou o pedido de arquivamento feito por
Dodge. O ministro do Supremo também determinou que as ações ligadas ao processo
do inquérito das fake news não serão suspensas.
"Na presente hipótese, não se configura constitucional
e legalmente lícito o pedido genérico de arquivamento da Procuradoria Geral da
República, sob o argumento da titularidade da ação penal pública impedir
qualquer investigação que não seja requisitada pelo Ministério Público",
afirmou o ministro. "Diante do exposto, indefiro integralmente o pedido da
Procuradoria Geral da República", escreveu Moraes em seu despacho, segundo
o G1.